Capítulo - 108
As adversidades da vida faz com que nos tornemos mais fortes e o tempo nos ensina a amadurecer, aprendendo a ter um equilíbrio entre a razão e a emoção, principalmente depois de eu ter errado tanto com a minha família, tornando-me alguém que não me orgulho em lembrar. Só que eu tive uma chance para poder mudar e reconhecer isso, não esquecendo o passado, pois ele nunca poderá ser esquecido, mas sim superando para seguir em frente, redimindo-me e fazendo sempre o máximo para não decepcioná-los novamente.
Por mais que esteja irritado com todo esse mistério e todas as revelações que o Marco resolveu fazer, eu pude conhecer a verdade por trás do passado da família da minha noiva e saber que não apenas ela, mas o seu pai e também o seu avô são vítimas de algo que não têm culpa, o que só me prova a capacidade que o ser humano tem em ser ambicioso e cruel apenas para ter o poder que o dinheiro pode dar a alguém, distorcendo verdades e sacrificando vidas, independente de serem inocentes ou não, no processo.
Mas as palavras do Marco sendo ditas com tanta tranquilidade que "A Anastásia foi vendida em um leilão" fica girando em minha cabeça como um eco sem sentido, o que me deixa sem reação por um momento, esquecendo completamente a razão e a frieza que preciso para lidar com essa situação e entender exatamente o que está acontecendo aqui.
Porém assim que olho para Richard e os demais presentes na sala, faz-me perceber que ninguém está surpreso com essa revelação absurda, sendo que a Anastásia e eu somos os únicos que não tínhamos conhecimento desse fato. E a prova disso é o olhar cauteloso e também culpado que ele direciona a mim, fazendo-me questionar até que ponto eu posso realmente confiar no meu irmão, quando ele deveria ter me contado algo tão sério quanto isso.
Uma situação de merda que poderia nos pegar de surpresa e em momento algum eu saberia o que de fato estaria acontecendo, colocando em perigo não apenas a minha noiva, mas também os meus filhos, que ainda estão se desenvolvendo no ventre da mulher que amo, quando ele prometeu que jamais mentiria ou esconderia algo de mim.
- Eu devo ter entendido errado, poderia repetir Marco? - Friamente e entredentes faço o questionamento, fazendo o meu irmão dar um passo a frente, do qual eu nem percebi o momento em que se levantou do seu lugar.
- Christian...
- NÃO! O seu momento de me falar sobre isso, já passou Richard, então não quero ouvir o que tem a dizer. Não agora! - Ele engole em seco e assente, mas paro e penso por um momento, olhando para Taylor que sempre garantiu que sinceridade era uma das suas qualidades. - Aliás, não quero ouvir nada de nenhum de vocês. Então a minha conversa é com o Marco.
- Sinto muito que tenha descoberto isso assim, Christian, ainda mais com a Anastásia estando presente, mas não há outra forma de resolver essa situação, sem que você saiba realmente à razão para que eu precisasse aparecer agora.
- Irei repetir caso não tenha entendido antes, Marco, mas estou pouco me fodendo para as suas razões, porque independente de quais sejam, a Anastásia não será entregue a caralho de Comprador nenhum. - Dou uma risada fria, negando com a cabeça. - Muito me admira você, que se diz ser como um pai para a Anastásia, cogitar essa ideia absurda de entregá-la a um desconhecido. - Volto a negar com a cabeça, não acreditando realmente que estou ouvindo isso. - Um desconhecido doente que compra um ser humano em um leilão. EM UM LEILÃO, PORRA!
Não consigo mais me conter e acabo explodindo, fazendo com que a Anastásia se assuste e acorde do estupor que a notícia a provocou, e percebo que lágrimas deslizam por seu rosto, enquanto encara o tio que permanece em silêncio, assim como os demais.
- Eu nunca fiz nada a ninguém, sempre fiz de tudo para ser uma boa menina, sendo honesta e íntegra como me ensinaram a ser, para no fim eu ser reduzida a isso? A uma mísera mercadoria?
Tentando controlar a raiva que me domina, envolvo-a em meus braços, após ouvir a decepção em sua voz embargada e isso me deixa ainda mais furioso, por imaginar o que ela está sentindo nesse momento.
