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12 | 𝐘𝐄𝐒𝐓𝐄𝐑𝐃𝐀𝐘 𝐘𝐎𝐔 𝐁𝐑𝐎𝐊𝐄 𝐌𝐘 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓

▪ FÃS DE TAYLOR SWIFT QUEREM DESTRUIR JAMIE HARINGTON. OS SWIFTIES ESTÃO BRAVOS COM JAMIE HARINGTON PELO MOTIVO MAIS IDIOTA POSSÍVEL: O RELACIONAMENTO ENTRE ELA E TAYLOR SWIFT NÃO DEU CERTO!

▪ NÃO MAIS PROTEGIDA POR INTERAÇÕES FOFAS E CANÇÕES DE AMOR DEDICADAS EM TURNÊ, JAMIE HARINGTON SE TORNOU A NOVA INIMIGA DOS SWIFTIES.

▪ DESDE A SEPARAÇÃO DE TAYLOR SWIFT E JAMIE HARINGTON, A ATRIZ TEM SIDO IMPLACAVELMENTE ASSEDIADA VIRTUALMENTE PELOS FÃS DA CANTORA. ESPERANÇOSAMENTE, COM O TEMPO, OS SWIFTIES IRÃO ALIVIAR PARA O LADO DE HARINGTON. AFINAL, SEPARAÇÕES SÃO DIFÍCEIS PARA TODOS OS ENVOLVIDOS.

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A fama é uma coisa engraçada, capaz de operar em frequências diferentes ao mesmo tempo. Jamie parecia ser um bom exemplo disso.

Por um lado, a atriz ainda estava no início da carreira, e não deveria causar tanta comoção toda vez que pegava o metrô. Por outro lado, era exatamente isso que acontecia. Ela estava vivenciando algo excepcional – e terrível. Ela foi alvo de um milhão de cliques incessantes e de artigos que dificilmente captavam a verdade de sua vida. Mas também, ela era uma atriz que ganhou milhões de dólares atuando no horário nobre da televisão americana. Ela era um dos rostos principais do que tinha planos de ser a maior série de um canal pago. Ela também era o novo rosto da Prada e, até sete dias atrás, era a outra metade de Taylor Swift. Não parecia nada ruim para alguém que tinha apenas 21 anos. Na verdade, 22 anos. O aniversário de Jamie foi exatamente um dia depois que ela terminou com Taylor, então os planos de passar o aniversário com a garota foram jogados no lixo, e ela passou a data enfiada em um avião comercial, por pouco mais de onze horas, até chegar em Londres. Uma vez na cidade, ela pegou um táxi para casa e ligou para Birdie, contando o que havia acontecido. Uma hora depois, Birdie estava batendo na porta de Jamie, com Arden ao seu lado.

As três fizeram daquele final do dia o melhor que puderam. Era quase meia-noite quando elas foram até um Seven Eleven e compraram uma versão bem pequena - e não exatamente bonita - de um bolo de aniversário, junto com algumas latas de Coors Light. A cerveja era ruim, e o bolo também, mas a companhia era boa, e Jamie ouviu as amigas num improvisado "parabéns" no fundo da loja, com as três sentadas em um banco de madeira com vista para a rua. Depois, ela bebeu duas latas de cerveja e acabou chorando no colo de Birdie enquanto tentava conversar sobre como as coisas com Taylor haviam terminado. Mas uma palavra saiu mais confusa que a outra, e não por causa da cerveja, mas por causa do choro.

Jamie era sempre muito educada, pessoal e decididamente pé no chão, no estilo adorável do norte de Londres. Além disso, ela também era muito compreensiva, mas tentar ver o lado dos outros nem sempre era a ideia certa. Era necessário um pouco de egoísmo em certas situações. Ela simplesmente não conseguia colocar isso na cabeça. E principalmente porque, mesmo estando muito triste, ela não parecia surpresa com o fim do relacionamento. A ideia, por exemplo, de que ela pudesse estar em uma montanha-russa, que no momento só descia, estava sendo reduzida a um certo mínimo - depois de chorar, Jamie enxugou os olhos e murmurou que voltaria a fazer as coisas como antes. Voltaria a viver a vida normalmente. Ela disse isso com um encolher de ombros.

