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Capítulo - 27


A vida é mesmo cheia de surpresas e inconstâncias, pois num momento eu estava sentindo o meu coração doer por ter me apaixonado por um homem que até então não gostava de mim, mas no outro, estou sentindo o toque firme e quente de sua mão na minha durante o trajeto até a minha casa, enquanto seguíamos numa conversa tranquila, mesmo que alguns tópicos me deixasse um pouco triste, como a falta que sinto do Padre Lutero, a preocupação de não saber nada do meu Tio Marco e o fato de eu não conhecer os meus pais, mas eu sei que isso faz parte do processo para nos conhecer melhor, mesmo que eu ainda não tivesse coragem de ter perguntado nada sobre ele.

No entanto à medida que nos aproximávamos de casa, eu comecei a me sentir ansiosa e de repente a insegurança e a vergonha começaram a me sufocar e, isso foi o suficiente para eu ter me esquecido de perguntar novamente como o Segurança dele sabia onde eu morava, mas assim que desci do carro, eu fiquei sem saber o que fazer ou falar e, apenas convidá-lo para entrar que veio a minha cabeça e quando ele aceitou, eu pensei que iria desmaiar na frente dele, igual uma boba apaixonada. Ai meu Deus! Eu sou mesmo uma boba apaixonada, mas isso não me impediu de correr para o meu quarto para ter uns minutinhos, sozinha, até que a coragem para encará-lo chegasse.

Depois de conseguir controlar o tremor do meu corpo e respirar fundo algumas vezes, eu saio do quarto para enfrentar minha vergonha de ter um homem na minha casa que não fosse um dos meus amigos, mas chegar à sala e ver a Thaís sendo desagradável como só ela sabe ser e ainda falar com Christian como se ele fosse o Caleb, que sempre tratou suas grosserias com seu jeito sarcástico e brincalhão, fez-me desejar ter um buraco para me enfiar, pois sinceramente eu não sei como irei olhar para a cara dele depois de ter presenciado o quanto Thaís pode ser venenosa, no entanto, ouvi-lo falar que é o meu namorado fez o meu coração acelerar de uma forma descontrolada e vê-lo me defendendo e fazendo com que ela se calasse fez com que eu me sentisse segura e protegida pela primeira vez, pois foi diferente de todos que brigaram com ela por ser tão amargurada e me tratar tão mal, mas eu não consigo deixar de ficar triste, pois eu queria que ela fosse diferente, que vivêssemos bem, como uma família que sempre deveríamos ter sido.

Quando Christian se virou em minha direção, deixando Thaís calada e apesar de ter ódio cintilando em seus olhos ao me encarar como se pudesse me matar ali mesmo na sala, eu pude ver também que eles estavam marejados, mas ela foi completamente esquecida por mim, quando eu vi a tempestade que Christian continha dentro daqueles olhos cinza, parecendo um vulcão prestes a entrar em erupção, o que contrastava com a delicadeza que ele falou comigo e pegou a minha mão, pedindo-me para leva-lo até o meu quarto, o que mesmo confusa, eu fiz.

Assim que ele fechou a porta e avançou sobre mim, eu fiquei assustada, mas ter os seus lábios nos meus de forma tão suave e o seu toque firme e possessivo, mas ao mesmo tempo delicado, fez-me perceber que ele não me machucaria e me entreguei novamente em seus braços, mas não vou negar que ele me deixou assustada quando praticamente exigiu que eu arrumasse as minhas coisas para voltar para a sua casa com ele e, apesar de concordar, que a Thaís estivesse mesmo descontrolada quando ela começou a gritar e a quebrar as coisas dentro da casa, eu sei que ela não me faria mal, não fisicamente pelo menos, bom, eu acredito que não, mas não vou tentar negar que o real motivo que me fez acompanha-lo foi apenas por que eu queria ficar mais tempo com ele e nos conhecermos melhor, como ele havia dito que faríamos.

Posso não conhecê-lo ainda, como aprendi a conhecer o Caleb, mas eu sei que alguma coisa no seu passado não é nada agradável, até porque eu já vi como o meu amigo ficava sempre que mencionava o seu irmão "mais novo", pois era nítido ver a tristeza em seu olhar. Do mesmo jeito que eu pude ver o quanto Christian era distante de sua família nas poucas vezes que tive a oportunidade de vê-los juntos, apesar de que é inegável o amor entre eles, mesmo com toda aquela frieza que ele tentava demonstrar, mas se tem uma coisa que eu pude perceber em apenas um dia em sua companhia é que ele é muito transparente, impulsivo e muito intenso e admito que isso tenha me deixado ainda mais curiosa para descobrir todas as suas facetas.

