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08 | 𝐈𝐅 𝐘𝐎𝐔 𝐄𝐕𝐄𝐑 𝐋𝐄𝐀𝐕𝐄

▪ 10 DE AGOSTO, 2011. 21 ANOS, ICELAND.

Enquanto Taylor estava em Reykjavik na semana passada, voltamos para o meu hotel e fizemos toda aquela coisa de abrir um vinho e jantar na varanda do quarto, observando a vista da cidade. A noite terminou do jeito que estávamos esperando que terminasse.

Depois de tudo dito, suspirando, ela passou a mão em minha clavícula e, com tanto charme aveludado, perguntou se poderia ficar comigo por mais dois ou três dias - ela tinha um voo no dia seguinte. Como eu poderia dizer não? Na verdade, eu queria gritar que ela poderia ficar comigo pelo resto do mês, e então o próximo e o mês depois daquele e o outro também...

Taylor dormiu como uma pedra depois disso, mas eu fiquei acordada. Minha mente - a mais calma dos últimos dias -, ocupada montando as peças dos momentos com ela naquela cidade.

Enquanto eu estava ali deitada, emaranhada nos lençóis brancos, observando a luz da lua se espalhar pelo quarto de uma maneira muito bonita, me dei conta de que adoro Reykjavik - ou talvez eu apenas adore Taylor e qualquer lugar com ela. Porque, na verdade, sinto meu coração batendo, como um vaso bobo e torto bombeando constantemente - e sinto isso com ela.

⋆ ⋆ ⋆

O Wentworth Club era um bom lugar para uma celebridade que não queria ser vista: exclusivo o suficiente para ter um guarda e um portão, mas não atraente o suficiente para atrair paparazzi ingleses. As taxas de iniciação eram modestas £ 25.000 por família, em oposição a, digamos,  formidáveis £ 230.000 em Queenswood, onde as maiores estrelas britânicas - e algumas americanas também - gostavam de jogar, por questão de privacidade, onde os campos também eram maiores e mais distantes. Era difícil não ser visto entrando em Queenswood, só que uma vez lá dentro, você poderia passar despercebido.

Mas naquela manhã fria e ventosa de sexta-feira em Surrey, em vez de um astro tomando chá em uma das mesas dispostas no gramado - como acontecia em Queenswood - com vista para o campo, o maior drama que se desenrolava era o de duas velhas senhoras, de viseira e chuteira, em frente a um carrinho de golfe, comentando que "Diana não pôde vir", enquanto a outra dizia que "Trenton" também não estava lá.

E então houve quase uma explosão de excitação. Um Range Rover Evoque preto, com placa branca e sinalização Union Jack na lateral, chegou gritando no estacionamento porque estava acompanhado por um Aston Martin V8 Vantage cor grafite e um Escalade preto mais atrás. O Evoque foi um presente de aniversário de 50 anos de Kit e Jamie para Sir David; e ainda era novo, mas se você olhasse de perto, também poderia ver um amassado no para-lama dianteiro onde John havia feito um buraco na garagem de sua casa em Kensington - no dia em que seus pais foram visitá-lo, e ele estacionou o carro para David. Kit deveria levar o carro para a MWorks na Clare Street, para que pudesse resolver aquilo, mas mal teve tempo. De qualquer forma, o Evoque chegou com muito alarde, em grande parte por culpa da companhia.

No Aston Martin – que também tinha sido uma aquisição recente – Jamie estava ao volante, com Taylor ao seu lado, parecendo apreensiva. O Escalade mais atrás era ocupado por Noel e Greg, enquanto o Evoque, que liderava a breve comitiva, era onde estavam David, Deborah, Kit e John.

O Evoque deslizou pela propriedade até o estacionamento do outro lado. De lá, todos pegaram seus carrinhos de golfe e, divididos em três, seguiram para o campo.

Antes disso, ainda em Londres, Taylor havia conhecido os pais de Jamie quando a inglesa estacionou o carro em frente à casa deles – casa que, aliás, Taylor já conhecia, ainda lembrando daquele "primeiro/segundo encontro". De qualquer modo, a garota cumprimentou Deborah e David, e pouco tempo depois fez o mesmo com John. Kit, ela conhecia muito bem, e isso porque havia passado tanto tempo indo e vindo dos sets onde Jamie estava filmando que logo parecia impossível não acabar vendo o irmão dela, ainda mais quando eles gravavam juntos por tanto tempo.

Ali, era sexta-feira, e início de uma sequência de nove dias afastados do trabalho que Kit e Jamie teriam. Taylor ainda precisaria retornar aos Estados Unidos na segunda-feira, mas por enquanto ela estava lá, juntando-se à família de Jamie para um fim de semana que – segundo Taylor – gritava: "Certo, somos ingleses!"

Além da família, havia o chefe de segurança de Taylor, Noel Weissman, que provavelmente conhecia oito maneiras diferentes de matar você sem deixar marca; e Greg Romney, o segurança/motorista, que era mais jovem, mas não menos assustador. Durante o dia, como sempre, eles estavam vestidos como sempre se vestiam - com a intenção de se misturar aos espaços. Então, Noel parecia muito elegante de jeans e camisa pólo, e Greg não estava diferente.

A presença deles não era nenhuma surpresa e, na verdade, Jamie estava cada vez mais acostumada com um mundo em que ela mesma não sairia sem um segurança por perto. Principalmente porque, depois de Thrones, os adolescentes acampavam dias a fio em frente ao Hotel em Belfast para tirar uma foto ou ter um autógrafo. Dias antes, quando filmavam na Islândia, no Parque Nacional Skaftafell, a sul de Vatnajökull, regressando ao local onde estavam hospedados, Jamie e Kit arrastaram uma multidão de pessoas, ao ponto de a polícia ter de declarar "estado de emergência". Jamie nunca tinha visto algo como aquilo. Ultimamente - brincavam D&D, os showrunners - a qualquer momento era esperado que alguém anunciasse que estava concentrando todos os seus recursos na cura do vício de Thrones que tomou conta do mundo - ou, especificamente, da obsessão que a parte mais jovem do público adquiriu por Kit, Jamie, Emília e Richard.

A curiosidade era tanta que, semanas antes, até o jornal oficial de NYC, o The New York Times, havia publicado um artigo de viagem com mais de 8 mil palavras sobre os lugares onde nasceram Kit, Jamie, Emilia e Richard, destacando as antigas escolas dos quatro, e até mesmo seus lugares favoritos em Londres.

