( 16 ) TRABALHE NESTE CASO COMIGO.
【Aquele que combate os Monstros deve tomar cuidado para não se tornar um. 】 ━━ Friedrich Nietzsche.
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Seu estômago está revirando, seus olhos estão cansados e sua cabeça latejando de dor a horas. Alex está sentada na sua mesa do escritório de cabeça baixa na tentativa de ver se melhora. Sua desculpa é que comeu algo que não lhe fez bem, mas a verdade é que Hotchner marcou uma reunião com ela hoje, as duas da tarde, e ainda são sete da manhã e vinte três da manhã.
Seus pensamentos saem da sua zona de conforto ao ver Reid saindo do elevador usando um bengala amadeirada e escura. Ela o olha, mas desvia o olhar imediatamente, para não acabar passando mais mal ao lembrar da bendita reunião. A Barker tem certeza que é sobre tudo que ele ouviu sobre ela e Spencer vindo da boca de Karl. Ela sabe que talvez não dê em nada, mas sempre foi muito correta em seguir regras, mal sabia que ao entrar para esse trabalho alguém lhe faria quebrar todas elas. O garoto prodígio se aproxima cumprimentando algumas pessoas em volta, e logo em seguida para na frente a Alex. Ela se levanta indo olhando em volta e observando que não tem ninguém olhando.
—— Preciso falar com você. - olha em volta varrendo seus olhos pelo ambiente e em seguida volta a olhar nos olhos castanhos e brilhantes de Spencer —— A sós. - ele assente sem entender e ela da as costas entrando em uma sala vazia, apenas com alguns computadores e documentos de casos novos.
—— Como foi ontem? Eu não tive muito tempo de perguntar, Garcia queria me dar alguns pirulitos. Depois do tiro ela vem me agradando com comida. Eu acho fofo da parte dela. Quer um? É o seu sabor favorito. - ele estende sua mão para ela com um pirulito de uva. A mesma nega com as mãos no bolso e ele percebe sua tensão —— Hum, você está estranha. Estaria falando sobre como foi ontem toda feliz, você ama interrogar detentos. É uma forma de distração estranha demais, e tenho que dizer mas... - ela o interrompe.
—— Hotchner meio que sabe... - "da gente"? Supostamente eles não são um casal, então não existe essa continuação. Ambos gostam um do outro, mas são inseguros ou confusos demais para ter algo a mais, não existe iniciativa ali entre ambos. Alex também não é uma garota promíscua, antes de qualquer coisa ela gosta de sentir algo real, se sentir atraída e amada, e depois dar o segundo passo —— Enfim, Karl sabia e ele contou.
Suas mãos estão trêmulas. Por que? Alex nem ao menos sabe o porque. Mas ela total consciência que fica nervosa perto dele, ela fica trêmula ou perde o foco, o que é bem difícil de acontecer. Ele também fica, Spencer perde a fala, sempre está gaguejando e tentando gesticular com as mãos.
—— Como ele sabia? É impossível e... como ele sabia? - escora em uma mesa olhando a menina da os ombros devagar. Reid se embola com suas próprias palavras.
—— Eu sei como ele sabe, mas não sei como Foyet soube. - suas palavras saíram como uma bomba para os ouvidos de Reid. Ele rapidamente arregala seus olhos e leva uma mão ao cabelo —— Foyet ameaçou Hotch com isso. Ele meio que quis dizer que tem o controle da equipe sabendo de algo que nem ao menos Hotch saberia.
Reid está em silêncio pensando, enquanto Alex, ao contrário dele, está andando de um lado ao outro totalmente desnorteada. Milhões de perguntas rodeiam sua cabeça. Um assassino sabe deles e o chefe da unidade também sabe. O que poderia dar de mais errado do que isto?
—— Tem três opções, a primeira posso ser demitida, mas eu acho que se eu for você vai ser também, então talvez não seja uma opção. - ela olha para ele, que está parado e olhando ela surtar. Spencer, ainda sentindo toda a tensão sobre o que acabou de ouvir, acha ela engraçada andando de um lado ao outro e criando paranóias —— O que foi?