— Atenção é uma merda — Jamie murmurou. Ela havia se endireitado, sentada entre suas amigas. Arden estava com o braço em volta dos ombros dela, em um abraço de lado, enquanto Birdie ainda estava com uma das mãos entrelaçadas com a dela.

— Bem, eu imaginei — disse Arden.

— Para alguém decididamente normal, deve ser assim — concordou Birdie.

— E eu estava... — ela se conteve, quando sentiu que ia começar a chorar novamente. Ela suspirou calmamente e depois falou novamente — Eu estava tentando me ajustar, talvez pedaços de cada vez. Um passo após o outro, mas o tempo todo parecia que eu estava... como se ela também estivesse, tentando lutar pela nossa privacidade.

— Ela poderia ter lutado um pouco mais — murmurou Birdie, e Arden deu-lhe uma bronca silenciosa. Não que ela não concordasse, mas Jamie não precisava necessariamente ouvir nada daquilo.

Jamie assentiu, como se concordasse com o que tinha ouvido, e então expeliu o ar pelo nariz, rindo mais do que chorando. Um segundo depois e ela estava praticamente fazendo as duas coisas – chorando e rindo um pouco, porque começou a se sentir realmente estúpida com a situação.

— Eu não... — ela tentou dizer — No relacionamento, pensei em todas as possibilidades de as coisas darem errado, e fiz isso mais do que qualquer outra pessoa. Tentei tranquilizá-la de que estava ali, porque senti que era disso que ela precisava, mas acho que também esperava receber algo em troca, tipo... não sei, só queria um pouco de garantia. Mas por que eu deveria esperar alguma coisa também?!

— Era seu direito — comentou Arden, e apressou-se em explicar — Quero dizer, esperar o mínimo de segurança. Um relacionamento como esse é composto de duas partes. A ideia aqui é que você deu muito mais do que recebeu.

— E não que precisemos dizer isso, mas não é justo com você, Jamie.

— Também não é justo com ela — Jamie disse — O barulho lá fora. Não... não é justo com ela.

— Não é justo com ninguém — concordou Arden, sem saber realmente o que dizer além disso.

— Eu sabia que o sol iria parar de brilhar em breve — Jamie comentou — E não estou falando como em... Não estou tentando ser poética, é só que a sensação é exatamente essa. O sol parou de brilhar. Eu só não sabia que esses últimos meses não seriam nada além de escuridão... foi um inferno.

— É que... — Birdie se interrompeu — Saber, ou ter uma ideia, não torna nada menos pesado.

— É, eu sei — ela assentiu — Não é tão simples quanto mudar de ideia. Eu só não... eu não... eu não quis pensar no futuro. Eu realmente não me importei.

Birdie e Arden ficaram em silêncio, um pouco sem resposta para tudo. Era realmente difícil saber o que dizer quando não parecia haver uma cartilha para uma situação como aquela. Jamie estava com o coração partido, e muito provavelmente não seria a última vez que aquilo acontecia, bem como não tinha sido a primeira. Era, talvez, um pouco mais difícil, levando em conta a resolução das coisas. Mas o resumo era aquele.

As três então ficaram por ali, apenas contemplando o silêncio, e então depois tomando o restante das latas de cerveja, enquanto também dividiam o bolo pequeno. Muito perto das duas da manhã, Jamie quem comentou que elas deveriam ir embora. Então as três descartaram tudo o que estava ali, o pacote de cerveja vazio e a embalagem de bolo já sem nada, antes de voltarem a caminhar pelo mesmo caminho de antes.

No início da manhã, quando Jamie acordou antes das amigas, ela deixou o quarto e silenciosamente caminhou para a cozinha. Tinha dividido a cama de casal com Birdie e Arden, e dormido com o rosto virado para o pescoço de Birdie, em uma posição que não parecia nada confortável. Ela estava com o pescoço doendo, pelo menos quando o virava, então tomou um remédio para isso e colocou um pouco de água na chaleira, indo se sentar na sala, ligando a televisão e vendo a BBC One com o programa Breakfast ainda no início, mostrando as notícias recentes do país.

Seu celular estava na mesa do centro, como tinha estado por praticamente todo o dia anterior, desde que tinha chegado em casa. Ele estava ali, desligado. Mas a luz se acendeu quando indicou uma ligação, e uma Jamie ainda de pijama alcançou o aparelho, vendo o nome de Taylor na tela.

