( 31 ) DANÇA DE CASAIS.
【 imitação é o elogio mais sincero. 】━━ Charles Caleb.
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Existe uma frase que Alex sempre levou com ela para sua vida. "Se você nunca sangra, você nunca vai crescer" é necessário passar por certas coisas para evoluir, para seguir em frente. Não necessariamente sofrer passando, mas sim aprender. Ela sempre teve em mente que as coisas acontecem por um propósito, mas chegou a um momento onde dúvida dos seus próprios pensamentos.
A morena passou duas semana em sua casa se recuperando da cirurgia onde obteve algumas complicações, mas já está melhor. Durante esses quatorze dias colocou seus pensamentos em ordem, leu dois livros e descontou sua frustração escrevendo um artigo sobre o comportamento de detentos quando soltos. Ela tenta ao máximo não pensar no que aconteceu, mas é impossível.
Alex está vivendo um luto, ela nega isso, mas está vivendo. Como uma psicóloga, ela sabe que reforçar o fato da aceitação é a melhor opção, aceitar que estava grávida, que tomou um tiro perdeu uma vida, falando isso com palavras claras é o melhor a se fazer.
Todos os dias recebe duas ligações de Spencer por volta das nove da manhã e outra antes de adormecer. Ele não demonstra, mas está abalado com isso, bem menos que Alex, em uma proporção bem menor, o mesmo fica se perguntando porque está assim, ela está viva e agora tudo pode voltar ao normal, mas ela estava grávida de um filho dele e tudo isso aconteceu desencadeando um sentimento de... tristeza?
—— Estou falando, Hotch, eu já estou bem para voltar. - Alex coloca seus pés sobre o sofá enquanto morde a tampa da caneta e conversa com o chefe da unidade pelo celular —— Meu médico já liberou.
A incrível capacidade de esconder seus mais profundos sentimentos. Ela está quebrada por dentro, não se permitiu chorar em nenhum momento, nem quando estava sozinha. Mas ela se empoe dizendo que está bem e que pode voltar a trabalhar. Seu comportamento mudou desde então, mesmo conversando com Reid todos os dias, ambos vem dançando.
Uma dança que todo casal faz quando não sabem lidar com algo forte em seu relacionamento. Spencer liga pela manhã, ela atende mentindo dizendo que sua bem e perguntando como ele está, ele diz que está bem também. Passa um tempo e ele liga a noite, sem assunto, apenas ambos querendo ouvir a voz um do outro, mas em um clima totalmente desconfortável. E assim continuam essa dança desgastante de um relacionamento. Eles precisam de serotonina, tempo de qualidade entre eles, mas neste estado ambos não conseguem.
—— Obrigada, você é um ótimo chefe, sabia? - ela diz sem demonstrar emoção fisicamente, mas em sua fala demonstra —— Te vejo amanhã. E sim, estou bem. Tchau. - desliga.
Alex coloca o telefone de lado e observa uma ligação de Spencer, a mesma pega novamente o celular e segura em sua mão até parar de tocar, esperando seu momento de tensão passar. Ela sabe que ambos estão se esforçando, mas também sabe que é melhor desse jeito. O telefone desliga e ele não deixa nada em sua caixa postal.
Alex observa o telefone em sua mão por alguns segundos, e se arrepende do que fez. Ela então entra no contado do seu namorado e observa pensando se realmente faz algo para mudar o clima ou se deixa do jeito que está. Isso está começando a entrar na zona de conforto de ambos, porém nem ele e nem ela querem isso. Se essa dança virar rotina esse relacionamento acaba, Alex sabe disso mais do que ninguém.
—— Oi, doutor. Eu estava pensando em sair para tocar um café naquela cafeteira próximo a sua casa. - ela começa mandando uma mensagem de voz para ele —— O que me diz?
[...]
Spencer observa Alex passando pela porta de vidro da cafeteria, retirando sua jaqueta, ela coloca em seu antebraço e varre seu olhar por todo o ambiente procurando os olhos doces e castanhos do seu namorado. Quando encontra com os dele abre um sorriso de canto e se aproxima, sentando em sua frente, sem nem ao menos dar um beijo ou um abraço, sem toque físico.
—— Oi. - ele diz curvando o canto de seus lábios.
—— Oi, Spence. - abre o cardápio —— O que pediu? - tenta não aprofundar naquele assunto.
—— Um croissant de chocolate com café gelado para você e um café para mim. - a mesma sorri de cabeça abaixada olhando para o cardápio, sentindo Spencer perceber o seu sorriso.
—— O café com açúcar do país inteiro. - sussurra, quando levanta o olhar observa o mesmo tenso, mordendo seus lábios com força para tentar resolver ou disfarçar sua tensão. Ele quer perguntar algo para ela, quer puxar um assunto, mas não consegue.
