Capítulo - 107
A sensação de que está acontecendo alguma coisa não me permite voltar a dormir mesmo que eu esteja cansada. Christian até tentou demonstrar através de seu sorriso, que estava tudo bem e que não era nada importante, mas os seus olhos não conseguiram ocultar o suficiente, o quanto ele também ficou preocupado com o motivo que levou o seu irmão mais velho a bater na porta do nosso quarto, às 03h00 da manhã.
Apesar da curiosidade que está me corroendo por dentro, eu tento ocupar a minha mente pensando em outra coisa e esperar que ele volte para o quarto, assim como disse que faria tão logo conversasse com o seu irmão. Por um momento me pego sorrindo ao me lembrar de que agora eu estou noiva, o que pode ser considerado um ato impensado ou precipitado dado ao pouco tempo que estamos namorando.
Talvez haja a quem julgue que o pedido de casamento por parte do Christian tenha acontecido apenas por eu estar grávida, principalmente se conhecê-lo o suficiente para saber o quanto ele sempre quis ter a sua própria família, ou que ele pudesse estar projetando em mim e em nossos grãozinhos a realização daquilo que a sua ex-namorada interrompeu, quando se submeteu ao procedimento que tirou a sua vida e a do bebê.
E sinceramente eu não me importo com a opinião de outras pessoas e muito menos penso dessa forma, pois somente nós dois sabemos o que realmente sentimos. Somente nós dois sabemos que não precisamos estar juntos por anos, antes de fazermos o que os nossos corações desejam. E eu não tenho a menor dúvida que o amor dele por mim é tão verdadeiro e intenso quanto o meu é por ele.
Poderia acreditar que a forma que vejo o nosso relacionamento seja baseado no quanto eu sempre fui uma sonhadora. Que apesar de ter 20 anos, eu nunca deixei de acreditar que "Contos de fadas" não precisam ser apenas histórias que foram feitas para serem contadas às crianças. Cada um pode viver o seu "Era uma vez", formando memórias, conhecendo a pessoa que está do seu lado. Permitindo-se conhecer cada nuance que compõe não apenas a imagem exterior, mas o que há no interior de quem passamos a conviver e a amar. É interpretar os sinais e respeitar os momentos de cada um.
Não é depender físico ou emocionalmente de alguém e sim completar e aceitar ser completo, não por precisar, mas por querer e desejar estar com aquela pessoa que nos faz tão bem. É somar e compartilhar, mas também dividir seja o tempo, momentos ou situações. É ter apoio, mas também apoiar quando necessário for. É receber a reciprocidade absoluta de toda gama de sentimentos, que faz com que o relacionamento entre duas pessoas possa dar certo. É estar ciente que nem sempre tudo será perfeito, pois até mesmo a imperfeição faz com que não seja apenas um Conto de Fadas clichê, que muitos não acreditam, mas dando-nos a certeza que tudo o que vivemos é mesmo real.
Céus! Eu vou me casar! Quando que eu poderia sequer imaginar que aos 20 anos estaria completamente apaixonada pelo irmão do meu melhor amigo, noiva e grávida de trigêmeos? E conhecendo o nam... O noivo que eu tenho, impaciente e impulsivo como só ele poderia ser, logo estaremos casados com toda certeza.
Mordo no meu lábio e seguro uma risadinha, pois o quanto a minha vida mudou desde que cheguei a Seattle, faz parecer como se eu estivesse vivendo dentro de um livro de romance, porque tudo parece tão surreal que se não fosse eu a pessoa a estar vivendo todos esses momentos e situações, nem sei se poderia acreditar se alguém me contasse que isso seria possível acontecer um dia.
Pego o celular sobre a mesa de cabeceira e verifico a hora constatando que o tempo que passei divagando não foi o suficiente para fazer a hora passar, pois tem menos de 30 minutos que Christian desceu para conversar com o seu irmão. Mas não ficarei no quarto esperando que ele volte, por isso resolvo me levantar e me vestir para procurar saber o que está de fato acontecendo.