Ela ponderou por um momento. Pensou o que aquilo poderia significar e quase desistiu de atender a chamada. Na verdade, ela entrou em termos consigo mesma, murmurando para si que atenderia, mas então a ligação se encerrou, e Jamie achou que parecia um sinal. O sinal, ou o que quer que fosse aquilo, não significou realmente nada, porque Taylor ligou, e então Jamie atendeu a chamada, respirando fundo.

Ninguém disse nada. Jamie conseguiu ouvir a respiração de Taylor do outro lado da linha, mas decidiu que não diria nada se ela não dissesse. Taylor parecia ansiosa, e tentando ainda encontrar as palavras certas para dizer o que queria.

— Eu deveria estar dormindo, e não pensando de fato no que fiz, mas eu não aguentei isso, então... — Taylor disse, a voz saindo quase num sussurro — Queria apenas te pedir desculpas. Sinto que fiquei devendo isso na nossa última conversa.

Jamie quis rir, porque elas mal tinha tido uma "último conversa". 

— Você não deveria ter ligado — a mais nova se enforcou para dizer, e se esforçou mais ainda para que sua voz não saísse falhada.

— Jamie-

— Eu quero me reservar algumas horas de amnésia para conseguir me manter bem. Você realmente não deveria ter ligado.

— Eu não quero esquecer que-

— Taylor, eu realmente não quero conversar. Eu só... eu mal consigo pensar nisso — ela disse — É bem simples, na verdade.

— Ok, eu acho que... hm, me desculpe. Era isso que eu precisava te dizer.

— Eu também sinto muito, Taylor — Jamie apontou, sem conseguir não fazer isso. Taylor pareceu ficar confusa sobre o que ela estava realmente pedindo desculpas, e então se apressou para abrir a boca.

— Você não tem sobre o que pedir desculpas.

— Não, eu tenho — Jamie disse — Acho que meu coração está pesado dentro de mim, e eu odeio ter aqui dentro todas as coisas que disse para você-

— Sobre o que estamos falando?

— Eu te esqueceria se pudesse — a inglesa continuou — É sobre isso que eu estou falando.

Os ecos do que Jamie tinha dito terminaram caindo de lado, e tudo que Taylor escutou foi isso. Então, de uma hora para outra ela quis muito chorar, mas se forçou a respirar fundo e murmurar mais algumas desculpas, antes de desligar a chamada.

Tarde da noite passada, depois que Jamie tinha ido embora, Taylor tinha mergulhado em um estado muito estranho. Ela sentiu que devia sim um bocado de desculpas, mas também não sabia se parecia certo ligar. De qualquer maneira, ela ligou, e se arrependeu um pouco logo em seguida.

Para Jamie, a coisa toda era mais sobre si, honestamente. Ela queria se dar o direito de estar zangada, triste, e as duas coisas ao mesmo tempo, porque não parecia haver outras opções se não essas.

Cinco dias depois, Jamie estava entrando em um trem. Se enfiando em um dos vagões de um dos trens da Eurostar, saindo de St Pancras até chegar na Gare du Nord. Ela não estava sozinha, tinha Birdie, Cenric, Paul e Booker como companhia. Cada um levando uma mochila e uma mala de mão, mas Jamie tinha um par de fones no ouvido, e escutava uma playlist aleatória, que depois de algumas músicas que não pareciam muito felizes, acabou tocando Paris do Friendly Fires, em uma versão remix - uma música que tanto ela quanto Taylor tinham aprendido a gostar nos últimos meses. Então aquilo era uma das partes ruins da coisa toda, quando Jamie ainda encontrava partes da garota nos cantos de tudo que fazia. Alguns dias demoravam para acontecer, em outros vinha cedo demais. Às vezes era a rádio que tocava a música favorita de Taylor, ou qualquer música dela na verdade. À parte disso, tinha também as ligações dela. Taylor parecia bem insistente em querer manter contato, se desculpar ou apenas saber como Jamie estava; qualquer uma das coisas entre isso.

