Capítulo - 102
Tento processar o que Richard está dizendo com "Connie Helfner está morta", mas no momento a minha única preocupação é o motivo dele estar com esses ferimentos, e por alguma razão o peso em meu peito aumenta, porque algo me diz que isso tem haver com os problemas que eu simplesmente joguei para que ele assumisse.
- Depois falamos sobre isso, mas agora eu quero saber o motivo de você estar ferido assim, Richard? - Coloco a pasta que estava em minha mão sobre a sua escrivaninha e me aproximo, vendo que no seu antebraço também tem um corte, superficial, mas ainda assim é um corte.
- Não precisa se preocupar Christian, parece pior do que realmente é. - Irrito-me por ele ser tão displicente com o próprio bem-estar e pego o algodão e o antisséptico de sua mão.
- Não me preocupar porra nenhuma! Você é meu irmão, Richard! Como eu não vou me preocupar? - Ele dá risada, mas para no mesmo instante, colocando a mão em suas costelas. - Levante-se que irei levá-lo ao Hospital, você deve estar com alguma costela trincada.
- Duas costelas trincadas, mas não há necessidade de ir ao Hospital, pois eu já fui atendido pela Unidade Médica da minha Empresa, onde foi feito uma tomografia. E essa não é a primeira vez que chego com alguma lesão em casa, vocês apenas nunca perceberam. - Ele sorri de lado, e pressiono o algodão embebido com o antisséptico no corte, com um pouco mais de força, fazendo-o praguejar.
- Você sempre se preocupa com a minha segurança, do Caleb, dos nossos pais e agora com a da Anastásia, mas vejo que você não se importa nem um pouco com a sua. - Afirmo ainda irritado, ouvindo-o suspirar. - Que merda, Richard! Eu sei que você é bom no que faz, mas antes de qualquer profissão você é a porra do meu irmão e saber que está se ferindo por estar se envolvendo com os meus problemas me deixa ainda mais irritado, mas só que comigo mesmo. - Ele suspira e segura a minha mão, pegando o algodão e jogando no lixo.
- Christian, não há os seus problemas ou os do Caleb, pois eles sempre serão os meus também, quer vocês queiram, quer não. - Ele fala sério, fazendo-me encará-lo, mas permaneço calado. - É claro que eu me preocupo com a minha segurança, ainda mais agora que serei tio e preciso ver os meus sobrinhos crescerem. - Ele sorri de lado, e não tenho a menor dúvida que os meus filhos terão os melhores tios que eu poderia querer para eles. - Mas infelizmente acidentes acontecem, e não apenas na minha profissão, mas em qualquer outra, então não quero que você se sinta culpado quando estou apenas fazendo o meu trabalho não apenas como um profissional, mas como irmão mais velho também. - Respiro fundo e decido não insistir quanto a isso, pois nisso eu sei que ele nunca irá mudar.
- Qual é a relação daquela Jornalista estar morta com você estar desse jeito? - Arrasto a cadeira e pego a gaze colocando em seu antebraço, passando a faixa em seguida.
- Dominic foi à Magazine Seleta, em Massachusetts, como havíamos conversado na madrugada, mas assim que ele chegou ficou sabendo que Connie Helfner havia se ausentado no sábado para fazer uma viagem, só que antes deixou um pedido a uma amiga, que na madrugada de domingo aquela nota deveria ser publicada. - Ele para de falar por um momento, ajeitando-se de forma mais confortável sentado na cama e vejo o quanto ele está sentindo dor em suas costelas.
- Poderemos conversar amanhã, Richard, você precisa descansar. - Ele nega com a cabeça, pegando um frasco de analgésicos, tomando-o dois comprimidos em seguida.
- Eu estou bem, não se preocupe. - Faço uma carranca para ele, que é prontamente ignorada, mas ele continua a falar. - Dominic se apresentou como um cliente, que queria fazer uma publicação, mas que só faria se fosse com a Connie, por ter sido muito bem indicada devido ao nível de polêmica dos conteúdos que ela costuma publicar. Então essa amiga entrou em contato com ela, depois de saber o valor que iria "receber" e Dominic conseguiu o endereço que ela estaria.
- E onde ela estava?
- Aqui em Seattle. - Arregalo os olhos, mas não o interrompo. - Ela havia dito para essa amiga, que precisava vir ver alguém da família, mas na verdade ela estava numa casa em Snoqualmie, Condado de King, no Subúrbio de Seattle.
- Você acha que ela estava... - Ele assente, interrompendo-me.
- Sim, ela estava esperando à pessoa que a contratou, mas também estava me esperando, pois ficou claro isso quando eu cheguei para conversar com ela.