Sorrio e cumprimento os Seguranças que encontro pelo caminho de casa até ao Anexo, e no silêncio da madrugada percebo o quanto a mansão parece um forte com tantos Seguranças armados e fazendo a ronda por todo o local. Balanço a cabeça não querendo pensar no quanto Richard é mesmo cauteloso quando se trata em manter a sua família protegida, ainda mais agora quando eu sei que os perigos e as ameaças são mesmo reais e não apenas exagero como acreditava antes.
- O que você está querendo dizer com isso? Quem é você? - A voz irritada e impaciente de Christian faz com que eu pare a mão no ar, no momento que iria bater na porta. - Que porra é essa? - Assusto-me com a mudança em seu tom de voz para alarmado e sem pensar duas vezes entro na sala.
A esperança que o meu tio pudesse estar vivo sempre foi um sentimento que carreguei em meu peito, mas que se apagou assim que recebi a confirmação que o corpo encontrado era mesmo o dele. Mas no momento que os meus olhos encontraram os do homem a minha frente, encarando-me com ainda mais culpa do que eu jamais pude ver antes, traz um sentimento novo dentro de mim, como a raiva por ter sido enganada pelo homem que eu sempre amei como um pai.
Raiva por ter sofrido tanto, acreditando que as mortes dele e do Padre Lutero foram por minha culpa, quando um passado que eu não tinha conhecimento havia retornado para tirar de mim as pessoas que eu amava. Mas então me senti aliviada por saber que uma das pessoas que sempre foi e será importante em minha vida está novamente comigo, dissipando toda a saudade que eu carregava em meu coração.
Sentir o seu abraço, ouvindo a sua voz me chamando de Borboletinha e repetindo incessantemente para que eu pudesse perdoá-lo não permite que as lágrimas parem de deslizar por meu rosto, assim como as suas que caem sem reservas ou vergonha se há alguém presenciando o nosso momento, que foi interrompido pela exaltação de Christian falando com o seu irmão.
E por mais que eu quisesse disparar várias perguntas questionando onde ele esteve e o que fez por todos esses meses, além de querer saber o porquê de ele não ter dado um jeito de me avisar que estava vivo, eu comecei a entender que as respostas não seriam tão simples, quando vi que havia outras pessoas na sala, das quais uma eu já tive contato e a outra está sempre presente nas aulas da Universidade, deixando claro que mesmo que tenha permanecido ausente por um tempo, eu nunca fiquei longe de fato de sua proteção.
Apesar de estar muito feliz em saber que o meu tio está vivo, não pude deixar de me preocupar com o Richard, vendo o seu rosto começando a ficar roxo, um curativo em seu supercílio e uma atadura envolvendo o seu antebraço, além de perceber que ele está sentindo dor quando se movimenta de forma uma pouco mais brusca ou respira profundamente, o que me leva a crer que as suas costelas também estejam machucadas.
Por ora não insistirei em saber o que aconteceu, mas ontem pela manhã, enquanto estávamos no Hospital, ele estava bem, e sinto uma inquietação em meu coração por saber que isso tem a ver comigo e os problemas que acabei trazendo para o Christian e os seus irmãos. Porém deixarei para pensar nessa culpa depois, pois as revelações que o meu tio começou a fazer, deixou-me verdadeiramente preocupada em saber que a situação é ainda mais grave do que eu poderia imaginar, o que por um tempo eu julguei que fosse apenas superproteção dele e não que o perigo fosse mesmo real.
São tantas revelações e complicações que estão fazendo a minha cabeça girar, não imaginando que a bagagem que há por trás do meu nascimento seja tão complexa em um grau que eu jamais seria capaz de cogitar. Mas no momento que o meu tio disse que o que aconteceu há 20 anos, quando ele precisou me salvar de possivelmente ser morta, é apenas uma repetição do que já havia acontecido há 50 anos, e que o meu pai tem uma irmã mais velha me fez entender que o problema realmente não é apenas eu, mas sim algo ainda maior que gira em torno de nossa família, como se houvesse alguém tentando recuperar algo que perdeu ou acerto de contas, só que das pessoas erradas.