Jamie tinha enfiado na própria cabeça que não retornaria. Ela tinha se controlado muito para não apenas bloquear o número, mas então parecia dramático demais. Mas ela não retornou nenhuma ligação, não depois da chamada seguinte ao seu aniversário. E ela não fez isso, porque tinha quase certeza de que voltaria a lembrar sobre o quão apaixonada tinha estado. Não seria fácil esquecer isso, ainda mais sendo tudo tão recente. Mas ouvir a voz de Taylor não melhorava as coisas.

— Podemos ir para Auvers-sur-Oise amanhã de manhã, antes de seguirmos para Avignon — Birdie comentou quando eles entraram em um táxi.

Com seis lugares na parte de trás, Birdie, Cenric e Booker se sentaram juntos, enquanto Jamie se sentou ao lado de Paul, vestindo o sobretudo preto que tinha enfiado na mochila minutos antes de embarcar ainda em Londres. Deixando a Gare du Nord, o clima parecia consideravelmente mais frio, e a camisa de manga longa, em cor vinho, já não parecia ser o suficiente. Jamie estava usando uma camisa do Arsenal, da temporada 2005/06, com o número 15 e o nome de Cesc Fàbregas.

— Eu estava pensando em ficarmos na cidade — Booker comentou — Quero dizer, eu estava pensando em ficar na cidade. Eu tenho algumas coisas para resolver, mas vocês podem ir para o Auvers-sur-Oise.

— Achei que não estávamos trabalhando — Cenric empurrou o amigo suavemente pelo ombro.

— Eu nunca estou não trabalhando — Booker falou.

— Claro — Cenric assentiu — De qualquer modo, a viagem para Auvers-sur-Oise é rápida. Então Booker fica no meu apartamento, e nós vamos até Auvers-sur-Oise. E aí, depois de amanhã, pegamos o trem para Avignon.

— Como você diz isso? — Paul perguntou — Auvers-sur-Oirse...?

— É bem mais fluído do que você está dizendo — Birdie falou — Não "Ow-vehr-sur-waaz". Isso é tão-

— Inglês — Cenric completou — As palavras têm que se arrastar pela sua boca. Literalmente... Auvers-sur-Oise.

— Eu tentei aprender francês na escola — Paul comentou.

— E o que aconteceu? — Jamie perguntou, falando pela primeira vez desde que tinha saído do trem. Na verdade, mesmo no trem ela não tinha dito muitas palavras.

Paul encarou a amiga e sorriu gentilmente.

— Eu desisti — ele respondeu simples — E então mudei para o espanhol, mas não posso dizer que me saí melhor.

— Eu aprendi na francês na escola — Jamie falou — Mas todo mundo aqui fez isso.

— A coisa do Royal era que você tinha apenas o francês, alemão e espanhol e então o professor de alemão era um chato, a de espanhol mal sabia o que estava fazendo, e o professor de francês era possivelmente a pessoa mais incrível do mundo aos olhos de um bando de pré-adolescente — Birdie falou.

— Vocês estudaram juntos? — Paul intercalou o olhar entre Jamie e Birdie.

Não era a primeira vez que ele saía com parte do grupo de amigos da inglesa, mas sempre que fazia isso os encontros eram em pubs, ou então em estádios, assistindo a jogos e bebendo cerveja. As conversas eram sempre mais leves, e ele sabia até certo ponto de como cada um tinha se conhecido, mas Birdie ainda era um mistério. Eles tinham se visto apenas uma vez, e apesar de ser a amiga mais próxima de Jamie, a inglesa não falava tanto sobre ela à parte do óbvio. Mas era claro que elas eram realmente muito grudadas.

— Nós conhecemos na escola, sim — Birdie respondeu — Estudamos com o Mason, a Clover e a Arden.

— E depois seguimos para Trinity, juntas — Jamie falou — Nos formamos no último ano.

— Eu estive em Trinity também — Paul comentou — Mas aí me mudei para Londres, então me transferi, e com o teatro... foi um pouco bagunçado, e eu concluí alguns meses depois do que deveria.

— Quando vocês começam a gravar juntos? — Booker perguntou repentinamente.

— Em duas...? — Paul encarou Jamie, incerto das datas.

— Três semanas — ela respondeu

— Eu espero que você saiba que eu vou te visitar em Los Angeles — Birdie comentou, e antes que pudesse dizer qualquer outra coisa, o carro parou. Cenric foi o primeiro a descer, e ele acertou a corrida. Saindo do carro, Birdie passou o braço direito pelos ombros de Jamie, a puxando mais para si — Como estamos?