De uma forma ou de outra, Taylor entendia bem o que Jamie estava vivenciando agora. Com toda a atenção voltada para ela, ela vivia uma vida projetada para maximizar sua visibilidade e ao mesmo tempo minimizar sua exposição. Ela raramente ficava sozinha por muito tempo e sempre que viajava, o fazia em voos particulares. Ela estava sempre entrando em seu próximo compromisso, correndo de espaço fechado em espaço fechado e cobrindo o rosto como uma astronauta que tinha perdido o capacete no meio do espaço, como uma completa estranha. Claro que ela amava o que fazia, e em certo nível gostava do reconhecimento. Mas simplesmente odiava as fotos, a invasão, a falta de privacidade e todas essas outras coisas.

Mas aquela sexta-feira era um bom dia. O sol estava brilhando suave, o clima era fresco - como poderia ser - e as bolas de golfe tinham sido recém-desembaladas. As hordas de paparazzis e fãs não estavam à vista e Taylor quase se sentiu como se pudesse finalmente relaxar. Ela tinha jogado golfe algumas vezes na vida - ainda que preferisse tênis, o que por sinal, era outra coisa que tinha em comum com Jamie -, mas não garantia tanto. Isso não deixava o jogo menos desanimado.

Os homens estavam em disposições bem parecidas em suas roupas, com calças de golfe em tons escuros, camisas polo em cores fortes, combinando com casacos. Deborah, que se colocou de fora das partidas e seguiu direto para o salão interno - conversar com algumas amigas enquanto tomava chá -, estava usando uma alfaiataria casual dos pés a cabeça, com um sobretudo por cima - que terminou pendurado na parte de trás da cadeira quando ela se sentou ao redor da mesa redonda, junto de mais duas amigas.

Jamie, por outro lado, estava usando uma calça cáqui, combinada a uma camisa branca, e por cima uma camisa de manga longa verde da Nike. Nos pés, ela tinha calçado tênis brancos simples, Vans, mas precisou os tirar e substituir pelos sapatos de Golfe, assim que pisou no campo. Ela estava usando também uma touca acinzentada da Carhartt, mas a touca acabou por sobre os cabelos de Taylor minutos depois da chegada delas em Wentworth, quando desceram do carro e a garota reclamou um pouco do frio.

No percurso, as coisas começaram um pouco difíceis. Na primeira tacada, Kit acertou um ângulo ruim e a bola acabou parando nas árvores. Tentando sair, ele acertou outra tacada extremamente azarada que ricocheteou em uma estaca de madeira e caiu de volta onde começou. John começou a rir, até que Kit lhe lançou um olhar gelado.

— Ele é muito competitivo — David comentou parado ao lado de Taylor.

Ele estava ali, no lado direito da garota. Enquanto Jamie estava parada no lado esquerdo, ajeitando os óculos de grau no rosto, antes de apoiar as mãos na bolsa de tacos apoiada no chão.

Quando Kit lançou a terceira tacada, foi a terceira seguida de mais oito, acumulando erros.

Mas no segundo buraco, ele começou a encontrar seu ritmo. Ele esteve na segunda tentativa, e em duas tacadas saiu bem, e depois em mais duas tacadas partiu adiante. John jogou também, sem muito peso de ser perfeito, e acertou algumas depois de errar outras. Ali, sem dúvida alguma, o único que parecia mesmo certo do que estava fazendo era David, mas no fim, Taylor também se saiu bem, enquanto que Jamie parecia estar competindo com Kit, para ver quem era o pior quando o assunto era golfe.

No fim, ela comentou algo como "Eu odeio isso aqui", o que não era uma mentira, já que não era a maior fã do esporte realmente. Mas aquela era uma tradição. O Wentworth era um dos clubes mais antigos da Inglaterra, e a família de Jamie tinha o costume de passar os fins de semana por lá, jogando golfe e socializando. Quando era criança, Jamie se juntava com as outras crianças e ia explorar a propriedade - caminhar pelos campos até os lagos. Deborah sempre se encontrava com as amigas e David aproveitava para jogar golfe enquanto bebia cerveja com alguns amigos, conversando também sobre as semanas anteriores que tinham passado sem se encontrar.

Crescendo, aquilo acontecia - mas nos últimos anos, com Kit trabalhando e estudando e depois Jamie trabalhando e estudando e então os dois em Thrones, tempo parecia ser mesmo a coisa mais difícil de arranjar. Ainda tinha John que, com 27 anos, tinha acabado de conseguir um espaço como chefe da Equipe de Marketing do Time Red Bull da F1. Antes disso, John tinha obtido um Bacharelado em Direito. A partir daí, ele se tornou coordenador de eventos, liderando uma carreira de quase dois anos na Abercrombie and Finch.

Enquanto trabalhava lá, ele acabou se tornando Gerente Regional Distrital, passando a Gerente de Desenvolvimento de Negócios em pouco tempo. Pouco mais de três anos depois, John tinha chegado à Red Bull, onde as coisas para ele pareciam mais do que bem. Mas claro, o tempo também era escasso. David e Deborah de modo algum reclamavam. Eles haviam se aperfeiçoado, dentro de casa. Com três filhos, crescendo, eles souberam bem como navegar por isso, mas agora que todos estavam oficialmente por conta própria, vivendo em suas casas e montando suas vidas, tinha um "quê" de orgulho disposto sobre tudo, porque os três se tornaram pessoas ótimas - e era quase como se agora eles estivessem esperando pelo próximo passo, em que todos iriam se acomodar, e construiriam sua própria família. Mas sem pressão alguma, até porque o mais velho deles tinha 27 anos, e realmente muita vida pela frente.

Kit brincou com mais algumas tacadas, mas logo os mais jovens deixaram o campo e foram se recostar perto do carrinho de carrinho de golfe quando dois outros carrinhos chegaram e quatro outros homens desceram deles. Aqueles eram amigos de David, e os irmãos Harington entenderam a deixa - era a hora dos adultos 'brincarem' de verdade.

John acabou aceitando uma ligação de alguém que quase certamente era sua namorada - ele disse "eu te amo" no final - e depois disse para os outros três o que eles achavam de um passeio pelo clube. O que, para Kit e Jamie era apenas rever parte do que não viam a algum tempo, mas para Taylor era realmente conhecer Wentworth e entender porque as pessoas gostavam tanto de ir para lá.