—— Você está surtando. - ele solta uma risadinha abafada —— Não vão nos demitir, Lex. E eu... eu gostaria de saber as outras opções. - diz sorrindo. Ele está... flertando com ela? Em um momento assim? Alex deixa sua boca entre aberta e aproxima dele franzindo do cenho e cerrando seus olhos. Ela não nega que gostou.
—— Doutor Spencer Reid, eu estou literalmente em desespero e você esta rindo? - ela comprime seus lábios, mas rapidamente se assusta ao ouvir uma batida na porta. Morgan abre e vê ambos ali dentro conversando.
—— Eu não queria interromper, mas tem um caso e é urgente! - ele está sério, não fez nenhuma piadinha sobre os dois juntos em uma sala fechada. Alex olha para Spencer e ambos saem dali o mais rápido possível.
Eles entram na sala de reunião e observam Hotch andando de um lado ao outro. Ele está apavorado ou até... irracional. Aaron Horchner está irracional? JJ entra na sala também entrando uma folha para todos os membros da equipe. Alex olha um mapa sem entender em seguida vê a mesma sussurrando algo para o chefe.
—— Vamos montar um perfil geográfico. São quase 200 quilômetros entre Fredericksburg e Westminster. O estripador mandou duas cartas para a prisão desses dois lugares. - JJ diz colocando o mapa no televisor, fazendo a Barker rapidamente entender a tensão de Hotch —— Ele envia cartas de longe para despistar a investigação.
—— O Unabomber e o suspeito do antraz fizeram isso. - Reid diz.
—— Ele ficou em Washington, perto do Hotch. Sempre fica perto das vítimas para ver ela desmoronar. - Alex diz e olha para Horchner prestando atenção em todos tentando pensar —— Não que você... - ele a interrompe.
—— Eu sei, sei que ele está me observando, e observando todos vocês por minha culpa. - todos se entre olham —— Eu também sai do comando para ele achar que enfraqueci. Morgan agora é o chefe da unidade, isso vai facilitar no relatório depois.
Garcia aparece na sala mostrando que um dos remédios que Foyet sempre usa foi comprado dentro ao espaço geográfico das cartas, mas precisam de um nome para saber onde exatamente ele comprou. E claramente ele usou um dos seus vários nomes falsos.
—— Espera um pouco. - Reid se aproxima de quadro pegando uma caneta e escrevendo suas notas mentais ali —— Foyet gosta de coisas com significado pessoal. Como o olho da providência, os endereços com sangue no ônibus e se ele fizer a mesma coisa com o nome? - bingo, Alex pegou sua linha de raciocínio.
Conexão.
—— Como um anagrama ou algo assim? - ela se aproxima olhando Spencer escrever o nome George Foyet no quarto. O mesmo vai riscando algumas letras tentando achar algum código entre elas, Alex está entendendo a forma que ele está fazendo, ela então lhe ajuda, escrevendo "O estripador" no quadro, fazendo Reid interligar tudo —— O sobrenome é Rhea. - depois de juntar as letras ela entende.
—— E o nome é Peter. Peter Rhea. - Garcia procura o nome no computador, que ela levou para a sala de reunião. Alex faz um gesto batendo na mão de Reid, e sorrindo de lado, percebendo que são ótimos em um trabalho em equipe.
—— Há um Peter Rhea em Arlington. - a loira diz.
—— Achamos ele.
[...]
A equipe ficou horas na frente do apartamento de Foyet. Eles ficaram em um galpão vazio observando de longe, até que então decidiram entrar. Quando entraram perceberam que ele saiu às pressas, mas deixou um computador, onde tem fotos do policial designado a ajudar a família de Hotch.
—— Vamos lá! - Hotchner toma a frente da equipe para ir a casa do policial. Alex entra no banco de trás do carro observando Hotch dirigindo. Ele está tenso, seus nervos estão visíveis, uma confusão de pensamentos rodeiam por sua cabeça.
Reid está sentado ao lado de Alex no banco do carro, ele está olhando para a janela e quanto a mesma observa o desespero de Hotch. Ele não demonstra, mas seus dedos fazem movimentos involuntários no volante e seu maxilar está rígido. A morena entra na mesma vibração de Hotch, ela vê o seu desespero e começa a estralar seus dedos para aliviar a tensão do que espera por vim.
