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02 | 𝐒𝐖𝐄𝐀𝐓𝐒𝐇𝐈𝐑𝐓 𝐎𝐍 𝐀 𝐖𝐀𝐑𝐌 𝐃𝐀𝐘

▪ QUASE DE MÃOS DADAS! A RECÉM-CHEGADA JAMIE HARINGTON LEVA TAYLOR SWIFT PARA UMA REFEIÇÃO AMIGÁVEL EM UM ADORÁVEL CAFÉ EM CROUCH END.

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O mundo de Game of Thrones beirava o absurdo e o fantástico, mas era perturbadoramente familiar. Era sobre uma narrativa em que a traição, a devassidão e todos os tipos de maldade pareciam prosperar.

Quando Jamie leu o roteiro do episódio piloto e ficou intrigada o suficiente para parar por um momento e começar a ler o primeiro livro, ela entendeu por que tinha ouvido falar tanto sobre como as pessoas ficariam constantemente chocadas se a ideia do trabalho de D&D fosse transposta fielmente à tela.

Com o fato de os personagens que também tentavam fazer o "bem" terem sido mortos, esse foi outro ponto importante. Era um mundo em que, na verdade, o certo e o errado não estavam tão bem definidos. Você tinha personagens complexos, às vezes dispostos a fazer qualquer coisa em seu próprio benefício, e depois havia aqueles que viviam, de alguma forma, sob a responsabilidade de retratar um antídoto para todo o desespero e degradação. Sob o disfarce de um olhar inocente, infinitamente perplexo, mas de alguma forma nobremente heróico, o personagem de Jamie era a figura perfeita para as pessoas se apoiarem. De forma quase inesperada, essa ideia recaiu sobre ela, pois nem todos precisavam do "bem" e do "mal" estabelecidos para poder mergulhar em determinadas histórias, mas outras pessoas não conseguiam se conectar a uma narrativa que nem sequer tivesse o mínimo disso. Game Of Thrones não tinha planos de cair nesse lado, mas Lyarra estava perto do que era "certo", pelo menos quanto ao retratado nas cenas da primeira temporada. Então Jamie era uma garota britânica de 21 anos com quase nenhuma experiência em atuação além de projetos de faculdade. Antes de tudo isso, é claro. Então esse foi um dever que ela começou a levar a sério quando voltou a promover a série por volta da última semana de março.

A inglesa ainda ficou um pouco surpresa com o caminho que a trouxe até aqui depois de trabalhar no palco Trinity. É claro que, na verdade, Jamie foi condicionada a esperar menos em termos do que recebia. Ao entrar na faculdade, uma das primeiras coisas que ouviu foi um professor dizendo que quem ali estava em busca de algum tipo de sucesso deveria desistir logo, pois o número de pessoas que realmente fizeram sucesso no ramo era mínimo - o restante gastaria o resto de suas vidas atuando em projetos pequenos, enquanto pulava de emprego em emprego porque atuar não pagava as contas. Então Jamie realmente não achava que seria protagonista em nenhum aspecto, porque até pensar em entrar em uma produção no Almeida Theatre, ou no The Old Vic, parecia muito distante. Na escola de teatro, no segundo ano, ela se resignou ao destino de ser uma jovem vítima de homicídio em uma peça produzida na faculdade. Esse foi o tipo de categoria em que ela foi colocada. Jamie também ainda tinha uma cara de bebê por baixo de toda a postura, e é por isso que mais de um professor lhe disse que seus papéis seriam limitados. Ela não tinha capacidade de entregar muito mais do que isso; pelo menos eles disseram.

Em parte, talvez fosse por isso que Jamie tivesse sentimentos tão confusos em relação a Trinity. Ela adorou o tempo que passou na faculdade, embora odiasse todas aquelas chamadas desencorajadoras. Mas, de alguma forma, os mesmos apontamentos também serviram para alguma coisa - Jamie realmente não esperava muita coisa, ou seja, baixas expectativas.