Os quatro então seguiram pelos campos, junto de Noel e Greg que seguiram em outro carrinho mais atrás. Eles foram passando pela sede principal, onde o salão central ficava - o salão onde Deborah estava tomando chá junto das amigas. Eles passaram pelo lago e pararam ali por perto, foi bem quando no alto de uma colina, do outro lado de uma cerca, dois paparazzi apareceram, tirando fotos com lentes telefoto. Alguém do clube deveria tê-los avisado, quase que imediatamente, porque eles estavam ali há pouco tempo. O humor de Taylor escureceu imediatamente.

Ela tinha azar com fotógrafos desde... Na verdade, sempre. Muito porque, ela não podia fazer nada sem que virasse manchete, mesmo que fosse a coisa mais boba do mundo.

Noel e Greg, que estavam logo atrás, saltaram do carrinho de golfe e andaram até os fotógrafos. Noel estava discando o número da polícia do condado com uma das mãos e gesticulando com raiva com a outra, enquanto Greg, mais jovem e mais rápido, já estava alguns passos mais a frente, se aproximando da cerca. Houve um breve impasse, porque aquilo era propriedade privada, e eles não estavam no limite da cerca, e não queriam ir embora, mas Noel deixou claro que não se importaria em os arrastar para o outro lado.

Taylor estava vendo isso de longe, sem ideia alguma do que estava sendo conversado. Ela estava parada ao lado do carrinho, ao lado de Jamie que estava sentada no banco de trás, enquanto Kit estava no banco da frente e John estava alguns passos à frente, apenas alerta, como se fosse ir lá pra cima ajudar Noel e Greg a qualquer momento.

— Eles não deveriam estar aqui — a loira resmungou irritada — É uma propriedade privada.

— Você diz como se isso fosse os impedir — Kit comentou de lado, mas sem um tom julgador. Ele estava apenas pontuando algo, e então fez questão de comentar logo em seguida sobre como não era nada demais, ou pelo menos, não deveria ser — Mas está tudo bem. Eles não podem passar dali, de qualquer forma.

Jamie avistou mais três fotógrafos para lá do campo, os vigiando. Ela viu Noel e Greg voltando irritados, e os dois primeiros paparazzis se afastaram. Logo depois John também estava caminhando de volta, e todo mundo entrando enquanto se dividiam nos carrinhos. Os irmãos Harington, bem como Taylor, no da frente, enquanto os seguranças vinham no de trás; às cegas por um tempo, sem um caminho certo. Mas então, de alguma forma, milagrosamente, eles chegaram em segurança de volta à sede do clube.

— Como foi? — Deborah perguntou quando viu os filhos chegando no salão principal. Jamie arrastou uma cadeira para que Taylor pudesse se sentar, e ocupou o espaço ao lado dela. As duas cumprimentaram as amigas de Deborah enquanto Kit e John se acomodavam, mas logo depois os dois também fizeram o mesmo.

— Hm, não muito bom — Jamie disse diplomaticamente. Deborah perguntou se eles tinham ido passear por Wentworth e a mais nova balançou a cabeça.

— Provavelmente nunca mais jogaremos aqui — Kit comentou.

— Porque ele conseguiu errar tudo o que tentou fazer na pista— John irritou o irmão, e ganhou um empurrão de lado, o que rendeu uma risada de si mesmo. Por um momento Deborah quase os viu como eram anos atrás; duas crianças.

— É, é... — Kit revirou os olhos — Mas não. Porque tinham fotógrafos do outro lado da cerca.

— Eles dizem que Queenswood é ótimo para as celebridades por um motivo, querido — uma das amigas de Deborah comentou, e Kit a encarou, vendo a mulher sorver parte do que parecia ser chá com um toque de leite.

— É, nós ouvimos — Jamie acenou com a cabeça. Por baixo da mesa ela alcançou a mão de Taylor e entrelaçou os dedos aos dela, sentindo o toque dela no anel prateado que tinha comprado semanas antes, girando o meio dele.

O anel era singelo, todo em prata, com a peça central giratória, mas sem detalhes nem nada do tipo. E poderia parecer apenas um anel, mas de verdade, não era. A maioria das pessoas estava ciente da inquietação que presente quando se sentia ansiosa. Algumas pessoas mordiam ou cutucavam as unhas. Algumas pessoas colocavam as mãos nos bolsos. Outros mexiam em seus colares ou até mesmo em seus anéis - Taylor fazia as últimas duas coisas. Mas ultimamente, quando estava com Jamie, então não estava mexendo em seu colar, e sim no anel prateado da garota, enquanto mantinha a mão colada a dela. Porque, de alguma forma, apenas funcionava.

— Acho que vamos ter que começar a pensar nisso — Deborah falou.

— Ir para Queenswood? — John se surpreendeu — Estamos aqui bem menos do que antes, então não importa. E o papai adora o lugar.

— Foi apenas um imprevisto — Kit concordou — Agora sabemos que a pista do outro lado não é realmente uma escolha.

— É, totalmente — Jamie acenou para o irmão — Deveríamos ter ido para o lago perto dos limites de entrada. Não tinha ninguém por ali quando chegamos, e a pista é-

— Escondida — John completou, e houve um silêncio depois disso, como se tivesse ficado muito claro o problema diante da situação. Mas Deborah não quis deixar o ambiente cair, ainda mais quando logo ao lado dela - na verdade, uma cadeira depois de Jamie -, Taylor parecia realmente apreensiva, como se tivesse estragado a tarde por algo que nem controle ela tinha.

A inglesa mais velha mudou o assunto e falou sobre David, no que Kit respondeu que ele estava jogando com os amigos, o que não era realmente uma surpresa. Logo em seguida o assunto mudou de novo, quando uma das amigas de Deborah - Audrey -, fez uma pergunta direcionada para Taylor. Algo como em "Eu soube que você vai tocar na O2 outra vez", e foi o que bastou para que Taylor se sentisse um pouco melhor, porque falar de trabalho - estranhamente - a animava.