Reid pega em sua mão, ainda olhando pela janela, devagar entrelaça seus dedos nos dela causando uma sensação de confronto, confiança. Uma corrente elétrica passa do corpo dele ao dela com um simples toque. Alex, também sem olhar para ele, contém um sorriso que ela resiste em não mostra no rosto, sente Spencer hesitando por alguns segundos mas aceitando e passando o polegar pela mão dela.
Eles parecem um... casal?
Ambos ficam assim até chegarem a casa do policial. Hotchner para o carro de uma vez e se prepara para entrar. Todos descem com suas armas em mãos, Spencer não tão preparado assim pois está andando com dificuldades. Alex ajusta o colete à prova de balas e destrava sua arma, eles entram na casa e ela está logo atrás de Hotch.
As armas estão apontadas. Barker anda em passos lentos e silenciosos pela casa, ela vê alguns membros entrando nos cômodos e a mesma vai com Aaron para a sala, quando entram vê um corpo no chão. O sangue está sujando o carpete, mostrando que ainda está quente, ele ainda não está morto, por enquanto.
—— Agente Barker, FBI. Precisamos de uma ambulância. - Alex diz pela pequena escuta que fica em sua roupa e ouvido —— Há um agente federal ferido. É urgente. - enquanto Hotchner corre até Sam, que está no chão machucado, Alex vai até o lado de fora da casa chamando Reid e o resto para entrarem.
—— Eu tentei... me desculpa. Eu não sei como ele entrou. - o homem diz com dificuldades por está sentindo muita dor. Todos os agentes da UAC estão ali olhando o desespero de Hotch —— Eu tentei, Hotch. - a ambulância chega em questão de minutos.
—— Baleado nas duas pernas, no pé, está sem vários dedos e parece ter sido espancado. - Reid diz aos paramédicos para ajudar ao homem, Aaron se levanta olhando tudo de longe e Alex sai da casa para tomar um ar, sendo seguida por Spencer —— Hotchner vai ao hospital com ele.
—— Eu também vou. - a morena se vira para Reid —— Vou ir com Hotch, não quero deixar ele sozinho. Sua família está em perigo e... eu vou com ele.
—— Eu fico com Morgan, Emily, JJ e Rossi. Tome cuidado. - ela assente. Os paramédicos saem da casa colocando Sam dentro da ambulância. Alex se vira para Reid, coloca suas duas mãos delicadas no rosto dele e com sutileza deixa um beijo em seus lábios, pegando ele de surpresa. Mesmo envergonhado, Spencer não nega que adorou —— Hum, boa sorte, Lex. - Ela sorri e entra na ambulância com os paramédicos, Hotch e Sam. Aaron claramente está tenso, ele abaixa a cabeça bufando e quanto a consciência de Sam está oscilando.
—— Sam, Foyet sabe onde Jack e Haley estão? - Aaron questiona ao homem que está soltando gemidos de dor —— Preciso que me responda.
—— Eu não contei para ele. Mas... não importa, ele está com meu celular. - a pressão dele está abaixando e os paramédicos precisam sedar —— Ela vai até ele. Me desculpa, Hotch. - Sam fica sem pulso.
—— Não! - Hotch solta um grito ao ver que o coração de Sam não está mais batendo. Alex pega em seus ombros e o força a se sentar para ele tentar manter a consciência dos seus atos. Alex recebe uma mensagem de Emily no celular e olha lendo ficando cada vez mais preocupada.
—— Hotch? - ele olha —— Eles ligaram para os federais disseram que Haley sumiu e jogou o celular fora. - eles param no hospital e descem da ambulância.
—— Vou pedir para trazerem um carro. - ele pega o celular andando de um lado ao outro, do lado de fora do hospital. Enquanto isso a morena manda mensagem para Garcia querendo as coordenadas do celular de Sam, que está com Foyet.
O carro chega mais rápido do que Alex esperava. Hotchner entra nele junto com a morena que manda as coordenadas para ele, mas o mesmo está tão perdido, sob pressão e adrenalina que ignora. Aaron, ainda dirigindo, pega o celular e liga para Foyet.