De qualquer forma, voltando ao rosto de bebê, foi esse mesmo rosto de bebê que ajudou Jamie a conseguir o papel de Lyarra – o mesmo rosto de bebê que Kit também compartilhava. Ele tinha quase 25 anos, mas ainda parecia um garoto de 18 anos. No início do ciclo de livros de fantasia de George RR Martin, nos quais a série se baseava, Jon e Lyarra Snow e muitos dos personagens relacionados tinham cerca de 14 anos, e foi assim que os atores foram convidados a interpretá-los no piloto, jovens, mas não tão jovens. Como um homem de vinte e poucos anos que poderia se passar por adolescente, Kit era perfeito. No caso de Jamie, uma garota recém-saída da adolescência – ela tinha 18 anos quando conseguiu o papel e 20 quando as filmagens começaram – funcionou perfeitamente. Na verdade, funcionou em partes. Para a equipe de caracterização, Jamie e Kit eram muito limpos, então queriam que os irmãos deixassem o cabelo crescer, e para Kit, como complemento, deixar crescer a barba. Ele não tinha certeza se conseguiria fazer isso.

No final, o resultado foi vencedor, tanto no sentido de se enquadrar no universo de Game of Thrones quanto de causar ótimos comentários assim que os teasers começaram a ser divulgados. As pessoas diziam que eles eram a escolha certa para os gêmeos Snow – e era sempre uma surpresa diferente quando descobriam que eram irmãos de verdade interpretando irmãos na tela. Mas com isso, caso uma segunda temporada fosse realmente confirmada, tanto Kit quanto Jamie já sabiam bem que teriam que assinar um contrato para manter aquele mesmo visual enquanto estivessem no programa, o que, como expectativa, deveria ir ao ar antes do segundo semestre de cada ano. O contrato era basicamente sobre como Jamie deveria manter o cabelo grande, assim como a cor natural dele enquanto Kit não poderia cortar o cabelo e nem mesmo mexer na barba - e eles tinham conversado sobre isso antes, porque também haviam assinado uma claúsula de nudez antes do início da primeira temporada. A série era muito gráfica e ainda que nenhum dos dois tivesse cenas mais explícitas na primeira temporada, pelo menos quanto a Jamie isso deveria mudar na próvavel segunda temporada, então ela estava ciente, e tinha recebido uma claúsula deixando isso bem claro.

Tudo acabou sendo muito, e Jamie reconheceu em partes. Se a série se sucedesse, ela sabia bem como teria de achar outras atuações que quissese fazer, mas que estivessem atadas ao primeiro semestre do ano, porque a ideia era a de que todo o elenco chegasse ao set em julho na pele de seus personagens. Isso manteria Jamie restrita, mas ao mesmo tempo ela estava faturando quase cem mil dólares por episódio por conta de um acordo entre ela, Kit, Emilia, Nikolaj, Lena e Peter, que basicamente mantinha esse número fixo entre eles por serem os personagens mais recorrentes - pelo menos até a data do próximo acordo, se acontecesse realmente. No geral, parecia um negócio justo para quem estava começando.

Na última semana de março, quando o dia 31 chegou, a manhã começou envolta em promoções, então Jamie quase se encheu falando sobre Lyarra - e não porque não gostava de fazer isso, mas porque enfiada em uma sala de um hotel, montada para centenas de entrevistas, um entrevistador após o outro despejaram as mesmas questões. Quando ela voltou para casa dos pais, porque sim, ainda morava com eles, pegou o táxi com Kit e então subiu as escadas apressada sem realmente falar muito. Ela tinha um encontro para aquele dia, e sabia que a outra parte daquele arranjo estava em Londres porque havia visto o anúncio do concerto de Taylor passando pela Arena O2.

Na semana passada, Jamie tinha ido àquele mesmo pub/restaurante junto de alguns amigos. O Little Blue Door era meio que uma espécie de sequência do Little Yellow Door, que anos antes tinha sido construído como um pop-up em Notting Hill, mas acabou permanecendo por três anos, tamanho o sucesso. O conceito era um flatshare, onde os hóspedes poderiam sair com os amigos para tomar coquetéis e comer comidas simples que um inglês realmente comeria em um jantar mais "normal". O lugar era ótimo também para fazer novos amigos. Mas, diferente do antecessor, o Little Blue Door estava em Chelsea, em uma propriedade de dupla fachada que foi transformada de um flat tradicional, com corredor, cozinha, sala de estar, escritório e até lavanderia, para um pub que mesclava todos esses ambientes .