- As pessoas conseguem ser vis quando a ambição, a maldade e os valores invertidos sobressaem à decência, Borboletinha. - Marco faz uma pausa e se aproxima, mas não a toca, ficando apenas a olhando com pesar, enquanto ela o escuta com atenção. - A gana por poder, a falta de caráter e a capacidade de se transformar em seu pior a cada dia que passa, faz com que os valores morais sejam esquecidos, reduzindo o ser humano que os cercam apenas a objetos, alguns valiosos e outros descartáveis.
- E pelo visto eu sou um desses objetos descartáveis. - Ela seca o rosto, mesmo que seja em vão, e vejo que além de estar assustada com tudo que ouviu, está também com raiva, mas isso faz o seu tio negar com a cabeça.
- Pelo contrário, Borboletinha, justamente por ser muito preciosa, não como um objeto ou como uma mercadoria, mas por ser a pessoa mais importante da minha vida e que eu jamais colocaria em perigo, que preciso fazer isso.
- O seu conceito de não colocar a Anastásia em perigo está bem distorcido de acordo com que eu vejo Marco. - Pontuo entredentes, ainda me contendo pela Anastásia.
- Não tente me colocar como o inimigo aqui, Christian! - Ele também se irrita, mas não me importo. - Eu venho protegendo a Anastásia durante esses 20 anos e não a colocaria em perigo em hipótese alguma. Mas infelizmente eu preciso usar a cabeça, ser profissional e me ater às oportunidades que tenho para acabar com toda essa história.
- Estamos aqui há mais de duas horas, você contou tudo o que envolve o passado do bisavô da Anastásia, o preço que Lorenzo vem pagando por algo que não é culpa dele, justamente porque os descendentes de um ex-sócio acreditam que têm algum direito sobre um patrimônio que nunca pertenceram a eles, e consequentemente usando isso para prejudicar a minha noiva, mas não falou absolutamente nada sobre quem é o responsável por toda essa situação de merda.
- Essa história é mais complicada do que deveria ser e mais ainda do por que eu precisar levar a Anastásia, por isso você não entende Christian, mas eu...
- Não! Quem não está entendendo é você! - Interrompo-o, afastando-me de Anastásia e ficando cara a cara com ele. - A Anastásia não vai com você para lugar nenhum, Marco. Nem. Hoje. E. Nem. Nunca! - Falo pausadamente e sinto o meu maxilar doer por estar me contendo para não gritar e socar o homem que criou a mulher que eu amo.
- Christian, acalme-se, por favor! - Anastásia segura a minha mão, afastando-me de seu tio, enquanto o encara. - E onde o Senhor entra nessa história, Tio Marco?
- Eu não disse que eles estavam aqui? - Caleb interrompe a resposta de Marco, assim que entra com Akira na sala de reuniões, com o seu sorriso debochado estampado no rosto, mas que o fecha assim que sente a tensão no ambiente. - Certo! O que está acontecendo aqui? - Ele corre os olhos por todos os presentes na sala, arregalando-os assim que vê o Marco. - Puta que pariu! Chamem os Caça-Fantasmas que estou vendo um na minha frente agora.
- Caleb! Agora não! - Richard o repreende, fazendo-o franzir o cenho e alternar o olhar entre mim e Anastásia.
- O que está acontecendo, Christian? E por que você está chorando, Ana?
- Caleb, depois... - Irrito-me com o meu irmão mais velho e o interrompo friamente.
- Nem tente Richard! O Caleb vai ficar e ouvir tudo que for dito! Afinal eu não tenho razões para omitir isso do meu irmão. - Vejo que o atingi com as minhas palavras, mas estou muito irritado para medir o que falo no momento.
- Alguém pode me explicar o que está acontecendo? - Caleb questiona sem o seu humor habitual, enquanto se aproxima, deixando Anastásia entre nós dois, mas a sua atenção se fixa no homem a nossa frente, que nos avalia atentamente. - Marco?
- Como vai Caleb?