Ver o quanto ele estava calado, com pensamentos distantes durante a volta para a sua casa me fez pensar que talvez ele pudesse ter se arrependido de me convidar para passar alguns dias em sua casa e, o convite tenha sido feito apenas por ser impulsivo e ter ficado com raiva por causa da discussão com a Thaís, mesmo que tivesse vindo o caminho inteiro acariciando a minha mão, o que eu arrisco em dizer que ele nem tenha percebido o que estava fazendo, mas novamente a vergonha me bateu quando entramos na sua sala e a sua família – que estavam preocupados com a sua demora em retornar para casa – nos abordou, mesmo que eu pudesse ver carinho no rosto de todos eles e claro, provocação na voz e no olhar de Caleb, mas ser beijada na frente deles me deixou completamente desconcertada e acompanhei Grace em silêncio pelas escadas, por não saber o que ela possa estar pensando sobre isso, mas respiro fundo e levanto a cabeça para olhá-la e me surpreendo em vê-la com um sorriso em seus lábios.

– Grace, desculpe-me por vir sem avisar, mas o Christian... – Ela se aproxima e pega em minhas mãos e vejo os seus olhos marejados, mesmo que continue sorrindo.

– Filha, você não tem que se desculpar por nada, eu já falei outras vezes e repito que você sempre será bem-vinda a nossa casa, pois sempre a consideramos da família. – Sinto o meu rosto esquentar e ela me puxa para sentar ao seu lado no sofá que há no quarto. – Eu nunca havia falado isso antes, mas quando o Caleb te apresentou naquele almoço, nós achamos que vocês viriam a ser mais do que amigos, mas vendo a interação de vocês naquele dia, percebemos que não, que havia sim um amor entre vocês, mas era puramente fraternal. – Sorrio para ela e concordo com a cabeça.

– O Caleb foi a primeira pessoa que eu encontrei quando eu cheguei à Universidade, na verdade ele evitou que eu "atropelasse" um pilar que estava na minha frente enquanto caminhava de cabeça baixa perdida em pensamentos. – Sorrio com a lembrança e ela assente para eu continuar. – E desde então a nossa aproximação foi imediata, tanto que ele se tornou o meu melhor amigo e o amo muito, como um irmão, assim como o Richard também se tornou especial para mim.

– E os meus filhos também sentem o mesmo por você, mas confesso que eu tenha ficado um pouquinho decepcionada quando o Caleb me falou que vocês eram só amigos, mas hoje eu entendo o motivo para isso. Eu entendo que você de uma forma ou de outra seria além de a filha que eu não tive, seria também a minha nora. – Arregalo os olhos e fico ainda mais envergonhada e me pergunto qual é o problema dessa família para serem tão diretos assim.

– Grace eu... Eu... – Ela dá um aperto reconfortante na minha mão e me interrompe.

– Não precisa ficar envergonhada, Ana, pois mesmo que eu quisesse muito uma moça como você para o meu Caleb, eu não poderia estar mais feliz de ser você, quem Deus enviou para o meu Christian, que apesar de tudo que ele passou, tem um grande coração e não merece menos do que toda a felicidade que esse mundo poderia oferecer a ele. – Fico curiosa para saber sobre o que ela está falando que o Christian passou, mas não é correto eu fazer esse tipo de pergunta à mãe dele, mas não posso deixar que ela pensasse isso sobre mim e seu filho, afinal, ele nem falou nada quanto a isso.

– Grace, o Christian e eu... Nós não... – Não sei como falar sobre isso e ela nega com a cabeça.

– Ana, eu sei que vocês nem devem ter conversado sobre isso ainda, pois eu conheço a impulsividade do filho que tenho, no entanto eu posso não ter comentado nada ou muito menos ter perguntado nada, mas eu vi a forma que vocês dois se olharam desde a primeira vez que os vi juntos e os meus outros dois filhos, achavam que eu não sabia de nada e nem escutava nada, mas eu sei que eles estavam na torcida para que você e o irmão deles ficassem juntos.

