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Dave Mustaine (Megadeth)

À pedido de limaslash  <3
Obrigada pela confiança! (E paciência)

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Desde que eu me conhecia por gente, sempre tem sido eu e Dave. Nem sempre só eu e Dave. Às vezes eu, Dave e seus amigos de banda; às vezes eu, Dave e nossos pais; às vezes eu e Dave contra o mundo, mas sempre eu e Dave.

Éramos amigos de infância; vizinhos. E mesmo com a mudança de sua família, após o divórcio dos seus pais, sempre trocamos cartas como forma de provarmos que sempre estaríamos perto um do outro. Já na adolescência, ele assumira os sentimentos por mim e eu não podia ficar mais feliz, mesmo a nossa vida não tendo sido fácil desde então.

Dave sempre quis ter sucesso como guitarrista numa banda famosa.

– Aonde você vai? – Perguntei, deitada no sofá assistindo a algum reality show culinário, de manhã cedo.

– Estou indo ensaiar com os caras. – Apanhou a bolsa de sua guitarra e pendurou um cigarro no canto da boca. – Volto antes do almoço.

Eu abaixo o volume da televisão e me sento no sofá, me direcionando para ele.

– Como é mesmo o nome da banda de vocês?

– Eles chamam de Metallica – Ele sorriu. – Eu sei, meio clichê demais, mas no fim, combina. – Ele se aproxima com um passo e me dá um beijo na testa. – Até mais tarde, lindinha.

– Ei, ei ei – Interrompo seus passos com minha voz. Ele me olha com aquele império romano de beleza que são seus olhos, seu beicinho carnudo e seu cabelo, comprido e cacheado, caindo nos ombros e costas, como uma pintura renascentista – Só a testa?

Ele ergue os olhos para o alto e sorrindo, se aproxima do meu rosto mais uma vez.

E beija minha bochecha.

– Só a bochecha? – Eu rebato, imediatamente.

Fiquei sustentando aquele olhar por alguns instantes, observando seu sorriso se alargar e ele fitar minha boca. Ele amava ser maldoso desse jeito...

Bem rápido, como um raio, eu sinto seu nariz encostar em mim, tão logo eu senti o calor de seus lábios se pressionarem nos meus. E diferente dos dois últimos beijos, este foi repetido três vezes.

– Agora sim. Está liberado. – Eu me afasto, por fim. Antes que aquilo ocupasse mais de seu tempo.

– Continuamos mais tarde. – Ele piscou. Apanhou a guitarra e saiu pela porta da frente.

Após alguns segundos, depois de já ter chegado no quintal, Dave gritou:

– Vou levar a Muffin para o ensaio comigo!

Eu sorri, me jogando de volta no sofá e aumentando o volume da tv. Os latidos dela e o som do motor do carro vão se afastando gradualmente.

~•~

Horas mais tarde, enquanto fazia macarrão com queijo, por inspiração da performance que assisti, ouço a porta da frente bater com força. Muita força.

Dave chegara antes do almoço, afinal.

Nem dei tanta atenção. Continuei com olhos e mãos fitos no prato que eu preparava. Inclusive já colocava na travessa. Porém, eu escuto um chute sendo direcionado a um dos pufes de nossa sala de estar, depois, o som do controle da TV caindo e se destroçando no chão.

Corri para a sala, e lá estava Dave, com as mãos tapando seus olhos, andando de um lado para o outro.

– O que é isso?! Dave, O que está fazendo !?

Ele sentou no sofá, ainda tapando a cara e chutando o puff mais uma vez.

– Por que você está agindo assim!? – Gritei, completamente transtornada.

– Ele atropelou a Muffin. – Dave pronunciou, tão baixo que eu não teria entendido, se ele não tivesse gritado estridentemente em seguida, ecoando pelos quatro cantos do cômodo – Aquele bastardo atropelou a Muffin!

Ele se virou para mim, e pude ver que ele chorava. Eu fiquei sem qualquer outra reação além de chorar e colocar a mão sobre a boca.

– Quem...? Quem? – Minha voz falhou nas duas tentativas de formular uma pergunta.

– O James. – Ele fungou, voltando a esconder o rosto de mim, o cobrindo com o braço.