Alex observa o pedido chegando e deixa seus lábios em uma linha fina reta tentando abrir um sorriso. Ela morde o croissant e não levanta seu olhar em momento algum para o garoto em sua frente. E a dança continua.
—— Hum, como você está? - questiona tentando puxar algum assunto.
—— Bem. - responde freneticamente, sem nem ao menos pensar na resposta. Essa não é a Alex que Spencer conhece. A mesma puxa o café gelado pelo canudo ainda sem olhar para ele.
—— Foi liberada para voltar a trabalhar? Hotch me disse que lhe deu o tempo que precisasse mas tudo dependeria do médico. - o mesmo toma um gole do café —— Em 70% dos casos, os médicos liberam.
—— Sim, é, eu fui liberada. - a mesma levanta o olhar —— Quero voltar a trabalhar, mas... enfim, eu volto amanhã. Garcia disse que o caso é em outra cidade, sabe se lá faz frio? - ela está com medo de voltar ao trabalho, de voltar a rotina.
—— Durante boa parte do ano sim. - ele responde percebendo que Alex tem algo para falar, mas não está pronta para se abrir, ou está e só precisa de um empurrãozinho —— Leva aquele seu casco marrom, ele não é tão quente, talvez seja perfeito.
—— Vou levar um bege. - ele franze o cenho.
—— Você não tem casaco bege.
—— Eu fiz compras. - definitivamente ela está agindo diferente. Alex ama fazer compras online, mas ama mais ainda ligar para Reid quando os pacotes chegam. Ela diz essas três palavras limpando sua boca após comer o croissant.
—— Quer ir lá fora? Tem um lago aqui perto onde as crianças alimentam os patos. - ele sugere e ela assente. Alguns minutos depois, em um completo silêncio desconfortável, ambos estão andando em frente ao lago, sentindo a brisa fria da água.
Apenas o barulho do salto que Alex está usando é ouvido pelos dois, a morena pensa na possibilidade de pegar na mão de Spencer, mas quando sente seus dedos tocando nos dele tira a mão rapidamente, fazendo ele parar de andar e olhar a ela. A Barker para de andar se vira franzindo o cenho ao namorado, ainda em silêncio.
—— Você está tensa, calada, pisca mais vezes que o normal, não pensa para falar as poucas palavras que diz e não me ligou contanto das compras novas. - ele diz dando um passo e ficando próximo a ela —— Lex, eu sei o que você passou, teve uma arma apontada em sua cabeça por horas, passou fome, frio, aquele era tortura, perdeu um filho, e ainda teve complicações em uma cirurgia. Mas não significa que tem que fingir que está tudo bem, ignorando tudo o que aconteceu e as pessoas em sua volta.
Ela ouve suas palavras sentindo seus olhos marejados. Alex está... chorando? Spencer franze o cenho e a mesma umedece seus lábios desviando o olhar levando seus punhos aos seus olhos. O mesmo coloca as mãos em seus ombros de passando polegar gentilmente, a consolando e esperando o momento certo para ela falar alguma coisa.
Reid observa seu rosto ficar avermelhado e a mesma respirar fundo tentando se conter por está em um lugar publico. Ele lhe acha tão bonita, encantadora, e por cima de tudo a ama, observar a mesma nesta ocasião deixa seu coração partido em mil pedaços. Alex solta um ar pensado e o mesmo sem pensar duas vezes, envolve seus braços no corpo dela, lhe abrando e confortando.
O silêncio.
Muitas vezes o silêncio diz mais que muitas palavras, diz o quão Alex está abalada com tudo que aconteceu e que ela não soube reagir a isso enquanto estava sozinha, mas agora, confortável com Reid em sua frente ela consegue ser si mesma, demonstrar seus sentimentos.
—— Me recuso a sentir sentimentos. - ela diz ainda abraçada a ele. As mãos se Spencer estão em sua cintura e em suas costas, deslizando devagar enquanto a consola. Devagar ela se desvincula dele e abaixa a cabeça, sem conseguir olhar nos olhos do namorado —— Me recuso a acreditar em tudo que aconteceu, não é a forma certa de lidar com isso, eu sei. Sou uma uma psicóloga com pós graduação e mestrado em neuro, fiz um PhD e estou sendo muito hipocrita. Quem estou querendo enganar? Tenho uma cicatriz de oito sentimentos em minha barriga e uma memória de ser uma refem, mas ainda sim me recuso a sentir. Eu sou tão hipocrita.
—— A primeira fase do luto é a negação. Você nega para si mesma que tudo isso aconteceu, na tentativa de se sentir melhor. Mas aconteceu, tudo aquilo aconteceu e você está viva, perdeu uma parte de si, é compreensível, você não é hipocrita. - segura em seu queixo fazendo o olhar dela pairar sobre os olhos castanhos de Spencer —— Gostaria que você se visse da forma eu que te vejo.
