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Capítulo - 12

Oi Pessoal!

E mais uma vez estou eu aqui, antes do dia correto de postagens 🤭🤭🤭🤭, mas hoje está completando Mêsversário do meu Bebê na Plataforma, por isso este será um Capítulo Bônus para comemorar essa data, além é claro, para agradecer os 4K de Leituras que Coincidências do Destino alcançou.

Agora, chega de blá, blá, blá não é mesmo? 🤭🤭🤭🤭
E vamos ao que interessa, com mais um capítulo!

Eu entrei na loja com o coração acelerado e com muito medo de perder o meu emprego, mas eu não sabia que o meu Tio estaria com pessoas importantes e ainda mais que elas fossem amigas da Senhorita Parker, mas eu tenho certeza que não fiz nada de errado, eu só queria ver o meu Tio que fazia muito tempo que não via.

Eu acompanho com o olhar as duas Senhoras entrarem no elevador com a Senhorita Parker, para irem à área VIP da Loja, enquanto o meu Tio fica do lado de fora, se eu já estiver encrencada, pelo menos vou matar um pouquinho da saudade que eu estava dele e com isso eu olho novamente para o elevador, para ter certeza que ele chegou ao terceiro andar e corro até a porta de entrada.

– Tio Marco. – Ele me abraça agora sem o susto de antes e beija a minha testa.

– Borboletinha, me desculpe, mas naquele momento eu não poderia dar a atenção que você merecia. – Ele se afasta do nosso abraço e acaricia o meu rosto, dando-me um sorriso triste.

– Tudo bem Tio, eu que tenho que me desculpar se o coloquei em problemas. – Ele nega com a cabeça, mas continua sorrindo. – O Senhor trabalha para elas? – Ele me olha em silêncio por um momento, mas logo responde.

– Hoje eu sou Segurança da Senhora Carla, mas antes eu trabalhava exclusivamente para a Senhora Alana.

– Elas parecem ser bem importantes e são muito elegantes.

– É! Elas são. – Ele me responde de forma vaga, mas percebo que está desconfortável com alguma coisa.

– O Senhor está mesmo bem, Tio Marco?

– Estou sim Princesa, mas me conta como foi o seu aniversário? – Ele muda de assunto e eu sei que não me contará o que o incomoda, no entanto eu sorrio ao me lembrar dos meus amigos.

– Apesar de ter sentido a falta do Senhor, foi perfeito. – Eu sorrio ainda mais. – Os meus amigos foram tomar café da manhã comigo, mas acabaram ficando o dia todo. Eu ganhei vários presentes, alguns um pouco exagerados do Caleb e do Richard – Eu faço careta por me lembrar da pulseira e brincos que me deram –, mas foram lindos. E bom, teve um pequeno incidente com a Thaís, mas ficou tudo bem depois.

– Eu sinto muito por isso, Borboletinha. – Ele acaricia novamente o meu rosto. – Um dia você vai entender o porquê de tudo, mas até que esse dia chegue me perdoe. – Eu nego com a cabeça, pois a culpa não é dele.

– A culpa não é do Senhor, Tio. – Ele assente, mas ainda continua triste. – A Tia Ângela já me contou o porquê da Thaís agir assim, mas não se preocupe, eu não me importo com a amargura dela. – Bom, não é de tudo verdade, mas não vou deixá-lo ainda mais preocupado por causa disso.

– Você é muito especial, nunca se esqueça disso. – Eu assinto e ele me abraça novamente. – Agora vá trabalhar, porque a Senhorita Parker não é nada fácil de lidar. – Eu faço uma careta com a forma generosa que ele fala dela.

– Ela é a verdadeira Bruxa má do Oeste, isso sim. – Eu coloco a mão na boca, por ter falado em voz alta e ele gargalha por me ver com o rosto ardendo de vergonha.

– E depois eu quero saber o porquê de você estar trabalhando, se deveria estar apenas se dedicando aos estudos. – Eu reviro os olhos e ele faz cara feia para essa minha mania.