- Você foi se encontrar com ela? Sozinho? - Questiono alarmado, mas ele suspira frustrado e assente.
- Sim, Christian! Apesar de não estar completamente sozinho, pois Max e Silas estavam comigo, eu preferi ir pessoalmente fazer essa verificação, justamente para não envolver muitas pessoas nessa história, além das que já foram envolvidas. - Apenas assinto, para que ele continue. - Só que a pessoa que a contratou pelo visto não estava com intenção de pagá-la pelos serviços prestados.
- Mas você conseguiu alguma coisa? Quem foi à pessoa que mandou que ela publicasse aquela nota? - Levanto-me, pois ficar sentado está me deixando ainda mais ansioso para saber quem faria isso e com qual intuito, mas meu irmão nega com a cabeça.
- A princípio ela ficou muito nervosa, mas não surpresa quando me recebeu, porém acabou dizendo que não chegou a ver o seu Contratante. Só sabia que era uma mulher e o único contato que tiveram foi através de ligações telefônicas de um número não identificado, onde recebeu as instruções do que deveria fazer. Além de receber uma quantia em dinheiro como adiantamento em sua conta, da qual ela disse que não havia passado nenhum dos seus dados. Quanto ao restante do combinado, ela receberia assim que a nota fosse publicada e que deveria vir para Seattle, para aquele endereço que também recebeu via mensagem.
- Mas... Isso não faz sentido.
- Realmente não faz, ainda mais quando ela disse que a mulher se identificou como Anastásia Steele, a Herdeira do Rei do Petróleo.
- O quê? - Paro de andar e o encaro, vendo-o assentir.
- Essa também foi a minha reação, pois sabemos que isso é mentira, mas antes que eu conseguisse questionar mais alguma coisa, ela recebeu uma ligação, orientando-a a pegar a pasta com o restante do dinheiro, que estaria dentro do armário no quarto. Eu tentei evitar que ela fizesse isso, por saber que aquilo claramente era uma armadilha, e quando ela abriu a porta do móvel, ele simplesmente explodiu e com o impacto eu fui arremessado para longe, ocasionando nessas lesões que você está vendo. - Meu coração para por um momento e sinto a angustia me sufocar.
- Porra, Richard! Você poderia ter morrido! - Ele nega com a cabeça e se levanta, com um pouco de esforço, parando na minha frente.
- Poderia, mas isso não aconteceu, Christian! - Ele suspira, vendo que estou muito irritado. - Vamos focar no que realmente importa sobre...
- Claro! Porque você quase ser explodido realmente não é importante. - Impossível evitar o sarcasmo, mas respiro fundo passando a mão em meus cabelos e agradeço mentalmente por ele estar bem, mesmo que ainda esteja machucado. - Desculpe-me, Richard, mas... Saber que para manter a mulher que eu amo em segurança, você precise colocar a sua vida em risco realmente não me agrada, principalmente quando eu não sei o que devo fazer para evitar que as pessoas que eu amo se machuquem.
- Essa é a questão, Christian, não há como prever se ou quando poderemos nos machucar, principalmente quando não sabemos com quem estamos lidando. - Assinto por saber disso, e ele volta a se sentar, induzindo-me a fazer o mesmo a sua frente. - Retomando ao assunto, quando eu estava com a Connie, enquanto atendia a ligação, algo no que ela disse me deixou em alerta, pois ela me olhou e disse que não havia dito nada, a não ser o combinado, que só queria o dinheiro para poder ir embora.
- Você acredita que alguém estava vigiando a casa?
- Eu tenho certeza que sim, como também eles tinham certeza que eu estava com a Connie. E eu entendi que aquela bomba foi muito mais do que um meio para eliminar uma possível ameaça, mas um meio de me "avisar" para não me meter num assunto que não me dizia respeito.
- Como você pode afirmar isso com tanta convicção, Richard?
- Christian, a intenção de publicarem aquela nota, não foi apenas para anunciar que a Herdeira Steele foi encontrada, pois no fim de semana o anúncio oficial seria feito de qualquer forma, mas queriam saber o quão rápido medidas para descobrirem o responsável seriam tomadas. A Connie foi apenas um peão no jogo que poderia ser facilmente eliminado, pois se quisessem me matar, não teriam colocado apenas uma bomba direcionada ao alvo, mas sim explodiriam toda a casa, pois mesmo que eu estivesse usando roupas táticas, elas não seriam o suficiente para impedir que uma explosão me matasse, então só queriam me dar um aviso. E ainda irei além ao afirmar que isso não tem nada a ver com o seu passado e do Edgar.
