— Zero? — Dustin disse em voz alta o que todos queriam.

   — Então esse é seu verdadeiro nome? — Billy provocou mais uma vez, um pouco surpreso, mas finalmente comprovando sua teoria.

   — Meu nome é Florence Jones. — Ela afirmou com a voz firme. — Isso é só... Uma farsa... — Ela fez uma pausa, olhando novamente para o número no pulso. — Mas sim. Alguns me chamam assim. — Mais silêncio.

   — Meu Deus. — Max atraiu a atenção de todos, após um tempo pensativa. — Eleven já falou sobre você antes. — O resto franziu as sobrancelhas. — Vocês não sabem, foi em uma das nossas conversas ano passado. — Ela completou, e Dustin pareceu indignado. — Mas... Ela disse que você estava morta.

   Mais silêncio. Florence começava a se irritar com isso, principalmente por Eddie ser o que mais não queria falar. Ele olhava para algum ponto fixo no chão, e tinha a expressão indecifrável. Mas, por enquanto, ela manteve a atenção na explicação.

   — É... Era pra eu estar. — Mais caretas confusas, e dessa vez, ela viu Eddie acompanhá-los, mudando a expressão vazia por poucos segundos.

   — Então, você é tipo um zumbi? — Steve perguntou, e recebeu um olhar reprovador de Dustin. — O que? Monstros existem, já sabemos, ela pode muito bem ser um zumbi. — Dustin suspirou e balançou a cabeça em negação, sem respondê-lo.

   — Não sou um zumbi. — Florence afirmou. — Acontece que, além do que Eleven pode fazer, eu tenho alguns truques extras... Coisas que Papa não conseguiu replicar em outros. — Ela engoliu em seco com a menção do homem.

   Seria melhor ela mostrar do que explicar em palavras, então, puxando uma moeda de cinco centavos do bolso e colocando-a na palma da mão, ela fechou os olhos, e se concentrou como sempre fazia. Os outros observaram, admirados e surpresos, enquanto aqueles cinco centavos se transformavam em uma nota de um dólar. Uma leve tontura se fez presente no corpo dela, mas ela aguentava.

   — Que diabos... — Dustin foi o primeiro a falar, e se aproximou dela, pegando a nota em mãos e a observando por todas as dimensões.

   — Eu posso transformar coisas em outras coisas. — Ela fez uma pausa, enquanto Dustin ainda olhava a nota. — Cinco centavos em um dólar... Ou em cem. Um coelho em um cachorro. Madeira em metal e... Um cadáver transformado em mim.

   A última frase chocou a todos um pouco mais, como se ainda fosse possível. Até mesmo Eddie havia desviado os olhos do chão e a olhava incrédulo, porém Florence ainda não conseguia definir sua opinião sobre o assunto. Ela deu de ombros.

   — Eleven não foi a única que sofreu no laboratório. — Ela voltou a falar. — Minha sorte era que eles me deixavam sair para missões... Específicas. — Um arrepio percorreu seu corpo, ela não precisava falar sobre as missões naquele momento. — Consegui forjar minha morte, então eles tinham um cadáver que parecia comigo, mas não era eu.

   Ela esperou a bomba de perguntas que viriam até ela, mas por incrível que pudesse parecer, todos apenas ficaram em silêncio, olhando para ela com um misto de admiração, medo e surpresa. Ela olhou para Eddie mais uma vez e viu que ele encarava diretamente seus olhos. Por um momento sentiu alívio, mas depois que o viu suspirando pesado começou a se preocupar com o que ele iria pensar, afinal, ela havia ocultado a verdade de seu melhor amigo.

   — Ok, você tem poderes. — Max falou, dando de ombros. — Por que não nos ajudou se sabia de tudo? — Ela perguntou, cruzando os braços. Florence se indignou por um instante.

   — Eu não ajudei? Garota, como você acha que seu irmão está vivo? Hein? Ou até mesmo Will Byers, depois de todo o tempo que ele passou no Mundo Invertido? — Sua voz aumentou um pouco, mas ela se forçou a controlar.

   — Will se escondeu... — Dustin falou.

   — Não, eu escondi Will. — Florence o cortou de novo. — Mexi com a cabeça do que vocês chamam de Demogorgon, e o fiz simplesmente não enxergar o garoto. — Ela fez uma pausa, levando os olhos até Billy. — E você, Hargrove, você foi atingido no coração pelo Devorador de Mentes, era pra você ter morrido. — Mais uma pausa. — Ou se não morresse por isso, morreria quando o portal foi fechado. Mas não. Sabe quem curou sua ferida mortal? E sabe quem tirou todo e qualquer resquício daquela coisa de dentro de você? Eu, Billy, fui eu. E quase perdi todas as minhas forças por isso. — O silêncio era intenso, mas Billy ainda sustentava o olhar dela.

   — Então... Dia 4 de Julho... Quando você quis voltar pra casa... — Era a primeira vez que ela ouvia a voz de Eddie.

   — É... Eu tava salvando eles. — Ela apontou os outros cinco com a cabeça.

   — Mesmo assim, podia ter estado lá. — Billy ainda mantinha a postura contra ela.

   — Ei, preste atenção... — Eddie pareceu tirar alguma coragem do fundo de seu ser. — Você não faz ideia do quão mal ela ficou, e eu vi quanto. Apenas eu. — Ele caminhou até o outro e apontou um dedo na direção do peito dele. — Ela podia ter morrido pra salvar você.