Mais tarde, quando as amigas de Deborah foram embora e apenas a família permaneceu, não demorou para que David aparecesse, e então o clima se tornou ainda mais leve. Jamie tinha deixado claro em que passo estava com Taylor, mas ao mesmo tempo não queria colocar um peso tão grande em cima da garota, porque conhecer os pais parecia bem como isso, mas lá estavam eles. E Taylor parecia bem entrosada, entendendo as piadinhas de Kit e John, enquanto ouvia David falar sobre sua família e sobre como as questões de títulos funcionavam na Inglaterra. Ele parecia tão animado contando sobre como era o décimo quinto baronete da família Harington, um título de nobreza intermediário entre barão e cavaleiro, que Taylor se animou em ouvir também.

Eles ficaram por ali até pouco depois do jantar. Era início da noite quando voltaram para Londres, pegando a estrada e percorrendo o caminho de pouco mais do que cinquenta minutos. Então, a Evoque de David partiu para Crouch End, enquanto Jamie batia para Notting Hill, dirigindo pelas ruas ainda agitadas de Londres até chegar em frente a townhouse em Lancaster Road.

No dia seguinte, Jamie e Taylor retornaram uma segunda vez para a casa dos pais da inglesa. Eles foram almoçar na casa deles em Croch End, junto aos irmãos de Jamie, e passaram praticamente toda a tarde por lá, mas no início da noite, as duas se despediram, e então seguiram para a casa de Jamie, apenas para ajeitar tudo o que Taylor tinha levado, bem como uma mala de mão e uma bolsa, com tudo que Jamie precisaria para dois dias em Nova York.

Elas amanheceram em Nova York, chegaram no início da manhã e seguiram para o apartamento de Blake - que, gentilmente, a garota cedeu por uma segunda vez já que sua residência, por hora, estava em Los Angeles. Por volta das 11 da manhã, as duas rolaram para fora da cama e Jamie saiu em direção a uma academia na Murray Street para um treino rápido de cinquenta minutos. Taylor, por outro lado, desceu as escadas e comeu uma tigela de Frosted Flakes, depois passou pelo menos trinta minutos embaixo do chuveiro, e saiu a tempo de ver Jamie entrando no apartamento. A inglesa tomou banho e depois ajeitou uma tote bag com tudo o que precisaria para o dia. Ela e Taylor saíram de casa logo em seguida, entrando no banco de trás da Escalade, observando Greg dar partida no carro e seguir para o estúdio do The Tonight Show no Rockeller Plaza.

Quase uma hora depois, por conta do trânsito, Jamie estava lá, sentada no sofá de um camarim, saboreando um Big Mac e um Oreo McFlurry - que era basicamente seu almoço -, enquanto via Taylor conversar algo por telefone com sua mãe, sentada de frente para o grande espelho acoplado a uma penteadeira branca.

Logo alguém bateu na porta e a publicista de Taylor apareceu com Jay Leno, o apresentador do Talk Show. A loira se despediu da conversa pelo telefone e apoiou o celular de lado, se levantando para que pudesse cumprimentar Jay com um abraço.

— E aí, Tay? — ele disse — Como vai você?

— Muito bem — ela sorriu — E obrigada por me receber.

Eles se perderam por alguns minutos na própria conversa – Leno disse que tinha comprado recentemente um Jeep igual ao que Taylor tinha em Nashville, e depois ele acenou para Jamie, que se levantou, estendendo sua mão, e escutando claramente o apresentador dizer que a queria no programa assim que começasse a rodada de divulgação da próxima temporada de Thrones.

Mas ele também não fez realmente nenhuma outra questão à parte disso - como em todas as questões que vinham permeando os tablóides, sobre a aproximação de Taylor com Jamie. Não, Jay foi gentil e se manteve básico. Ele também se despediu logo em seguida e Paula, a publicista de Taylor, comentou que iria avisar a equipe de cabelo e maquiagem que Taylor estava pronta para começar a se arrumar.

— Ele é um cara tão legal — Jamie comentou depois que ela e Taylor ficaram sozinhas.

— Sabia que ele faz isso antes de cada show?! — Taylor disse. Tinha estado no The Tonight Show outras duas vezes e, depois de uma ida ao Letterman, ela ainda preferia Jay — Da última vez, ele trouxe flores para minha mãe. Letterman não faz isso.

— Letterman te deixa nervosa? — Jamie perguntou — Porque ele me deixou nervosa, e eu nem estava sozinha.

— Acho ele tão estranho — Taylor disse — Ele é muito bom, mas espera que você vá muito preparada, e às vezes você apenas não está.

— E agora...? — Jamie encarou a garota do outro lado da sala. Taylor tinha virado a cadeira giratória para encarar a namorada, e ficou sentada ali, inquieta; Jamie reparou.

— Se eu estou preparada? — ela parou por um momento com a pergunta, e respirou ansiosamente — Eu vou ficar menos nervosa assim que colocar meus pés no estúdio.

Pelo menos, Taylor estava contando com isso. Ela teve experiências semelhantes nos últimos anos, e quase sempre era assim. Realmente parecia como se fosse mais fácil enfrentar a situação assim que a situação se encaminhava para ter início - a antecipação era o que a deixava nervosa. Depois disso, ela sabia se encontrar.

No camarim, não demorou para que a Hair Stylist a fizesse parar quieta por mais do que dez minutos, assim que chegou com Paula. Ela a sentou em uma cadeira, depois da maquiagem, enquanto borrifava algo em seu cabelo. Enquanto isso, o estilista de Taylor passava vapor no vestido sem alças que ela usaria - uma peça preta com bolinhas vermelhas -, contando sobre como o tecido escolhido era muito macio e confortável.

Depois, todo mundo saiu - ou quase todo mundo. Paula continuou ali e esperou por Taylor até que um dos produtores abriu a porta do camarim, avisando que eles começariam em dez. Foi a deixa para que Paula saísse, dizendo que esperaria Taylor na marcação de entrada. Depois disso, Jamie entrelaçou uma das mãos a de Taylor e elas deixaram o camarim juntas. A inglesa parou alguns passos antes do corredor que levava a entrada do palco e abraçou Taylor, deixando um beijo em seu rosto antes de a desejar "boa sorte". Minutos depois, ela caminhou em passos calmos até uma das duas cadeiras vazias na fileira do palco - onde teria a companhia de Paula -, fazendo o que, honestamente, para Taylor era uma primeira vez.