James Hetfield? Aquele cara não faria a crueldade de matar nossa cadelinha a troco de nada. Além disso, eles eram parceiros de banda!

Me aproximei de Dave, que tão nervoso mal conseguia esconder seus soluços. Muffin era muito especial para ele e para mim também.

Coloquei um braço sobre seus ombros e os massageei, levemente.

– Querido, tenho certeza que ele...ele não fez de propósito.

Se eu não tivesse previsto, teria machucado o braço, porque Dave se levantou tão rápido e se virou para mim com tanta determinação e volume na voz, que achava que ele faria comigo pior do que fizera com o puff e o controle.

– Não acredito que vai defender aquele porra! – Gritou para mim. Fiquei paralisada. --De propósito ou não, ele devia ter tomado mais cuidado na hora de estacionar! Que...merda! Poderia ter deixado o nariz dele ainda pior...

Engoli em seco.

– Você bateu nele?

Dave era louco para formar uma banda de sucesso, não podia ser tão impulsivo assim e sair batendo nos outros por causa de um acidente, por mais triste e frustrante que fosse perder Muffin.

Ele andou de um lado para o outro, como um tigre de circo que estava furioso por ser açoitado.

– Eu teria matado, se não me preocupasse tanto com como você lidaria com isso. – Ele olhou para mim, parando subitamente.

– Para de dizer bobagem, seu idiota! – Uma coragem assustadora me levantou e me fazia agora ficar de frente para ele, tão ameaçadora o quanto. – Você não é assim. Não é! Você...é o meu Dave. Meu futuro marido e pai dos meus filhos.

Quando falei "marido" e "filhos" um filme rodou em minha cabeça. Ele não poderia continuar a ser tão agressivo se fossemos mesmo ter uma família. E isso sempre esteve em nossos planos. Nada abalou isso, nem mesmo as drogas, que eu o convenci a largar.

Continuei:

– Eu também estou devastada por termos perdido Muffin assim. Mas não vai deixar que seus sonhos morram também. Eu te amo, mas não vou tolerar que grite comigo assim de novo. – Deixei as lágrimas rolarem, não perdendo a imponência da minha expressão facial.

Eu me sentei no sofá, observando-o. Dave agiu como se tivesse levado um choque. Ficou incerto sobre como deveria agir ou o que falar. Seus passos vacilavam por onde ele ia.

Até que ele veio até meu colo e desmoronou em lágrimas.

– Me desculpa...me desculpa...me desculpa...eu te amo. Eu sou um monstro.

Sua voz abafada na minha camisa me lembrou a de uma criança. E eu não tive outra decisão além de acalentá-lo; passar a mão por seus cabelos, beijá-lo e dizer que tudo ficaria bem. A sua dor era justa, mas seus acessos de agressividade seriam trabalhados.

Eu amava este homem e faria o possível para manter-nos juntos, no que estivesse ao meu alcance.

~•~

Não falávamos em Metallica há um bom tempo. Na verdade, foi uma benção Dave ter sido expulso da banda, tempos depois daquele incidente em 83. Foi a porta que faltava ser aberta para ele formar sua própria banda: Megadeth.

O sucesso deles foi instantâneo e reconhecido internacionalmente, o que para mim foi zero surpresas. Meu marido (sim, agora éramos casados!), tinha uma força de vontade em tudo que fazia, e por mais que eu falasse que ele não precisava se provar mais para ninguém, ele se mantinha na sua busca voraz por sucesso, sempre querendo ser melhor.

E, no quesito temperamento, eu fui vitoriosa na missão de apascentar este leão...

– Sabe, S/N – Ele deu um gole de vinho, da sacada de uma de nossas casas em Los Angeles, que ficava de frente para a praia. – Eu sempre sonhei que estaria aqui, desfrutando desta linda visão do mar, à noite. Sonhei com essa paz de espírito mais de uma vez.

Sentada em uma cadeira ao lado da dele, eu pego o seu violão antes pousado no chão e fiquei imaginando como era tocar com maestria aquele instrumento tão sem lógica e cheio de cordas que no lugar certo faziam notas distintas.

– É mesmo? E nesses sonhos...eu aparecia? – Fingi que iria tocar algo, mas nem ousei muito. Tudo que eu sabia fazer era arranhar cordas.