   Billy desviou o olhar de Eddie e voltou a focar na mulher em sua frente. Ele jamais admitiria, mas estava grato por ela o ter salvado. Porém, outra parte dele gostaria de apenas ter sido engolido naquele dia, porque evitaria todos os pesadelos e enxaquecas que vinha tendo por algumas semanas, desde que saíra do hospital. Cada imagem e sensação daquele dia o preenchia e o corroía por dentro, mas ele disfarçava tudo pela irmã mais nova. Depois de saber a verdade, se obrigou a protegê-la.

   — Não se preocupe. Você a protege. — Florence disse a ele. Billy piscou algumas vezes e franziu as sobrancelhas. Ela leu mesmo sua mente? Ele se perguntava. — Mais um dos meus talentos, consigo entrar na sua mente na hora que eu quiser. — Ele semicerrou os olhos.

   — Obrigado por me salvar, boneca. Mas saia da minha cabeça! — Ele comentou, se afastando de todos até um canto do depósito.

   — Tudo bem... Que bomba agora, não? — Dustin voltou a falar, atraindo o olhar de todos. — Como faremos para deter Vecna agora? — Todos o olharam confusos.

   — Me desculpe, mas quem é esse? — Robin perguntou o que a maioria queria saber.

   — Bom, pelo que Eddie descreveu, isso parece muito uma maldição. — Ele começou a explicar.

   — A maldição de Vecna. — Eddie completou.

   — Ainda não respondeu quem é esse. — Robin falou mais uma vez, balançando os braços aflita.

   — Uma criatura morta-viva, com muito, muito poder. — Dustin começou.

   — Um feiticeiro. — Eddie acrescentou.

   — Um mago das trevas. — Dustin completou por fim.

   (...)

   Quando a manhã chegou, Eddie esperou todos voltarem trazendo algo que ele pudesse comer, afinal, mesmo sendo inocente, ele provavelmente estava sendo procurado, e ninguém jamais acreditaria em sua história sobre um feiticeiro de um jogo de RPG.

   Ele se assustou ao ouvir um carro se aproximando, e já agarrou a garrafa quebrada e pontiaguda com uma das mãos de forma firme. Ele foi até a janela, porém não viu nada do lado de fora, até que de forma bruta, a porta do depósito foi aberta, quase fazendo com que o coração do garoto saltasse pela boca. Florence entrou na frente do resto, trazendo um sorriso no rosto e algumas sacolas.

   Florence foi quem explicou para ele o fato de ele realmente estar sendo procurado pela polícia, o que apenas o deixou mais agitado e apavorado.

   — Caça a aberração, certo? — Eddie comentou após engolir o cereal que haviam trazido. Florence sentou ao seu lado como forma de apoio.

   — Antes que isso aconteça, precisamos encontrar Vecna, matá-lo e provar sua inocência. — Dustin disse simplesmente, como se fosse fácil.

   — Você não tinha dito que ele era um feiticeiro super poderoso e essas merdas? — Billy comentou, com sarcasmo na voz.

   — Nós meio que... Temos uma feiticeira também. — Robin comentou, dando de ombros e apontando para Florence.

   — Agora sou uma feiticeira, que ótimo. — Florence comentou em voz baixa, revirando os olhos.

   — Não temos nada com que nos preocuparmos. Não temos Eleven, mas temos Zero. — Steve comentou, com um sorriso forçado no rosto. Florence semicerrou os olhos em sua direção, mas não disse nada.

   Ela nem ao menos teve tempo de dizer nada, já que as sirenes desesperadas da polícia soaram perto do local. Em um movimento rápido, Florence cobriu Eddie com a lona azul, e foi ao encontro dos outros na janela. Ela sabia muito bem o caminho que os carros estavam tomando, e achou melhor que fossem averiguar.

   Eles estavam prontos para sair na mesma direção dos carros da polícia, mas Florence, mesmo sabendo que eles deviam ir, se negou a deixar Eddie. Ela não sairia do lado dele e deu essa notícia ao grupo.

   — Como assim você não vem? Poderíamos usar uma pessoa com super poderes, sabia? — Steve foi o primeiro a perguntar.

   — A única pessoa correndo perigo nesse momento é ele. — Ela apontou para Eddie, que havia saído de baixo da lona.

   — Ela tá certa. — Dustin concordou, e entregou um dos walkie-talkies a ela. — Qualquer coisa acionamos o Código Zero. — Ele finalizou, sorrindo orgulhoso. Todos franziram as sobrancelhas. — Porque ela é Zero, então se precisarmos, usaremos o Código... — Ele olhou para todos, esperançoso. — Código Zero, gente.

   — Ainda vou morrer do lado de vocês. — Billy comentou, sendo o primeiro a caminhar até a porta e sair.

   — Não se preocupem, ficarei de olho em vocês. — Florence disse a Robin e Steve, os últimos a saírem, para tentar acalma-los de alguma forma.

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Autora: OI GENTEEEE! mds eu tô escrevendo adoidado, não sei o q tá acontecendo, essa história tá me inspirando!! GENTE REVELADO O (um dos) MISTÉRIO. Billy está vivo aqui justamente por conta dela, e também coloquei ela dando uma ajudinha pra eles desde o começo, pra mostrar que ela tá sempre ali!!!

gente, espero demais que estejam gostando, pra quem quiser eu tenho uma conta no tiktok com o mesmo nome que essa @dixonloki e lá posto alguns edits do Eddie e da Florence, quem quiser seguir!

ah gente, mais uma coisa, vou deixar os números/nomes deles em inglês, como vcs já viram (Eleven) e Zero que é a mesma escrita do português.

bom é isso, não esqueçam da estrelinha e de comentarem bastante, amo as interações de vocês

BJIN PROCÊIS❤️‍🔥