- Então você está me dizendo que quem fez isso, tem a ver com o que aconteceu há 20 anos? Que isso é realmente o passado do Raymond ou do Lorenzo que está voltando para terminar o que começou quando Anastásia nasceu?
- Infelizmente sim, Christian. E aquela ameaça enviada via mensagem, foi apenas um aviso, e posso afirmar que foi a mesma pessoa que contratou Connie Helfner, além de estar mais perto do que possamos imaginar, conhecendo-nos o suficiente para saber que faríamos qualquer coisa para proteger a Ana.
- Meu Deus, Richard! Mas por que querem fazer isso? Ainda mais com uma inocente como a Anastásia? - Volto a me levantar e me lembro da conversa que tive com Raymond após o jantar. - Conversando com o Raymond hoje, descobri que o avô dele teve um Sócio que tentou roubá-lo no passado, mas que invés de denunciá-lo, apenas restituiu o Capital que ele havia investido e desfez a sociedade. - Richard fica pensativo por um momento e consigo ver que está tentando encaixar as peças que faltam nesse quebra-cabeça.
- Compreender as razões de uma pessoa é impossível, mas essa seria uma boa razão para uma vingança. - Ele fala mais para ele do que para mim, antes de voltar a me encarar. - Eu preciso dos dados desse antigo sócio do avô do Raymond, pois sabendo o histórico dele e o de seus descendentes, poderemos confirmar ou descartá-los como suspeitos.
- Raymond irá providenciar o quanto antes e enviará para você. - Ele assente e volto a me sentar, pegando a pasta e entregando a ele. - Você se lembra de eu mencionar o imóvel nos fundos da GRS, mas que não estávamos conseguindo encontrar o Locatário para fazer a rescisão do contrato? - Ele apenas assente, abrindo-a. - Melissa encontrou esses dados, mas algo não bate em tudo isso, Richard, pois o endereço do local que deveria ser o seu antigo Escritório, na verdade é uma Residência que fica em Fremont, mas se você observar o endereço vai perceber que a casa fica ao lado da que Anastásia morava. - Ele analisa os documentos e franze o cenho.
- Christian, pegue o meu laptop, por favor! - Faço o que pede, e rapidamente ele começa a digitar algo.
- O que você está procurando, Richard?
- Antes de sabermos que a Ana era a filha do Raymond, eu havia pedido para ele me enviar a lista de todos os seus funcionários, os atuais e os de 20 anos atrás. - Ele responde enquanto digita freneticamente, voltando a franzir o cenho. - Isso não faz sentido.
- Gostaria de compartilhar ou terei que adivinhar sozinho, o que você está querendo dizer? - Questiono impaciente, fazendo-o sorrir de lado e negar com a cabeça.
- Sempre tão paciente, meu irmão. - Ignoro a sua ironia, mas ele vira a tela do seu laptop para que eu veja. - Sérgio Ziegler era um dos Seguranças que fazia parte do quadro de funcionários do Lorenzo, mas deixou a função há 20 anos, e segundo os registros, estaria se mudando para Luisiana, no Golfo do México. - Quem franze o cenho agora sou eu.
- Certo. E por qual motivo ele alugaria um imóvel apenas para deixá-lo fechado? - Faço a pergunta, não esperando necessariamente essa resposta, obviamente.
- Eu tenho certeza que não foi ele, Christian.
- Explique-se! - Ele volta a digitar algo por mais alguns minutos, retornando à tela em minha direção.
- Desde que ele pediu demissão e embarcou para Luisiana, não há nenhuma movimentação dele, mas dois meses depois, a esposa registrou um boletim de desaparecimento, só que Sérgio Ziegler nunca foi encontrado, tendo como pressuposto que ele estivesse morto.
- Como você... - Penso por um momento, lembrando-me que além de ser um Ghost, ele tem um excelente sistema de buscas, fazendo-me balançar a cabeça em negação. - Esqueça! Mas sinceramente não estou conseguindo encontrar uma conexão para essas "coincidências", Richard, porém Anastásia me disse que a pessoa que atendeu a Melissa era uma mulher, afirmando que esse Sérgio Ziegler havia desaparecido há quase quatro meses, então ele de fato existe ou existia, já nem sei mais o que pensar. - Novamente ele fica pensativo, retomando as suas buscas em seu laptop.
- Não sei se a conexão desses acontecimentos são realmente coincidências, Christian.
- Como assim, Richard? - Fico confuso, vendo-o ficar extremamente sério, quando encontra o que procurava.