Caminhando pela Fulham Road, seria mesmo muito fácil passar direto pelo Little Blue Door sem nenhuma sinalização, porque não havia nada ali exceto sua simples porta azul - e de um jeito muito óbvio, essa tinha sido a razão pela qual Taylor havia escolhido o espaço para servir como pano de fundo naquele segundo encontro.

Na noite do dia 31, uma terça-feira, Jamie entrou no local trinta minutos antes que o relógio fosse registrado às sete da noite. Ela se deparou com aquele mesmo lindo hall de entrada com aparência mais antiga, que lembrava muito um flat, com relógio de pêndulo e um aconchegante assento na janela. Em frente estava a cozinha - o centro de todas as festas por ali. Jamie precisou confessar para si mesma que sentia alguma inveja sempre que colocava os pés ali, por conta do design de interiores na cozinha-bar com todos os seus azulejos coloridos. Ela tinha anotado na própria mente que assim que comprasse seu primeiro apartamento, faria algo como aquilo. Jamie já estava vendo alguns espaços no SoHo, mas também tinha visto alguns flats em Richmond, o completo oposto ao primeiro bairro.

Chegando no início da cozinha, Jamie pediu um coquetel frutado de nome 'Shaun of the Dead', por conta do filme. O coquetel era basicamente uma mistura de rum Bacardi, framboesa, cereja e limão. A cozinha em si contava com diversas mesas, que abrigavam a sala de jantar, sempre estavam constantemente esgotada, mas aquela noite parecia consideravelmente mais calma. Jamie não tinha feito reserva, até porque o lugar não funcionava assim, mas chegar cedo sempre ajudava, porque perto das oito da noite sempre havia uma fila se formando do lado de fora.

Jamie decidiu que esperaria Taylor na sala adjcaente. Era um espaço amplo com um longo bar, muitos sofás, poltronas e bancos confortáveis, cercados por obras de arte e decorações excêntricas, incluindo uma raposa empalhada. Jamie se sentou no sofá e pegou seu celular vendo o horário. Em quinze minutos Taylor deveria estar ali, e Jamie esperava que isso acontecesse.

Demorou um pouco para que o tempo passasse, e nesse meio tempo Taylor viu que o 'vaso de flores' ali perto era na verdade um coquetel escondido cheio de canudos, então ela foi convida a tomar um gole da "água das flores", que tinha um gosto ótimo e doce. A ofertaram alguns canapés, incluindo um com lagosta e outro servido com camembert assado e mel, mas Jamie passou por esses, porque queria esperar Taylor chegar para que elas pudessem se mudar para a sala de jantar e então decidir o que pediriam. Mas o relógio marcou sete da noite e então o espaço começou a se encher, e enquanto o tempo passava Jamie acabou ficando um pouco mais ansiosa, sem ter realmente a vista de Taylor em canto algum.

Havia uma máquina de venda automática de Prosecco no corredor dos fundos, e Jamie se levantou alguns minutos depois para pegar sua própria mini garrafa de Prosecco clássico na máquina. No tempo que fez isso, já passava das oito, e Jamie abriu uma garrafa pequena, tomando um gole, e então seguiu para o caixa na entrada. Ela pagou o pouco que tinha consumido, e uma parte de si até quis se forçar a continuar ali e esperar para que algo acontecesse - algo como em, ela vendo Taylor passar por aquela porta. Mas o lugar já estava lotado, com grupos de amigos se reunindo em conversas, e Jamie tinha sentido a própria animação despencando por completo.

Ela poderia tentar definir bem o que estava pensando, ou sentindo, mas nada sairia cem por cento certo quanto a sensação real. Tinha tentado não pensar o pior daquilo, mas então também terminou se focando no óbvio - Taylor não tinha aparecido, seja lá qual tenha sido o motivo. Elas tinham combinado algo, mas honestamente, mal se conheciam, e Jamie não queria pensar em cobrar demais. Então ela se ateve ao fato de que muito provavelmente tinha visto Taylor pela última vez, um pouco mais do que um mês atrás.

Isso até o dia seguinte, quando nas primeiras horas da manhã a campainha da casa da família Harrington em Crouch End soou e Jamie, que tinha acabado de sair do banho, usando calça de moletom em um tom acizentado, além de um suéter em uma cor bem viva de vermelho, desceu as escadas para atender quem quer que fosse ali. David e Deborah tinham saído minutos antes, então a casa parecia quase que assustadoramente silenciosa.