Em nenhum outro momento ela tinha alguém tão interessada em mergulhar em sua vida - e isso se referia a tantos pontos. Jamie tinha ido a concertos, ensaios em Nashville e sessões de estúdio. Ela acompanhou sessões de escrita e até entrevistas em rádio. O mais curioso era que tinha feito tudo isso enquanto se dividia gravando, possivelmente, a série com o maior orçamento daquele ano da HBO. Jamie era muito ocupada, e não existiam dúvidas - depois da primeira temporada de Thrones, que tinha acabado poucas semanas antes, ela certamente era o nome mais cotado em qualquer lista de casting de diretores de elenco. A caixa de entrada de Charlie vivia cheia, e agora Jamie estava expandindo a equipe. Ela tinha uma assessora definitiva e estava prestes a assinar com a CAA, possivelmente a maior agência de talentos americana. Na Inglaterra, estava sob o nome de Independent Talent, uma das maiores agências atuantes na Europa.

Com tanto, ainda assim, ela arranjava tempo para ser a "namorada perfeita", se é que algo como perfeição pudesse existir. Na verdade, para Jamie, ela estava apenas cedendo parte do que era óbvio para que aquilo funcionasse. Taylor fazia o mesmo, ainda que com a loira, considerar os próprios sacrifícios, qualidades e tantos pontos positivos, parecia mesmo difícil. Elas estavam em pé de igualdade, mas às vezes Taylor dava mais crédito para Jamie do que para si mesma.

Na gravação daquele dia, Jamie pôde ver que Taylor era definitivamente muitas coisas legais, mas ela tinha seus limites. Era preciso um bom entrevistador que a fizesse sair de sua concha. Felizmente, Jay Leno era essa pessoa. O homem era tão gentil, que mais parecia um pai, sempre se certificando de que Taylor estava confortável com suas perguntas. Na verdade, ele classificava Taylor uma anomalia ambulante e sempre que tinha a oportunidade de conversar com ela, se divertia. Sua opinião sobre a garota era muito clara - ele vivia dizendo que ela era o exemplo perfeito de uma pessoa jovem com sucesso e responsabilidade.

No 'The Tonight Show', Taylor o ouviu falando sobre isso. Em outro ponto, ela mesma falou um pouco sobre seu último álbum, e deu algumas dicas sobre uma das razões pelas quais tinha estado tão contente nos últimos meses. Uma das razões era estar na estrada, junto dos fãs, mas a outra estava a poucos metros de distância na verdade, e Taylor se controlou muito para não falar mais do que deveria. Quase como se as pessoas já não estivessem comentando.

A verdade era que nas últimas semanas, tudo sobre o que as pessoas queriam falar era Taylor e sua - estranha - aproximação com Jamie. Antes, ela tinha artigos sobre os garotos com quem tinha estado, e agora, se buscasse seu nome no Google, tudo que acharia eram os milhares de textos especulando sua sexualidade, vinculados a centenas de fotos em que ela e Jamie apareciam - às vezes de mãos dadas, às vezes apenas sorrindo. Recentemente, elas foram fotografadas fazendo compras em um Whole Foods, ali mesmo em Nova York. Na foto, Jamie estava segurando uma cestinha de compras, enquanto Taylor escolhia algo na prateleira de cereais; uma foto depois e elas estavam rindo de qualquer besteira. Na foto seguinte, as duas estavam caminhando pelos corredores de mãos dadas. A curiosidade daquele dia tinha sido que nenhuma das duas reparou que havia alguém tirando fotos, mas também, nenhuma das duas quis fazer da coisa toda um problema maior.

Havia sim pontos a serem discutidos - como o fato de Taylor ser uma estrela country e mal ter espaço para falar sobre si mesma à parte da música. Ninguém queria que ela tivesse tantas opiniões, por mais que ela tivesse. E embora ela carregasse muita certeza de que seus fãs apoiariam se ela fosse excepcionalmente honesta sobre o que tinha com Jamie, havia muito a ser conversado ainda, principalmente com Scott - Borchetta - e todo o resto da equipe. Mas, também, de um jeito ou de outro, ela vinha se sentindo cada dia mais compelida a apenas ser honesta. Bem como fazia em outros momentos, às vezes, ela queria apenas agir da maneira exata como agia com Jamie longe das câmeras - e então deixar que as pessoas falassem sobre, ainda mais do que já falavam.

Ela queria fazer isso ali mesmo, conversando com Leno, talvez comentando casualmente sobre Jamie, exatamente como comentaria se estivesse com um amigo, mas não o fez. Ela pegou uma linha muito próxima e seguiu, dizendo que era sagitariana e, consequentemente, cegamente otimista, em resposta a uma pergunta de Leno sobre relacionamento. Taylor falou que quando estava apaixonada, era simplesmente estúpida, e confivava nas pessoas – constantemente. Na maioria das vezes isso tinha acabado mal, e sempre que acabava mal, ela sempre pensava algo como 'Não vou mais confiar nas pessoas. Serei uma daquelas garotas sombrias e sinuosas que os outros amam porque são todas cautelosas e outras coisas.' Mas então, ela tinha encontrado alguém em que valia mesmo a pena confiar - e comentou isso entrelinhas, de uma maneira que se, pelo menos, você a acompanhasse, saberia que tinha muito mais ali do que ela dizia.

Esse momento da verdade veio, mas logo foi embora. Depois, Taylor relembrou seu single 'Mean' e Leno quis falar sobre a experiência de escrever música. No que ela incluiu a história por trás e pontuou que naquele meio você nunca desenvolvia pele o suficiente para lidar com críticas. Ela também admitiu que tinha parado de verificar os alertas do Google com seu nome, para ver o que as pessoas estavam falando sobre. O que ainda era um processo, em que de vez em quando ela caía em contradição e clicava justamente no que não deveria, mas vinha tentando manter o trabalho ativo.

Alguns dias depois, saindo de Nova York, Jamie e Taylor voltaram para Londres. Uma semana depois do dia passado em Wentworth, elas estavam outra vez indo se encontrar com os pais de Jamie para um almoço no The Fellow, um pub gastronômico discretamente elegante, próximo à grandiosidade das estações de trem King's Cross e St Pancras.

Os irmãos de Jamie não estavam com eles dessa vez, porque John estava em uma viagem de trabalho para Mônaco, enquanto Kit tinha marcado uma saída, que ele insistia ser amigável, com sua colega de elenco, Rose Leslie.

No sábado, Jamie acordou cedo e então saiu para caminhar, mas voltou antes das nove, para achar Taylor pronta para o dia. Os planos para a tarde - e início da noite - estavam bem claros. No dia anterior, as duas tinham estado com os pais de Jamie, mas não iriam repetir a dose. David e Deborah tinham um compromisso junto de alguns amigos, e por outro lado, Jamie também.

