( 15 ) EU SEI TUDO SOBRE VOCÊ.
【 O homem evita atribuir inteligência a outro homem, a menos que seja um inimigo. 】 ━━ Albert einstein.
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Alguns andares de escada e algumas batidas repetitivas na porta para fazer Spencer abrir a mesma devagar e observa Alex parada em sua frente, segurando uma caixinha com comida indiana, a favorita dele. Reid, com dificuldades, consegue abrir mais a porta para ela entrar, ele está com muletas o auxiliando a ficar em pé e andar.
A Barker entra em silêncio olhando o apartamento dele pela primeira vez. Um ambiente escuro e organizado. Seu apartamento reflete exatamente como ele é, estantes de livros empoeirados e não tem televisão. É um conceito aberto da sala, escritório e cozinha. A mesma se senta no sofá de couro macio e coloca a comida na mesa de centro, olhando Spencer se sentar ao seu lado.
—— Como está sua perna? Como você está? - ela pergunta a ele, após treze dias depois do tiro. Eles estão sem casos no momento por tudo que aconteceu, então Alex decide visitá-lo. Além das ligações que ela faz todos os dias.
—— Como você está? - ele também pergunta, dando ênfase na palavra do meio da frase.
—— Eu trouxe comida indiana. - pega e lhe entrega, o mesmo abre devagar sentindo uma pitada a mais de felicidade. Afinal, só de ver ela ali já o deixou feliz —— E estou bem.
—— Eu também estou bem. Conversei com Morgan, ele... - o mesmo come um pouco o impedindo de falar. Alex bebe um pouco de suco que ela trouxe e completa a frase dele.
—— Ele sabe. - desvia o olhar, deixa sua comida de lado e vai até a prateleira de livro dando uma olhada —— Será que podemos ser demitidos por isso? Tipo, não temos algo, mas já aconteceu algo.
Spencer falou com todas as palavras claras que gosta dela. Porém ambos querem se deixar levar, não se comprometerem a algo sério, podem ser namorados que não namoram e não oficializam nada. Afinal, ela tem certeza que ele não vai pedir em namoro, mas não porque não quer, afinal ele quer, e sim por ele não ter essa coragem. Alex acha brega pedidos de namoro e ele sabe disso.
—— Bom, tenho certeza que se demitir nos dois, Hotch vai fazer algo para nos trazer de volta, não só ele, como todos. - ele diz ainda comendo —— Comida indiana é a minha favorita.
—— Eu sei. - ela olha para ele com um livro em mãos. A mesma se senta folheando ele e voltando a comer —— Sei mais sobre você do que imagina.
Ele sorri, ela está concentrada olhando o livro. Hiperfoco. Tão concentrada que poderia cair o mundo ao seu redor que não iria perceber. Reid faz uma nota mental de achar ela bonita concentrada. Alex está vestindo roupas casuais como ele nunca viu, uma legging preta e uma blusa, um pouco maior que seu tamanho, ele lhe achou linda assim. Reparou em seus cabelos presos para o alto e seus colares no pescoço, ele reparou em cada detalhe.
—— Falando no Hotch. - ela sai dos seus pensamentos e olha para ele que a encara —— O que foi? Tem algo errado no meu cabelo?
—— Não tem nada de errado com o seu cabelo, ele está bonito assim. - diz e leva a mão aos seu próprio cabelo —— Na verdade quero ajuda para prender o meu, você consegue? - ele ainda está sob efeito de alguns remédios e os deixa fraco, sem conseguir se movimenta direito.
—— Claro. O seu cabelo está enorme, doutor Reid. - se levanta após ambos terminarem de comer e prende com o elástico que estava no dela —— Sua perna está doendo?
—— Só doi quando eu penso a respeito, que é toda hora. - ela volta a se sentar —— Voltando a falar de Hotch. É provável que ele finja que nada aconteceu. Eu andei pensando. Nesse tempo que conheço Hotch, eu nunca vi ele piscar.