Talvez fosse aquelas palavras, talvez o tom de voz ou talvez por ser Spencer Reid que está falando. Mas a alguns minutos atrás isso não teria importância e agora tem, porque ela sabe que ele está ali por ela, não importa o que aconteça. Spencer lhe ama. Alex faz uma nota mental que o amor tem outro significado de duas semanas atrás. Duas pessoas com corações partidos em mil pedaços, mas um cola os pedaços do outro. Talvez não é nada disso ou talvez é tudo isso, mas não importa agora, o que importa é que ele está ali por ela.
—— Como você me vê? - questiona com uma voz embaraçada. Seus lábios se curvam um pouco e Spencer leva seu polegar limpando as lágrimas que descem pelo rosto avermelhado de Alex.
—— Te vejo com uma mulher forte. A mais forte que conheço, você é até mais forte do que eu. - ela comprime seus lábios —— Se enxergasse com os meus olhos, você se acharia a pessoa mais linda desse mundo.
Tudo em Spencer lhe agrada, ela se sente a pessoa mais sortuda do mundo por ter ele. Tudo nele lhe encanta, é uma espécie de desafio decifrar o que ele pensava, mas agora ele está em sua frente dizendo o que vem em sua mente. Alguém que parecia tão indecifrável é a pessoa que ela conta seus segredos e chora em frente a um lago de uma praça com patos.
—— Não estou pronta para voltar ao trabalho. Mas eu preciso, não quero ficar nem mais um segundo sozinha em casa, ou vou acabar surtanto. - Reid abre um sorriso para si mesmo quando percebe que ela está voltando a ser como sempre foi —— Comprei um casaco bege e uma calça jeans, mas eu nem gosto de jeans.
—— Você fica linda usando jeans. - ele sorri, Alex olha em seu rosto descendo o olhar devagar até para em seus lábios, ela fica na ponta dos pés e beija devagar. Nenhuma palavra. Só os lábios dele.
[...]
Alex sai do elevador pedindo a todos os deuses possíveis para a equipe lhe tratar como qualquer outro dia. Quando chega na sala de reunião observa alguns conversando sobre o novo caso, um imitador da UAC, ele refaz todos os casos que a equipe já solucionou. Ela entra e coloca sua bolsa sobre a mesa observando Morgan abrir um sorriso com JJ e Rossi.
—— Por favor, peço que por gentileza você acalme o seu namorado, sei lá faz alguma coisa. - Derek se levanta sorrindo —— Ele já bebeu três copos de café e não para de andar de um lado ao outro preocupado.
—— Meu namorado pode se acalmar sozinho, não sou nenhum calmante. - ela sorri acenando para a loira e Dave.
—— Oh Santa Alex, peço por favor para dar um beijinho nele e dizer que o ama, só assim ele se acalma. - a mesma revira os olhos, Hotch entra na sala com o resto da equipe, ele parece sério —— Hotch, sabia que a Alex vai dar um calmante para Reid? - Hotch franze o cenho confuso e Spencer sente seu rosto queimar de vergonha. O mesmo abre um sorriso mínimo a Alex que está se preparando para dar um tapa em Darek.
—— Você vai dar o que para o Reid, Alex? - Garcia questiona entrando sem entender. Hotch coloca suas mãos entre seus olhos negando e Alex arregala seus olho —— Estou tão feliz que voltou! Planejei trazer bolinhos e balões mas Morgan não deixou.
—— Todos sabemos que você é bem reservada. - Derek diz passando pela morena. A mesma olha para a porta e observa Strauss ali, ela acena com as mãos e lhe chama para conversar mais reservado.
—— Agente Barker, oi! Recebeu meus recados?
—— Sim, desculpe eu não tive tempo de retornar.
—— Hotchner disse que você está bem, fico feliz. E sinto muito por tudo que aconteceu. - a morena assente curvando seus lábios —— Escute, eu queria falar com você, talvez tomando um café. Pensei que podíamos falar sobre o ocorrido e...
—— Erin, com todo respeito... mas não é necessário. - Strauss assente —— O que aconteceu já é passado e tive ajuda necessária para superar. Mas obrigada.
—— Gente, olhem essa surpresa para a JJ! - Garcia entra novamente na sala, após receber uma ligação para pegar alguma coisa na recepção. A mesma coloca flores brancas sobre a mesa, um vaso de lírios, com o cheiro igual ao perfume de Alex —— Parece que Will caprichou desta vez. Olha tem até o seu nome no cartão.
—— Que estranho, Will não é de dar flores e ele sabe que não ligo para lírios. - a loira pega o cartão abrindo, quando lê o que tem franze o cenho conseguindo a tendão de todos ali —— Walburga Black. - repete o que tem no cartão.
O coração de Alex acelera. Seus olhos estão fixos na mão de JJ, ela sente seu corpo todo suar frio e suas pernas enfraquecendo. Com toda certeza esse é o ponto fraco de Alex, seu ponto venerável. Reid olha para ela e se levanta da cadeira indo em direção a loira ler o papel.