Ele me olhou de canto, pousando a taça e erguendo a mão para segurar a minha.

– Não. – Ele disse com um sorriso meigo. – Pois eu nunca sonhei tão alto assim.

Meu sorriso se alargou. Eu devolvi o violão ao chão.

– Amor, você sempre soube que eu seria sua.

– Eu achava que ia te perder. – Ele voltou seu olhar para o mar, dando um suspiro cansado. – Achava que você iria fugir de mim a partir do momento que descobrisse que eu era um drogado. Um sem futuro.

Eu apertei sua mão com força.

– E olha só quem hoje não é nada disso...

Ele deu um risinho de leve. O vento batia em sua franja, o que fazia parecer um cavaleiro de pinturas medievais. Apesar de nenhum cavaleiro ter cabelo grande, eu imaginava que eles fossem como Dave. Fortes, coléricos, mas encantadores. Suas fisionomias eram de um príncipe, mas seu caráter era definitivamente o de um cavaleiro.

– Você me mudou. – Ele puxou a minha cadeira para ficar rente a sua, assim, ele podia pôr os braços em volta da minha cintura, como fazia agora. – E foi a melhor coisa que já me aconteceu. Obrigado por não desistir de mim.

– Eu não desistiria de você por nada. – Pousei minha cabeça em seu peito, sentindo seu coração pulsar mais forte.

Ele suspirou, como que aliviado por aquelas palavras ou por aquele momento como um todo. Beijou o topo da minha testa e disse:

– Preciso te dizer algo, mas não quero parecer ridículo.

Ergui minha cabeça um pouco para olhar seu rosto. Ele estava sério.

– Pode falar. – Disse, com a voz tranquila.

– Bom, na verdade são duas coisas. A primeira é que...eu sairei em turnê mundial daqui há uma semana. Foi algo totalmente inesperado. São muitas datas querendo fechar logo e nosso empresário concordou que deveríamos iniciar rapidamente.

Aquilo pareceu ter me mastigado por completo.

– Você quer dizer quanto tempo?

Ele ficou calado por alguns segundos, como se procurasse um jeito melhor de dizer isso.

– 2 meses ou mais.

Eu respirei fundo. Pensando em como seria andar pela casa sozinha, dormir sozinha, cozinhar só para mim, não ter em quem esfregar o pé ao acordar de manhã ou pra brincar de guerra de travesseiros...

– Tudo bem, meu amor. Eu esperarei por você.

Foi aí que sem esperar, carimbei um beijo cheio de ternura nos seus lábios, que ele devolve de maneira ainda mais lenta, me fazendo me arrepiar por completo.

– Você vai ficar bem, minha deusa? – Ele indaga, desempoeirando um apelido que ele muito usava em nosso tempo de adolescentes, entre um beijo e outro.

– Não se preocupe. – Eu sorri. – Vou estar cantando "Você deixou alguém a esperar" todas as tardes.

Cantarolei a dita canção, parecendo uma idiota.

– Ah, essa...essa música é daquele cantor que você até já me falou, não é? Roberto...Car...Carl? – Era sempre muito engraçado ouvi-lo tentar falar português.

– Carlos. – Soprei uma franja que estava no meio de seu olho direito. – Roberto Carlos.

Ele deu um risinho e levou as mãos para minha cintura. Minhas raízes brasileiras era algo que o deixava encantado e ele já havia admitido isso.

– Bem, a segunda coisa – Ele continuou – É que, antes de eu ir...eu queria me despedir um pouco de você. Sabe, Compensar a saudade que eu vou sentir todas as noites.

Eu inclinei a cabeça, fitei um pouco seu queixo, pensativa.

– Todas as noites. – Ele repetiu. – Queria uma noite que compensasse todas as noites que sentirei saudade.

E foi depois daquele sorriso malicioso que eu entendi onde ele queria chegar, rindo eu concordei que aquela era a minha vontade também.

Foi assim que os beijos viraram intermináveis suspiros, as mãos puxaram para perto nossos corpos já quase transformado em um e roupas viraram uma inconveniência, um luxo desnecessário que de nada valia para aquela necessidade mútua. Era algo tão arrebatador, quase violento, como a vontade de beber água ou uma necessidade de viver.