—— Eu sei. É estranho. - a morena ri.
—— Comportamento típico de macho dominante. - Alex revira seus olhos segurando o riso e ele também.
—— Será que ele encarou o Foyet? A cada facada? - ela toma mais um pouco do suco, e lhe entrega, o mesmo pega e bebe também o puxando pelo canudo —— Será que ele está bem?
—— Eu não estaria, mas eu pisco, né? - ela o olhar revirando seus olhos e rindo. Ele realmente falou isso sério —— Como foi os três casos quando eu não estava?
—— Teve um cara que matou pessoas em uma farmácia, em Louisville. Eu achei a cidade bem bonita. - ela responde escorando no sofá ainda segurando o livro —— Como está passando todos esses dias aqui sozinho?
—— Peço comida, durmo e estudo. Eu li oito livro. - ela o olha espantada —— Teoricamente foi nove mas eu já tinha lido um antes. - ele se movimenta no sofá de aproximando dela.
—— Como sabe que foi exatamente três casos? Sei que nós falamos por telefone, mas eu não te contei.
—— Garcia me contou. - ele se aproxima um pouco mais, ambos estão um ao lado do outro. Reid olha para ela envergonhado, não importa o que aconteça entre eles, ele sempre vai ter esse lado —— Pode ficar com o livro se quiser.
—— Está falando sério? - ela questiona olhando para ele feliz.
—— Só se sempre me trazer comida indiana. - o mesmo diz e o seu celular toca. Ele atende e fica um tempo em silêncio —— Ok estamos indo. - desliga e Alex se levanta lhe dando a mão para levantar também.
—— Vou virar sua motorista particular. Vou começar a cobrar.
[...]
—— Como foi esses treze dias? - JJ questiona se aproximando de Reid que está olhando a piscina da família.
Em uma cidade cerca de quarenta minutos de Quântico, tem um assassino onde mata famílias. O grupo já está na casa de uma delas, um lugar grande, espaçoso, com brinquedos e uma piscina enorme e azul.
—— Confuso, acho que se não me chamassem para nenhum caso iria acabar lendo uma biblioteca inteira.
—— Anne Hudson, esse é o doutor Spencer Reid. - Alex se aproxima com uma agente local apresentando formalmente para o garoto.
—— Pai no Iraque e uma família morta e enterrada no quintal de casa. - JJ diz olhando o grande espaço verde dessa casa —— O cachorro que estava cavando, teoricamente ele que achou.
—— O pai já esta sabendo? - Hotch aparece. Alex olha para ele que está aparentemente melhor. Ele a olha também e assente com a cabeça lhe cumprimentando. Em seguida olha para Reid —— Sua perna está melhor?
—— Alex lhe ajudou. - Morgan aparece ao telefone olhando a cova que estava à família. A morena revira seus olhos colocando a mão em seu rosto tentando ao máximo evitar olhar a Reid, ela quer ser discreta —— Garcia me disse que ano passado teve uma família morta exatamente igual.
—— E o pai também servia no exterior. - Rossi diz.
—— A polícia está sobrecarregada e sofrendo crítica dos militares. Precisamos de respostas rápidas. - Anne diz —— E a mídia também. Estão dizendo que é obra de um psicopata.
—— Eles tem razão. Enterrar é remorso, quando passar mata outra vez. - Horchner se afasta, todos o seguem, inclusive Reid andando de muleta. Alex fica e cerra seus olhos para Morgan, ainda ao telefone.
—— Diga a Garcia que o seu amorzinho, benzinho, tudo no diminutivo, está querendo dizer algo que não existe. - ela se aproxima —— E acho que vou virar o próximo elemento quando te matar. - ironiza.
—— Eu sou perfilador, Alex. E tenho um passarinho que me conta as coisas.
—— Eu não sou um passarinho. - a voz de Penélope é ouvida ao telefone —— Sou um pássaro bem bonito e colorido.
—— Vocês não tem provas. - Alex ri da fala da loira —— Eu e Reid somos apenas bons amigos.