Taylor tinha tido um imprevisto no dia anterior, por essa razão ela havia passado direto pelo encontro com Jamie - ou quase isso, já que tinha ido até o Little Blue Door, mas quase uma hora depois de Jamie ter ido embora. Então, honestamente, tinha pensado sobre como não ter pegado o número da garota mais nova começou a parecer mesmo a ideia errada quando ela não poderia avisar sobre isso. Foi quando ela ligou para sua publicista, Paula, e pediu o contato da garota assim que achou o espaço. Entre uma ligação e outra, ela conseguiu o endereço de Jamie. Paula falou com o agente da atriz, alcançou a publicista dela, e depois de deixar claro que quem estava contatando era Taylor, tudo terminou se resolvendo. Taylor não teria conseguido o contato de Jamie se fosse qualquer outra pessoa, e também não teria estacionado frente a casa elegante em Crouch End naquele primeiro dia de março se fosse qualquer outra pessoa.

Ela desceu do banco de trás do SUV enquanto Noel, seu segurança, segurava a porta do carro. Ele a fechou quando viu Taylor dar seus dez ou onze passos em direção à porta da casa de fachada antiga e se apoiou com as costas no carro, cruzando os braços.

Quando Jamie abriu a porta, deu de cara com a figura de Taylor estendida ali. Ela usava um vestido creme e um cardigan um tom acima daquele do vestido. O cabelo de Taylor estava preso em um rabo de cavalo enquanto a franja longa que ela usava de lado estava delicadamente ajeitada. Jamie estava com os cabelos ainda molhados, e o rosto sem qualquer resquício de maquiagem, mas ela estava linda, e Taylor terminou sorrindo com a visão.

— Você... — a mais nova falou, segurando a porta. Ela gesticulou com a outra mão, como se quisesse tentar fazer sentido ao que queria dizer — O que você está fazendo aqui?

— Eu vim pedir desculpas por ontem — Taylor disse, e então sorriu gentilmente de lado, mas não recebeu nada de volta, o que a fez limpar a garganta e suspirar fundo — Eu precisei resolver um problema, e no tempo que cheguei no Little Blue Door você não estava mais lá, e eu pensei que tentar conseguir seu número era uma ideia óbvia, mas eu também pensei que me desculpar pessoalmente fosse o mais certo.

— Eu entendi, Taylor — Jamie disse. Honestamente, ela não estava tão decepcionada quanto poderia estar, porque tinha optado em vez de se concentrar no lado ruim, jogar isso em outros pontos. Ela tentou imaginar que Taylor tinha uma razão, mas também não quis criar tantas expectativas sobre nada.

— Eu realmente queria passar esse tempo com você — a mais velha disse — É só que... tudo saiu do controle. Eram coisas sobre o meu trabalho... Eu estava... Não sei, eu queria muito ir e chegar no horário-

— Mas não foi como o planejado — Jamie acenou — Está tudo bem, Taylor.

— Acho que odeio ter decepcionado você, especialmente em uma noite em que deveríamos sair e conversar e apenas aproveitar o momento — ela falou — Quero dizer, nosso segundo encontro.

— Nosso segundo encontro — a mais nova riu suavemente. Ela ficou quieta por um momento, até que suspirou de maneira cansada e então se apoiou na porta — Ei, você quer entrar? Podemos tomar o café da manhã juntas.

— Isso vai contar como um segundo encontro?

— Eu não vou deixar ser tão fácil assim — Jamie brincou, com um pequeno e abrangente sorriso aparecendo no canto dos lábios dela.

— Ok... — Taylor riu — Na verdade, o que você acha de sairmos para o café? Eu não conheço nenhum lugar por aqui, mas você poderia sugerir algo.

— Tem um Coffee Shop não muito longe — Jamie falou — Podemos ir andando.

