O corpo estava lá. Na seção de literatura, no ponto exato onde a estante de metal escuro se encontrava com a parede branca.
     Lia não notou de início, ela estava mais interessada em como suas novas botas haviam ficado perfeitas e como haviam custado uma bela pechincha. Mas logo o material sintético marrom adquiriu uma coloração escura quando ela pisou em uma poça.
     Lia praguejou e estava pronta para reclamar com o monitor quando o cheiro metálico tomou suas  narinas. Isso aconteceu no mesmo momento em que ela levantou os olhos e notou que a poça seguia por alguns centímetros até o corpo de uma jovem.
     O grito escapou antes que ela sequer pudesse pensar, e logo os outros estavam ao seu lado. John levou as mãos ao rosto, Mali xingou e Vítor arquejou baixinho. Mas Lia continuava estática observando a forma como o sangue jorrava do nariz da garota.