— Estamos bem — ela sorri suavemente, e sentiu os lábios de Birdie em sua bochecha.

Mais à frente, Cenric, Booker e Paul estavam com as malas, conversando entre si enquanto caminhavam até chegarem diante do prédio em estilo Haussmann em que Cenric vivia. Ele morava no último andar, onde havia janelas enormes, e toda a vista da cidade. A Torre Eiffel parecia assustadoramente próxima, e tudo dentro do apartamento de Cenric era em tons mais polidos. O edifício era velho, e as paredes tinham suas histórias, mas ele parecia ter sido renovado, então ao mesmo tempo que era clássico, parecia bem moderno também. E grande. O lugar inteiro era enorme. Cenric tinha dois quartos de hóspedes, com três banheiros, uma cozinha, mais uma sala de jantar e uma sala de estar. Ele também tinha um escritório, que transformou em uma sala de pintura, e a sala toda parecia uma bagunça, mas era bonita.

Jamie e Birdie se acomodaram no mesmo quarto, dividindo o mesmo colchão, enquanto Paul e Booker se ajeitaram no quarto ao lado.

O dia terminou rápido, e então durante a noite eles saíram para comer em um restaurante que tinha logo virando a esquina. Quando voltaram, um pouco mais altos por conta da garrafa de vinho que dividiram, Jamie foi para o quarto. Alguns minutos embaixo do chuveiro, e uma troca de roupa depois, ela estava lá, de cabelos molhados, usando um pijama num tom muito claro de rosa, se deitando no colchão de casal que estava no chão. O quarto ainda não estava decorado, e Cenric precisava mesmo de algumas camas, mas o colchão no chão não parecia ruim. O tempo frio, e a porta com janela de vidro que dava para a varanda estava aberta, deixando não apenas a friagem entrar, como também as luzes de fora. O quarto estava escuro, mas não por completo.

Pouco tempo depois, Birdie apareceu. Ela sumiu logo em seguida, e Jamie escutou o barulho do chuveiro. Quando ela saiu, estava usando calça de moletom e uma camisa branca. Ela tinha prendido o cabelo em cima, em um coque, mas ele se desfez assim que ela se "jogou" na cama, ao lado de Jamie, abraçando a amiga pela cintura, e apoiando o rosto em seu peito. Jamie levou uma das mãos para o cabelo dela, e começou a mexer ali, sem realmente reparar.

— Quer conversar? — Birdie murmurou.

— Depende muito do que vamos falar.

— Eu acho que nos últimos sete dias estive apenas tentando arranjar desculpas de conversas para tentar entender em que passo estamos quanto a você e... — ela não completou a frase, mas realmente não precisou fazer isso. Jamie entendeu — Ela ainda está te ligando?

— Eu não vou atender — Jamie não respondeu realmente a pergunta, mas a resposta que deu deixou bem clara a situação.

— Eu não imaginei que fosse — Birdie disse — Assim que as pessoas ficarem sabendo que vocês terminaram- Quero dizer, é legal tentar não pensar nisso, mas os fãs delas são um pouco intensos.

— Ah, é — Jamie concordou — Bem, eu quero viver, então não acho que eu vá dizer nada assim que a notícia sair. Os Swifties conseguem ser implacáveis. Eles vão mandar para minha mãe uma cabeça de gato morto ou algo assim, eu consigo ver — ela brincou.

— Isso é sério, idiota — Birdie riu um pouco.

Jamie riu também e abriu a boca para dizer algo, mas a presença de Paul cortou o assunto. O garoto surgiu por ali, usando um short preto que caía acima dos joelhos, com uma camisa também preta, e um cardigan acinzentado por cima. Ele estava de meias nos pés, e o cabelo parecia suavemente bagunçado para frente.

— Posso ficar aqui por algum tempo?

— O Booker te expulsou do quarto? — Birdie brincou.

Jamie acenou para o amigo, e foi nomeado para a cama, para o seu outro lado, mas ele acabou indo em direção à varanda minúscula. Abriu a porta com cuidado, e arrastou a única cadeira que havia ali, como companhia de uma pequena mesa. A varanda mal oferecia mobilidade, era como um espaço de três ou quatro passos, então Paul arrastou a cadeira e se sentou na divisão entre o quarto e a varanda, perto das amigas, sentindo o vento gelado em seu rosto.