– Tio, eu ficava ociosa praticamente a tarde inteira e, sem contar que a maioria dos jovens trabalha para se sustentar enquanto estudam então não se preocupe que não está me prejudicando na Universidade.

– Mas você não precisa... – Ele não termina de falar por sermos interrompidos por Júlia, que me chama timidamente.

– Desculpe-me atrapalhar Ana, mas a Senhorita Parker pediu para que você levasse Champanhe e uma água para a área Vip. – Reviro os olhos, mas sorrio em seguida por ver que ela fica desconfortável por essa ser a sua função.

– Tudo bem, eu estou indo, obrigada, Júlia. – Ela assente saindo em seguida e eu olho novamente para o meu Tio. – Viu! A Bruxa má do Oeste. – Sussurro e, ele fica sério de repente.

– Qual é a sua função na Loja, Anastásia? – Ele pergunta sério, ainda mais por ter me chamado por meu nome, possivelmente por saber que pelo meu uniforme eu não sou da Copa.

– Eu sou Vendedora, mas já estou acostumada. Ela sempre faz questão que eu a "atenda" quando está aqui, mas na Área Vip é a primeira vez que isso acontece. – Eu fico confusa, pois quem atende a Área Vip é a Andrea, pois nem mesmo a Júlia é boa o suficiente para ir aquele lugar, mas isso são palavras da Senhorita Parker, não minhas. – Mas está tudo bem, Tio, eu realmente não me importo. – Vejo que ela trinca o maxilar, mas respira fundo e sorri.

– Tudo bem, minha Princesa, agora vai.

Ele beija a minha testa e eu o abraço mais uma vez, antes de entrar na Loja e pegar o carrinho que a Júlia deixou pronto para mim, me lembrando de até mesmo ter me esquecido de perguntar do por que ele ter mentido sobre o meu sobrenome, mas em outro momento eu pergunto isso a ele.

(...)

– Com licença, Senhorita Parker. – Empurro o carrinho me aproximando do sofá onde ela está sentada ao lado da Senhora elegante de olhar triste.

– Como sempre incompetente não é Anastásia? Já faz dez minutos que estamos aguardando. – Ela me encara com raiva e eu ignoro, mas sorrio para a Senhora que me olha de forma curiosa. – Anda garota, o que está esperando para nos servir? – Ela estala os dedos chamando a minha atenção e eu pego as taças para entregar a elas.

– Obrigada, Querida, mas eu aceito só uma água, se não se importar? – A Senhora de olhos tristes me pergunta gentil e sorrio, entregando a outra taça para a Senhorita Parker, pegando em seguida a taça com água para ela.

– Eu não sabia que sua loja contratava crianças Vanessa? – Ouvimos a outra Senhora falar assim que sai do provador, me olhando de cima a baixo.

– E não costumo contratar Alana, mas essa daí foi uma caridade que a Marta resolveu fazer e disse que eu não me arrependeria, mas estou tendo as minhas dúvidas.

Ela fala de forma ácida e sinto os meus olhos marejarem, no entanto eu baixo a cabeça para ela não perceber que suas palavras me atingiram e respiro fundo, mesmo tendo vontade de falar que eu faço o meu trabalho com perfeição.

– Cuidado, Querida, quando fazemos caridade criamos a cobra para mais a frente nos dar o bote. – Levanto o olhar e vejo a forma fria que ela olha para a Senhora Carla, que apenas a ignora, no entanto eu me aproximo e lhe entrego a última taça com champanhe.

– Se precisarem de mais alguma coisa é só pedirem para me chamar, com licença, Senhoras.

– Obrigada, Anastásia.

Sorrio em resposta ao sorriso gentil que recebo da Senhora Carla e saio da sala Vip, antes que eu ouça mais alguma coisa que me fará de fato a perder o meu emprego por responder essa Bruxa má linguaruda.

(...)