A inglesa se enfiou em jeans claros, uma camisa vermelha e branca do Arsenal que era da temporada 84/85, mas mal parecia ser de tão nova que estava. Nos pés ela calçou um tênis adidas Gazelle em tom branco e completou o visual com um sobretudo acizentado. Taylor tinha optado por roupas semelhantes - tênis, sobretudo e jeans, mas ela tinha se enfiado em uma camisa branca com um logotipo vermelho da banda blur no meio do peito, uma peça de Jamie que normalmente ficava no fundo do guarda-roupa; se ela tinha usado duas vezes, era realmente muito, mas a blusa tinha o cheiro dela, algo que lembrava a lavanda e um daqueles sabonetes caros que se comprava na Harrods.

As duas deixaram a casa de Jamie em Notting Hill e seguiram por Ladbroke Grove. Na verdade, saíram de lá até Paddington e depois passaram por Kings Cross até descerem em Holloway Road. Uma vez por lá, Jamie, com a mão entrelaçada a de Taylor, guiou a namorada até o Veli's Cafe - um espaço que ela considerava como o melhor lugar para um almoço por aqueles lados da cidade.

Elas se sentaram em uma mesa perto da janela, uma de frente para outra, e fizeram seus pedidos, com Taylor indo muito na ideia de Jamie do que era bom por ali. Esperando a comida, elas apenas caíram em uma conversa mais amena, que deixou de ser tão amena quando o assunto "trabalho" surgiu. Taylor tinha sempre dois compromissos telefônicos obrigatórios toda semana. Um era com seu advogado e outro com seu gerente de negócios - havia também um terceiro compromisso, mas que não acontecia toda semana. Ela sempre ligava para Scott - o cara que, tecnicamente, era seu chefe -, ou então ele ligava. Scott tinha ligado naquela manhã, apenas para saber como as coisas estavam. Eles tinham conversado sobre as mensagens que Taylor havia enviado para novos produtores, e então pontuado que tinha ficado sabendo sobre as conversas dela com Max Martin. Taylor sabia bem onde Scott estava tentando ir, mas ela não queria falar sobre aquilo, então apenas comentou para que eles discutissem qualquer assunto como aquele quando ela voltasse para Nashville.

Em pouco tempo, o Hash de Batata Doce com Za'atar e Grão de Bico chegou na mesa, junto com alguns pãezinhos fritos diferentes, um dos quais veio com uma geleia que parecia a melhor coisa que Taylor tinha comido na vida, uma vez que a levou até a boca. Jamie encheu seu copo e o de Taylor com parte do chá gelado que ela tinha pedido, que veio em uma garrafinha média - mas cheia o bastante para que desse para as duas.

Taylor meio que odiava manter o silêncio enquanto comia e, naquele ponto, Jamie já sabia muito bem disso, então ela apenas conseguiu sustentar uma conversa - o que não parecia tão difícil, pelo menos não entre elas.

Jamie poderia falar sobre tudo, com honestidade, ela poderia mesmo. Mas naquele dia, aproveitou onde estavam e falou um pouco mais sobre o Norte de Londres. Ela falou como se colocava contra, profundamente, ao fato de Lower Holloway ser chamada de 'LoHo', e como havia um sinal neon de uma antiga lavanderia na Hornsey Road, que agora acomodava alguns apartamentos, e que todo mundo daquele lado da cidade sabia exatamente onde ficava, de cabeça. Ela comentou como, sendo dali, era difícil também não saber exatamente onde estavam os melhores restaurantes - e a resposta para isso, inclusive, era saindo da Harringay Green Lanes, obviamente. Ali, na Harringay Ladder, que era a área entre as estações Turnpike Lane e Harringay Green Lanes, justamente as ruas que passavam entre Harringay Green Lanes, paralelamente à Wightman Road, era onde tinha os melhores restaurantes turcos e as barracas de kebab que valiam mesmo a pena.

Quando Jamie deixou o Veli's, depois de pagar a conta, ela e Taylor pararam na calçada, bem em frente ao restaurante, e a inglesa ajeitou a touca acinzentada da Carhartt sobre os cabelos de Taylor, touca essa que agora parecia ser da loira definitivamente - desde que ela tinha pegado na semana passada. Depois, as duas entrelaçaram os dedos, atravessaram a rua e entraram no Drayton Park. Quatro minutos depois, els saíram em frente ao Emirates Stadium, com Jamie avistando seis rostos conhecidos, acenando ao longe.

Edward, Mason, Clover, Birdie, Booker e Arden estavam em seus agasalhos. Jamie teve a falta de Dane e Cenric, e foi justamente a primeira coisa que disse quando se aproximou dos amigos. Foi Birdie quem comentou que Cenric estava viajando, algo relacionado ao trabalho, enquanto que Dane tinha feito um imprevisto envolvendo a família dela.

Após o breve esclarecimento, Jamie apresentou Taylor - e fez isso sem realmente esconder o status atual. Elas tinham falado sobre como as coisas poderiam ser complicadas, falando de alguém como ela, mas naquele dia as duas estavam saindo como qualquer outro casal normal. Isso incluía as apresentações, o passeio pela cidade tentando não chamar a atenção, e apenas o simples arranjo de estar ali, num sábado tão comum.

Os amigos de Jamie tinham um jeito muito diferente dela – e isso ficou bem claro. De modo geral, Edward, na verdade, parecia estar muito na mesma energia que a amiga, mas o resto deles, todos, estavam surpreendentemente prontos para o caos mais completo. Taylor não queria jogar estereótipos, mas eles simplesmente eram ingleses; apenas eram. Com um humor próprio, absurdo, estranho, feito por ironia e sarcasmo. E eles trataram Taylor como se ela fosse uma velha amiga.

Clover puxou a americana para que elas andassem na frente, e Arden se colocou do outro lado dela, a mantendo no meio enquanto as três juntavam os braços. Mais atrás Edward e Booker acompanhavam as três rindo de qualquer coisa idiota que o primeiro tinha dito.

Mason se colocou ao lado direito de Birdie, e ao lado esquerdo estava Jamie. Os três foram bem atrás, mas viam com muita clareza o restante dos amigos a uns dez ou quinze passos adiante.