— O que vocês estavam conversando?

— Nada que valha a pena dizer — Jamie respondeu gentilmente.

— Bem... — Paul pareceu pensar sobre o que diria. Ele juntou as mãos no colo e envergou a cadeira para trás, a sustentando sobre os pés traseiro — O Booker está em uma chamada de trabalho e o Cenric saiu para comprar pó de café.

— E o barulho vindo da sala? — Birdie perguntou.

— A garota que mora de frente está fazendo uma festa, ou qualquer coisa assim — Paul falou.

Os três ficaram em silêncio depois disso. Não havia realmente um problema com isso. Pelo contrário, o silêncio entre eles não era incômodo, e naquela hora da noite, Birdie estava adorando o silêncio. Ela fechou os olhos, sem limites de apenas apagar e dormir. Mas a voz de Jamie chamou sua atenção, e ela voltou a abrir os olhos.

— Você já ficou bravo com suas flores por morrerem? — Jamie perguntou.

— Essa pergunta é pra mim? — Paul virou o rosto para encarar uma amiga.

— É sim.

— Não, não... realmente não — Paul respondeu, entendendo, sem precisar pensar muito, que eles não estavam falando de flores — Se estamos falando de flores, claro... eu deixei algumas morreram até entender como cuidar delas. Me viro muito melhor agora. Mas nunca me apeguei a nada, então...

— Eu quero fazer isso — Jamie murmurou — Às vezes penso em voltar à "loja" para tentar encontrar uma flor exata, mas sei que não vou conseguir e fico furiosa só de pensar.

— Eu não fico bravo, mas fico chateado comigo mesmo por não ter apego a isso — Paul disse — Quero dizer, como posso deixar passar tão facilmente em vez de realmente ter qualquer uma dessas emoções que você... que você está sentido, por exemplo. É como se eu pudesse apreciar totalmente o que é naquele momento e, ao mesmo tempo, há uma pergunta na minha cabeça: "Por que não sinto falta disso assim que acaba? Ou por que eu não quero isso?".

— É doloroso quando você divide isso em outros aspectos da vida, com certeza — Birdie comentou, mas balançou a cabeça negativamente logo em seguida — Bem, eu nem sei se doloroso é a palavra certa, mas vocês entenderam.

— Você está fluindo ou está compartimentando porque é muito doloroso passar por situações como essa? — Jamie quis saber — O que quero perguntar é, na verdade... você realmente não tem apego ou está apenas tentando acreditar nisso?

— É algo para pensar — ​​Paul deu de ombros — Acho que talvez eu ainda esteja tentando descobrir isso.

— Certo — Jamie assentiu — Eu acho que sinto tudo, e sinto demais. Eu chorei pela morte do meu cachorro exatamente uma vez, mas também chorei quando terminei minha última cena da primeira temporada de GoT, ou quando saí da escola, ou quando... quando terminei meu namoro. Eu estava chorando por horas hoje cedo, antes de sair de casa. Às vezes, as coisas são dolorosas demais para serem processadas, então, em vez disso, eu simplesmente as carrego comigo. 

— Não estamos falando das flores — Paul reconheceu.

— Claro que não estamos falando das flores. É como se você terminasse algo importante e fosse meio anticlimático e, de repente, você pensasse: "O que estou fazendo da minha vida? Qual é o próximo passo? Eu não estou fazendo nada." — Jamie continuou — "Estou apenas perdendo tempo."

— Acho que isso se trata de um espaço de não saber aproveitar os momentos enquanto eles acontecem — Paul comentou, honestamente — Acho que isso influencia muito o que estamos fazendo no dia-a-dia, com a rapidez das coisas. Vamos voltar para as flores — ele suspirou — Você também pensa em uma flor; você olha para ela um dia e então sente que na próxima vez que olhar, ela estará morta. Mas, na realidade, pode ter sido um período de uma semana em que você não aproveitou totalmente todos os diferentes momentos da vida, pensando que não poderia acontecer. Você quase se concentra apenas no começo e depois apenas no fim, quando deveria ter se concentrado no meio de tudo isso.

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