Março/2019

– Borboletinha! Acorde, você está atrasada. – Escuto a voz da minha Tia e sinto a sua mão acariciar o meus cabelos, mesmo estando com muito sono, eu abro os olhos e me sento na cama.

– Quantas horas são Tia? – Pergunto ainda sonolenta, querendo muito ficar na cama.

– Você está muito atrasada, pois são 06h15min. – Eu arregalo os olhos e pulo da cama, pois preciso entrar na Universidade em uma hora e meia, considerando que o meu ônibus passará em 45 minutos, estou muito, mas muito atrasada.

– Meu Deus, Tia! Eu dormi demais.

Grito já dentro do banheiro deixando inclusive a porta entreaberta, onde começo a tomar um banho rápido, sem tempo para lavar os meus cabelos. Escovo os dentes em tempo recorde e corro para o quarto, encontrando uma calça jeans, uma camisa branca de manga longa e uma jaqueta dispostas sobre a minha cama, onde pego rapidamente uma lingerie e começo a me vestir.

– Ana, eu coloquei o seu uniforme e os sapatos dentro da sua bolsa. – Tia Ângela volta para o meu quarto com a bolsa que levo para a Loja. – Eu passei o seu blazer ontem à noite, pois estava amassado, você não tinha passado mocinha? – Encolho os ombros, pois eu estava tão cansada que havia me esquecido.

– Desculpe-me Tia, ontem eu cheguei tão cansada que nem me lembrei de que tinha que fazer isso. – Respondo enquanto prendo os meus cabelos, calçando em seguida as minhas sapatilhas.

– Eu sei meu Amor, ainda bem que amanhã é sábado e você não terá aula. – Graças a Deus por isso, não vejo a hora das férias chegarem ao fim do mês. – E não se esqueça de que eu irei viajar com a Senhora Sawyer e o Matteo amanhã. – Eu sorrio pela forma que ela fala o nome do filho da Senhora que ela cuida.

– Hum! A Senhora vai viajar com o Matteo, Tia? – Ela me olha envergonhada e eu sorrio ainda mais.

– Você entendeu e... Eu... Eu o chamo assim porque ele não gosta de ser chamado de Senhor, você sabe disso. – Ela desvia o olhar dos meus e começa a arrumar a minha cama. – E anda logo, você não estava atrasada?

– Tudo bem Tia, estou indo. – Me aproximo e a abraço, pois ficaremos 10 dias, longe uma da outra. – Eu vou sentir saudade Tia.

– Eu também, minha Filha e se cuida tudo bem? Não dê importância para as implicâncias da Thaís e qualquer coisa, me ligue.

– Pode ir tranquila, Tia. E aproveite a sua viagem com o Matteo. – Ela me acerta um tapa na minha bunda e eu gargalho do embaraço dela.

– Anastásia! Respeite-me mocinha. O Matteo é só um amigo, além de ser o meu Chefe.

– E os dois são viúvos e fazem um bonito casal. – Beijo a sua bochecha, desviando de mais uma tapa. Pego as minhas coisas e saio gargalhando da carinha indignada dela.

Eu corro para o ponto, chegando praticamente ao mesmo tempo em que o ônibus encosta e, fico pensando em como a minha Tia conseguiu esse emprego, pois quando eu soube que ela havia deixado um currículo se candidatando a uma vaga no Hospital da família do Caleb há seis meses, até pensei se eu deveria ou não ter comentando com o meu amigo sobre isso, pois eu sei que ele procuraria uma forma de ajuda-la, no entanto hoje eu percebo que a melhor coisa que eu deixei de fazer foi isso, pois logo ela recebeu uma ligação de uma Agência de Empregos para cuidar de uma Senhora que tem Alzheimer em estado não muito avançado.