- Se essa pergunta fosse feita ontem eu diria que melhor que você poderia estar, mas pelo que posso ver, está tão vivo e bem quanto eu. Mas será que poderia me explicar o que está acontecendo e o porquê da Ana estar chorando? E pelo que posso perceber, não é apenas de felicidade por ver que você está vivo. - Meu irmão fala tão sério quanto a situação exige, fazendo Marco respirar fundo e ficar nos encarando por um momento, iniciando o seu relato em seguida.
- Desde que assumi a identidade de Sérgio Ziegler Júnior, eu tenho ganhado a confiança do Mandante por todos esses problemas, e não me perguntem como isso aconteceu, pois prefiro poupar Anastásia desses detalhes, o que facilitou para que eu ficasse mais próximo do Detentor das informações que preciso. - Mais uma vez ele respira fundo e se senta. - Foi assim que conheci o meu Informante, que também é membro da Sigma, e precisei recuar quando descobri o que estavam fazendo, além de ter conhecimento sobre o tipo de leilões que ocorriam nessa Organização, mas que em breve haveria um produto muito valioso, o que demorou alguns meses para ser divulgado.
- Por qual razão?
Questiono um pouco mais controlado e voltamos a nos sentar com Caleb ao nosso lado, enquanto Akira se posiciona ao lado de Richard, depois de receber um aceno de cabeça dele, dizendo claramente que também deveria ficar e ouvir o que fosse falado.
- A capitação dos "Produtos Humanos" para o leilão geralmente ocorre de acordo com a demanda dos Estabelecimentos que os donos de casas de prostituição têm e com espaços de tempo, para não levantar suspeitas e chamar atenção para a Organização. Porém este produto em questão não era um pedido que alguns fizeram, pois seria um prêmio, mas que estava sendo muito bem guardado. - Ele nega com a cabeça e dá uma risada seca. - Qual não foi a minha surpresa, quando eu recebi a ordem de continuar vigiando o produto e que era a Anastásia? Mas eu não poderia me entregar naquele momento, apenas concordei e fiz o que me foi "ordenado".
- Como alguém é capaz de fazer isso? Tratar uma pessoa como se não passasse de um... Nada. Colocar preço a vida de uma pessoa, quando isso não há preço? - Anastásia pergunta sentida, fazendo-me aconchegá-la em meu peito e Caleb segurar a sua mão.
- Por isso eu não queria que você ouvisse o que eu iria dizer Borboletinha! Porque esse mundo em que eles vivem é sujo, é podre e infelizmente isso não irá mudar, por mais que possamos tentar acabar com o máximo deles. - Ela assente, ciente de como isso funciona, mas não fala mais nada.
- E como você conseguiu se passar por Sérgio Ziegler Júnior e não ser descoberto? - Questiono o que vem me incomodando, desde que o vi quando entrei nessa sala e depois de ele ter revelado a sua verdadeira identidade.
- Resumirei ao máximo para que possam entender, pois sobre isso, nem mesmo o Richard e sua Equipe têm conhecimento. - Assentimos, fazendo-o direcionar a sua atenção para Anastásia. - Você se lembra da última vez que nos vimos Borboletinha?
- Lembro-me, sim. Foi na porta da Loja, no mesmo dia que eu conheci a minha mãe e a minha avó, sem saber quem elas eram, é claro. - Ele assente e sorri de lado, mas vejo algo passar por seus olhos, o que não me agradou em absoluto.
- Naquela época eu já estava sendo "observado", mas não poderia demonstrar que sabia desse fato. Porém no momento que você me abraçou e voltou para falar comigo, a possibilidade de que você poderia ser a filha do Raymond disparou como um alarme para quem ainda acreditava que o bebê havia sido morto há 20 anos.
- Por isso você forjou a sua morte. - Afirmo, e ele assente.
- Como eu havia dito antes, eu precisava tirá-los do rastro da Anastásia, afinal se a única pessoa que sabia de toda a história morresse, não haveria a possibilidade da herdeira de Raymond ser encontrada, o que eles não sabiam é que mesmo se eu tivesse morrido, já tinha deixado tudo preparado para que a verdade fosse revelada, independente do que viesse acontecer com o Lorenzo ou com a Alana.
- Espera! O Lorenzo? Mas o avô da Ana não morreu há 20 anos? - Caleb pergunta confuso, e eu nego com a cabeça.