– O quê? Como assim? – Fico confusa e ela dá uma risadinha.

– Ah, Filha, você ainda não teve a oportunidade de estar na presença daqueles três juntos, no entanto se Christian e Caleb possuem uma ligação extremamente forte por serem gêmeos e se entenderem como ninguém, o Richard sempre soube ler aqueles dois, melhor do que eu que sou mãe deles. – Ela sorri e nega com cabeça como que estivesse se lembrando de algo. – E o dia que eu ouvi o Richard falando com o Caleb sobre o Christian ter se apaixonado, mas sendo orgulhoso como só meu filho caçula sabe ser, jamais iria admitir sozinho, então eles iriam dar um empurrãozinho para que ele admitisse e esquecesse o seu passado.

– Você está querendo dizer que Caleb e Richard... Eles... – Não acho a palavra adequada para isso, mas ela parece entender.

– Se os meus filhos estavam bancando os cupidos? Sim, estavam. – Ela solta uma gargalhada por me ver de olhos arregalados, pois eu não imaginava isso, agora sim eu vou ficar com mais vergonha ainda de olhar para o meu melhor amigo e seu irmão mais velho. – Ana, não fique espantada, pois eles não fizeram por mal, afinal os três sempre foram além de irmãos, melhores amigos, mas eles sofriam muito por ver o afastamento do irmão a cada dia que passava aumentar cada vez mais. – Ela sorri triste agora, como que apenas se lembrar disso fosse doloroso. – Eu não tenho o direito de te falar o que aconteceu, pois isso cabe apenas ao meu filho quando for o momento, mas eu posso falar que foi difícil para todos nós, ver o meu menino tão sonhador, carinhoso, romântico e que almejava em ter sua família se afundar em dor e amargura. O meu filho se trancou nele mesmo, a ponto de passarmos, semanas sem vê-lo, mesmo morando na mesma casa. – Ela seca uma lágrima que desliza por sua face e sem perceber estou chorando também por ouvir a dor na sua voz.

– Eu sinto muito, Grace, eu não imaginava isso. – Mesmo que eu tenha percebido essa mesma dor na voz de Caleb nas raras vezes que falava do irmão mais novo, ainda assim eu não fazia ideia que era assim, mas ela seca o rosto novamente e nega com a cabeça.

– Não querida, não chore. – Ela seca o meu rosto delicadamente e sorri. – Eu estou te falando isso apenas para que você saiba o quanto eu fiquei feliz de ver que o Christian está se permitindo sentir novamente e ainda mais por ser com você. – Ela me olha com carinho e continua. – Desde que ele voltou do México, nós percebemos que ele estava mudando, tentando ser mais presente, pelo menos fisicamente, porque por diversas vezes sabíamos que a cabeça dele estava em qualquer lugar, menos no assunto que debatíamos a mesa, mas só por tê-lo conosco enquanto desfrutávamos de uma refeição juntos, era o suficiente para vermos que ele estava tentando e isso fazia muito tempo que não acontecia. – Ela suspira como se estivesse tirando um peso de dentro dela. – Mas na verdade, estou falando tudo isso para que você tenha paciência com ele, pois ele sempre foi o mais intenso e impulsivo dos meus filhos, para ele não existe meio termo, ele é direto ao extremo e às vezes para uma pessoa que não o conheça, isso pode dar a impressão que seja arrogância, mas na verdade não é. – Assinto para que ela saiba que estou entendendo o que quer dizer e ela continua. – Ele tem um coração nobre e você poderá sempre acreditar no que ele te falar, pois ele jamais mentirá para você, mas entre tantos defeitos que eu sei que o meu filho tem, ele é extremamente orgulhoso e tem uma péssima mania de se fechar e se fizer isso com você, eu sei que com esse seu jeitinho doce e delicado, conseguirá romper todas as muralhas que ele ainda possa tentar levantar. – Eu penso em suas palavras, mas ela está falando como se fosse certo um relacionamento entre Christian e eu.

– Grace, eu aprecio a sua confiança em me confidenciar tudo isso, mas eu não sei se o Christian e eu... É... – Respiro fundo e continuo. – Eu acredito que ele até tenha se arrependido de ter me convidado para passar alguns dias aqui, pois como você acabou de dizer, ele foi impulsivo por uma discussão que ocorreu com a Thaís, na minha casa. – Faço uma careta por me lembrar das palavras da Thaís e do quanto ele ficou irritado, mas Grace não me interrompe. – Mesmo que ele tenha falado estar apaixonado por mim...