Foi assim que ele me carregou em seus braços e juntos fomos até o quarto para terminarmos de...viver.

~•~

"Você deixou alguém a esperar

Você deixou mais um na solidão

Você deixou alguém a esperar

Você deixou mais um na solidão

Quem me dera meu bem

Eu pudesse outra vez te abraçar

E afastar para sempre

A tristeza do meu coração."

Como um bem-te-vi eu cantava todas as tardes, pagando com a língua a promessa que havia feito ao Dave, há exatos 3 meses e 2 semanas. Parecia muito romântico e tentador quando eu propus, mas agora, parecia uma maldição. Só após concluir o canto é que eu sentia uma certa faísca de paz.

Ele me ligava todas as noites. Depois, passou a ligar uma noite sim e outra não, até me ligar apenas 2 vezes por semana. Me dizia que era por estar exausto da semana corrida.

Somado ao fato de que, de uns tempos para cá eu estava me sentindo muito mal mesmo, vomitando tudo que comia, enjoada e sentidos muitas dores, eu achei melhor ir ao médico.

Estava tão distraída com minha melancolia que não me atentei aos sinais do meu corpo: Eu estava grávida. De 3 meses e 1 semana.

A notícia alegrou meu coração em um nível que poderia me dar Forças para ir ao espaço sideral e voltar. Eu precisava ligar para Dave. Ele iria saltitar com a notícia. Iria ter a família que sempre sonhou mas nunca teve. Seria um pai de verdade. Eu quis chorar de emoção só de pensar.

Corri para o telefone e disquei seu número, não me importando se já era hora do almoço, ou o que fosse que ele fazia naquele fuso-horário europeu.

– Alô?

– Alô. – Uma resposta é dada. Abafada demais para que eu percebesse de cara, mas apenas ignorei por achar que fosse Dave.

– Amor! Amor, você...você não sabe o que aconteceu. – A emoção me impedia de falar. Parecia que meu coração estava já entre os dentes e dificultava a respiração.

Porém, durante a pausa daquela declaração, não se ouviu mais nenhum som, o que foi estranho. Dave era sempre rápido e direto em suas ligações.

– Alô? – De um jeito ridículo eu repito, gaguejando um pouco.

– Aqui não é o Dave, fofinha. – Uma voz feminina responde.

Meus joelhos vacilam. Minha voz fica presa na garganta.

– Como é?

– Dave não está.

– E com quem estou falando?

A mulher ri, por longos segundos. Eu tive paciência de esperar, pois estava em pura descrença.

– Melhor não saber. – Ela diz, cantarolando um pouquinho.

Eu apertei o telefone com força, imaginando ser o pescoço daquela puta.

– Me diz agora quem é você e onde está o meu marido  ou eu pego um voo agora mesmo para Paris e cravo arame farpado por toda essa sua língua atrevida, me ouviu bem!?

Ela desligou.

Pensei em ligar de novo, mas provavelmente teria o mesmo resultado. Não consegui encontrar meios de descontar minha raiva, então quebrei um jarro na parede. Assustada com a própria atitude que tomei, desatei a chorar, De joelhos e passando a mão pelos cabelos, desesperada. Como ele seria um pai de verdade se ele não era mais um marido de verdade?

...

Os noticiários da TV não paravam de me afundar ainda mais na minha dor mesclada a ódio e angústia. Eles registravam fotos e vídeos de Dave em festas após shows na França, todos eles, em sua natureza, incoerentes de um marido se estar.

Fechei o zíper da última mala. Não aguentaria mais qualquer minuto no quarto com o mesmo cheiro e mesma identidade visual que a dele. Ergo minhas bolsas, cheias de memórias já tocadas por ele e dou uma última olhada em seu violão, recostado na parede. É, por incrível que pareça, a única coisa associada a ele que me reluto a deixar para trás. A música foi o começo e o fim de tudo.

Bem na hora que eu confiro se esqueci alguma coisa na cozinha, ouço um barulho de chaves na porta.

– Cheguei, querida!

A voz dele ecoa por todo o local e meu coração acelera. Uma mistura de alegria, porque, Céus, como eu queria ouvir isso, e ira, por tudo que ele me fez.