- Longa história, Caleb, mas depois eu explico direito. - Ele assente e antes que Marco possa continuar Richard faz uma observação.
- A sua ideia era sair do radar para continuar com a sua operação e manter a Ana em segurança à distância, mas como o seu plano não foi bem-sucedido, resolveu assumir a identidade de Sérgio Ziegler Júnior. - Marco apenas assente a afirmação do meu irmão, sabendo que ele não concluiu. - Então devemos presumir que... - Marco o interrompe, sabendo onde ele pretende chegar.
- Eu matei Sérgio Ziegler Júnior, assumi a sua identidade e o corpo encontrado que foi reconhecido como sendo o meu, era o dele.
- Meu Deus! - Anastásia se espanta com a naturalidade que o tio fala em ter matado alguém e aperta a minha mão, fazendo Marco ficar em silêncio por um momento. - Mas... As fotos? A tatuagem e as placas de identificação que o Senhor usava, foram encontradas no corpo. E não foi no lugar do acidente, acontecendo isso apenas um mês depois.
- No momento que o meu carro foi jogado no lago Washington, eu consegui soltar o meu cinto, mas o do Tio Lutero travou, apesar de ter quebrado o braço, sentindo dores pelo corpo e com algumas costelas lesionadas, não perdi a consciência como o Tio Lutero, mesmo que eu estivesse com um corte sangrando na cabeça. - Ele respira fundo e vejo que falar sobre a morte do tio ainda o machuca, além de sentir culpa pelo ocorrido. - Mas enfim, o responsável por ter provocado o acidente, tirou-me do carro, mas não para me salvar e sim para garantir que eu não sobreviveria.
- Por isso o levaram para outro lugar, pois não poderia fazer isso se tivesse testemunhas por perto? - Taylor quem o questiona, fazendo-o assentir.
- Exatamente. No momento que ele me "resgatou", fez questão de pegar a minha carteira com os meus documentos e o celular deixando-os no carro, mas eu já havia acionado ajuda. - Ele olha para Demétrio, que prossegue.
- No momento que chegamos ao local do acidente, lugar da última localização do GPS do carro do Marco, não podíamos fazer mais nada pelo Padre Rossetti, o que fez com que eu buscasse pelo sinal do GPS subcutâneo dele, mas quando o encontramos, Sérgio Ziegler já estava morto e Marco inconsciente.
- Não entrarei em detalhes sobre como ele morreu, mas as dores e a exaustão me fizeram apagar por poucos minutos e assim que recobrei a consciência, ouvimos o celular tocar em algum lugar no corpo, onde havia apenas uma mensagem de texto "Espero que não tenha falhado dessa vez. Qual é a situação do alvo?", observei rapidamente e vi que o diálogo era feito a base de mensagens e sem pensar muito, apenas respondi que o alvo havia sido eliminado e que aguardava novas ordens, seguindo o padrão das mensagens anteriores.
- E assim Marco Rossetti morreu para continuar a dar vida a Sérgio Ziegler Júnior. - Jay que esteve apenas ouvindo afirma, enquanto pega a maleta que mantém a máscara, analisando-a e vejo Akira se empertigar no lugar depois de arregalar os olhos. - Essa máscara é realmente perfeita, foi usado polímeros especiais, que imitam a pele humana, tendo a mesma textura e tonalidade, extremamente fina para uma máscara, e a sensação não é fria quando em contato com o tecido orgânico. - Ele faz as observações testando em sua mão.
- Existem milhares de nanorrobôs, entre as finas camadas desse polímero especial, que são ativados no momento que entram em contato com o tecido orgânico, responsáveis por causar essa sensação da temperatura humana. - Akira responde, chamando a atenção de todos.
- Como você sabe disso, Akira? - Ele me encara e fica em silêncio por um momento.
- Porque quem desenvolveu essa máscara fui eu. - Ele suspira e nega com a cabeça. - Antes que me façam perguntas ou me crucifiquem por algum motivo, eu não tinha conhecimento sobre quem usaria a máscara e muito menos para quê. Apenas fiz o que Falcon-1 me pediu, além de ter feito o GPS subcutâneo que foi mencionado por nosso visitante.