—— O que? Me deixe ver. - ele pega o cartão e seus olhos encontram o de Alex, ela desvia o olhar passando a mão no cabelo e umedecendo os seus lábios.
—— A mesma coisa que Diane Turner disse para você a exatamente quase vinte dias atrás. - Derek diz.
—— Antes de matar meu filho. - Spencer completa. Alex respira fundo desviando o olhar e se sentando na cadeira perdendo suas forças. Hotchner se aproxima dela e lhe entrega um copo descartável com água, e enquanto observa sua linguagem corporal de longe. Ele está cuidando de Alex —— Mas se Diane morreu. Quem mandou isso?
—— A voz no outro lado da linha era gerada por computador. - a voz de Alex é ouvida e todos olham para ela, observando que claramente que ela não está bem com esse assunto —— Poderia ser qualquer um. Talvez não tenha nada a ver comigo. Mas seja lá quem for, sabia que você estaria naquele telefone, então estava te seguindo e me envolvendo nisso.
—— E se for o replicador? - Reid questiona a respeito dos casos iguais que vem aparecendo na UAC.
Strauss entra na sala perdida e pede para todos se sentarem, o garoto prodígio senta ao lado de Alex observando seu comportamento repetitivo, suas pernas fazem o mesmo movimento duas vezes por segundo e ela bate suas unhas na mesa várias e várias vezes. Ele pega em sua mão por de baixo da mesa entrelaçando os seus dedos nos dela, uma corrente elétrica passa de seus corpos causando uma sensação de conforto e calmaria para ambos.
——- Nem eu, nem o diretor principal, não gostamos da ideia de vocês serem assombrados e quer que o mantém informado. Vamos começar? - Strauss questiona retoricamente —— As flores foram compradas na floricultura Wendy, como está no bilhete. Garcia pode ver o cartão de crédito que comprou?
—— Claro. - mesma coloca seu notebook sobre a mesa —— Um cartão roubado. Parece que ele está tentando mandar alguma mensagem a vocês.
—— A provocação foi para mim e Spencer. - diz JJ.
—— Se é para um de nós, é para todos nós. - Dave diz —— Mas é questão de tempo para começarem as ameaças.
—— Estou enviando seguranças para as casas de todos nós e de familiares próximos também. - Hotch coloca alguns papéis sobre a mesa —— Ele está tentando dizer que o jogo mudou. Ele nos seguia e copiava os casos que resolvíamos. Agora é nossa vez de atrás dele. Até ele agora fez três vítimas em três estados, estudamos isso durante essa semana, caos repassar para Barker e Reid.
—— A primeira foi Maxwell Holmes, 28 anos, pedreiro, Casado, dois filhos. Foi achado com a boca costurada depois do caso silenciador. - Garcia começa colocando as fotos no televisor em frente a todos —— Depois, um homem não identificado, de um caso antigo, uma perna putada e outra foi transplantada. E por fim Megan Lincon, 31 anos, Assistente jurídica, mãe solteira, foi transformado em uma marionete humana.
—— A polícia de Filadélfia seria um homicídio no sistema a alguns minutos. - Hotchner começa —— Uma mulher não identificada foi com sangue drenado e as pálpebras extraídas.
—— Como o caso de Bryan Hughes. Filadélfia, de onde as flores vieram. A floricultura Wendy é bem famosa por lá. - Alex diz se levantando.
—— Quero todos no avião em 20 minutos. - Hotchner se levanta saindo.
Uma hora depois, toda a equipe já está no avião, eles passaram por um turbulência que fez Alex passar um pouco de mal e se levantar para tomar água na tentativa de se sentir melhor. A mesma pega o copo e escora sobre uma pequena bancada afastada, que tem próximo ao banheiro. Hotchner observa se longe a mesma e se aproxima enquanto a equipe está distraída
—— Oi, como está? - ele chega sem jeito e a mesma sorri discretamente colocando o copo de lado —— Sei que todos já devem ter te perguntado isso, só queria saber a real resposta vindo de você.
—— Sinceramente? - ela pergunta retoricamente. Seu olhar desvia de Hotchner e vai parar atrás dele em Spencer rindo enquanto conversa algo com Morgan e JJ —— Acho que vou voltar a me adaptar. Só preciso de um tempo para colocar a cabeça no lugar e para ficar 100% bem. Foi uma cirurgia invasiva, meu corpo ainda dói.
—— Como lidou com tudo?
—— Acho que... - ela pensa, franze o cenho e volta a olhar para ele —— Não lidei. Sabe? Sei que tudo passou e tenho que seguir em frente, não posso ficar remoendo o passado, mas sinto que eu seria uma ótima mãe, mesmo não querendo isso.
Hotch sorri querendo que ela continue o assunto.