E quando penso que a situação não pode ser ainda mais complicada, o que deixou a todos nós em completo silêncio assimilando o peso de tudo isso, e vendo o meu tio deixar o que o sobrecarrega ultrapassar os seus limites e reconhecer que precisará da ajuda do Richard para acabar com toda essa bagunça, conseguiu me deixar ainda mais perdida. Principalmente por pensar o que o meu pai irá sentir quando souber que o seu pai esteve vivo durante esses 20 anos, além de saber que a sua mãe também é um alvo na mira de quem quer tanto nos prejudicar, além da existência de uma irmã que ele nem sequer tem conhecimento.
- Espera! - Chamo a atenção de todos, que ainda permaneciam em silêncio, e o meu tio direciona a sua atenção para mim. - O meu pai precisa saber que tem uma irmã e que o meu avô está vivo, Tio Marco, além de saber que a minha avó também é um alvo em tudo isso. - Ele nega com a cabeça e suspira.
- O seu pai não pode saber nada sobre isso, Borboletinha. - Tento retrucar, mas ele não permite. - Conhecendo o Raymond como eu conheço, ele vai querer confrontar a pessoa errada e isso vai prejudicar toda a operação que venho trabalhando nos últimos 5 anos por revelar algo que até então, ninguém deveria saber. - Nego com a cabeça, por não ter argumentos e muito menos conseguir compreender tudo isso, mas eu confio no meu tio e sei que ele está fazendo apenas o que é melhor para todos.
- Você disse que além da Anastásia, vem protegendo não apenas a Alana, mas também o Lorenzo, porém não entendo o porquê apenas nos últimos 5 anos, quando faz 20 anos que ele supostamente morreu. - Christian quem questiona agora, fazendo o meu tio passar as mãos em seu rosto.
- Porque apenas há 5 anos que eu tenho o conhecimento que Lorenzo Steele esteve vivo por todos esses anos.
- Isso não faz sentido. - Christian nega com a cabeça, tão confuso quanto o restante de nós, menos o meu tio e os seus amigos, é claro. - O Raymond sofre com a morte do pai até hoje, então por que ele não voltou para trazer um pouco de paz ao filho, principalmente quando ele esteve sofrendo com o "sequestro" da filha?
- Exatamente porque o Lorenzo não tem o poder de escolha. Ele não está livre para ir e vir quando bem entender, Christian.
- Você está nos dizendo que durante esses 20 anos, Lorenzo está sendo mantido preso, fazendo a família acreditar que ele estivesse morto? - Richard faz a pergunta, e meu tio assente.
- Exatamente isso, Richard. Lorenzo está sendo mantido em uma Clínica Psiquiátrica, como punição ao que aconteceu a alguém do seu passado. Porém o passado não pertence exatamente a ele, mas sim uma consequência desde a época de Ronald Steele.
- O antigo Sócio da SCP. - Christian murmura, mas alto o suficiente para chamar a atenção do meu tio.
- O que você sabe sobre isso, Christian?
- Nada! Eu apenas levantei uma hipótese com o Raymond sobre tudo que vem acontecendo, se não poderia ser algo relacionado ao passado do Lorenzo, como se alguém estivesse buscando vingança, cobrando uma conta que não é dele. Então questionei a possibilidade de uma possível sociedade que não acabou bem, e ele falou algo sobre o avô ter tido um sócio que começou a desviar dinheiro da SCP. - Ele faz uma pausa, ainda encarando o meu tio. - Ele não sabia nada sobre essa sociedade, mas iria providenciar a documentação para enviar ao Richard, e assim tentarmos descobrir se não poderia ser algum descendente desse ex-sócio querendo recuperar o que acredita que perdeu.