- Sérgio Ziegler pediu demissão justamente no dia que a Ana nasceu e resolveu se mudar de Estado, mas depois nunca mais foi visto. Mas então 20 anos depois um novo suposto Sérgio Ziegler aparece, tem uma casa ao lado da que a Ana morava, aluga o imóvel próximo ao local de trabalho dela, só que coincidentemente ele desaparece justamente na mesma época em que o Padre Lutero e o Marco sofreram um atentado e morreram. Porém sabemos que o Marco não morreu no acidente, afinal, alguém o resgatou, apenas para eliminá-lo depois, para ter certeza que não houvesse a possibilidade dele sobreviver. - Arregalo os meus olhos e sinto o sangue gelar em minhas veias.
- Você está querendo me dizer que essa pessoa esteve perto da Anastásia por todo esse tempo? E pode ter sido o responsável por tentar matá-la 20 anos atrás, mas por não ter conseguido, esperou o momento certo para matar o Marco, além de dar um aviso a você apenas para garantir que a sua vingança, que ainda não sabemos o motivo, obtenha êxito? - Ele pondera as minhas palavras, mas percebo que ele não acredita em todas essas possibilidades, porém algo que foi dito antes, chama a minha atenção. - Por que você disse "um novo suposto Sérgio Ziegler", Richard?
- Eu posso estar errado, o que acho pouco provável nesse caso, mas estamos falando de duas pessoas distintas aqui, Christian. - Não falo nada, apenas aguardo quando ele volta a digitar freneticamente, parando apenas para pegar a pasta e folheá-la. - Sérgio Ziegler, o Segurança do Lorenzo, teria hoje 71 anos e segundo os dados fornecidos neste contrato, o Locatário tem 46 anos, apesar de não ter nenhum documento pessoal anexado a esta pasta, porém... Droga! Como eu não pensei nisso antes?
- O que foi Richard? - Ele ignora a minha pergunta, fazendo uma nova busca.
- Eles não são a mesma pessoa de fato, Christian, porque Sérgio Ziegler e Sérgio Ziegler Júnior são pai e filho.
- O quê?
Novamente ele volta a me ignorar, deixando-me irritado e começando a sentir uma dor de cabeça infernal, com todas essas informações. Pega o seu celular, que vejo ser um novo aparelho e não quero nem imaginar o que aconteceu com o outro naquela explosão, discando para alguém, aguardando apenas alguns segundos.
- Taylor, ligue para o Ravi e o Declan e diga para eles irem ao imóvel que fica nos fundos da GRS, precisamos descobrir o que há naquele galpão ainda hoje. - Ele fica em silêncio por um momento. - Sim, imaginei isso! Mas não se preocupe que ligarei agora para o Augusto e pedirei que envie o Derek com reforços. Estou enviando a você também, neste momento, a ficha de Sérgio Ziegler Júnior, peça para o Jay fazer uma busca e tentar localizá-lo. - Ele para de falar novamente, ouvindo o que Taylor diz do outro lado, e isso o faz sorrir de lado e negar com a cabeça. - Eu estou bem, Taylor, apenas dolorido por causa da pressão do impacto e com uma leve dor de cabeça, mas além das costelas nada mais grave aconteceu. Certo! Obrigado, e assim que entrarem no galpão me avise.
- Pode me explicar o que está acontecendo, Richard? - Questiono assim que ele desliga, mas novamente ele liga para alguém, ainda sem me responder nada.
- Boa noite, Augusto! Não, nada de explosões ou corpos agora, mas eu preciso que você me faça mais um favor. - Ele para de falar por um momento e me encara. - Não se preocupe, eu sei exatamente os riscos, mas o meu irmão adquiriu recentemente uma Empresa e junto a ela tem um galpão, que tecnicamente estava alugado, porém nunca foi feito um único pagamento, além do Locatário aparentemente estar desaparecido há quase quatro meses, e eu preciso saber o que há nele... Sim. Apenas medida de Segurança... Isso o Derek, eu prefiro que seja ele, por estar ciente do caso... Exatamente! O Taylor... Certo, Augusto, eu ficarei lhe devendo mais uma. Obrigado. - Ele encerra a ligação e suspira, massageando suas têmporas, antes de me encarar. - Christian, eu preciso que você ligue para a Vanessa Parker e marque uma reunião com ela.
- Você só pode estar de brincadeira, não é? - Ele suspira e nega com a cabeça. - Richard, se existe algo capaz de deixar a Anastásia extremamente irritada comigo é saber que há a menor possibilidade de eu encontrar com essa mulher, ainda mais sendo eu a ligar convocando-a para uma reunião.
- O que é compreensível da parte da Ana, mas esses contratos foram assinados quando a GRS ainda era Parker Dress For Less, Christian. Você não acha estranho, que uma mulher gananciosa como a Vanessa, alugasse o seu imóvel e não recebesse absolutamente nada por ele?