—— Eu levaria os meus filhos ao parque aos domingos para tomar sorvete, adoraria ensinar a lição de casa e os abraçaria quando sentirem medo de escuro. - a mesma desvia o olhar, sabendo que Spencer também seria assim. Ele seria o pai que secaria o cabelo da filha com um secador barulhento e prenderia com presilhas coloridas, que não combinam com a roupa, deixaria seus filhos escolherem o que quiserem do mercado mesmo sendo chocolates, ele não ligaria pois veria o sorriso no rosto deles. E compraria meias coloridas para colocar nos tênis da escola —— Mas enfim, é passado.
—— Seus futuros filhos vão ter sorte dos pais que vão ter. - a mesma comprime seus lábios —— E não tenha receio de relembrar o passado, isso fez parte da sua história, aconteceu. Foi Jack que me disse isso, com outras palavras, é claro.
—— Você é um ótimo psicólogo, Hotch, e Jack também. - ela sorri passando por ele —— Mas agora tem que ser um ótimo perfilador para finalizar esse caso.
—— Todas essas viagens, claramente ele tem dinheiro e tempo. Além que está tentando nos atrair, não tentou esconder nenhum dos corpos. - JJ diz e os dois entram no assunto —— Garcia, já recebemos as informações do corpo?
—— Sim, o nome dela é Molly Patron, 27 anos, enfermeira em um hospital local. - Penélope diz enquanto Alex se senta ao lado de Spencer, ambos se olham e ela pisca seus dois olhos devagar como um gesto de carinho. Todos ali sabem que eles não demonstram toque físico em público —— Mas tenho péssimas notícias, um segundo corpo foi encontrado.
—— Ele está agindo rápido. - Hotch diz —— JJ, Morgan, Reid e Barker vão a cena do crime, Blake, Dave e eu vamos ao legista. Strauss está mais em cima neste caso, cumpram horários, as vinte e uma no hotel e seis da manhã na delegacia.
Após mais algumas horas de uma viagem cansativa chegam na cena do crime. Está anoitecendo, eles jantaram rapidamente no carro, desceram no meio dos policiais e repórteres para observar o que estava acontecendo. Quando aproximam um policial ou investigador param todos os quatro, a morena que está a frente tira sua credencial do bolso e mostra.
—— Com licença, posso ajudar? - a homem questions olhando a Barker.
—— Sou a agente Barker, esses são agente Jareau, Morgan e doutor Reid. - todos mostram as credenciais.
—— Federais? O que estão fazendo aqui? Ninguém me avisou. - diz ríspido e a morena tenta manter seu temperamento para não subir o nível e igualar a ele.
—— Alguém deve ter esquecido de ligar. Um descuido, só isso. Estamos aqui para ajudar na investigação. - a mesma arqueia as sobrancelhas e o homem lhe olha sério —— Pode nos mostrar a vítima?
—— Sim... por aqui. - os quatro se entreolham e seguem o homem —— Sandy Larson, desapareceu a cinco dias. Viúva aposentada e tinha seis netos.
—— Ainde foi vista pela última vez? - questiona Reid.
—— O carro estava na farmácia. Ela comprava remédios toda quarta. - responde —— Não consigo entender, por que de tantas perguntas, vocês não estão com os papéis, agente? - pergunta olhando para Spencer.
—— É doutor, e não, não estamos.
—— Ele deveria saber como era a rotina dela. Olhem, ela está vestida e posicionou o corpo. Talvez sinta remorso. - diz a loira —— Cidade diferente, modo de agir diferente, os outros crimes foram copiados uma vez e esse duas. Temos certeza se o um replicador?
—— Mas vocês não são do FBI? Deveriam saber. Estudaram tanto para isso é nem sabem. - Derek revira seus olhos e quando vai falar algo seu telefone toca.
—— Está bem, Hotch, estamos a caminho do hotel. - desliga.
—— Já? Acabamos de chegar. - Diz Alex.
—— Nove horas no hotel e seis na delegacia.
[...]
Barker entra na delegacia no dia seguinte olhando o relógio em seu pulso, ela finalmente não está atrasada, Derek se aproxima lhe entrando um copo de café e ela agradece. A mesma está usando uma calça jeans e um casaco bege, quando o olhar do seu namorado para nele, ele abre um sorriso de orelha a orelha, ela realmente ouviu quando ele disse que ela fica linda de jeans
—— Você leu meus pensamentos. - Alex agradece o café de Morgan —— Sabia que o hotel cobra sessenta dólares para tomar café da manhã? Eu me recuso a pagar isso e ter apenas waffles e mel.
—— Algum preconceito com waffles e mel? - Morgan questiona arqueando as sobrancelhas.
—— Tenho alergia a mel. Mas enfim, o que Hotch esta conversando com o delegado?