- Quando vocês conversaram sobre isso, Christian?
- Ontem à noite. - Ele responde confuso com a reação do meu tio.
- Merda!
- O que foi Tio Marco? - Questiono vendo-o pegar o celular e ligar para alguém.
- O seu pai não pode encontrar essa documentação, pelo menos não ainda. - Ele para de falar por um momento, e logo responde a quem atendeu ao telefone. - Desculpe-me o horário, mas preste bem atenção no que irei dizer! Raymond deverá pedir alguns documentos sobre o antigo sócio de Ronald Steele e sabendo exatamente como ele é, fará isso assim que chegar a Empresa. Porém ele não pode encontrar nada sobre isso por enquanto. - Ele faz uma pausa ouvindo a pessoa do outro lado da linha. - Exatamente, suma com esses documentos! - Outra pausa e olha para Richard. - Mande entregar para o mesmo endereço que enviou o pendrive... Isso, para Richard Grey. Obrigado.
- Explique-se, Marco! - Richard exige, assim que o meu tio encerra a ligação, fazendo-o pensar por um momento.
- Christian está certo quanto a ser um descendente do ex-sócio do avô do Raymond. - Ele para de falar e me encara seriamente. - Anastásia, tudo que ouvir nesta sala, não poderá ser dito ao seu pai ou a qualquer pessoa em hipótese alguma, está entendendo? - Ele fala tão sério, que me encolho nos braços de Christian, como se eu estivesse levando uma bronca.
- Tudo bem, Tio Marco, apesar de não gostar da ideia de mentir ou omitir isso do meu pai, eu prometo que não falo nada. - Ele assente e sorri de lado, ciente que jamais quebrarei a minha palavra, assim como ele e o Padre Lutero me ensinaram.
- Ronald Steele veio de uma família de classe média, mas como todo jovem, tinha o sonho de ser alguém na vida e se esforçou para alcançar o que pretendia, mas isso não é relevante agora. - Assentimos, e ele prossegue. - Ele tinha um melhor amigo, e depois de muito trabalharem, conseguiram iniciar o próprio negócio, que antes se chamava S&F Petroleum. Mas o tempo foi passando e mais dinheiro entrando na conta, o que aumentou a ambição de Orlando, além de ele ter se envolvido em negócios paralelos.
- Quando você diz negócios paralelos, quer dizer ilícitos? - Christian o interrompe, fazendo-o assentir.
- Exatamente! Mas Ronald descobriu que estava sendo roubado e que o amigo não era mais como antes. Então resolveu acabar com a sociedade e em consideração que tinha pelo amigo, apesar de decepcionado, resolveu não acionar meios legais e ainda comprou a parte dele, devolvendo tudo que ele havia investido na Empresa, que logo passou a se chamar Steele Company Petroleum, a SCP que conhecemos hoje.
- Mas isso não seria motivo para vingança, afinal, esse ex-sócio não perdeu seu capital, além de ter usufruído de uma quantia que não pertencia a ele e continuar em liberdade, mesmo que Ronald tivesse em mãos provas suficientes para que ele pagasse por isso perante a lei. - Richard pontua, mas meu tio nega com a cabeça.
- Não se sabe exatamente o teor da discussão entre eles, pois isso também acabou com a amizade que tinham, e quando isso aconteceu, Lorenzo era apenas uma criança de 10 anos e o pai dele não gostava de falar sobre o assunto. Mas a situação era um pouco mais complicada, pois Orlando passou a ser um homem violento, principalmente quando descobriu que a esposa era apaixonada pelo amigo, o que é irônico, pois ela era prima da Aurora, a esposa do Ronald. - Ele respira fundo e nega com a cabeça. - E depois que ela descobriu que o motivo do afastamento do amigo e também o homem que amava, foi porque Orlando havia roubado a Empresa que antes pertenciam aos dois, e teve conhecimento sobre os negócios ilícitos do marido, começou a perder a razão, indo parar numa Clínica Psiquiátrica, permanecendo em tratamento por 6 anos. Mas por alguma razão, conseguiu fugir da clínica e incendiou a própria casa, onde ela e supostamente as três filhas acabaram morrendo.