- Sinceramente, levando em conta que a Vanessa era uma péssima Gestora, que aparentemente não tinha controle de suas finanças, nada seria impossível. - Respiro fundo e relaxo na cadeira, completamente cansado desse dia. - Mas você tem razão, algo está fora de contexto, com todas essas "coincidências" que nos cercam.
- Marque com ela, que estarei presente, não deixarei você sozinho com aquela mulher, mas agora vá descansar que farei o mesmo. - Assinto, e ele fecha a tela do seu laptop, dando-me um sorriso de lado. - Depois retomaremos a este assunto, assim que eu obtiver algumas respostas, mas não fique pensando nesses problemas. Aproveite para descansar o máximo que puder, pois dentro de alguns meses, você não terá tempo de fazer isso, afinal, serão três bebês em adaptação conhecendo o mundo fora da proteção do ventre da mamãe. - Sorrio o que é inevitável sempre que meus filhos são mencionados, mesmo tendo ciência que eles ainda são de fato grãozinhos em desenvolvimento.
- Não vejo a hora de isso acontecer, Richard. - Ele sorri amplamente, assentindo. - Apesar de termos todos esses problemas, eu não poderia estar mais feliz em saber que serei pai e que dentro de alguns meses terei os meus filhos em meus braços. - Ele se levanta, e eu faço o mesmo, recebendo o seu abraço, mas ouço o seu murmúrio de dor, fazendo-nos afastar, porém ele mantém uma mão em meu ombro.
- Você merece ser feliz, meu irmão, principalmente por ter agora uma mulher que realmente o ama, realizando aquilo que você tanto sonhou que era ter a sua família. - Sorrio e coloco a mão por cima da sua.
- Eu estou iniciando a minha família, mas você logo terá a sua também, meu irmão. - Ele sorri de lado, afastando-se, voltando a se sentar na cama.
- Quem sabe um dia, mas agora vá descansar!
Apenas assinto ciente que esse assunto ainda o incomoda, mesmo que eu não saiba o que aconteceu entre ele e a Isabella no passado, para deixá-lo tão magoado como ficou, apesar de nunca ter permitido que isso o afetasse... Ou talvez tenha afetado de alguma forma.
Porém ele tem razão, os problemas existem, não há como fugir deles, pois eles sempre nos encontrarão, mas irei para o meu quarto, descansar ao lado da minha família, até porque a história do meu irmão, também será contada por ele, quando o momento certo chegar.
[...]
Depois de pensar um pouco, sem conseguir pegar no sono, cheguei à conclusão que esse suposto Sérgio Ziegler não esteve por perto da Anastásia durante todo esse tempo, até mesmo porque ficou claro que o Marco era extremamente protetor em relação a ela e jamais deixaria alguém que representasse a mínima ameaça ao seu lado.
Por outro lado, não posso descartar nenhuma possibilidade, afinal, se tentassem eliminá-la, antes que o Raymond pudesse reencontrá-la, não teria o mesmo impacto em fazê-lo sentir a dor de saber que reencontrou a sua filha para perdê-la logo em seguida, mas de forma definitiva. Céus! Estou ficando ainda mais paranoico, assim como o meu irmão que enxerga situações em cada palavra que dizemos a ele.
Sinceramente eu não queria ficar pilhado pensando apenas nos problemas. Eu queria conseguir me ater somente nos momentos que passei a viver, desde que conheci a Anastásia e soube o que era realmente amar e ser amado. Além de estar recebendo os melhores presentes que eu sequer poderia desejar receber. Ainda assim, eu não consigo fazer a minha mente entender que mesmo com a tempestade, que inevitavelmente irá nos alcançar, conseguiremos enfrentá-la e superar qualquer adversidade.
Tudo isso, justamente por sentir o medo me assombrar, sempre que penso nas ameaças, nesse psicopata que eu queria muito saber quem é e resolver de uma vez por todas essa situação, além do passado do Raymond que insiste em cobrar uma conta de quem não deveria cobrar. Então as palavras dos meus irmãos vêm a minha mente, quando a notícia que eu seria pai foi confirmada, pois hoje eu sou um homem e tenho que agir como tal, não podendo mais perder o controle e simplesmente surtar.
Eu preciso manter a mente sã e me convencer de uma vez por todas que não sou apenas eu agora - apesar de nunca ter de sido de fato, pois a minha família sempre esteve comigo -, porque tenho uma namorada, o que espero que em breve seja a minha esposa, e três bebês a caminho que precisarei sempre proteger. Que eu preciso ser não apenas a base, mas o espelho, o modelo que no futuro eles terão orgulho em dizer "aprendi com o meu pai".