—— Hotch, o que está fazendo? - Alex questiona sem entender.
—— Não fale nada, ele não pode saber que está comigo.
—— Alô? A quem devo a honra? - sua voz sai irônica ao outro lado da linha.
—— Se tocar um dedo nela... - Hotchner coloca no viva voz, fazendo Alex compreender o que está acontecendo —— Não estou frustrado. É mais previsível do que imagina. Não sabia onde a Haley estava e fez ela ir até você.
—— Parece que me acha preguiçoso. - a voz de Foyet preenche os ouvidos de Alex que está ouvindo a ligação. Ela sente seu corpo inteiro se arrepiar, de angústia, medo. Sensação de falta de poder. Ela percebeu que o seu dia tinha sim como piorar.
—— Um jeito de demonstrar controle. - eles ouvem George bufando do outro lado da linha —— Sua mãe tentou te ajudar do seu pai mas não conseguiu, então decidiu que toda mulher é fraca.
—— São palavras suas, não minhas.
—— Tinha nove anos, quando os matou? - Hotchner questiona. Sua voz parece calma, mas ele claramente não está. Alex consegue ler seu comportamento, ele está com raiva, mas a cima de tudo, está com um resquício de medo do que pode acontecer.
—— Foi um acidente de carro.
—— Pelo qual você não pode levar o crédito. Deve ter sido difícil. Mas o pobre coitado do George teve outra chance. O pequeno órfão foi salvo pelo rico e estéril casal Foyet. A história poderia ter terminado ali.
—— Não acredito em contos de fada, você acredita?
—— Isso não é um conto de fadas, você não tem que fazer isso, sei que sempre está exausto, sempre se cuidado para não deixar pistas. - Hotch se mostra abalado. É a sua ex esposa, mãe do seu filho, ele com toda certeza está extremamente preocupado —— Já não conseguiu o que queria? A sua fama, estudaremos você e seus métodos por anos. Seu nome vai está em todas as revistas, nos livros do FBI.
—— Sabe o que eu estou pensando? - Hotch não entende —— Sua mulher fica bonita de cabelo preto. Ela emagreceu. Deve ter sido o estresse que causou. Cadê o garotinho? Ah... ali está ele. Ele gosta do capitão América por sua causa? E olha que fofo... usando um shortinho azul, deve ser a cor favorita dele.
Alex encosta a cabeça no banco do carro levando as mãos para seu rosto, tentando não se envolver muito nisso, afinal ela está nesse caso, como se ele fosse qualquer outro. A Barker sente seu coração acelerado, seu corpo fraquejando e quando olha pra o lado vê os olhos de Aaron com lágrimas.
—— Um segundo, sua mulher está me ligando, no outro celular... Abra o portão para eu entrar. - ele desliga a ligação com Haley —— Aaron? Preciso ir resolver uma coisinha com a senhora Hotchner.
O carro está em um silêncio desconfortável. Hotchner está dirigindo em direção a sua casa, e Alex percebeu isso. Afinal Foyet quer mostrar controle e lá é o melhor lugar para isso. A morena não sabe o que dizer, ela não quer tocar no assunto, está calada.
Após longos dez minutos em um silêncio desconfortável e absoluto o telefone toca novamente.
—— Foyet? - a voz de Hotchner sai alta e em bom tom para todos ouvirem, a chamada está sendo hackeada por Garcia, para a equipe toda ouvir.
—— Aaron? Tudo você está vivo? Eu pensei que... espera. - Haley está no telefone. Sua voz doce está trêmula do outro lado da linha —— Mas ele disse que estava morto... Aaron... não.
—— Ele está nos ouvindo, certo?
—— Sim, sinto muito. - quando sua ficha cai sua voz está ainda mais melancólica e trêmula. Alex poderia jurar que ela está com os olhos cheios de lágrimas.
—— Haley, não demonstre fraqueza nem medo. E não de ouvidos a ele.
—— Você contou para ela o por que disso tudo? Falou do acordo? - Foyet diz do outro lado da linha, ele está ao lado de Haley —— Sabe? Acho que você deveria está com raiva. Ela vai morrer por causa do seu ego inflado.