- Como assim supostamente as três filhas? - Samantha que estava apenas analisando tudo que era falado, questiona.
- Porque somente a esposa do Orlando faleceu de fato naquele incêndio, mas as filhas conseguiram sair da casa, onde apenas a mais velha teve queimaduras leves, por ajudar as irmãs mais novas. E depois disso mudaram as suas identidades, tendo outro sobrenome, o que passou a fazer parte do plano de vingança do pai.
- Se você sabe de todas essas informações, assim como quem é o responsável que quer fazer mal a Anastásia, por que não acabar logo com isso, pegando de uma vez por todas esse doente? - Christian faz a pergunta, um pouco irritado, e meu tio nega com a cabeça.
- Por que ainda não tenho tudo que eu preciso para encontrar a irmã do Raymond, além de que eu não poderia ter resgatado o Lorenzo sem prejudicar a Alana. Porém parte dessa situação já está resolvida, não sendo mais necessário esperar que a Anastásia faça 21 anos, por isso eu resolvi aparecer agora.
- O que você quer dizer com isso?
- Essa é uma das informações que não posso compartilhar Christian, eu sei que parece fácil devido a tudo que eu relatei, mas na verdade não é, pois como eu disse, há mais pessoas envolvidas que também precisam de proteção, e eu não posso ser descuidado e agir por impulso.
- São 5 anos trabalhando nisso, Marco! Eu posso não entender o grau de dificuldade para ter sucesso nessas operações que vocês falam, mas o que eu não posso também é correr o risco da minha noiva ser prejudicada, quando você tem os meios para acabar com isso o quanto antes. - Christian fala friamente, fazendo-me suspirar.
- Amor, acalme-se e vamos continuar ouvindo o que o meu tio tem para falar. - Faço com que ele desvie o olhar do meu tio, pegando o seu rosto entre as minhas mãos e dando um beijo suave em seus lábios, o que o faz suspirar e assentir.
- Eu entendo a sua preocupação, Christian, mas garanto que eu sou o maior interessado em acabar com tudo isso, ou será que você se esqueceu de que apesar do Raymond ser o pai biológico dela, eu também a tenho como a minha filha? - Ele respira fundo, e vejo que também está irritado, além de cansado com toda essa situação. - E que é justamente pela Anastásia que eu passei por cima de vários dos meus princípios, perdi o meu tio e estou tendo que me passar por outra pessoa para fazer tudo de uma forma onde nenhum inocente seja prejudicado depois que tudo for revelado.
- Compreendo isso, Marco, mas essa sensação de impotência está me matando, além de estar completamente cego sem saber que caminho nós devemos seguir. Principalmente quando você fez parecer que tem tudo sob controle, além de conhecer cada participante desse jogo infame e doentio.
- Você tem razão, eu conheço os jogadores, mas como eu disse, são três filhas que mudaram de identidade e tenho o conhecimento de apenas duas. O que me faz acreditar que a terceira é quem está mantendo a irmã do Raymond longe da família, ou no mínimo sabe onde encontrá-la, pois esse é o trunfo que eles têm para permanecerem à frente do jogo e conseguirem o patrimônio Steele, afinal, Orlando faleceu há 7 anos, deixando tudo nas mãos de seus herdeiros.
Richard que esteve calado por um longo tempo, como se estivesse encaixando algumas peças de tudo que ouviu, parece acordar de seus pensamentos e faz uma troca de olhar com Taylor, Samantha, Jay, Declan e Ravi, que apenas estavam absorvendo todas as informações.
- Qual é o nome completo desse Orlando, Marco?
- Orlando Faulkner.
- Porra!