—— Mas eu não citei o nome dele agora. - ela lhe dá um tapa com a pasta em mãos e da as costas saindo dali.
Alex foi encaminhada para falar com o homem, pai e marido, que estava no Iraque. Ela entra na sala do departamento da Virgínia olhando ele se levantar, sem esperança em seus olhos. A mesma coloca alguns papéis em cima da mesa se fecha a porta, deixando os membros da UAC olhando do lado de fora pelo vidro.
—— Olá capitão Downey, sou a agente do FBI Alex Barker. - ela estende sua mão e o mesmo aperta.
—— Me conte, por favor. - pede.
—— A tres noites, por volta das nove horas, seus vizinhos ligaram a polícia... sinto muito. - ela vê as lágrimas se formando em seus olhos —— Acreditamos que seja obra de um assassino em série.
—— Meus... meus vizinho? Jack e Penny? - ele se recusa a entender o que ela quis dizer,
—— Capitão, sua familia foi brutalmente morta. Todos eles. - Alex diz abaixando a cabeça. Ela desde entrou a FBI está lidando com assassinos e corpos, mas não com a familia das vítimas, essa é com toda certeza a pior parte —— Gostaria de ligar para alguém? Estamos oferecendo todo o suporte.
—— Eu... - as palavras não sai de sua boca, apenas lágrimas se derramam por seu rosto. Alex prende sua respiração para não demonstrar sentimentos também. Ela olha para o vidro e observa Spencer e JJ olhando para os dois na sala em seguida a morena volta a falar
—— Sinto muito. Vou deixar você a sos. - ao sair da sala, a mesma fecha a porta e se escora nela deixando as lágrimas caírem devagar, Reid se aproxima e olha nos olhos dela. Ela rapidamente limpa as lágrimas tentando ignorar o fato que contou a um homem que sua família está morta.
—— Você está bem? - ela assente sem olhar para ele —— Tem certeza? Eu sei que é difícil, normalmente quando fazemos isso nosso cérebro avisa que está faltando serotonina. E... deixa, você não quer ouvir meus devaneios agora. - ele vai abaixando o tom de voz.
Reis está diferente depois do tiro. Ele está mais comunicativo desde o hospital. Mais aberto a possibilidades em sua volta. Alex ao contrário dele continua normal, afinal foi ela que o viu atirado no chão sangrando.
—— Eu gosto quando você fala muito assim, além de me surpreende faz tirar o meu foco de outras coisas. - ela desce o olhar para o pulso dele e vê o elástico azul marinho, que ela sempre usava no cabelo, no pulso de Spencer —— Ficou sabendo que Hotchner me chamou para ir com ele a uma prisão? Vamos interrogar Karl Arnold. Poderia me falar mais sobre ele? - ela sorri querendo ouvir ele falar.
—— Karl combina muito com esse caso. Prendemos ele a quatro anos, ele matou oito famílias. E assim, como nesse caso, ele pegava as alianças como troféus. - Reid começa a andar, com dificuldade, pela delegacia ao lado de Alex, indo em direção a porta —— Ele se escondia ar árvores das casas, observava por vários dias e depois matava no porão, o mais jovem primeiro e o pai por último. Aparentemente esse Karl recebeu cartas na prisão, só nosso suspeito. Ah e já estava me esquecendo, aparentemente o pai dele tem algo haver com estupro.
—— Está cedo para o perfil, mas pode ser um imitador, certo? - Reid da os ombros —— Tenho que ir, Hotch já está no carro. Você sabe, eu quebraria a regra agora, mas não quero ver ele piscando pela primeira vez ao meu lado. - Reid ri. Ambos tem o mesmo senso humor, um humor extremamente quebrado e de piadas que apenas eles dois vão entender.
—— Depois me conta como foi lá, você parece está bem ansiosa para isso.
—— Interrogar é um dos meus pontos fortes, doutor Reid. Mas você sabe disso porque leu meu artigos. - ela se afasta entrando no carro.