– Ele disse isso? – Ela me interrompe com um imenso sorriso nos lábios e os olhos brilhantes.

– Sim, falou e eu... Bem... Eu também me apaixonei por ele. – Baixo o olhar para as minhas mãos e sinto o meu rosto arder de vergonha por falar isso para ela.

– Ah, minha Filha, não precisa pensar dessa forma e muito menos ficar envergonhada de admitir os seus sentimentos. – Levanto a cabeça e ela me olha com carinho. – Pois se ele disse que está apaixonado por você, se ele foi capaz de admitir isso para ele mesmo, mas principalmente para você, então eu não estou enganada e aquele brilho que eu pensei que jamais veria no olhar do meu filho, é mais real do que eu desejava. – Ela se aproxima e me abraça de forma desajeitada por estarmos sentadas. – Eu não poderia estar mais feliz por ter o meu filho de volta e ainda mais por ter você como minha Filha. – Sinto um calorzinho gostoso invadir o meu coração por ouvir isso e ela se afasta sorrindo, mas se levanta em seguida. – Você está com fome, quer que eu peça para alguém trazer algo para você comer?

– Não, obrigada! Eu estou bem. – Eu sorrio pela sua preocupação, mas o tanto que comi durante o dia e início da noite de hoje, não consigo comer mais nada por agora, ela assente e sorri.

– Bom, eu vou deixar você tomar um banho e descansar e não se preocupe com as suas roupas, que depois eu peço para Lola pedir alguém para colocá-las no closet, tudo bem?

– Não se preocupe Grace, eu logo voltarei para minha casa, então não há necessidade desse trabalho todo. – Levanto-me ficando em sua frente e ela sorri negando com a cabeça me dando um olhar que não consegui identificar, no entanto ela se aproxima e me abraça novamente.

– Boa noite, Filha! Estou muito feliz que você esteja aqui.

– Obrigada, Grace! Tenha uma boa noite também. – Ela se afasta e sorrindo me deixa sozinha no quarto

Eu fecho a porta e analiso o ambiente que estou e vejo que esse quarto é ainda mais bonito do que o outro que fiquei da última vez, no entanto eu decido tomar um banho para esperar o Christian, pois ele disse que assim que falasse com os seus irmãos, estaria comigo e é isso que faço, enquanto os meus pensamentos vão para tudo que aconteceu no dia de hoje, sendo que foram tantos acontecimentos que nem parece que tudo foi em um único dia.

Desligo o chuveiro e caminho para o quarto, procuro a minha mala e não a encontro em lugar nenhum, mas lembro-me que a Grace falou sobre o closet e é justamente onde a encontro e minha nossa! Esse closet é maior do que o meu quarto e a sala da minha casa juntos. Dou uma risadinha por pensar que as minhas roupas ficariam perdidas se fossem colocadas aqui, porém eu balanço a cabeça para dispersar a imagem que veio na minha cabeça e abro a mala, pego um pijama e agradeço por ele ser bem comportado, mas paro no lugar o analisando e, sinceramente preciso de pijamas novos, ou até mesmo... Camisolas!

Sinto o meu rosto arder por estar pensando nisso, balanço a cabeça e corro para o banheiro onde escovo os meus dentes e vejo a imagem de uma mulher que está com os olhos brilhantes e face corada por estar muito apaixonada. Sorrindo eu volto para o closet e depois de cuidar da minha pele e secar os meus cabelos, eu me visto e decido esperar por Christian naquela cama imensa, fofa e que parece ser muito confortável.

(...)

Acordo sem saber que horas são e percebo ter pegado no sono pouco tempo depois de ter deitado na cama e se Christian veio até o quarto eu não o vi. Ligo o abajur e procuro por meu celular e lembro-me que ontem não o tirei da minha bolsa. Levanto-me e alcanço a minha bolsa que ficou sobre o sofá e pego o celular vendo que está descarregado e por sorte eu havia me lembrado de pegar o carregador quando fazia a minha mala.