- O que está acontecendo, Richard? - Christian o questiona, vendo-o passar a mão em seus cabelos, mas quem responde é o meu tio, que dá um sorriso de lado.
- Você e a sua Equipe que acabaram com os Cavalheiros de Lótus. - Ele afirma, fazendo Richard assentir, mas o sorriso do meu tio some e quem faz uma troca de olhar com os seus amigos é ele. - Merda, Richard! Você foi identificado no dia da operação.
- Isso é impossível, Marco! Toda a minha equipe, assim como eu estávamos equipados e usando balaclavas, além de que ninguém que estava presente naquela noite está vivo hoje, e os demais membros estão presos. - Meu tio nega com a cabeça.
- Havia herdeiros não relacionados aos membros dos Cavalheiros de Lótus, Richard. E aquele vídeo do leilão que eu mandei para você, é orquestrado pela nova organização, que é ainda pior que a anterior, conhecida agora como Sigma.
- Que porra vocês estão falando? Nova Organização? Leilão? Que leilão é esse? - Veja o exato momento que Richard fica pálido e seu corpo retesa, assim que Christian pronuncia essas palavras, muito irritado por não estar ciente do assunto.
- Depois falaremos sobre isso, Christian? - Richard responde, sem olhar para o irmão, fazendo-o negar com a cabeça, ainda mais irritado e sinto o seu coração acelerar, por eu estar encostada em seu peito.
- Não! Eu quero saber sobre isso agora, Richard!
- Christian...
- O que mais você não me contou?
Ele fala entredentes e Richard me olha, e sei que é algo relacionado a mim, fazendo-me suspirar e acariciar os cabelos da nuca do meu noivo, tentando acalmá-lo, pois estou sentindo a irritação em seus músculos tensionados abaixo de mim.
- Independente do que seja, Richard, não precisa se preocupar. Depois de tudo que estou ouvindo na última hora, estou preparada para tudo, então pode falar que eu também quero saber. - Um silêncio incômodo tomou conta da sala, mas Taylor chama a nossa atenção.
- Antes de entrarmos nesse assunto delicado, por que você afirmou que o Richard foi identificado, Marco? - A pergunta fez com que a troca intensa de olhar entre o meu noivo e o seu irmão fosse interrompido, e ambos aguardam a resposta do meu tio.
- Como vocês puderam ver naquele vídeo, eu tenho um contato que é membro da Sigma, porém não falarei dele por enquanto. - Taylor assente, e aguarda que meu tio prossiga. - Porém a questão é que quando Percy Tanelli foi preso, ele recebeu a visita do seu suposto Advogado e passou a descrição de um dos homens que invadiram o leilão naquela noite, que apesar de estar totalmente equipado, havia os olhos azuis turquesas que eram bem intensos, e um detalhe que facilitaria para identificá-lo seria a heterocromia que havia no olho esquerdo.
- Merda! - Richard murmura e nega com a cabeça, dando um longo suspiro. - Mas isso não quer dizer que eu fui identificado, Marco, não sou o único homem a ter uma pequena mancha marrom no olho esquerdo.
- Realmente poderia ser descartada essa possibilidade, se eu não tivesse escutado do meu Informante, que o assunto discutido há algum tempo na Sigma, era que um dos responsáveis pela morte de Orlando Faulkner estaria próximo de pagar pelo o que fez. - Meu tio analisa o Richard minuciosamente, dando um suspiro e negando com a cabeça. - Não dispensei a devida atenção ao assunto naquele momento, pois o meu objetivo era outro, mas agora tudo mudou Richard, pois afirmo que é sobre você que estavam falando. - Richard nega com a cabeça mais uma vez.
- Sete anos se passaram, e nunca ninguém veio me cobrar essa conta, Marco. Então não irei me preocupar quanto a isso no momento, mas caso alguém venha, saberei lidar com a situação.
- Porra, Richard! - Christian se irrita mais uma vez e me sobressalto em seu colo, porém ele não deixa que eu me levante. - Você está fazendo de novo, colocando tudo como prioridade e não pensando em sua própria segurança.