O caminho inteiro foi repassando o caso, Alex não quis tocar no assunto sobre Foyet e nem Hotch, então ficaram falando sobre as mortes. Ao chegar no prisão, eles foram a obrigados a deixar seus pertences na recepção, como armas, credenciais e objetos pontiagudos. A dupla está no elevador em silêncio, junto a um carcereiro. A morena quer fazer perguntas, mas não sabe da liberdade que tem com Hotch.
—— Não doi? - ela pergunta e ele o olhar —— Eu digo... as cicatrizes.
—— Não, eu estou tomando remédios para isso. - ele comenta —— E Reid? Ele está bem? Não consegui conversar a sós com ele, mas vejo que estão se dando bem.
—— Ele está bem, diz que a perna dói quase sempre e leu oito livros nos dias afastados... eu vou ficar calada. Desculpe. - ela percebe que já estava falando demais —— Então, Karl?
—— Você é igual a ele, talvez a versão feminina. Por isso que estão se dando bem. - ele volta no assunto para não lhe deixar desconfortável —— Karl tem um ego grande. Ele vai responder uma pergunta com outra. - ambos saem do elevador.
—— Vai tentar ficar em vantagem e me perguntar porque não estou com aliança. Depois vai voltar toda a atenção para você. - Hotch continua.
—— Por isso que me trouxe.
—— A sua presença irá pegá-lo de surpresa. Ele vai descrever os detalhes de cada ato sexual que cometeu com as famílias. Para puxar você a fantasia dele. - ambos param em frente a uma porta do corredor onde há inúmeras celas —— Ele sabe perfilar melhor que muitos agentes, tome cuidado, Alex. Vai perguntar sobre sua vida pessoal, com quem você tem andando e vai saber a resposta por seu olhar.
A porta de ferro se abre e eles entram no corredor. Alex anda em linha reta com Hotch, os prisioneiros gritam para eles, fazem barulhos e se jogam nas grades na tentativa de sair. No final do corredor há uma sala de interrogatório, ambos entram observando Karl sentado e ao seu lado um guarda.
—— Olá Karl. - diz Aaron se sentando na frente dele, e Alex também.
—— Agente Hotchner, não fui informado que iria trazer uma... - ele olha nos olhos castanhos de Alex —— Só me disseram dois agentes.
—— Está é a agente... - Karl o interrompe.
—— Alex Barker. - diz pausadamente. A mulher em momento nenhum demonstra alguma reação, mesmo nao estando tão tranquila assim por dentro —— Eu sei tudo sobre você.
Não demonstre emoção. Não demonstre emoção. Não demonstre emoção. Esse é um exercício que a Alexa fazia da faculdade quando estava prestes a perfilar seus colegas de classe em algumas dinâmicas. Não demonstrar emoção é o principal fator para se manter calma.
—— Bom, vamos começar. - Hotchner coloca sobre a mesa inúmeras matérias sobre esse caso. Ele não precisa explicar nada, Karl é inteligente o suficiente para entender —— Parece que você tem um fã.
—— Admirador. Não fã. Grande diferença, certo? - pergunta retóricamente e lança um olhar a morena.
—— É a primeira vez que foi contatado pelo seu admirador? - a voz doce de Alex entra nos ouvidos de Karl, ele abre um sorrisinho olhando para ela. Nojento.
—— Tenho muito fãs, tenho até um site, sabia? Eu fiz um diário com todas perguntas que recebo. Gostaria de ler? - a mulher arqueia sua sobrancelha assentindo e pegando Karl de surpresa. Ele lhe perguntou para intimida-la, mas parece que não sabe tudo sobre ela, se soubesse, saberia que Alex é especialista em lidar com presos.