Matteo Sawyer é um homem muito bonito e educado, tem 50 anos e tem apenas um filho que está fora do País há algum tempo e, desde que ficou viúvo, levou a mãe para morar com ele, quando foi descoberto a sua doença, sendo que ela está sozinha há alguns anos, desde que se divorciou do pai de Matteo. Eu já percebi a forma que ele olha para minha Tia, nas vezes que veio deixa-la em casa, quando ela precisou ficar um pouco mais com a Senhora Rute, sendo que a noite, quem cuida dela é o próprio filho, com a ajuda de outra Enfermeira e, não vou negar que torço muito para a minha Tia encontrar um novo Príncipe Encantado para começar uma nova história de amor, pois há 20 anos, desde que perdeu o marido, ela tem se dedicado apenas a filha e a mim.

(...)

– Ai gente, eu não aguento mais esses Professores. – Pietro se joga dramaticamente na cadeira do refeitório. – Sinceramente, vai chegar às férias de verão e as de março não chegam nunca. – Ele deita a cabeça no ombro de Caleb que balança a cabeça em negação.

– Deixa de ser exagerado Pietro, falta só mais duas semanas de aula. – Caleb o empurra fazendo-o resmungar.

– Você fala isso, porque não vai voltar para a Universidade, sendo seu último trimestre de Especialização. – Ele faz um bico e cruza os braços e eu me lembro desse detalhe.

– Pietro eu estou há oito anos, enfiado numa Universidade, você quer mesmo reclamar por ter que passar apenas mais dois anos? – Caleb arqueia uma sobrancelha com o seu sorrisinho debochado nos lábios e o bico de Pietro aumenta.

– Alguém já te falou que você além de bonito e gostoso é também um estraga prazeres?

– Não, mas já me chamaram de coisas piores, ainda mais na cama. – Ele dá o seu sorrisinho cafajeste e eu reviro os olhos batendo em seu ombro.

– Caleb, ninguém quer saber como você é chamado na cama, então nos poupe desses comentários desnecessários. – Eu viro o rosto para eles não verem que fiquei vermelha por ter falado isso e ele gargalha batendo o seu ombro no meu.

– Isso mesmo peste da minha vida, você realmente não precisa saber disso ainda. – Ele fica sério de repente, mas logo começa a rir de novo por me ver de cara feia.

– Palhaço! – Eu deito a cabeça em seu ombro e a informação que não terei mais o Caleb na Universidade me deixa desanimada. – Eu vou sentir a sua falta. – Ele me olha sem entender.

– Do que você está falando?

– Quando retornarmos das férias, você não virá mais para a Universidade. – Ele bufa e revira os olhos.

– Só não nos veremos durante alguns dias na semana, pois irei começar a estagiar no Hospital, mas teremos os fins de semana para nos encontrar, você sabe disso? – Eu assinto, por ser verdade. – E nada me impede de almoçar com vocês algumas vezes durante a semana também.

– Mas não será a mesma coisa. – Eu falo chorosa e antes que ele fale alguma coisa, somos interrompidos.

– Oi gente, o que aconteceu para vocês estarem com essas caras de quem esteve num velório? – Eloise chega junto com William, alternando o olhar em nós três, enquanto puxa uma cadeira da mesa ao lado e sentando-se em seguida.

– Além de eu estar quase louco por ainda ter mais duas semanas de aula, a Aninha está triste porque o Caleb não voltará para a Universidade após as férias. – Pietro responde deitando a cabeça agora no ombro da irmã, que me olha e eu dou de ombros.

– Eu te entendo Ana, pois no próximo ano o William também me deixará sozinha quando se formar. – Ela se aproxima e beija os lábios do namorado que sorri de forma apaixonada para ela.

– Mas continuaremos amigos, mesmo que o tempo seja um pouco mais escasso isso não mudará. – William fala e eu concordo, pois apesar de eu os conhecer a menos de dois anos, eu os amo muito e são todos importantes em minha vida.

– E como está no trabalho Ana? – Eloise pergunta logo colocando um pouco de salada na boca.

– Está tudo bem e, desde que a Bruxa má viajou há dois dias, a Loja está uma paz imensurável.