—— O delegado está pedindo desculpa sobre o ocorrido de ontem, com aquele detetive. - Spencer diz aparecendo ao lado de Alex e Morgan, enquanto os dois observam Aaron —— Pela linguagem corporal de Hotch o assunto está bem agradável. Ele está com as mãos nos bolso e piscando normalmente.... Bom dia, Lex.
—— Oi doutor. - ela sorri de canto —— Sua gravata... - a mesma entrega o café para Morgan segurar e arruma a gravata de Spencer. Ele é desajeitado socialmente e Alex adora isso.
—— Ontem quando fui descer na lanchonete para comer encontrei uma gatinha, ela até me passou o numero. Acha que vamos ficar quanto tempo aqui? - Derek questiona sorrindo, ele então prova do café de Alex e faz uma fisionomia de nojo —— Credo, isso é tão ruim.
—— Ela é bonita? - Alex questiona pegando o café novamente.
—— Já me viu ficar com alguma mulher feia?
—— Não existem pessoas feias e sim gostos, então... - Alex interrompe Reid apenas com um olhar e as sobrancelhas arqueadas, o repreendendo —— Na verdade existe sim. Todas as mulheres são feias, menos a minha. Lex, te acho incrivelmente linda.
—— Agora sim, obrigada Spencer Reid. - ironiza e Hotchner sai da sala exatamente serio, nada que aconteça agora vai mudar seu semblante.
—— Outro corpo foi encontrado hoje às três da manhã e isto estava em cima dele. - Aaron coloca sobre a mesa uma foto dele, com algumas marcas de sangue da vítimas, alguém vem tirando fotos da equipe —— Uma foto minha.
—— Não dá para saber de quando ou de um dia foto. - Spencer pega na foto observando —— O quadro da teleobjetiva é muito pequeno. Mas a mensagem dele está ficando mais clara, percebemos que não está só nós provocando, agora somos alvo dele.
—— São anos de raiva para criar um plano tão complexo E elaborado. Ele está nos torturando. Não é sua raiva, é vingança. - Alex diz —— Mas por que?
—— Se descobrimos, é como vamos pegar ele. - Derek diz.
—— Primeiro o Reid no telefone, depois JJ com as flores, o cartão com referência a Barker, Hotch com a foto. Quem vem depois? - Rossi comenta —— Descobrirmos que as três vítimas dele são enfermeira, esta é a ligação.
—— Eu pedi para Garcia entrar no sistema da UAC e pesquisar homicídios envolvendo enfermeiras. - diz o chefe da unidade —— Temos videoconferência com a Strauss em 10 minutos. Agora ela sabe que está caso está voltado a nos, agentes, e não a UAC.
Alex observa Spencer levando uma mão a sua gravata afrouxando devagar e a outra pegando alguns papéis em cima da mesa, seu olhar percorre por todo o corpo dele até parar em seus olhos, onde percebe o mesmo distraído pensando, Reid franze o cenho olhando a alguns papéis e da as costas saindo da sala e entrando em alguma mais vazia.
Ela o segue, entra em seguida na sala e o mesmo se vira para ela sem entender, ele se senta no sofá da sala de sobreaviso e a mesma contorce seus lábios indo se sentar ao seu lado, em silêncio. A mais velha se sente como se estivesse voltado à estaca zero, onde está o conhecendo novamente.
A morena, com receio da reação dele, escora sua cabeça no ombro do namorado, sentindo seu corpo ficar rígido, mas devagar ir se acostumando. Alex observa as mãos dele sobre as próprias pernas e ela segura uma devagar, entrelaçando seus dedos, ela sente que o primeiro passo para voltar a ser como era antes é demonstrando.
—— Sinto sua falta, Spence. - ela sussurra.
—— Mas estou aqui ao seu lado.
—— Sinta falta de como era antes. - ele entende o que ela diz, mas não sabe como reagir —— Dos seus olhares, toques e gestos. O que mudou em tão poucos dias?
—— Não sou bom diferindo assuntos, principalmente depois de tudo o que aconteceu. - ele diz deslizando seu polegar pela mão dela, fazendo carinho —— Ainda não tivemos aquela conversa. - ela bufa ainda com a cabeça no combro dele.
—— Quer mesmo falar que eu engravidei por que não tomei pílula? Ou quer falar que você me engravidou na sua primeira vez por que não usou preservativo? Para gênios acho que fomos muito burros. - o humor ácido de Alex faz o mesmo abaixar a cabeça soltando uma risada nasal —— Quer falar sobre o fato que iríamos ter um filho? Hum, está bem, podemos falar, mas acho que isso não deveria virar um assunto pois não somos mais pais.
—— Por que não me contou? Até Hotch sabia.
—— Mas eu não contei, ele soube sozinho, dizem que homens são mais desligados para essas coisas, você é um exemplo disso. - ela levanta a cabeça e olha para ele. Reid também lhe olha, fazendo seus olhares se encontrarem. Alex sentiu, novamente. Ela sentiu dentro do seu interior o que Spencer sempre lhe fez sentir, se sentiu uma pessoa atraente.