—— Eu adoraria. - ele coloca o diário sobre a mesa, próximo dele e aponta para Alex pegar. Quando a mesma estende seu braço e inclina seu corpo o mesmo aproxima seu rosto do dela. Em questão de milésimos de segundos Hotch coloca a mão na frente de Alex a impedindo e pega o diário a entregando —— Vou ler depois, tenha certeza. Ficou sabendo que seu admirador tem levado alianças igual a você?
—— Talvez não pela mesma razão. - Hotch diz.
—— Você pegou as minhas, mas estou vendo que perdeu a sua. - diz se referindo a aliança, exatamente como Aaron diz —— Se separou? Está conhecendo alguém? Talvez a agente Barker. Não... espera, ela jovem demais e já é comprometida.
—— Oito alianças, quatro famílias. - Horchner volta ao assunto.
—— Ela se afastou quando você foi com a mão a impedindo de tocar no diário. - Karl diz para Hotchner mas olhando nos olhos de Alex —— Eu diria que ela tem alguém da idade dela, mas não namoram, afinal ela não usa uma aliança. E então agente Hotchner, como perdeu a sua aliança? Não me diga que foi o seu trabalho.
—— Meu trabalho foi colocar você aqui dentro.
—— Verdade, mas são as crianças que mais sofrem, concorda? - um silêncio se instala —— Eu posso ajudar você senho, Hotch, com toda certeza posso. Mas quero duas coisas.
Aaron olha para Alex e ambos assentem suavemente apenas uma vez.
—— Quero que a agente Barker me fale o porque dela não usar aliança e quero ver as fotos do crimes. Com detalhes.
—— Agente Hotchner, posso conversar com você um minuto? - Alex questiona e Aaron assente se levantando.
—— Algum problema, Alex? - Karl questiona enquanto os agentes já estão quase saindo.
—— Nenhum problema, Karl. - Aaron diz e a porta do interrogatório se abre —— É agente Barker para você, caso tenha esquecido.
—— Hotch não podemos mostrar as fotos. Eu sei que as imagens é a fraqueza dele, mas não são só imagens. Tem foto de uma garota de 12 anos morta usando um maiô. - ela tenta —— E eu não ligo de falar da minha vida, ele quer isso, quer saber, então posso falar. Sei lidar com presos.
—— Para ele não é só uma fotografia, é muito mais. Você sabe disso mais que ninguém. E eu me incomodo dele querer saber da sua vida. Ele quer você, quer falar sobre isso com você. - ela da os ombros não ligando, até perceber que vai ter que abrir o jogo sobre Reid —— Quando eu perceber que ele vai falar eu saio da sala. - ela assente.
Eles voltam a sala e se sentam. Alex coloca as fofos sobre a mesa mostrando todas a Karl, os corpos, a cena do crime, sangue. O mesmo as observa lentamente, como se estivesse sentindo prazer observando isso, o que para Alex é bizarro. A morena começa a sentir suas mãos trêmulas sabendo que vai ter que falar sobre Reid, ela sabe que não pode mentir, afinal vai demonstrar e Karl vai saber.
—— Estou o conhecendo agora. Ele é alto e bonito 'pra caramba.. Faz tudo tão bem. - começa sentindo o olhar de Hotch e Karl queimar em si. O prisioneiro está olhando apreciando cada palavra, imaginando cada ocasião. Karl se sente à vontade, Alex conseguiu fazê-lo se sentir assim —— Ele é inteligente, engraçado e atraente.
Karl está tão concentrado nas palavras de Alex que nem ao menos percebe Hotchner saindo do seu campo de visão. Ele vai para a sala ao lado observar a entrevista gravada, pela câmera que fica em Alex e Karl.
—— Inteligente? - questiona não obtendo respostas da morena em sua frente, ela se tocou que falou algo tão específica que até Karl conseguiu perfilar —— Inteligente quando está usando uma arma e uma credencial? Ou quando está lhe ajudando a resolver um caso?
Alex fica calada. Ela está sem respostas. Tem total certeza que Hotchner está ouvindo e vendo tudo na central de controle na sala ao lado. Ela se sente impotente, percebe que se abriu muito para um prisioneiro e qualquer um entenderia o que ela disse.