—— Ignore ele, Haley. - Hotchner pede.
Alex está de cabeça abaixada no carro, sentindo as lágrimas descendo por seu rosto, assinto com Aaron ao seu lado.
—— Sabia que tudo que ele precisava saber era parar de me procurar e você não estaria nessa confusão? - Foyet pergunta retóricamente para Haley.
—— Do que ele está falando? - ela questiona sem entender. Hotchner olha para Alex ao seu lado e em seguida pede para ela prestar atenção, a mesma sem entender apenas assente.
—— Diga ao Jack que quero que ele trabalhe no caso. - em seguida Alex e Aaron ouvem um "Oi papai" do Jack. Uma voz doce de criança —— Oi filho.
—— O George é um homem mau? - o pequeno questiona. O coração de Alex aperta.
—— Sim, ele é. Jack quero que você trabalhe nesse caso comigo. Me entendeu? Quero que trabalhe neste caso comigo, filho. - o menino apenas murmura "uhum" —— Jack de um beijo na mamãe por mim e um abraço bem forte e apertado. Fala que ama ela, viu? Diga a ela que você ama muito ela, muito mesmo. E que sempre vai está pensando nela.
Alex sente as lágrimas descerem por seu rosto, ao perceber que Jack se afastou. Hotchner está chorando também. Ambos apenas ouvem de longe a voz de Jack dizendo "Eu te amo muito, mamãe. Muito mesmo, mas agora tenho que ir trabalhar no caso. Te amo". Hotch senta trêmulo, seu corpo não está reagindo direito ao que vai acontecer, mas diferente de Alex, ela não sabe ligar com situações assim, quando se trata de mães.
—— Você é forte, Haley. Mais forte do que eu jamais fui. Sei que você não se casou para isso. Me perdoa, por favor. - ele chora —— Eu te amo.
—— Me promete que vai contar a ele como nos conhecemos e como você me fazia rir. Ele precisa saber que você sem sempre foi tão sério, Aaron. Me promete que vai levar ele para jantar às sextas e no halloween vai comprar a melhor fantasia. Que sempre vai fazer o bolo em seus aniversários e colocar shorts e blusas azuis aos domingos. - Haley está chorando, assim como todos no carro estão —— Quero que ele acredite no amor, porque a coisa mais importante. Mas você tem que mostrar a ele que sempre existiu amor verdadeiro e que eu sempre te amei. Me prometa.
—— Eu prometo, Haley. Eu prometo.
E um tiro. Um único barulho de tiro é invadido nos ouvidos de todos da UAC, todos estão ouvindo essa ligação. Alex fecha seus olhos apoiando seus cotovelos nos seus joelhos, ela tira seu cinto faltando o ar, assim como Hotchner ao seu lado, que dirige sentindo as lágrimas descendo incontrolavelmente por seu rosto.
—— Trabalhar no caso. - Hotchner diz depois de alguns longos minutos calado. Sua voz está fraca e quase inaudível, mas mesmo assim ele conseguiu a atenção de Alex —— Escritório no andar de baixo, perto do banheiro. Jack está escondido dentro do baú. Vá até ele, e por favor, Alex. Por favor cuide dele, por favor faça isso.
—— Eu... eu vou. É claro que vou. Nada vai acontecer com ele, Hotch. Eu te prometo.
[...]
Alex entra na casa depois de Hotchner, ela está com suas armas em mãos e sua mão trêmula, chorando. Está envolvida emocionalmente. Hotchner está subindo as escadas ao perceber que não tem ninguém ali em baixo e a morena faz exatamente o que ele pediu. Enquanto ela anda pela casa vê marcas de sangue por todos os lugares, uma verdadeira cena de crime. Não tem sinais de briga, apenas alguns brinquedos no chão e sangue.
Ela, sem fazer barulho algum, abre devagar a porta do escritório e tranca. Varre seu olhar por todo o lugar até ver um baú que Horchner disse, quando se aproxima ouve cinco, seis, sete tiros vindo do andar de cima. Ela se assusta, seu corpo todo treme e para no meio do escritório tampando sua boca para seu choro não fazer barulho.