Chega de autopiedade! Chega de incertezas! Chega de ser movido pelo medo e pelas inseguranças! Chega de ser um fraco que se abala até mesmo com uma mensagem! Chega de ser como eu venho sendo durante todo esse tempo! Afinal, eu tenho ao meu lado uma mulher, apesar de muito jovem, que é um verdadeiro exemplo de força, coragem e determinação. Se eu tenho algo a ensinar ao amor da minha, poderei e irei aprender tudo que ela também tem para compartilhar, e é isso que irei fazer a partir de agora, sem hesitar.
- Estou conseguindo ouvir as engrenagens da sua cabeça funcionando a todo vapor daqui, Christian. - Sorrio ouvindo a sua voz sonolenta, e a aperto em meus braços. - O que está deixando-o tão pensativo assim, a ponto de não conseguir dormir?
- Apenas me dei conta que eu sou um homem abençoado por ter tudo que eu sempre desejei bem aqui nos meus braços. - Ela levanta a cabeça do meu peito, ligando a luz do quarto e me olhando atentamente, mas faço com que se deite na cama, permanecendo com o meu corpo parcialmente sobre o seu. - Eu tenho o amor de uma mulher maravilhosa e que eu também amo de uma forma que é impossível dimensionar. Além de estar recebendo a dádiva de ser pai. Tendo três misturinhas nossas, que estão sendo geradas bem aqui. - Toco em sua barriga, local que passou a ser ainda mais precioso para mim, fazendo o amor em meu peito aumentar ainda mais. - E, eu prometo a vocês quatro, que serei um pai e um marido que sempre poderão contar, não apenas amando-os, mas protegendo-os com tudo que há em mim. - Seus olhos marejam, mas um sorriso amplo desenha os seus lábios.
- Eu acho que você quis dizer um namorado que eu amo tanto e um pai maravilhoso que eu sei que você será não é? - Nego com a cabeça e acaricio o seu rosto.
- Não quero mais ser apenas o seu namorado que será o pai dos seus filhos, Anastásia. - Ela arregala os olhos e deixa o seu sorriso sumir. - Eu quero ser o seu noivo, apenas por pouco tempo, é claro, pois o que quero realmente é ser o seu marido. O seu companheiro, o seu porto seguro e o seu melhor amigo, mesmo que eu precise disputar essa posição com o meu irmão gêmeo. - Ela dá risada e nega com a cabeça.
- O seu irmão sempre será o meu melhor amigo e muito especial para mim, pois foi através dele que encontrei você. - Sorrio de lado, sentindo a sua mão acariciar o meu rosto. - Mas você sem dúvida é muito mais do que o meu melhor amigo, Christian, pois você é o amor da minha vida, além de ser o meu porto seguro antes mesmo que eu percebesse que o amava. - Selo rapidamente os nossos lábios, sentindo a euforia me dominar por ouvir as suas palavras.
- E você é o meu mundo, Anastásia. - Ela sorri tímida, mas continuo depois de engolir um nó que está querendo se formar em minha garganta. - Eu sei que não sou muito paciente, além de muito impulsivo, porém se há algo que eu tenha ainda mais certeza, do que o meu amor por você e por nossos grãozinhos que estão se formandos em seu ventre, é que a quero como a minha esposa.
- Christian.
Vejo lágrimas deslizarem pelas laterais do seu rosto, mas sem deixar de dar o sorriso doce que sempre me encantou, desde a primeira vez que o vi delinear os seus lábios. Incentivando-me a continuar e desejar pela primeira vez, fazer esse pedido a uma mulher, mas não a qualquer mulher, e sim a que eu amo com todo o meu ser.
- Por isso, mais uma vez, o que parece estar se tornando um padrão em nosso relacionamento, não tendo um jantar romântico no melhor Restaurante de Seattle e não estando vestidos apropriadamente para a ocasião. Permanecendo em nosso quarto, prontos para dormir, eu preciso saber se você aceitaria esse homem descontrolado, que vive com a paciência sempre a um fio de perder a sanidade. Além de ser cheio de defeitos, por vezes inseguro e outras mal-humorado como o seu marido e sendo não apenas a mãe dos meus filhos, mas também a minha esposa? - Ainda sorrindo entre as lágrimas, ela assente, fazendo o meu coração acelerar ainda mais dentro do peito.
- Sim, Christian! Eu aceito ser a sua esposa. - Tento assimilar as suas palavras, tentando entender se eu realmente ouvi direito, precisando mais uma vez confirmar.
- Você aceita se casar comigo, Anastásia?