—— Quando vai contar ao agente Hotchner que está namorando um dos seus colegas de trabalho? - a mesma desvia o olhar do dele dele aponta para a foto da família —— Isso pode, agente Barker?
—— Três filhos, doze, nove e quatro anos. Uma menina e dois meninos. Foram encontrados no quintal da casa, enterrados. A mãe e os dois meninos foram mortos na casa. - ela vai apontando as fotos enquanto explica.
—— E a filha? - pergunta abrindo um sorriso. Alex respira fundo e aponta para a foto da piscina, mas não dá garota. Alex não vai lhe mostrar.
—— Na piscina, afogada. E os outros baleados. O pai estava no exterior, e o assassino sabia disso.
—— Ele sabe tudo sobre essa família, vigiava cada movimento deles. Para garantir o sucesso. - Karl solta uma risada —— Vocês não fazem ideia de como ele sabia que o pai estava fora. Ou como ele escolhe essas famílias. E essa é a chave.
—— Você vigiou as famílias por dias.
—— Semanas, eu conhecia elas. Mas esse cara não. Ele não precisa de semanas. - Alex não entende e surge uma interrogação em sua cabeça —— Ele não apreciou as famílias. E eu só não estou entendendo por que ele não separou as crianças. Quero ver a foto da menina.
—— Por que ela é tão especial? - cerra seus olhos.
—— Ele a afogou, sentiu a vida saindo do corpo dela. Significa tudo para o homem que fez isso. - ele encosta na cadeira cruzando os braços —— Pergunte ao seu namorado, ele saberia te explicar. Te explica várias outras coisas, inclusive como esconder um relacionamento.
—— Eu não namoro. - ela deixa claro. Antes de falar mais algo Hotch bate no vidro a chama às pressas. Ela recolhe as fotos e em seguida sai —— O que aconteceu?
—— Ele matou novamente. - sua sobrancelha está arqueada e ele passa suas mãos em suas temporas —— Você sabe que não precisa jogar jogo dele, certo? - Hotchner parece ignorar o fato de tudo que ouviu sobre ela. Ele não quer tocar no assunto agora.
—— Eu sei, Hotch. Sei lidar como esse tipo de homem. E eu vou jogar o jogo dele. - ela entra novamente na sala e senta no mesmo lugar. Karl está lhe olhando, ele a conhece a tão pouco tempo para saber muito sobre ela, e Alex o mesmo, ela sabe exatamente o que falar —— Seu caso foi um dos primeiro que estudei, sou fascinada desde então. - mente.
—— Jura? Pelo o que?
—— As coisas que você fez. - ela abre um sorriso e ele solta uma risada. O que eu fiz para merecer isso? Ela se pergunta.
—— Você sabia que as meninas tem muito mais a perder do que os meninos? - questiona entrando no exato assunto que Alex queria —— É um fato que as mulheres podem aguentar mais dor. Então quer saber do porque delas serem especial? Eu mostrei a elas o que os homens, seus pais, irmãos são capazes.
Desde o início da entrevista Alex está movimentando sua perna repetidamente, estava extremamente focada. Porém tudo mudou ao ouvir suas palavras. Ela para de movimento a perna e abaixa a cabeça em seguida olhando para a porta, totalmente dispersa. Hotchner entra e cruza os braços olhando para Karl.
—— Nunca pensei que poderia ser tão sincero.
—— É preciso uma boa mulher para fazer uma homem honesto. E além do mais, vamos ser francos, ela é mais bonita do que você. - Karl diz sorrindo para Hotch —— Uma pena que namora.
——- Karl, me diz o porque que matou aquelas famílias. - Alex o olhar nos olhos, aproximando o seu rosto —— Você me disse como, e as motivações. Que foram sexuais. Motivações que aprendeu com o seu pai. - Bingo, Alex. Ele a olha sério, sem um resquício de positividade em seu rosto.
