prologo
O barulho de borracha contra o piso de linóleo ressoa a cada passo apressado que Paola da pelo corredor, seu corpo passa pelas portas do refeitório e ela se apressa para ficar atrás de uma das pilastras, não podendo ser vista pelo corredor.
Um suspiro sai de seus lábios e ela se senta, seu pulmão dói por ter corrido todo o colégio, e ela não consegue engolir ou falar direito, por conta do cordão com que tentaram sufoca-la quando saia do vestiário das lideres de torcida. Ela leva as mãos tremulas até os sapatos e solta os cadarços, precisa ir para seu quarto, seu celular está lá e ela poderá mandar mensagem para alguém, pedir ajuda ou... Sua respiração fica presa quando ouve a porta se abrir, a acharam.
Devagar, tira os tênis com os pés, enquanto ouve os passos se aproximarem, uma cadeira é arrastada a sua esquerda, provavelmente a procurando por debaixo da mesa. Ela inclina um pouco a cabeça, seus olhos encontrando o mascarado de costas.
Seu corpo está coberto com um pano preto longo, que não a permite descobrir se é homem ou mulher, seu rosto, coberto por uma das máscaras do clube de teatro, e sua mão, com um anel que machucou quando foi atingida no rosto, está coberta com duas luvas, uma delas segura algo novo, algo pior do que um cordão.
Seu rosto se vira e ela segura um grito quando seus olhos se encontram, merda. É automático quando se impulsiona para cima, e corre pelo outro lado, dando a volta em mesas, jogando cadeiras que dificultam a passagem dele e a dá tempo para chegar a porta de saída, elas são empurradas com força quando o mascarado passa por elas, alguns metros atrás dela, e Paola apressa os passos em direção ao final do corredor, suas meias a fazendo escorregar na curva.
Ela precisa chegar a área dos dormitórios, se as portas se fecharem a tempo, e ele não passar, ela estará segura, só os alunos tem acesso a elas. Com as mãos tremendo, ela se aproxima do leitor biométrico e as portas deslizam para os lados, ela passa por elas e quando se vira as vê se fechando e o mascarado a poucos metros se aproximando.
Sua meias encharcam contra a neve no chão, o único som que ouve é de sua respiração e seu coração batendo acelerado em seus ouvidos, ela deveria se virar e correr, pegar o celular e ligar para alguém, mas o medo a faz ficar parada no lugar, encarando a máscara, podendo jurar enxergar seus olhos, a encarando do outro lado da porta fechada.
Então, o movimento de sua mão chama atenção, com calma, ele retira a luva da mão e ela sente seu mundo parar quando o vê aproximar a mão da leitora.
— N-não... – Sua voz sai baixa, ela dá passos para trás, enquanto o corpo da mesma altura que o seu passa pelas portas. Ela tropeça em algo e cai no chão, o frio a atingindo no mesmo instante – O que você quer? – Não há resposta, só seus passos se aproximando e sua mão se erguendo. – O que eu te fiz?
Sua cabeça se inclina, e ela pode jurar que está sorrindo:
— Você aceitou.
O taco atinge com força sua cabeça, não há tempo para sentir dor, ou chorar, antes de apagar, a única coisa que passa pela cabeça de Paola, é que ela conhecia aquela voz.
ESTREIA ESTE MÊS
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