O garoto não diz nada olhando profundamente nos olhos castanhos dela, apenas umedece seus lábios e desce o olhar deslizando por seu rosto e decorando cada detalhe fino e delicado. O mesmo coloca uma mão, um pouco trêmula, no pescoço dela e se aproxima minimamente beijando os lábios da namorada.
Endorfina.
O coração de Alex da cambalhotas. Ela sente um corrente elétrica passando do seu corpo ao dele, por cada pedacinho. Seu corpo se arrepia quando o mesmo a pressiona seus dedos no pescoço dela, Spencer acha divertido como Alex reage ao toque dele. Os dois estão apaixonados um pelo outro e conseguindo o encantamento do amor novamente. Quando o ar falta, ela abre seus olhos junto a ele e ambos colocam um sorriso no rosto, sem dizer sequer uma palavra.
—— Deveríamos fazer votos, prometer um ao outro o que não vamos fazer. - Spencer diz e Alex cerra seus olhos —— Depois podemos contar um ao outro o que gostamos e não gostamos, para sabermos nossos limites.
—— Votos são feitos em casamentos, Reid. Mas, posso começar? - ele assente —— O que eu não gosto em você é que você não se abre para as pessoas com medo de julgamento mas... - ele tenta interromper ela, mas a mesma nega colocando o dedo indicar nos lábios dele e sorrindo.
—— Espere apressadinho, está na minha vez ainda. - ela diz —— Mas, deveria ignorar e seguir em frente, não ligando para o que os outros vão pensar.
Ele sorri curvando o canto de seus lábios e a mesma abre um sorriso maior pensando no que mais gosta nele.
—— E o que eu mais gosto é o seu jeito, sua forma de falar, olhar, gesticular. De como você me trata, eu amo isso, amo quando estou quase dormindo e você deixa um beijo por trás no meu ombro ou quando toca em minha mão para me acalmar. - Spencer ouve atentamente sentindo sei coração acelerado —— Amo quando pede pra ver um filme e dorme nos primeiro segundos ou quando está cansado e tira a gravata, você fica tão atraente.
Ele está sem palavras, Alex o descreveu tão bem, ela conhece cada sentimento dele, cada pedaço. Reid não é nada previsível, mas para a Barker ele claramente é. O mesmo assente sorrindo e olha para ela começando a falar.
—— Não gosto quando esconde coisas para tentar se sentir melhor, esconde sentimentos ou o seu passado. Você não se sente melhor escondendo, eu sei disso. - a mesma desvia o olhar —— Mas amo quando você me vê chegando, seu sorriso, amo quando pisca me cumprimentando, isso faz o meu dia. Ou quando fica nas pontas dos pés e me beija se surpresa por está em um momento difícil no trabalho.
Antes que Alex faça alguma coisa reagindo as palavras de Spencer a porta se abre, Derek coloca apenas a cabeça para dentro da sala e sorri quando observa os dois ali sozinhos.
—— Eu não queria interferir no momento... - Alex lhe interrompe.
—— Momento terapia de casal.
—— Exatamente isso daí, mas Hotch está chamando vocês.
Algumas horas após a reunião com Strauss, a equipe está sentada na sala principal da delegacia montando a vitimologia. Garcia descobriu um caso da UAC envolvendo enfermeiras a 15 anos, isso faz a equipe repensar em alguns aspectos.
—— Procuramos um homem branco de 40 a 50 anos. Pode ser ex presidiário ou ter treinamento policial. - Aaron começa e um dos policiais franzem o cenho —— É pouco provável que seja um policial mas não podemos descartar.
—— Esse elemento está usando suas vítimas como meio para atacar o FBI, mais especificamente, a UAC. - diz Reid —— Ele imita crimes que solucionamos.
——- Achamos que ele segue todos os membros da equipe. Ele se desloca bastante, tem tempo e recursos para isso. - a Barker diz. Ela está escorada em uma mesa, sentada sobre ela, com as pernas cruzadas e lendo alguns papéis enquanto fala com todos os policiais —— Também tem inteligência para encobrir os rastros.
—— Achamos que tudo começou há 15 anos em um caso, envolvendo a morte de quatro enfermeiras. O assassino foi preso e executado há cinco meses. - Diz JJ —— Temos que ficar de olho na família e dos amigos do assassino morto, podem estar querendo vingar da morte dele.
——- Ou amigos e familiares das vítimas, Podem estar nos culpando por não resolver o caso rapidamente. O suspeito é inteligente e muito organizado, Mas também tem sede por vingança. O que eu fazer ainda mais perigoso. - Diz Aaron —— Obrigado. - ambos se afastam saindo dali.
—— Não faz sentido, quem iria querer se vingar da gente? Um fã do antigo caso? - Alex questiona entrando na sala de reunião —— Hum, ou talvez outro suspeito do caso?