Ele aponta para Demétrio, mas eu apenas assinto e respiro fundo, enquanto conto mentalmente pedindo por paciência, que está a um fio de ser esgotada. Afinal, esse não é o momento para obter respostas do meu primo e do meu irmão mais velho, por isso foco a minha atenção novamente no Marco.
- Então diante a tudo que está nos contando, você teve a confirmação de quem era o mandante por trás de tudo, somente depois de ter assumido a identidade de Sérgio Ziegler Júnior? - Ele nega com a cabeça, dando mais um suspiro.
- Na verdade não, pois eu descobri isso há 5 anos, apenas não podia entregá-lo naquele momento.
- Marco isso não faz sentido! Se você sabe quem é esse desgraçado, pare com esses mistérios que estão apenas complicando ainda mais essa história e acabe de vez com a porra desse problema! - Volto a me exaltar, tendo Anastásia segurando a minha mão, e ele também se altera.
- Mas que droga! Você acha que se eu não pudesse ter feito isso, eu já não teria feito? Você acha que eu fico satisfeito em ter que viver a vida de outra pessoa, enquanto vejo a minha ficar cada vez mais distante, longe de quem eu amo? Se fosse tão simples para ter feito isso antes, Christian, eu mesmo já teria metido uma bala na cabeça desses desgraçados e acabado com qualquer perigo que pudesse envolver a Anastásia, mas eu não posso! Não enquanto eu não resgatar o Lorenzo.
- Então procure outra forma de resgatar o Lorenzo, pois a minha noiva você não vai levar! - Levanto-me por não conseguir mais ficar sentado, fazendo-o passar as mãos no rosto e suspirar exasperado.
- Se eu disse que a levaria, Christian, é justamente por saber que ela não estaria em perigo e que voltaria novamente para vocês e os pais dela o quanto antes.
- Claro! Isso me deixa muito mais tranquilo, mesmo sabendo que a minha noiva vai estar nas mãos de um criminoso que a comprou em um leilão. - Impossível evitar o sarcasmo por ele acreditar que tudo seja tão fácil quanto pensa, ou apenas me tenha como um tolo no momento.
- Espera! O quê? Leilão? - Caleb também se levanta e mais uma vez dou uma risada totalmente sem humor.
- Exatamente, meu irmão! O homem que diz amar tanto a minha noiva, como se fosse pai dela, quer entregá-la nas mãos de um doente que compra seres humanos em um leilão.
- Você está louco, Cacete?! - Caleb também se irrita e Richard se levanta, ficando entre nós dois e o Marco, quando se coloca de pé a nossa frente. - Se isso nunca chegaria a ser uma possibilidade antes, agora que você nem mesmo chegará perto da Ana para levá-la daqui, Marco! - Ele franze o cenho, analisando as palavras do meu irmão gêmeo.
- Há mais alguma razão que faz com que vocês nem mesmo quisessem ouvir sobre o meu plano para que isso acontecesse sem riscos para a Anastásia. - Ele afirma enquanto olha para mim e meus irmãos, depois para Anastásia, que continua sentada, perdida com toda essa confusão. - Por que eu não posso levar a Anastásia, mesmo que eu esteja afirmando a vocês que em momento algum ela estaria em perigo?
- Porque isso nunca vai acontecer. - Falo ainda mais irritado com a insistência dele.
- Por quê?
- Porque ela está grávida, Porra! - Marco dá dois passos para trás, como se fosse atingido por um soco e fica completamente pálido, sentando-se novamente na cadeira.
- Grávida? A minha menininha... A minha Borboletinha está grávida? - Ele balança a cabeça, como se isso fosse demais para que ele pudesse absorver, e eu respiro fundo, esperando mais um surto como aconteceu com o Raymond. - Como isso foi acontecer? - Ele pergunta para ninguém em específico, mas Caleb não perderia a oportunidade de fazer as suas gracinhas.
- Você quer mesmo que o meu irmão explique como que engravidou a Ana, Marco?
Caleb pergunta com um sorrisinho debochado e Akira segura a risada, mas Marco apenas encara a Anastásia que está com as bochechas coradas, depois de ouvir as palavras do meu irmão, enquanto os demais compartilham um silêncio insuportável na sala.