— Ela é bem mais alta do que eu achei que seria — disse Birdie.

Jamie sorriu, e fez isso de um jeito meio bobo, como se uma simples observação fosse um ponto para outra coisa. Como se fosse algo incrível e muito lisonjeiro. A conversa se manteve contínua, mas Birdie viu o sorriso, e acabou entendendo o que tinha acontecido quando escutou Jamie concordando que sim, Taylor era mesmo mais alta do que aparentava ser - a coisa era que, Jamie estava apaixonada. Para Birdie, que a conhecia tão bem, era tão óbvio. Era como se tivesse um sinal gritando o fato, colocado exatamente na testa da garota.

— Você conheceu os pais dela? — Mason perguntou.

— Eu conheci a mãe — Jamie deu de ombros — E vi o pai dela em alguns shows, mas nada demais. Sabe como em... Como se ele estivesse evitando que o encontro acontecesse. Tem sempre mais alguma coisa para que ele faça antes que ela possa me chamar para um jantar em casa ou qualquer coisa assim. Eu acenei para ele, se contar de algo.

— O pai dela não é o cara que até pouco tempo estava enfiado em grupos de conversa online republicanos? — Birdie levantou a questão, e Jamie balançou a cabeça para cima e para baixo, se lembrando de como a questão tinha ganhado os jornais meses antes.

— Isso levanta problemas — Mason comentou, e ganhou o olhar de Jamie por um segundo ou dois, antes que ela voltasse a prestar atenção no caminho que estava fazendo.

— Tipo o quê? — Jamie perguntou.

— Bem, você é gay, a filha dele também — ele deu de ombros — Metade de seus amigos são gays.

— E a outra metade é comunista — Birdie murmurou.

— Eu sou bissexual — Jamie disse sorrindo suavemente, parte como uma brincadeira, mas não era mentira alguma. Ela realmente se rotulava de tal maneira, se poderia colocar assim — E a T também.

— T', como em "Taylor?" — Mason levantou a sobrancelha, e Jamie acenou confirmando — Ugh, vocês já têm apelidos — ele fingiu que iria revirar os olhos, mas acabou rindo.

— O que seus pais acharam dela? — Birdie tocou o corpo para o lado levemente, empurrando de maneira suave a amiga, como em um gesto para que ela a respondesse.

— Eles a adoraram, mas, honestamente... Eles gostam de quase todo mundo.

— Oh, isso é verdade — Mason disse — Uma pessoa tem que ser muito filha da puta para que seus pais a odeiem.

— É quase isso mesmo.

— Mas eles são mais exigentes quando o assunto são as pessoas com quem você sai — Birdie lembrou — Você apresentou ela como namorada?

— Sim — Jamie pediu.

— E eles a adoraram? — Birdie voltou a perguntar — Mesmo?

— Ok, eu entendi o que você quis dizer...

— É que, você- É apenas ótimo! — a garota disse, realmente animada — Ela parece ser incrível de qualquer maneira.

Os três ficaram ali conversando, seguindo sempre em passos mais calmos. Pouco tempo depois, eles entraram de vez no estádio, e aí Birdie foi se juntar aos amigos mais à frente, no que Jamie se aproximou de Taylor e, entrelaçando os dedos aos dela, a guiou pelo espaço. As duas terminaram onde quase sempre Jamie e os amigos ficavam em dias de jogos.

Naquele dia, o Arsenal quase teve que se contentar com um empate na primeira jornada da Emirates Cup, depois de perder uma vantagem de dois gols contra o Boca Juniors, mas eles recuperam marcando o terceiro. Diante disso, para jogadores e fãs, tinha sido um ponto de partida consideravelmente melhor do que o das temporadas passadas, o daquela pré-temporada - muito porque, de certo modo, representava um novo começo, com uma nova esperança para se agarrar, bem como um novo uniforme para admirar.

O grupo de amigos de Jamie deixou o estádio direto para um pub que não ficava tão longe caminhando, e Jamie os acompanhou com Taylor. Mas, já no fim da tarde, início da noite, quando eles quiseram estender o dia e ir até Piccadilly Circus, Jamie disse que era hora de voltar para casa.

O caminho de volta foi consideravelmente mais rápido, porque as duas pegaram um táxi típico londrino, ou 'cab' - o serviço de táxis que atendia a cidade de Londres, era assegurado por carros do modelo Austin FX4, pintados de preto levemente azulados (ou esverdeados, mas esses você veria apenas no sul de Londres). Esses carros tinham bancos de frente e de costas, e a parte do passageiro era dividida do condutor. Taylor já tinha entrado em um daqueles, ainda da primeira vez que pisou na cidade, mas fazer isso com Jamie foi uma boa primeira vez. Ela foi envolta pelo braço da garota praticamente o caminho todo, enquanto brincava com uma de suas mãos, em seu colo, e conversava besteira.

Chegando em casa, foi quase como se elas estivessem entrando no fim de um dia estranhamente familiar. As duas subiram as escadas e Jamie arrumou a banheira por completo. Ela jogou parte de um daqueles potes cheios com sais de banho na água e chamou Taylor depois de fazer isso. A mais velha tirou as roupas quando Jamie saiu do banheiro, e mergulhou o dedo do pé no líquido quente. Em seguida, ela entrou na banheira inteira. Ela afundou mais na água, mergulhou os ombros e o pescoço, depois afundou até o nariz, mas voltou a subir quando ouviu o estalo da porta se abrindo.

Jamie estava ali, usando um robe num tom mais claro de azul, amarrado na cintura por uma faixa, mas solto o bastante para que parte do torso dela estivesse ali, exposto. Ela estava descalço, e caminhou até perto da ponta da banheira. Taylor se mexeu dentro da água, para que pudesse abrir espaço, mas a inglesa se sentou na ponta mesmo, mergulhando os pés na água, enquanto acenava para que ela se aproximasse.

Taylor fez isso, e se inclinou para frente, para que pudesse apoiar a testa a sobre os joelhos, enquanto Jamie esfregava suas costas de maneira suave. O ambiente ficou em silêncio por algum tempo, mas logo Taylor cortou isso, porque ainda que gostasse do silêncio com Jamie, preferia quando els estavam falando sobre qualquer besteira.

— O que Birdie comentou sobre você jogar futebol... — Taylor disse — Ela não estava brincando, né?

— Oh, Deus... — Jamie revirou os olhos, mas riu um pouco — Ela te contou isso, claro.