– Eu não sei como você aguenta aquela mulher Ana. Quando nos encontramos em algum evento ou jantar na casa dos meus pais é difícil de suportar as investidas dela em cima do meu irmão. – Eloise fala e Pietro balança a cabeça concordando, ainda deitado no ombro dela.

– Ela não sabe que o Pietro é gay, sem contar que ela é o quê? Uns 16 anos mais velha que ele? – Não que idade seja um problema, mas aquela mulher é difícil de aguentar.

– Deus me livre! Que nossa Senhora das velhas encalhadas me ajude. – Pietro levanta num rompante do ombro da irmã e faz uma cara desesperada e eu fico sem entender. – Nem se eu fosse hétero eu ficaria com aquela mulher, mas ela fica dando em cima do meu irmão mais velho e não de mim.

– Eu não sabia que vocês tinham outro irmão. – Eles sorriem, mas vejo Caleb revirar os olhos e fico sem saber o motivo dessa reação.

– Temos sim, o Edgar. Ele tem 27 anos, é Engenheiro Naval e, assumiu a Empresa do nosso pai quando se formou há dois anos. – E novamente o Caleb revira os olhos.

– O que foi? Você conhece o irmão deles?

– Conheço sim, estudamos na mesma Universidade em Harvard, ele era colega de sala do meu irmão.

Ele não fala mais nada e mudamos de assunto, mas pelo visto, o Caleb não gosta muito do irmão dos nossos amigos, o que é uma novidade para mim, pois Caleb é sempre amigável com todo mundo.

(...)

Graças a Deus hoje é sábado, mas mesmo eu não precisando levantar cedo para ir para a aula, eu tenho que preparar o café da manhã do Padre Lutero, sendo que ficaremos sem a tia Ângela por longos 10 dias e, mesmo morrendo de vontade de voltar para debaixo das minhas cobertas quentinhas eu levanto-me e após usar o banheiro e escovar os meus dentes, eu caminho para a cozinha e começo a preparar o nosso café, pois precisarei também deixar o almoço pronto antes de ir trabalhar.

A casa está silenciosa, mesmo eu sabendo que o Padre Lutero já esteja acordado, pois ele sempre acorda muito cedo e a Thaís, não deve levantar por agora, pois chegou durante a madrugada, aparentemente embriagada, com as roupas fora do lugar e maquiagem borrada, mas eu apenas fiquei a observando de uma fresta aberta pela porta do meu quarto, sendo que se ela é ferina não estando bêbada, imagina estando? É melhor nem eu pensar nisso.

– Bom dia Filha! – Sorrio ao ouvir a voz do Padre Lutero e percebo que ele está arrumado para sair.

– Bom dia, Padre Lutero. – Recebo a sua benção como todos os dias pela manhã e um beijo na testa. – O Senhor vai sair?

– Vou sim. – Ele se senta e pega uma xícara para beber seu café. – Hoje eu preciso resolver alguns assuntos com o seu Tio Marco, mas por que você se levantou tão cedo assim Filha? Poderia estar descansando.

– E quem iria preparar o café da manhã do Senhor? – Beijo a bochecha dele, colocando um pouco de ovos mexidos em seu prato. – Mas não se preocupe, eu dormi muito bem a noite, estou pronta para mais um dia de trabalho.

– Não precisava Filha, você tem que aproveitar os seus momentos de descanso.

– Está tudo bem, Padre, as férias estão chegando, então eu poderei descansar por três semanas, antes das aulas retornarem. – Ouvimos um barulho vindo do corredor e vemos Thaís entrando na cozinha com uma cara não muito boa. – Bom dia, Thaís. – Eu a cumprimento sorrindo e ela me olha com tédio.

– Bom dia só se for para você e me poupe de ouvir a sua voz, pois eu estou morrendo de dor de cabeça. – Ela se senta e pega uma xícara enchendo-a com café. – E vá pegar um analgésico que estou precisando. – Eu iria me levantar para pegar, mas o Padre segura a minha mão antes que eu o faça.