- Eu... Eu preciso de um minuto. - Ele se levanta e sai da sala a passos rápidos.
- Eu vou falar com ele. - Anastásia se levanta também, mas seguro o seu braço delicadamente.
- Você precisa comer alguma coisa e dormir um pouco, Amor. Estamos acordados desde as 03h00 da manhã, depois você conversa com o seu tio. - Ela acaricia o meu rosto, dando-me um sorriso contido e vejo como essa situação a tem consumido. Mas ela nega com a cabeça depois de beijar os meus lábios.
- Eu estou bem e os nossos grãozinhos também, então não se preocupe. - Novamente sinto os seus lábios nos meus, fazendo-me suspirar. - Eu realmente tenho que falar com o meu tio por um momento, mas precisamos ouvir o que ele tem a nos dizer sobre esse plano com o Comprador do leilão e como pretende resgatar o meu Avô, Amor. - Faço uma carranca e nego com a cabeça, tendo uma ideia do que a cabecinha altruísta da minha noiva está pensando.
- Eu sempre respeito às decisões que você toma, por saber que não irá mudar de ideia e que é capaz de responder por si mesma, mas sobre isso não há discussão, Anastásia! Você não vai ser chamariz para que plano nenhum tenha sucesso. Independente do que possa estar passando por sua cabeça, a resposta é não! - Ela dá um suspiro, nega com a cabeça e me abraça.
- Vamos apenas ouvi-lo, tudo bem? - Assinto, vendo-a se afastar e sair da sala, só então eu percebo que estávamos sozinhos com os meus irmãos.
- Christian, nós também precisamos conversar. - Richard se aproxima, mas nego com a cabeça.
- Não, Richard! Nós não temos o que falar sobre isso. - Respiro fundo e me contenho, percebendo o quanto ele está abatido, sem mencionar que deve estar sentido dor, afinal ele não descansou nada depois do "acidente". - Apenas me responda desde quando você sabe sobre isso? - Ele engole em seco e respira fundo, ou tenta pelo menos, tendo vista a expressão de dor em sua face, por causa da lesão em suas costelas.
- Eu recebi o vídeo que o Marco enviou no mesmo dia que você e o Edgar receberam aqueles envelopes. - Apenas assinto, não querendo brigar com ele agora. - Você precisa entender que, se eu não falei nada, foi justamente para não trazer mais preocupações, ainda mais depois de como você ficou recebendo aquele envelope.
- Você tem que parar de me tratar como uma criança, Richard, ou até mesmo como um brinquedo danificado que a qualquer situação pode quebrar.
- Mas você realmente quebra com facilidade, Christian, além de surtar e ficar completamente descontrolado. - Caleb quem fala agora, sem as suas piadinhas e muito sério, e eu não posso discordar sobre isso, afinal, eles têm razão.
- Independente se eu fosse surtar ou não, de querer trazer o inferno para a terra ou não, eu tinha o direito de saber, Richard. - Ele assente e vejo que está se sentido culpado por omitir isso. - Posso entender as suas razões em não ter contado quando descobriu que o Marco estava vivo, além de ter omitido um fato importante que diz respeito não apenas a Anastásia, mas também aos meus filhos, que são apenas grãozinhos em desenvolvimento ainda, mas e se fossemos abordados de alguma forma por alguém querendo receber o seu "produto" arrematado? Eu simplesmente seria pego de surpresa, sem saber o que estava acontecendo?
- Você tem razão, Christian! Eu errei e peço desculpas. Eu não deveria ter escondido isso de você, mas estávamos lidando com a situação, além de saber que o Marco faria até mesmo o impossível para manter os problemas longe da Ana, Só entenda que eu queria apenas poupá-lo pelo menos por um momento ao que se referia a algo que poderíamos cuidar. - Nego com a cabeça, voltando a respirar fundo.