— Ela achou que valia a pena falar, assim que eu percebi como você parecia realmente mergulhada no jogo de hoje.

— Bem, por um período, você sabe, eu acho que devia ter uns 13 anos, eu fui a segunda melhor para minha faixa etária no time da minha escola.

— "Segunda melhor para minha faixa etária?" — Taylor sorriu gentilmente — Eu quero bordar isso em um suéter e te dar de presente.

— É, não a primeira melhor, mas a segunda. Eu sou muito orgulhosa disso. Tinha uma garota que realmente estava a uma distância razoável de mim e acho que ela está jogando profissionalmente hoje, mas eu sabia o que estava fazendo — ela deu de ombros — Ei, você se divertiu hoje?

— Muito — Taylor foi honesta — Seus amigos são muito engraçados, e eles sabem ouvir, o que, para mim, é muito importante.

— Ter pessoas a ouvindo?

— Me ouvindo e realmente entendendo o que quero dizer — ela explicou — Eu fui ansiosa e insegura, e, na verdade, ainda sou um pouco. Crescendo, eu me senti muito incompreendida, sabe... Meio que a sensação era de que ninguém realmente me escutava, mesmo quando eles estavam "escutando", entende?

— Acho que sim.

— Houve um conflito dentro de mim desde a minha adolescência que eu realmente trabalhei, e acho que ser ouvida, para mim, é ser vista de uma forma muito profunda — Taylor continuou — Um exemplo claro, você me ouve. Você me escuta. Tanto que, quando olhei para você, pela primeira vez, eu logo percebi que havia alguém em casa por trás dos seus olhos. É exatamente assim que é estar com você... É como se houvesse alguém em casa.

— Uau — Jamie murmurou, um pouco incert se tinha ou não uma resposta boa o bastante para o que tinha escutado. Ela desconfiava que não tinha, o que era curioso, porque sempre tinha algo muito bonito para ser dito na ponta da língua, mas também, se havia alguém no mundo capaz de deixar Jamie sem palavras, esse alguém era Taylor — Eu te amo muito, mas você sabe disso.

— Mas é sempre bom ouvir — Taylor falou — Hm, você está voltando para Belfast segunda-feira...

— Eu estou... — Jamie concordou — E você logo vai estar cheia de mensagens e fotos, como sempre, porque eu vou fazer questão de as enviar.

— Estou ansiosa por isso. Me acostumei a receber todas aquelas fotos do seu cavalo no set.

— O nome dele é Gambler.

— Gambler, claro... — Taylor riu por um momento.

— Um fato engraçado sobre Gambler é que pensei que estava montando nele durante todos os últimos meses, mas na verdade descobri que estava montando três cavalos diferentes que eram muito parecidos — Jamie deixou um risinho anasalado escapar — Eu ainda nunca sei qual é qual, e também não sei que cavalo era nas fotos que te mandei. Aquela em que estou em cima dele, e eu estava numa gravação externa..

— Pode nem ser ele — Taylor completou.

— Exato! — ela concordou, se dividindo entre estar realmente focada na conversa que estava tendo e em ajudar Taylor a lavar seu cabelo — Muito provavelmente não era.

Jamie continuou a escutar Taylor, para manter o ambiente vivo. Elas conversaram sobre todas as coisas mais bobas que poderiam falar, e riram sobre metade delas também. Jamie eventualmente entrou na água, e quando saiu, fez isso com Taylor. Ela se inclinou em direção a bancada e pegou o roupão de banho branco, se vestindo. Depois alcançou uma grande toalha branca e abriu, para que Taylor pudesse se enrolar. A americana fez isso, e ganhou um beijo no rosto antes de se virar.

Naquela altura, para Taylor, era claro que ela já tinha tanta intimidade com Jamie quanto era possível entre duas pessoas, mas não deixava de ser sempre uma coisa à parte todos aqueles momentos. Na maior parte do tempo, Jamie era tão delicada. Ela sempre se importava, e isso nunca deixava de ser doce.

Jamie tocou no queixo de Taylor quando ela se virou. Seus olhos não se desviaram dos dela, e Taylor quase sentiu como se tivesse desaprendido a respirar. Então, da maneira mais suave e carinhosa que poderia, Jamie a beijou.

— Você é tão linda... — a inglesa murmurou — É tudo com o que sonhei.

Taylor sentiu os beijos da namorada em seu rosto, no queixo e então no pescoço. Cada beijo lhe tirando um pouco do fôlego. Por um momento ela pensou que perderia todas as forças que ainda tinha, mas conseguiu voltar para si.

— Eu amo você — Taylor sussurrou – Sempre amei... E acho que a amava antes mesmo de te conhecer.

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▪ A CANTORA DE "SPARKS FLY", TAYLOR SWIFT, E A ATRIZ BRITÂNICA, JAMIE HARINGTON, FORAM FOTOGRAFADAS DESFRUTANDO DE UM PASSEIO NO NORTE DE LONDRES NA TARDE DE SÁBADO. AS DUAS FORAM VISTAS SORRINDO ENQUANTO CAMINHAVAM ABRAÇADAS.

▪ SURGIRAM IMAGENS DE TAYLOR SWIFT E JAMIE HARINGTON DANÇANDO DENTRO DO ESTÁDIO EMIRATES DEPOIS DA VITÓRIA DOS GUNNERS EM UM JOGO DE PRÉ-TEMPORADA. O VÍDEO DIVULGADO NO TWITTER, E FILMADO POR UM OUTRO TORCEDOR, MOSTRA AS DUAS DANÇANDO JUNTAS APÓS O APITO FINAL. ELAS TAMBÉM COMPARTILHARAM UM BREVE BEIJO QUE FOI CAPTURADO PELA CÂMERA.

▪ TALVEZ CANSADA DE TODOS OS SEUS RELACIONAMENTOS (COM HOMENS) QUE DERAM ERRADO, AGORA TAYLOR SWIFT DECIDIU FRACASSAR MAIS UMA VEZ NO AMOR - MAS NAMORANDO UMA GAROTA! ANOTE O QUE EU DIGO, EM DEZ MESES TEREMOS UM NOVO ÁLBUM DE TAYLOR FALANDO SOBRE COMO JAMIE HARINGTON É *MUITO PROVAVELMENTE* A PIOR PESSOA DO MUNDO POR PARTIR SEU POBRE CORAÇÃO.

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