- Depois tratarei desse problema, mas agora vamos voltar ao que interessa no momento, Christian. - Ele nega com a cabeça encarando o irmão, mas não contradiz. - O dia está clareando e ainda não concluímos o que temos para resolver, pois preciso saber a ligação da sua visita, Marco, no exato momento em que Taylor, Ravi e Declan estavam verificando aquele galpão. - Meu tio suspira e olha para Samantha.
- Acho que precisaremos de mais um pouco daquele café, Samantha. - Ela assente e se levanta, sendo acompanhada por Jay, fazendo o meu tio suspirar mais uma vez, alternando em seguida o olhar entre Richard, Christian e eu. - Quando eu disse que tinha vindo buscar a Anastásia, é exatamente isso que eu vim fazer.
- O quê?
Christian pergunta entredentes, tirando-me de seu colo e se levantando, mas eu apenas me assusto com o que o meu tio diz, fazendo o meu coração acelerar e um frio estranho passar por meu corpo.
- Anastásia é a chave para que eu possa acabar com esse jogo, e por mais que eu não goste dessa situação, eu preciso levá-la comigo.
- Eu sei tudo que você fez para proteger a Anastásia até aqui, Marco, reconheço e respeito isso. Mas me dê apenas uma razão, somente uma para que eu não quebre a sua cara, apenas por pensar na possibilidade que eu permitiria que você pudesse levar a minha mulher daqui? - A frieza em suas palavras me faz estremecer, e o meu tio se levanta também, mas diferente de Christian que está com os punhos cerrados, ele permanece tranquilo.
- A Anastásia é peça fundamental para que o meu disfarce não seja descoberto e para continuar mantendo-a em segurança, eu preciso entregá-la ao meu Informante, que é o seu Comprador.
- Estou pouco me fodendo para o seu disfarce ou esse Informante, mas que porra você está falando? Comprador de quê? - Meu tio suspira e me olha culpado, antes de fazer uma troca de olhar com Richard, direcionando-o para o meu noivo em seguida.
- Pelo visto você ainda não sabe Christian, mas a Anastásia foi vendida em um leilão.
Ana realmente é uma sonhadora, mas também tem o pé no chão, não é verdade 🥰🥰? Afinal, amar não é depender de alguém, não é esperar que o outro nos complete, mas nos sentir completos porque queremos isso 🥰🥰! É uma via de mão dupla, e não unilateral. Amar não é sofrer, é viver a dois sentindo a plenitude que este sentimento pode nos causar 🥰🥰. Se for menos que isso, saia correndo que alguma coisa está errada 💋💋.
Ainda bem que ela conhece o noivo que tem e está ciente quem logo estará casadinha 🤭🤭.
Eita que o Marco resolveu revelar os segredos ocultos da caixa de Pandora 😱😱! Apesar de ainda compreender que há o que não possa ser dito... Por enquanto 😏😏.
Richard 😱😱!!! Acho que a sua batata também está esquentando, mas veremos isso no livro 2, afinal, ele logo começará a contar a sua história 😏😏.
E alguém dá um "calmantezinho" para o Senhor Estressado, por favor 🤭🤭! Calma, Criatura! O Marco deve ter um plano para tudo isso. Você tem, não tem Marco Rossetti 🥺🥺?
E Anastásia coitada 🤭🤭! Está mais perdida que cego em tiroteio 🤭🤭. Só sabendo que o buraco realmente é mais embaixo 😏😏.
Ah, Marco! Você também não colabora, não é 🙄🙄? Joga a bomba assim em cima do Senhor Surtado, agora aguenta a pressão do homem 🙄🙄!
Preciso focar nos outros livros 🥺🥺? Sim, preciso! Mas me empolguei um pouco mais nesta e já estou trabalhando na sequência desse capítulo, e seja o que Deus quiser! Amém 🤭🤭!
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