– Levante você e pegue Thaís, a Ana não é sua empregada e se não tivesse chegado bêbada de madrugada em casa, não estaria com dor de cabeça. – Ela me olha com ódio, mas eu não falei nada para ele. – E não precisa olhar para Ana assim, pois eu vi quando você chegou.

– O que é? Vai ficar regulando a minha vida também, igual a minha mãe? – Ela altera o tom de voz, mas logo coloca as mãos nas têmporas pela dor que deve ter sentido.

– Não, Thaís, eu não vou regular a sua vida, mas não admito que você fale com a Ana como se ela fosse obrigada a te servir.

– Ela é obrigada sim! É o mínimo que ela pode fazer por ter a minha mãe cuidando dela todos esses anos.

– Escuta aqui Thaís... – Ele tenta brigar com ela, mas ela se levanta derrubando o café da sua xícara sobre a mesa e pisando duro, sai de casa batendo a porta ao fechá-la.

– Eu não me importo com o que a Thaís fala Padre, não se preocupe. – Eu sorrio e ele dá um aperto reconfortante na minha mão.

– Você não pode baixar a cabeça para ela Filha, aliás, você não deve baixar a cabeça para ninguém, lembra o que eu já te falei sobre isso? – Eu assinto e sorrio.

– Eu lembro sim Padre, eu sei que não devo humilhar ninguém e nem me permitir ser humilhada, mas o Senhor também me ensinou que eu devo ser generosa e compreensiva, saber escutar antes de falar, desde que isso não me prejudique e sempre saber perdoar. – Ele dá mais um aperto na minha mão e sorri por eu repetir as suas palavras, no entanto ouvimos o celular dele tocar e pela rápida conversa, é o meu Tio Marco quem ligou.

– Filha, eu vou me encontrar no Centro com o seu Tio Marco e, depois iremos até Portland, para buscar alguns documentos que deixei no meu quartinho da Paróquia, mas eu volto ainda hoje. – Ele se levanta e pega o seu chapéu, colocando-o em sua cabeça e eu me levanto para acompanha-lo até a porta. – Fique com Deus e não deixe a Thaís te maltratar até que eu volte. – Ele me abraça e beija a minha testa. – E saiba que eu amo muito você e que nada do que a Thaís te falar é verdade, você é muito especial e importante em nossas vidas.

– Eu também amo o Senhor e fala para o Tio Marco que eu mandei um beijo.

Ele acaricia o meu rosto, sorrindo e sai me deixando na porta enquanto acompanho os seus passos e não sei por que, mas eu sinto um aperto no meu coração, mas deve ser por eu ficar sozinha até que ele volte ou que a Thaís chegue para tentar me provocar.

(...)

Desde que o Padre Lutero saiu ontem que eu não consigo ficar sossegada e como ele disse que voltaria e não voltou me deixou muito preocupada, ainda mais por eu não conseguir ligar nem para ele e muito menos para o meu Tio Marco, mas pelo menos a Thaís voltou para casa e não tentou me provocar.

Eu levanto-me novamente do sofá e abro a porta, olhando que está começando a escurecer e nada deles aparecerem. Eu pego o telefone e disco novamente o seu número e continua desligado, o mesmo acontece com o número do Tio Marco que vai direto para caixa postal.

– Será que dá para você parar de ficar atravessando na frente da TV que está me irritando, Estorvo? – Ouço a voz irritada de Thaís e percebo que eu estou mesmo andando de um lado para outro passando em frente a TV.

– Desculpe-me, é que eu estou preocupada, o Padre disse que voltaria ontem e não voltou. – Ela me olha com sua cara de tédio de sempre.

– Vai ver ele resolveu ficar em Portland, por perceber que é perca de tempo ficar aqui paparicando você. – Ela fala com deboche, mas antes que eu possa falar alguma coisa, o telefone de casa toca e corro para atender, pois pode ser ele.