- Sim! Sim! Sim! Eu aceito me casar com você!
Sorrio, espelhando o seu e mergulho em seus lábios, sentindo o sabor doce que me embriagou e o calor que alcançou o meu coração, quando eu ainda acreditava que jamais seria capaz de amar e muito menos de ser amado. Sinto o seu toque que me aquece a pele como brasa a descongelar até mesmo o último resquício do gelo que por muito tempo dominou a minha alma.
- Você... Você está bem? - Questiono ao me afastar, ofegante, mas ainda sedento por mais.
- Melhor do que nunca! - Volto a sorrir, mas agora de forma perversa, vendo o seu rosto corado e suas pupilas dilatadas.
- Ótimo! Porque agora eu preciso fazer amor com a minha noiva. - Sento-me em meus calcanhares, pegando em suas mãos para se sentar na cama, mas ela nega com a cabeça, deixando-me confuso.
- Poderemos fazer amor depois, porque agora... - Ela se ajoelha na minha frente, retirando a sua camisola, permanecendo apenas com uma calcinha de renda fina e delicada. -... Eu quero que você me foda... Duro, fundo e sem preliminares. - Solto um grunhido excitado, trazendo o seu corpo de encontro ao meu, fazendo-a sentir o quão duro estou por ela, ainda mais ouvindo as suas palavras.
- Não me provoque Anastásia! Estou tentando ser o mais delicado possível, sem libertar a besta que insiste em sair da jaula. - Ela sorri de forma provocante, apenas quando estamos em nosso quarto, deslizando a mão em meu peito, até alcançar o meu pau, apertando-o e me fazendo gemer sem controle.
- Liberte-se, meu Amor e me faça sua. A sua noiva... A sua futura esposa!
- Porra!
Seguro em seus cabelos trazendo os seus lábios aos meus, sem nenhuma delicadeza, ouvindo-a arfar e gemer em minha boca, deixando-me insano e ainda mais duro, segurando-me para não me enterrar de uma vez dentro dela.
Mas preciso me conter e lembrar que ela está grávida e não quero machucá-la, porém os seus pensamentos não condizem com os meus, quando sinto as suas mãos abaixarem a minha calça do pijama de forma apressada, antes de começar a me masturbar, obrigando-me a me afastar de seus lábios e jogar a cabeça para trás.
- Não se contenha e não se preocupe com os nossos grãozinhos, Amor. - Ela continua me masturbando, passando o dedo sobre a cabeça sensível e inchada do meu pau, aproximando-se e mordendo o meu pescoço, antes de sentir o calor de seus lábios em minha orelha. - Eles estão protegidos e seguros em meu ventre, mas eu quero você... Dentro de mim.
Abro os olhos, afastando-a completamente de mim, fazendo a delicadeza ir para a puta que pariu no momento que a faço ficar de quatro na cama, assustando-a, antes de dar uma risadinha por ter conseguido o que queria, mas logo se transforma em um gemido arrastado, assim que rasgo a sua calcinha e me enterro dentro dela, numa única estocada, mantendo-me parado por um momento, enquanto tento respirar e buscar por controle e não machucá-la.
- Você é sempre tímida, mas dentro desse quarto sabe como me fazer perder o controle, não é Anastásia! - Afirmo entredentes, segurando-me para não começar a me movimentar, mas ela me olha sobre o ombro, tão embriagada de prazer como me encontro.
- Mostre-me do que você é capaz, meu Amor. - Ela rebola em meu pau e não sei o que aconteceu com a minha... Noiva, mas não me faço de rogado, quando seguro em seu pescoço, fazendo-a ficar de joelhos, apoiada em meu peito.
- Avise-me se for demais, pois não consigo me controlar e nem ser delicado agora. - Movimento-me indo fundo, duro e lento, como ela queria, brindando-me com os seus gemidos, arrancando-me os meus.
- Não estou... Ah... Pedindo que seja. Céus... Christian...!
Seus gemidos aumentam quando começo a estocá-la, ora lento e fundo, ora rápido e duro, causando uma sucessão de prazer. Massageio os seus seios, percebendo que de fato estão maiores, e eu não havia percebido a razão para isso, tornando-os ainda mais apetitosos, mas no momento, não poderei saciar a vontade de chupá-los e mordê-los, por isso aperto os seus mamilos entre os meus dedos, sem parar com as estocadas.
- Christian...!