Coloco-a para carregar e, após usar o banheiro eu pego o celular e vejo que são quase 4h00 da manhã e que há três chamadas não atendidas da minha Tia Ângela e um número desconhecido por mim, no entanto ignoro este e pela manhã retorno as ligações da minha tia, mas envio uma mensagem avisando que está tudo bem, que eu apenas me esqueci de colocar o celular para carregar – o que ela sabe que isso não é difícil de acontecer comigo – e decido descer para tomar uma água.

Saio do quarto e no escuro eu caminho pelo corredor, até alcançar um interruptor e acender as luzes, pois não irei arriscar a caminhar pela casa que não conheço tão bem e sair rolando escada abaixo, no entanto eu analiso o corredor que estou e olho para a porta que fica ao lado da minha e sinto um friozinho no estômago por saber ser o quarto do Christian, viro-me para caminhar para as escadas, mas estaco no lugar e decido voltar, parando em frente a sua porta. Fico ouvindo apenas o silêncio, por saber que ele está dormindo e suspiro, pois o melhor a se fazer é beber a minha água e voltar para o meu quarto, no entanto ouço a sua voz angustiada, o que faz meu coração doer.

Para! É mentira! – Me aproximo mais da porta para ver se não estou ouvindo demais e consigo ouvir com mais nitidez o que ele fala. – Onde ela está? Anastásia! – Assusto-me com o desespero dele, mas não sei se ele iria gostar que eu invadisse o seu quarto. – NÃO! ANASTÁSIA! – Salto no lugar com o seu grito e sem pensar levo a mão a maçaneta e vejo que está destrancada e entro no seu quarto, acendo a luz e o vejo inquieto e suado na cama.

– Christian! – Me aproximo cautelosamente e me sento em sua cama, mas ele não acorda e continua a se mexer. – Christian! Eu estou aqui. – Eu toco o seu rosto, mas ele me assusta quando segura o meu pulso abruptamente, olhando-me assustado.

– Anastásia? – Ele solta o meu braço e respira fundo. – O que você está fazendo aqui? – A sua pergunta me surpreende, ainda mais por ouvir a frieza com a qual ele falou e isso doeu no meu coração.

– Eu ouvi você... – Balanço a cabeça e me levanto, é melhor não falar nada. – Desculpe-me, eu vou voltar para o meu quarto. – Viro-me, mas antes que eu consiga dar um passo ele pega na minha mão fazendo com que eu o olhe.

– Desculpe-me, eu só... – Ele se cala sentando-se na cama e respira fundo novamente e consigo ver que ele está trêmulo.

– Teve um pesadelo. – Completo e ele assente. – Quer conversar sobre o que foi? – Ele nega com cabeça e novamente respira fundo. Eu me aproximo e ele observa os meus movimentos, parecendo um bicho acuado e meu coração dói por vê-lo assim, parecendo tão frágil, diferente do homem intimidador que eu vi fazendo a Thaís calar a boca ontem. – Você confia em mim? – Ele pensa por um momento, mas assente. – Então tome um banho, pois você está todo suado e eu vou espera-lo aqui.

Ele me olha, mas assente novamente e se levanta e só agora eu percebo que ele está usando apenas uma calça de pijama e sem conseguir controlar, fico analisando os músculos bem definidos de suas costas e sinto o meu rosto esquentar, mas solto um suspiro quando ele fecha a porta do banheiro e, eu me sento na cama para esperá-lo e fico pensando sobre o que foi o pesadelo que ele teve que o deixou dessa forma e com que frequência isso deve acontecer.

Sinto a curiosidade me corroer, pois algo me diz que isso tem haver com o que aconteceu no seu passado, mas pensando bem, ele estava chamando por mim, talvez por esse motivo ele não tenha gostado de me ver em seu quarto, mas eu sei o quanto um pesadelo é ruim, sendo que quando eu era criança, eu tinha sonhos ruins quando a Thaís ficava me falando que meus pais haviam me jogado no lixo, por não me amarem e pretendo fazer com o Christian a mesma coisa que a minha Tia fazia comigo, no entanto eu paro de pensar quando a porta do banheiro se abre e Christian sai apenas enrolado numa toalha e eu desvio o olhar do seu peito e abdômen percebendo que estava o encarando descaradamente e sinto novamente o meu rosto queimar de vergonha, mas ele logo entra para o closet, voltando em seguida com uma calça de moletom e camiseta, ambas pretas. Levanto-me da cama e pego em sua mão, ele me olha curioso quando começo a caminhar na direção da porta.