– Alô, Padre Lutero?

– Boa noite, este número é de algum familiar de Lutero e Marco Rossetti? – Uma voz desconhecida pergunta e meu coração acelera.

– Sim, eles são meus Tios. Aconteceu alguma coisa com eles?

– Senhorita, aqui é do Grey Hospital and Medical Center e os Senhores Lutero e Marco Rossetti sofreram um acidente, por isso precisamos que algum familiar compareça para maiores informações.

– Mas eles estão bem? O que aconteceu? – Sem que eu perceba lágrimas começam a deslizar por meu rosto.

– Nós não temos autorização para falar sobre o quadro clínico dos pacientes, antes que a Senhorita compareça ao Hospital.

– Tudo bem, eu estou indo agora mesmo. Obrigada. – Desligo o telefone e percebo que estou tremendo e olho para Thais que nem se moveu do lugar, mesmo ouvindo parte do que eu falava na ligação. – Thaís, vamos comigo até o Hospital? O Padre Lutero e o Tio Marco sofreram um acidente.

– E o que eu tenho haver com isso? – Ela nem mesmo olha para mim ao fazer a pergunta.

– Thaís... – Eu tento mais uma vez chorosa, mas ela nem me deixa continuar.

– Eu tenho um compromisso com alguns amigos agora, então vá você.

Ela sai da sala me deixando sem reação, no entanto eu chamo um táxi enquanto troco de roupa e coloco um casaco por estar muito frio e, graças a Deus, o táxi não demora a chegar e peço para que ele vá o mais rápido possível. Eu fico pensando o que pode ter acontecido com eles, pois eu sabia que alguma coisa estava errada, eu estava sentindo isso no meu coração e, vinte e cinco minutos depois – o que pareceu uma eternidade na verdade –, o taxista me deixa na porta e após pagá-lo eu entro correndo até a Recepção.

– Boa noite, alguém me ligou daqui do Hospital me informando que os meus Tios sofreram um acidente, onde eu os encontro, por favor? – Pergunto atropelando as palavras, por não estar conseguindo segurar o choro.

– Qual é o nome do paciente?

– Lutero e Marco Rossetti. – Ela digita alguma coisa no computador por alguns minutos, antes de voltar a me olhar, com uma calma que eu não consigo sentir no momento.

– Terceiro andar, no consultório do Dr. Pedro Lancaster, o Médico que fez o atendimento quer falar com algum familiar.

– Obrigada! – Eu saio correndo procurando o elevador e, se irei até o consultório do Médico quer dizer que eles estão bem não é? Eles precisam estar bem.

Eu saio do elevador olhando para os lados, sem saber para onde ir, mas com a ajuda das Enfermeiras eu consigo encontrar o consultório e logo depois de receber autorização eu entro na sala, encontrando um Médico não muito velho – ele dever ser mais ou menos da idade dos pais de Caleb – e, sem demora eu disparo a falar.

– Boa noite, Dr. Lancaster, eu sou Anastásia, sobrinha de Lutero e Marco Rossetti, me ligaram daqui dizendo que eles haviam sofrido um acidente. Eles estão bem? Eu posso vê-los?

– Fique calma, Senhorita. – Ele se levanta da sua cadeira e para na minha frente, mas o seu olhar não me agradou muito, pois me parece ter... Pena, compaixão, eu não sei dizer ao certo. – A Senhorita está sozinha?

– Estou sim, mas eu sou maior de idade. – Esclareço logo, pois ele pode achar que eu não seja. – Onde eles estão? Eu posso vê-los? – Novamente eu faço a pergunta e ele me olha por um momento.

– Senhorita, sente-se, por favor. – Ele pede e assim eu faço. – O Senhor Lutero Rossetti deu entrada aqui sim, mas infelizmente ele já chegou sem vida até o Hospital.

– Co... Como? – Eu sussurro não acreditando no que eu ouvi.