—— É isso! - Dave diz conseguindo a atenção de todos —— Donnie Bidwell. Claro! Ele foi o principal suspeito antes de pegarmos o real assassino, tínhamos provas mas ele se livrou do DNA. O nome dele vazou para a imprensa assim que o prendemos.
—— Prenderam o suspeito errado? Quanto tempo ele ficou preso? - Spencer questiona.
—— Algumas semanas. - a voz de Garcia aparece quase inaudível vindo do celular de Morgan —— Foi preso algumas vezes por agressão. Saiu por pena cumprida ou condicional. É divorciado, pai de duas meninas, não tem emprego.
—— Por isso ele quer vingança, aquelas acusações acabaram com a vida dele. - Blake diz —— Tem o endereço? - todos os celulares apitam com a mensagem de Garcia do endereço.
—— Precisamos ter certeza antes de prendê-lo de novo. - diz JJ.
—— Rossi, Barker e Reid vão ao trabalho. E o resto para a casa dele. - Aaron fala pegando suas coisas.
[...]
Alex chega atrasada na delegacia no dia seguinte, ela abre a porta da sala de interrogatório e observa pelo vídeo Donnie Bidwell, foi preso ontem a noite fugindo do FBI quando entraram em sua casa. Quando a morena entra na sala segurando seu casaco em uma mão e um café bem quente em outra varre seu olhar por todo o local observando toda a equipe ali.
—— Desculpa, cheguei atrasada mas foi tudo culpa do recepcionista do hotel que derramou todo o meu café gelado em mim, agora estou tomando café quente. - a morena deixa seus lábios em uma linha fina reta —— Ele é o suspeito? - ela olha para Spencer questionando.
Reid está escorado na parede com as mãos no bolso, o mesmo quando sente o olhar de Alex sobre ele, fica em pé normalmente e assente, observando ela sorri com os olhos e comprimir seus lábios, desviando o olhar para o assunto de JJ, a morena sentiu a tensão entre eles. Uma tensão boa. O garoto prodígio sente seu corpo ficar rígido ao sentir o perfume de Alex, ela está tão próxima de si, seus cabelos longos estão encostando no braço do mesmo.
—— Por que ele está trêmulo? - sua voz doce invade novamente os ouvidos de Spencer. Desta vez ela se vira para ele, olhando um pouco para cima, afinal hoje ela está com um salto baixo. Reid olha em seus olhos e ambos sentem seus corpos demonstrando sentir uma conexão entre eles, como todos os dias, mas hoje, ambos tiraram o dia para perceber.
—— Ele tem convulsões, devido a uma queda. - responde, ela assente e Spencer engole seco. Alex então abre um sorriso de canto e se aproxima dele sem que ninguém veja.
—— Por que está tão tenso?
—— Você está bonita hoje. - sussurra.
—— Minha blusa está manchada de café e ainda estou bonita? - ela se afasta sorrindo —— Alguém me explica o que Rossi está querendo tirar dele?
—— Achamos que talvez ele seja apenas um conhecido ou um parceiro do elemento. Olha, ele não está se vangloriando, nao é um narcisista. - JJ diz.
Alex assente entendendo, a morena observa Spencer saindo da sala e ela o segue, ele está em ligação com Hotch. A mesma então pega em seu braço e entra em uma sala qualquer trancando a porta. Alex lhe entrega a blusa seca e limpa enquanto ele ainda conversa ao telefone.
—— Sim, entendi, avisar a equipe que tem pálpebras e novas fotos na casa do suspeito. - Reid diz em voz alta para Alex ouvir. A mesma assente e tira sua blusa suja de café, para trocar pela limpa que Spencer está segurando. Ela fica apenas de roupa íntima em sua frente, o mesmo arregala seus olhos e perde sua fala enquanto conversa com Aaron —— É... entendi, Hotch. fotos... te ligo depois. Tchau. - desliga.
—— Pode segurar para mim? Essa minha blusa está com um cheiro muito forte de café. - pega a blusa limpa vestindo enquanto o mesmo ainda lhe olha nos olhos, ela se sentiu confortável com ele não desviando o olhar em momento algum.
—— O que está fazendo?
—— Trocando de roupa. - da os ombros como se fosse óbvio. E tira o cabelo de dentro da blusa —— Então ele matou mesmo as enfermeiras?
—— É... parece que sim. - Spencer responde e sente seu celular vibrando novamente —— Ele morreu. Morreu agora.
—— Espera o que? - a morena questiona saindo da sala e correndo pela delegacia, observando vários paramédicos no lugar —— O que aconteceu?
—— Tomou todos os remédio da convulsão.
No início do capítulo eu escrevi sobre a frase que a Alex leva pra vida "se você nunca sangrar, você nunca vai crescer" uma frase da música the 1 da taylor... eu tenho essa frase tatuada no braço 😭😭😭 acho tão linda.
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