- Posso entender as suas razões, e sei que tudo que você faz é para nos manter em segurança física e também preservando a nossa saúde mental, como sempre foi. E eu respeito isso, assim como o respeito como o meu irmão mais velho. - Ele assente, entendendo o que quero dizer, mas respiro fundo mais uma vez e continuo. - Mas dessa vez, você traiu a minha confiança, quando havia dito que jamais faria isso novamente. O que era compreensível, afinal, o segredo omitido anteriormente era seu, mas agora não, Richard. Agora você omitiu um fato importante sobre a vida da minha noiva. E sinceramente, não sei se poderei continuar a confiar em você se outra situação como essa surgir, apenas por querer me poupar da verdade, acreditando que eu não possa lidar com ela.
- Christian... - Nego com a cabeça o interrompendo.
- Não se preocupe Richard. Está tudo bem, eu só preciso assimilar isso, entender completamente as suas razões, para poder voltar a confiar em você. Mas agora eu só estou... Um pouco decepcionado e acho que tenho o direito de me sentir assim. - Ele assente e fecha os olhos por um momento, abrindo-os rapidamente.
- Sim, você tem! - Ele leva a mão em minha nuca, apoiando sua testa na minha. - Só não esqueça que tudo que eu faço é porque eu amo vocês.
- Eu sei! E também amo você... - Afasto-me e olho para Caleb, que apenas nos observa e recebo um sorriso de lado, ciente do que irei dizer. - Eu amo vocês dois, mas eu só preciso de um tempo. - Ele assente e se afasta completamente. - Eu vou pedir para Lola servir o café da manhã para nós, pois acredito que ainda teremos mais alguns assuntos para tratar com o Marco.
- Graças a Deus! Estou morrendo de fome. - Caleb fala dramaticamente, quebrando o clima estranho do momento. - Eu vou com você, enquanto isso pode me contar que história é essa daquela peste ser a sua noiva, que não estamos sabendo ainda?
Ele passa o braço por meu pescoço e saímos da sala de reuniões do Centro de Comandos, mas nego com a cabeça, ciente que ele está apenas querendo desviar os meus pensamentos dos problemas, que estão nos atropelando mais rápido que poderíamos imaginar.
E apesar de realmente estar um pouco magoado com o Richard, preocupado com tudo que está acontecendo, estou feliz por ter os meus irmãos ao meu lado, pois sei que independente do que vier a acontecer, estarão sempre comigo e me apoiarão, da mesma forma que não hesitarei em fazer o mesmo por eles.
Eita! Parece que o Senhor Irritado está meio furioso 🤭🤭! Sobrou até para o Richard e o Taylor! Mas ele tem razão, pois o irmão escondeu algo de extrema importância - mesmo que a intenção tenha sido boa, mas ainda assim foi errado - e o seu Segurança também não falou nada, quando sinceridade e lealdade foi oferecida no momento da sua "Contratação, não é verdade 😏😏?
Marco precisa mesmo abrir a boca e revelar todos os segredos da caixa de Pandora, pois só assim as pontas soltas poderão ser amarradas e o perigo eliminado e estamos caminhando para isso 😱😱, porém ainda falta ele falar os nomes dos Santos 😏😏, mas paciência que esse Snake sabe o que faz 😏😏.
Akira, seu Japonês Paraguaio - palavras do Caleb e não minhas 😏😏- você realmente entende dos paranauês de nanotecnologia e robótica, hein, Criatura 😱😱?
Mas agora sabendo que a Borboletinha dele está grávida, acho que o Marco vai mudar a direção dos seus planos, não é verdade 😏😏? E o que deu naquela Criatura para sair igual um doido daquele jeito 😱😱?
Santa Madre de Dios, só eu que percebi o quanto o Christian amadureceu 🤧🤧? Que orgulho do ex-Senhor Gelo 🤧🤧- às vezes ele dá as caras, mas tudo certo 😏😏- Se fosse em outra época, não muito distante, socos estaria sendo distribuído a quem quisesse receber e a quem não quisesse também, não é mesmo 🤭🤭?
Mas então é isso, e como ainda estou empolgada, querendo dispensar logo o Marco para resgatar o Vovô Lorenzo e acabar com esses segredos, estarei trabalhando no próximo capítulo amanhã, e assim que ficar pronto eu posto 😜😜! E os meus outros livros que lutem 🥴🥴, afinal, sou apenas uma né 🥴🥴? 💋💋💋
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