– Eu queria ter uma forma menos direta ao dizer isso, mas infelizmente não há. – Ele me olha e segura a minha mão, por ver que eu recomecei a chorar.

– Mas... O... O que aconteceu?

– Eu não sei os detalhes do acidente, o que eu posso dizer é que o Senhor Rossetti sofreu múltiplas fraturas pelo impacto, mas o que de fato o levou a óbito foi à quantidade de água encontrada nos pulmões. – Eu arregalo os olhos.

– Á... Água nos pul... Pulmões?

– Sim, Senhorita, o carro do seu tio foi resgatado de dentro do Lago Washington.

– Como assim de dentro do lago? E o meu... O meu Tio Marco?

– Eu não sei dizer Senhorita, pois somente o Senhor Lutero e os documentos de Marco Rossetti foram encontrados no local, mas a polícia logo estará aqui para falar com a Senhorita.

Eu não pergunto mais nada e saio do seu consultório sem saber o que fazer, pois eu estou sozinha e a Tia Ângela está muito longe para que eu possa chama-la, no entanto eu pego o celular e ligo para a única pessoa que eu poderei contar no momento.

– Oi, Peste da minha vida! – Caleb atende sorrindo e só em ouvir a sua voz, o meu choro se intensifica.

– Ca... Caleb!

– Ana, o que aconteceu? Onde você está?

– No... No... Hos... Hospital dos... Seus pais! – Eu soluço e tento continuar. – Eles... Ele... Caleb, eu preciso de você.

– Fique calma, estou indo para o Hospital agora, em 10 minutos eu estarei aí.

Eu desligo o celular e fico no lugar, sentindo o meu coração doer e depois de alguns minutos eu corro pelos corredores, entrando no elevador assim que ele abre as suas portas, ouvindo a reclamação de outras pessoas pelo meu rompante, no entanto eu não ligo, eu quero apenas que isso seja mentira, que nada disso seja verdade! Que aquele Médico mentiu para mim e que ele não morreu.

Eu saio do elevador e novamente volto a correr pelos corredores, até encontrar a saída do Hospital e quando eu estou do lado de fora, eu vejo Caleb se aproximando e sem pensar duas vezes, eu me jogo em seus braços, onde eu derramo toda a minha dor. Essa dor que dilacera o meu coração por saber que não terei mais os seus carinhos, os seus conselhos. Uma dor que não me deixa acreditar que de fato seja verdade e que tudo isso não passa de um engano.

Depois de alguns minutos em que estou abraçada ao Caleb na porta desse Hospital, eu respiro fundo e algo está fora do lugar, pois o seu abraço está diferente, o seu perfume não é o mesmo de sempre, o seu toque em meus cabelos está diferente. Eu me afasto e vejo o seu olhar intenso sobre mim, os mesmos olhos cinza que eu conheço, no entanto eu vejo um turbilhão de emoções nunca antes vistas por mim, que mais parece como uma tarde nublada, se preparando para uma tempestade.

A forma que ele olha para mim é como se fosse à primeira vez que estivesse me vendo ou como se não me reconhecesse e não sei por qual motivo, eu sinto o meu coração que já estava acelerado, simplesmente disparar me deixando confusa, pois Caleb nunca me olhou de uma forma tão intensa assim, talvez possa ser pela bagunça que está a minha cabeça, ou pela dor que sinto no meu coração, no entanto quando eu ouço a voz que conheço bem, eu sei que de fato algo está errado.

– Ana!

Olho para o lado aonde veio à voz e vejo o Caleb que conheço muito bem se aproximar, eu olho novamente para o homem a minha frente e me afasto de forma abrupta, por perceber ainda estar em seus braços e agora eu tenho certeza de uma coisa.

Esse não é o Caleb.

Arrasada com esse capítulo 😭😭😭!
Mas tudo acontece no momento que
deve acontecer, lembrem-se disso.

E esse encontro, ai meu Deus!
Acho que agora a coisa vai   ou não 😏😏,
apesar do momento triste que Ana está passando!

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