Seu gemido sôfrego e o aperto de sua boceta em meu pau me faz perceber que o orgasmo não demorará atingi-la, assim como o meu. Ela joga seus braços para trás, segurando em meu pescoço e puxando os cabelos da minha nuca, mas seguro em seu rosto, apenas para beijar os seus lábios, antes de voltar a me afastar. Deslizo a minha mão, que permanece em seu pescoço, por seu colo, seios, barriga, até alcançar o seu clitóris que está teso, fazendo-a gritar assim que começo a masturbá-la.
- Goza para mim, Anastásia!
- Ah, Christian! - Sinto o seu corpo estremecer no momento que o orgasmo a arrebata, fazendo-me acelerar ainda mais as estocadas, aumentando o seu prazer e buscando o meu.
- Caralho! Porra, Anastásia!
Urrando como uma besta que foi realmente solta de sua prisão, gozo sentindo os seus espasmos, estrangulando o meu pau, deixando-me completamente insano e fora órbita, mantendo-a cativa em meus braços, para logo desabarmos sobre a cama, onde tenho o cuidado de não esmagá-la com o meu peso.
Tento respirar, sentindo o ar escasso como se não fosse suficiente para alimentar os meus pulmões, enquanto busco acalmar as batidas desenfreadas do meu coração, ainda enterrado em seu interior, fazendo-me gemer por estar sensível dentro do aperto prazeroso de sua boceta que parece ainda querer ordenhar o meu pau.
- Você está bem, Amor? - Retiro-me do seu calor, ouvindo-a gemer manhosa, e afasto os cabelos do seu rosto, vendo-a de olhos fechados, mas com um sorriso sutil em seus lábios.
- Estou acabada, mas perfeitamente bem. - Dou risada, jogando-me ao seu lado e puxando-a para os meus braços.
- Eu já disse para você não me provocar, Anastásia, porque não consigo me controlar. - Ela levanta a cabeça do meu peito e abre os olhos, mordendo o seu lábio, apenas para me provocar.
- Se eu fizer isso outras vezes, essa será a minha punição?
- Anastásia! Anastásia! - Ela dá uma risadinha e morde o meu peito, fazendo-me grunhir pela dor, sendo acalmada por sua língua que lambe o local. - Eu amo tanto você, mas tanto que não sei nem explicar. - Aperto-a em meus braços, ouvindo-a suspirar.
- Não precisa explicar meu Amor, pois eu também amo você... Meu noivo. - Ela sussurra as duas últimas palavras, enchendo-me de uma satisfação sem igual.
E sorrindo, tomo mais uma vez os seus lábios nos meus, esquecendo tudo e qualquer problema por agora, pois no momento, quero apenas mantê-la em meus braços, fazendo-a minha e sendo completamente dela... O Amor da minha vida, a minha noiva... A minha futura esposa!
Minha nossa Senhora dos irmãos machucados 😱😱, proteja o Senhor Intenso, ou o Senhor Insano vai enlouquecer de vez, Amém 🤭🤭!
Certo! Foram tantas informações que eu fiquei até tonta 🥴🥴, imagina o Christian 😏😏? Mas pensando bem, o Richard está na linha de pensamento certa, agora vamos ver o que irá ser encontrado naquele Galpão, não é verdade 😏😏? Imaginam o que possa ser 🤔🤔?
Minha nossa Senhora dos Vilões sem noção! Que história é essa de querer assustar o Richard, colocando uma bombinha de nada (entenderam o sarcasmo né 😏😏?) Se Christian já é impaciente, preocupado ele fica quase sem controle, não é mesmo 😏😏?
Mas acho que agora ele percebeu que precisa usar a cabeça, sem surtar, pois as coisas podem ficar realmente sérias, agitadas e tensas agora 😏😏.
E vou te contar uma coisa, Senhor Romântico, mesmo sendo feito no seu quarto, sem uma aliança presente 💍💍 e deitados numa cama de pijama e camisola, o seu pedido de casamento foi muito fofo 🥰🥰 ! Ok! Eu sei! Sou suspeita em falar né 🥰🥰?
Mas perai! Isso aqui é uma casa de família ou um cabaré, porque se for um Cabaré eu fico 😏😏! Borboletinha sabe mesmo apertar os botões e libertar a fera hein 🔥🔥?
Ohhh, Raymond??? Corre aqui para ver o que a sua bebê é capaz de fazer, vem 😏😏!
PS.: Meninas, devido a uma sucessão de imprevistos, o capítulo atrasou, mas missão dada (por mim mesma, é claro) é missão cumprida, mas infelizmente atrapalhou um pouco o cronograma de Entre o Dever e o Amor, porém postarei o que eu conseguir até domingo, ok? Sem quantidade, hora e dia! Mas tentarei dar o meu máximo, certo 😘😘?
Então, nos vemos/lemos em Entre o Dever e o Amor 😘😘!
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