Jamie entrou em casa logo em seguida, enquanto Taylor dizia que a esperaria ali mesmo. A mais velha também acenou para Noel, comentando sobre como caminharia com Jamie para um café, e reforçando que ele poderia a esperar ali - mas isso não aconteceria. Noel deixou claro que eles não tinham mais espaço para tanta "normalidade". O pai de Taylor tinha renovado a equipe de segurança um ano antes, e foi quando Noel assumiu o posto como chefe de segurança. Eles tinham uma equipe própria apenas para a casa e o apartamento em Nashville, mas outra fixa na casa em Los Angeles. Noel, junto de Byrnes - o motorista que viajava com Taylor para todos os cantos - faziam parte da equipe móvel, os que a acompanhavam durante a turnê e todas as viagens. Terminando uma turnê recente, alguns meses à frente, Taylor então teria outra equipe se estabelecendo em Nova York, já que ela estava no processo de compra de um apartamento na cidade. Mas claro, Noel permaneceria ali – diferente de todos os outros, era ele quem estava ao lado de Taylor, sempre.

Alguns minutos de espera e logo Jamie estava saindo de sua casa, usando a mesma roupa de antes, mas com allbirds nos pés e o cabelo ainda suavemente molhado, mas menos bagunçado do que tinha estado.

Obviamente o café não tinha sido a motivação principal para a caminhada, mas o Coffee Circus era tão agradável que se tornou apenas um ponto a mais. O lugar tinha sido apresentado ao publico há alguns meses e embora a sua decoração incluísse vários elementos com temática circense, era muito mais calmo do que o nome sugeria. O café era longo e esbelto, com as mesas ocupando a maior parte da sala da frente, enquanto a área de estar principal, que tinha muitos móveis rústicos de madeira, ficava nos fundos. E a sala dos fundos era surpreendentemente iluminada e, embora sempre houvesse muitos outros clientes em outros dias, naquele momento estava relativamente silencioso. Foi onde Jamie se acomodou com Taylor.

Ainda que Taylor não soubesse nada ali, ela escutou coisas boas sobre o brunch assim que colocou os pés no lugar. E mesmo que os bolos parecessem lindos, assim como o brownie de manteiga de amendoim com chocolate e também o pudim, as sopas, quiches e saladas, Taylor optou por apenas um Mission's Bells expresso de £ 2,20, que não era nada mais se não uma mistura de nozes e chocolate com grãos brasileiros e peruanos. Taylor a acompanhou nisso.

Uma parte desconfortável da atenção de um primeiro encontro era que ninguém parecia ao certo onde estava pisando. Mas Jamie não queria manter um peso necessário sobre aquilo, então ela centrou-se em puxar a energia daquele primeiro encontro para a mesa. E Taylor a seguiu. Uma hora elas estavam falando sobre os últimos dias, sobre o que tinham feito, e em outro momento Taylor parecia ansiosa em saber tudo sobre o trabalho de Jamie, e então a mais nova não contornou o assunto. Na verdade, Jamie herdou da mãe a mania de desviar os assuntos quando eles não a deixavam tão confortável, e ultimamente falar tanto sobre trabalho vinha deixando Jamie muito ansiosa, em um ponto que se qualquer outra pessoa tentasse entrar naquele assunto, ela a desviaria, mas não Taylor. Para ela, Jamie quis contar tudo, e enquanto a mais velha observava Jamie falar, ela reparou como a garota era bonita de uma maneira grandiosa. Ela se perdeu um pouco ali, pensando na beleza quase byroniana da inglesa, varrida por um vento frio. Ela poderia até imaginar a garota trabalhando em uma adaptação de Brontë ou vendendo carros sofisticados em comerciais artísticos, ou perfumes de marcas de grife.

Diferente de Jamie, Taylor não tinha muito problema em falar sobre si ou sobre seu trabalho, mas ela gostava de escutar os outros, e gostava de ouvir sobre Jamie. Então ela soube bem quem a garota era à parte do básico naquela quase uma hora gasta ali. Ela soube que Jamie nasceu em fevereiro de 1990, no dia 21. Tinha nascido em Acton, na grande Londres, mas foi criado logo ali em Crouch End, e estava praticamente formada em Trinity, a faculdade de Dublin. Ela tinha feito sua estreia como atriz em uma peça de Tennessee Williams, ainda em Trinity, mas em um papel coadjuvante. Jamie era a mais nova de três irmãos. Sua mãe era Deborah Jane Catesby, uma dramaturga, e Sir David Robert Harington, um empresário. Taylor sabia que os Haringtons eram uma família antiga que tinha seu nome exclusivo descendendo dos Haverington, por conta do nome de sua propriedade, em Cumberland.