– O que você vai fazer? – Olho para ele e lhe dou um sorriso por ver que ele está confuso.

– Eu vou cuidar de você. – Respondo o óbvio e volto a andar, mesmo que ele ainda esteja confuso, acompanha-me pelo corredor. Eu abro a porta do meu quarto e o levo até a cama. – Você me defendeu da Thaís ontem, agora sou eu que irei te defender dos seus fantasmas.

– Anastásia, eu não acho que... – Num gesto ousado da minha parte, eu me aproximo e o silêncio, com um selinho demorado.

– Christian, você disse que confiava em mim, então deite na cama que eu já volto. – Eu me afasto dele e caminho na direção da porta novamente.

– Aonde você vai?

Eu não respondo e saio correndo do quarto, pois ainda estou com sede e ele também precisa de um copo com água, por isso desço as escadas e corro para a cozinha, sentindo o piso frio sob os meus pés, mas não ligo. Bebo um copo generoso com água e pego outro para ele e volto rapidamente para o quarto, o encontrando deitado olhando para o teto, talvez pensando que eu estivesse louca, mas logo tenho a sua atenção em mim que se senta e fica me encarando.

– Beba um pouco de água, você irá se sentir melhor. – Ele pega o copo e bebe toda a água enquanto continua a me olhar, entregando-me o copo em seguida, o coloco na mesa, dou a volta na cama e me deito ao seu lado. – Vem, deite-se aqui comigo. – Abro os braços para ele que me analisa, mas não se move, continuando sentado e eu reviro os olhos, pois ele está parecendo um menininho assustado. – Vamos, Christian! Ainda é muito cedo e precisamos dormir. – Puxo o seu braço e acabo dando uma risada da carranca que ela faz por ter caído quase em cima de mim.

– Eu não acho que seja uma boa ideia, eu acho melhor... O que você está fazendo? – Ele se interrompe no que iria dizer e faz a pergunta assustado no momento que eu o abraço e sinto o seu corpo ficar tenso.

– A Tia Ângela sempre me levava para o quarto dela e me abraçava quando eu era pequena e tinha um pesadelo. – Nos acomodamos melhor e eu levo a mão para o seus cabelos e começo a acariciá-los. – E assim, os fantasmas que estavam no meu quarto simplesmente sumiam, pois na manhã seguinte eu não os encontrava mais lá. – Sinto o seu corpo começando a relaxar, mas eu continuo fazendo o carinho nele. – No entanto, somos adultos, Christian e, eu sei que os fantasmas não são reais, mas são justamente esses que consegue nos assombrar, pois eles não sairão debaixo da cama ou do closet para irem embora e sim os levaremos para onde quer que possamos ir, se ainda os permitirmos nos acompanhar. – Ele fica em silêncio, mas eu continuo. – Mas isso não impede que alguém possa cuidar de você e fazê-los desaparecer, talvez não completamente, só que você não precisa enfrentá-los sozinho. – Ele solta um suspiro cansado, desce um pouco mais na cama, passa o braço por minha cintura e deita a cabeça sobre meus seios.

– Não é tão simples assim, Anastásia. – Sua voz monótona me faz soltar um suspiro.

– Eu sei que não, mas como hoje quem está aqui com você sou eu, então eu farei isso, combinado? – Ele demora um pouco, mas assente, soltando outro suspiro. – Tente dormir um pouco, eu estarei aqui.

Alcanço o abajur do meu lado desligando-o e ele me aperta um pouco mais com o braço e eu continuo a acariciar os seus cabelos e começo a cantar baixinho, Never be Alone de Shawn Mendes, para que ele saiba que enquanto for possível eu estarei aqui e mesmo que não venhamos a ter um relacionamento como o meu bobo coração deseja, ele poderá contar comigo, seja como namorados ou simplesmente como amigos. Logo sinto o seu corpo completamente relaxado e sua respiração compassada e é dessa forma que eu também pego no sono.

Ai meu Deus! Esses dois me deixam tão soft 🤧🤧🤧!

Eu quero colocar a Ana num potinho 🤧🤧🤧!

E eu acho que a operação cupido vem de família viu e não apenas Caleb e Richard, não é mesmo, Dona Grace Grey 🤭🤭🤭🤭?

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