Alex sente medo, mas ela tem alguém indefeso para proteger neste momento, então tenta ao máximo deixar seu medo de lado.
A Barker se abaixa em frente ao baú e abre. Jack está deitado ali, o mesmo abre seus olhos e sorri ao ver a morena em sua frente. Ele conheceu ela. Alex ouve mais alguns tiro e barulhos de briga, descendo para o andar de baixo, então quando Jack vai ficar algo ela coloca os dedos na boca dele pedindo silêncio. O garotinho não tem ideia que sua vida acabou de mudar para sempre.
—— Nos temos que fazer silêncio, Jack. - ela sussurra com as lágrimas descendo em seu rosto. A morena está melancólica mas tenta ao máximo não demonstra isso, mesmo obviamente não conseguindo —— O papai que pediu. - o loirinho assente e abraça a mulher.
Um abraço que ela estava precisando e ele vai precisar.
—— A mamãe está com o papai? - ele respeita o limite de silêncio sussurrando. Jack se afasta dela olhando em seus olhos. Ele tem os olhos da Haley. Doces olhos. Alex sem saber o que responder apenas assente —— Por que está chorando, tia Alex?
Uma batida na porta. Alex se levanta rapidamente com o susto. Ela coloca o garotinho em seus braços e com a arma na mão direita. Jack abraça ela pelo pescoço e a Baker se afasta da porta dando passos para trás, com medo.
—— Lex? sou eu, Spencer. - a voz do garoto é preenchida por todo o escritório e ela rapidamente abre a porta pulando nos braços dele com Jack em seu colo.
—— Oi Jack, eu sou a tia JJ, você se lembra de mim? - JJ aparece pegando o menino dos braços de Alex. Ele reluta para não ir mas a loira diz —— Eu sei que você quer ficar com ela, mas nós vamos brincar la fora um pouco e depois chamamos ela para brincar. - diz saindo do campo de visão da morena.
Alex olha para Reid se permitindo chorar novamente. Sente suas pernas fraquejando até o mesmo lhe envolver em um abraço apertado, deixando seu queixo por cima de seus cabelos. Ela joga sua arma no chão sem forças para o que aconteceu hoje.
—— Está tudo bem agora. - Reid sussurra abraçando ela —— Está tudo bem.
—— Ele... ele perdeu a mãe. - Alex sussurra e Spencer se questiona se ela viu como está a situação da casa depois da briga, depois de Hotchner matar Foyet. Está tudo um caos.
—— Jack tem um ótimo pai. - Reid olha nos olhos marejados da morena —— Mas neste momento ele adora uma tia Alex, e precisa dela. O que acha que ir lá fora tomar um ar e ficar com ele?
—— Como está Hotch?
—— Da pior maneira que você pode imaginar. - Spencer segura na mão dela entrelaçando seus dedos e passando pela casa, observando uma mesa repleta de sangue quebrada após a briga. Tem um corpo coberto ali ao lado, o corpo de Foyet —— Ele foi espancado até a morte. Está totalmente deformado.
—— Espere um segundo. - ela diz antes de passar pela porta e encontrar com Jack —— Tenho que colocar um sorriso em meu rosto e pegar uma criança em meu colo, uma criança no qual a mãe acabou de morrer e o pai acabou de matar com pancadas o assassino. Acho que não consigo fazer isso.
—— Você é mais forte do que isso, Alex. - Spencer lhe encoraja —— Sempre foi. - a mesma assente limpa as lágrimas e respira fundo, em seguida saindo da casa.
—— Jack! - o garotinho corre para seus braços —— Qual a sua comida favorita? Vamos almoçar e jantar ela hoje e depois vamos tomar muito sorvete de chocolate. Hoje vai ser o dia de comer muita besteira e ver televisão até tarde.
—— O tio Spencer vai ir com a gente? - Alex sorri observando Reid olhando os dois de longe.
—— Sim, e ele me disse que depois vamos vestir roupas azuis bem legais, afinal, hoje é domingo. - a mesmo chama Spencer com as mãos. Parecem uma família, mas uma família nada feliz.
Quem amou?
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