Jamie também era descendente de homens que se envolveram em lados opostos da Conspiração da Pólvora. Ela tinha uma ligação familiar com o líder da conspiração, Robert Catesby, por parte de mãe, enquanto por parte de pai havia ligação com o Rei Jaime I, avô do rei Charles II, alvo da tentativa de assassinato, e de Lord Harington, que estava nas Casas do Parlamento que Robert Catesby e seus co-conspiradores ameaçaram. Outro parente, John Harington, de um ramo diferente da família, tinha visto, ainda aos 13 anos, a cabeça exposta de Robert Catesby após sua execução, e o garoto posteriormente escreveu sobre isso em diários que permaneceram intactos. Jamie cresceu com essas histórias, e Taylor se animou ao ouvi-las.

Um pouco mais tarde, Taylor estava se levantando junto de Jamie e caminhando para fora do café enquanto se segurava para manter o contato que havia surgido entre elas minutos antes. Jamie tinha apoiado a mão na mesa, e então Taylor sustentou a dela sobre a da garota sem realmente reparar - elas passaram o resto do café com os dedos prontos para se entrelaçarem, e eles finalmente se entrelaçaram quando elas deixaram o café com um Noel ainda em silêncio caminhando atrás delas.

Para Taylor os primeiros encontros costumavam ser como entrevistas, só que sempre em ambientes menos pesados. Eles eram otimistas, mas havia tanta pressão. Ali com Jamie, Taylor estava descobrindo se gostava da garota ao ponto de seguir com aquilo, ao mesmo tempo, estava também tentando convencê-la a gostar de si. E mesmo que parecesse um pouco claro como elas apreciavam a companhia uma da outra, isso não realmente garantia que elas fossem compatíveis. E aquele era um "primeiro encontro" estranho, porque na verdade era um segundo encontro, mas tinha todo o peso de um primeiro, e era tão de última hora que parecia na verdade avulso demais. Taylor tinha passado parte do café pensando como queria ter a oportunidade de fazer algo diferente, e então levar Jamie para jantar e compensar o dia anterior. Mas ela estava indo embora em um dia, e Jamie tinha o dia seguinte completamente cheio.

Jamie perguntou se Taylor queria entrar quando elas pararam na frente da casa da garota em Crouch End. Foi quando Taylor pensou que um encontro realmente bom era muito parecido com tequila: fazia você fazer coisas sem nem pensar. Então a americana aceitou o convite para entrar na casa de Jamie sem realmente ter um segundo pensamento diante disso. Honestamente, uma parte dela estava querendo jogar pela janela quaisquer limites pessoais ou normas sociais que pretendia seguir e se apressar naquilo - contrariando a si mesma. Mas ela também não queria cair na armadilha da euforia pós-bom encontro, porque isso tinha sido justamente o que a levou a três meses com Jake e um término conturbado. Em vez disso, ela queria agir com muito cuidado.

Na medida do possível foi exatamente o que elas fizeram. As duas apenas conversaram e quando se despediram trocaram o contato de vez, com Taylor mandando mensagem no dia seguinte com: "Ei, como você está?". As mensagens se repetiram, em conversas realmente longas. E quando Taylor iniciava uma conversa todos os dias durante dias a fio após aquele encontro agradável, ela sabia que não estava lembrando Jamie da diversão que teve pessoalmente, mas estava dando a ela uma nova tarefa: responder às suas mensagens. Jamie não se importava, muito porque gostava daquela troca.

Elas enviavam textos cheios de novos planos uma para outra. Mesmo que nada tivesse acontecido ainda, elas queriam dar uma chance para aquilo, então estavam procurando datas em que pudessem se encontrar. Aquilo também não era um jogo, mas Jamie ganhou pontos extras quando ela parecia mesmo muito animada para fazer aquele arranjo dar certo. Ela queria continuar vendo Taylor, e tinha deixado isso claro. Então estava jogando de maneira casual. Duas semanas depois daquele encontro no café, Jamie enviou: "O que você vai fazer na quarta-feira? Eu estou indo para Los Angeles. Você quer sair comigo?".

Para surpresa de ninguém, Taylor disse que queria.

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