Vou até a sala para encontrá-lo. No mesmo momento ele bate a porta, deixa as malas em um canto e se vira para encontrar meu olhar. Um sorriso desabrochou em seu rosto luminoso e então, sem mais nem menos ele abre a boca e deixa sair:

"Você deixou alguém a esperar

Você deixou mais um na solidão

Você deixou alguém a esperar

Você deixou mais um na solidão.."

Com seu sotaque americano ele canta a música em um português bem desmantelado, mas cheio de esforço. Eu quase rio. Teria rido, se a vontade de chorar não estivesse lá. Há dias. Me corroendo.

"Quem me dera meu bem

Eu pudesse outra vez te abraçar

E afastar para sempre

A tristeza do meu coração."

Ele fica com o corpo a centímetros próximo do meu, pegando meu rosto em suas quentes mãos.

– Finalmente vou afastar a tristeza do meu coração...– Ele inclina sua cabeça para frente

– Tem certeza que já não a afastou de uma outra forma? – Eu rebato e me viro imediatamente.

Eu vou até a cozinha, pego minhas malas e volto para lá. Ele me olha com cara de perdido.

– Que?

Meu sangue sobe. Quanto cinismo. Ele era estúpido.

– Eu sei o que você tem feito. – Falei grave.

– O que? O que eu tenho feito de mais? Tocar? – Ele ri em tom irônico. Mas seu nervosismo estava lá.-- E para onde você está indo?

– Eu atendi seu telefone. Há uma semana e meia, mais ou menos.

– E?

Cansada dessa dança lenta que não levava a lugar nenhum, joguei uma das minhas malas na direção dele. Uma bem pesada, que carregava tecidos importados da nossa última viagem à Nova Delhi.

– Uma PROSTITUTA atendeu! VOCÊ ESTAVA POR AÍ DORMINDO COM OUTRAS MULHERES enquanto EU estava aqui sozinha, solitária e GRÁVIDA!

No entanto, não pretendia que essa última parte tivesse saído. Não desse jeito. Não queria que nosso bebê estivesse incluído em uma fala tão cheia de dor.

– Você não vale nada mesmo. O tanto que eu te amei, me sacrifiquei, me entreguei, só revelam o quanto perdi meu tempo e dignidade vivendo ao seu lado. Você me humilha, Dave, porque eu sou tanto. Tanto...

Um filme de nossa vida juntos passou diante de mim. Jovens,felizes, loucos. Depois, adultos, responsáveis, apaixonados. Agora, maduros, distantes e quebrados. Eu sempre achei que envelheceríamos juntos, mas agora vejo que talvez tenha sido uma benção me livrar dessa possibilidade.

– Eu não acredito que deixou a fama subir a sua cabeça desse jeito...não resistiu...você foi fraco...

– S/N, por favor, me deixa explicar?

– Explicar o que!? O irrefutável? – Olho para ele, com meus olhos ardendo e sentindo a cabeça latejar.

Ele faz uma expressão de dor, um semblante que há muito tempo eu não o via vestir. Como se fosse uma dor física que ia crescendo e crescendo, até fazê-lo refletir a morte no rosto, de tão sofrido que era. Dave não era muito de expressar fraqueza, mas quando o fazia, parecia que era o fim.

A última vez que o vi assim, foi quando Muffin partiu.

– Oh, minha S/N, se ainda existe em você um pouco de compaixão por mim, me escute – Ele começou, levando as duas mãos na minha direção e depois as colocando sobre o peito, como se ele fosse se rasgar. – Eu sei, sou um tolo. Um tolo por não ter ligado para você todas as noites. Mas eu juro, juro por tudo, que não dormi com ninguém. Nenhuma que não fosse você!

– Nem você acredita nessa baboseira que está falando. – Cruzo os braços, falando com o mínimo de esforço.

– Não vá embora. Você disse grávida?

– Sim.

– Teremos um...bebê!?

– Adeus, Dave.

Eu pego minhas coisas restantes do chão e me viro em direção a porta. Embora eu aja como um triunfante avião que reergue após ser atingido por outro em um ataque, no meu interior, havia danos que, se eu não cuidasse imediatamente, me fariam desabar.

Quando chego a porta, eu escuto de longe:

– Só mais uma coisa S/N – A voz de Dave ressoa, na escuridão do corredor que nos separa.