—— Você me pesquisou, Barker. Me pesquisou bem. Estou lisonjeado. - ela não pesquisou, apenas ouviu Reid dizendo. Karl olha para Hotchner e abre um sorriso nojento em seu rosto —— Deve ser uma distração e tanto trabalhar com uma mulher tão bonita. Verifique seus agentes, senhor Hotch, tem alguns bem dispersos com essa bela moça. - Alex sente eu rosto queimar.
—— Forçou homens a ver os filhos mortos. E sabe por que Karl? Porque matando os pais por último você matava o seu próprio pai. - Alex sentiu o peso da sua própria frase. Ela tenta ao menos não demonstrar isso, até que então uma luz surge em sua cabeça. Pensando como Reid pensaria —— Espera! Hotch, e se aplicarmos essa mesma regra ao caso atual e se for uma mulher? - ela se levanta indo avisar Morgan pelo telefone.
Depois de avisar se senta na central de controle e olha Karl pels telas que tem ali. Ela repassa sua frase em sua cabeça várias e várias vezes. "Porque matando os pais por último você matava o seu próprio pai". Alex sabe que todos tem um lado ruim e bom, mas escolhem o que devem agir, e ela escolheu o bom, trabalhando nesse emprego. Buscando e prendendo assassino, ela consegue prender seu pai, várias e várias vezes.
Ela se senta ali passando as mãos em sua na têmpora, respirando devagar e olhando para seus sapatos. A morena odeia quando torna algo pessoal, odeia se envolver emocionalmente no trabalho. A porta de abre e ela se distrai com Hotchner entrando, ele para em frente a ela, que levanta seu olhar devagar. Diferente dele, Spencer saberia exatamente o que fazer para deixá-la melhor agora.
—— Eu tornei pessoal. - diz com um ar de decepção —— Eu acho que você deveria terminar.
—— Está fazendo seu trabalho, Alex. - ela se levanta —— E ele é egocêntrico, sempre tenta nos levar para a fantasia dele. Não deixe isso te abalar.
—— Aí que está o problema, seu reflexo está em mim. Claro que não as coisas que ele fez, mas ainda sim. - ela anda de um lado ao outro —— Suas palavras. As malditas palavras, ele sempre sabe de tudo.
—— Alex, eu gostaria de ter mais uma palavrinha com você. - Karl diz e a dupla ouve pelo televisor. Aaron assente e ambos entram novamente na sala —— Já que estão os dois, posso mandar só um recado.
—— Seja breve.
—— Sabe como eu sei que a agente Barkee está se envolvendo com aquele do tiro na perna? - questiona e Alex fecha seus olhos com todas as suas forças querendo sumir dali. Ela sente o olhar de Aaron estreitar nela e em seguida do prisioneiro, que está sorrindo —— Porque ele me contou. Ele sabe tudo sobre seus amigos, agente Hotchner. Não tem como você achá-lo, pois ele já te achou. Achou um por um da sua equipe, sabe coisas que nem você sabe. - Karl mostra um papel escrito inúmeras informações sobre os agentes do FBI, tudo que ocorre entre eles, o que fazem, quais são suas especialidades, com quem andam e se relacionam.
Foyet que lhe contou.
Hotchner pega esse papel das mãos de Karl observando a assinaria dele ali, o olho. Ele observa que Foyet vem observando a vida de todos a muito tempo, principalmente a dele. Ele sabia que Alex iria a prisão com Aaron, então por isso a investigou a fundo, procurando algo que poderia deixar Horchner surpreso com a sua capacidade. E procurando a fundo achou um envolvimento entre dois funcionários.
—— Vamos embora, Alex.
Simplesmente esqueci do fato que pra postar capítulo tem que escrever 🆘🆘 mas voltei logo com um capítulo bombastic side eye!! O que acharam? Como acha que vai ser agora que o chefe da unidade, vulgo Hotch meu fav, sabe que a Alex tá ficando com o Reid? Quero opiniões, sugestões!!
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