– O que?

Eu vejo seus olhos brilharem de longe e a má iluminação do ambiente em que está, me impedem de vê-lo com muita clareza. Tudo que vejo é a silhueta de um Dave isenta de rugas, como se ele tivesse voltado a ser jovem novamente e estivesse ali parado, me encarando.

– Sim, eu me envolvi com outra mulher. Por uma noite.

Por incrível que pareça, aquilo não foi tão doloroso quanto tê-lo ouvido mentir.

– Eu havia extrapolado na bebida. Todos nós havíamos. – Ele abaixa a cabeça – Na volta para o carro, havia um grupo de mulheres nos esperando. Nosso empresário tinha chamado elas porque, segundo ele, estávamos ficando muito "estressados com a rotina" e precisávamos "descansar."

Aquilo me fez sentir ânsia de vômito.

"E você sabe como eu sou quando bebo...eu fico desorientado. Eu ainda tinha fumado algumas...cê sabe – ele parece envergonhado para continuar – Os caras me disseram que eu não queria transar com ninguém. Mas aí veio nosso empresário, puxou uma menina pelo pulso, colocou na minha frente e disse: "S/N está aqui. Veio fazer uma visita rápida."

Deixei as malas caírem sobre o assoalho. Não me importei que meus olhos estivessem insanamente saltados.

"Eu juro, juro por tudo...aquela menina era idêntica a você! Pelo menos, até onde minha mente chapada conseguia identificar. Eu acordei atônito no dia seguinte, por ver que não era você. Mandei ela ir embora, ela disse que iria após se vestir. Acreditei nisso e saí para ensaiar. Mas pelo visto, ela não saiu antes de você ligar...eu sinto muito, meu amor. "

Minha garganta estava seca. Eu estava sem palavras. Eu consegui visualizar cada cena daquele episódio, apenas pela dor que eu via em seus olhos e corpo.

— Dave..

– EU QUASE O MATEI...o matei espancado por ter feito isso. Aquele bastardo...

Dave cai sobre o chão, desconsolado e chorando muito. Eu não precisava de todas essas evidências para saber que era verdade. O mundo da música, principalmente do rock, tem essas coisas em abundância. Se não for por você, outros chegarão para influenciar.

E Dave me ama. Me ama demais. Ele tinha todos os motivos para desistir de mim e eu desistir dele. Seu temperamento, meu temperamento, sua desmazela, meu orgulho. Drogas...turnês, tantas adversidades...se tudo isso não nos separou, a intervenção de imbecis o faria? Sendo que ele ainda estava em total desvantagem...

O que ele fez não foi certo. Mas se ele se arrepende, como eu o conheço arrependido, eu acredito.

Corri para ele e o envolvi em meus braços.

Ele soluçava tanto. Sussurrando coisas como "pai...filho..." Aquilo me deu vislumbres do passado. Anos atrás, quando uma tragédia aconteceu na nossa tão recente vida a dois.

– Eu não quero te perder, minha deusa. – Foi o que ele conseguiu dizer, de maneira clara.

– Você não vai. Eu te amo.

Ele me envolve com seus braços e me abraça com uma força que nunca me abraçou na vida. Momentos depois, aquela aflição se transformou em alegria, com ele me erguendo e me girando no ar, depois, acariciando minha barriga com ternura, como se estivesse entrando em contato direto com a pele do nosso bebê

eu solto uma risada.

– Aproveite enquanto essa barriguinha está trincada assim , porque logo estará tão grande que será difícil dormir.

Ele se abaixa e a beija.

– Quanto maior ela ficar, mais eu vou beijar.

Eu amava este homem e disse que faria o possível para manter-nos juntos; estando ao meu alcance. 

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E aí, você perdoaria o Dave? hahahaha

E aí, meus xuxus. Quero começar pedindo perdão pelo longo tempo sem atualizar. Escrever nem sempre é tarefa fácil. Muitas coisas acabam se sobrepondo. Mas vou buscar atualizar sempre que possível. Até lá, fiquem á vontade para curtir e comentar caso algo tenha realmente agradado vocês na minha escrita. 

Um super abraço e até a próxima! 

P.S. Essa imagine do Dave fritou todos os meus neurônios restantes. 

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