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Conheça Seus Heróis e Os Odeie

 Participando do concurso do @WattpadSuspenseLP porque eu tenho muito tempo livre e esperança.

Aproveitem ⏳

 A imagem da câmera estava um pouco tremida, para um programa com um orçamento tão alto isso deveria ser um problema, mas o verdadeiro foco ali não era a qualidade de imagem.

  A premissa é simples: Nunca Conheça Seus Heróis. Uma celebridade e um fã são trancados em uma sala junto com um bolinho. O que poderia dar errado?

  Os episódios costumam ter pouco mais de 40 minutos, atualmente na segunda temporada, é exibido todas às sextas-feiras durante a madrugada em canais obscuros de reality shows que vão desde as reformas de casas até a vida empolgante das Darkashians.

  Agora, Eddie, o cinegrafista, está filmando Melissa, uma jovem de 19 anos, com a mesma elegância de alguém com Parkinson. Ele está um pouco cansado do trabalho e esperançoso que a edição possa tornar a filmagem melhor.

— O que eu tenho que falar? — Melissa sorri tímida para a câmera.

— Se apresenta, fala um pouco sobre a Telly... — Dom, o diretor, foi interrompido.

— Eu amo a Telly Christie! — Melissa praticamente pulou na cadeira onde estava sentada. — Eu tenho todos os álbuns dela, vou em todos os shows e até fiz uma cirurgia no nariz para me parecer com ela.

— Maravilhoso! Esse é o espírito — Dom aplaudiu com entusiasmo. — O que mais? Conte como conheceu a Telly.

— Eu estava em um dia bem ruim, eu sofria bullying na escola e estava com sintomas de depressão.

— Oh não! — Dom lamentou.

— Sim — Melissa encolheu os ombros, os cachos fofos de seu cabelo castanho balançando com o movimento, olhos brilhantes procurando pela câmera que estava inclinada na direção da parede. — Telly me salvou, eu ouvi uma música dela tocando na rua e ela estava falando comigo, sério, ela realmente falou comigo.

— Que loucura!

— Sim! — Melissa riu da empolgação. — Foi nesse dia que eu me apaixonei pela Telly, ela tem influenciado tudo na minha vida desde então, eu mudei minha forma de pensar por causa dela, eu literalmente mudei de religião por causa da Telly, ela me salvou e eu sou muito grata a ela, ela é, tipo, a mulher mais sábia que eu conheço.

  Dom enxugou uma falsa lágrima, sorrindo emocionado para a garota.

— Eeeee... — ele alongou a fala para algum suspense. — Você acha que Telly vai dividir o bolinho com você?

— Com toda certeza — Melissa não hesitou em afirmar.

— Sensacional! — Dom gorjeou alegre para a jovem e deu tapinhas no ombro de Eddie. — Descansar Eddie, já temos tudo que precisamos.

— Ufa — o cinegrafista suspirou, desligando a cabeça e sorrindo para o chefe.

  Em seguida, Dom olhou ao redor do estúdio, calculando suas próximas ordens.

— Tiff, retoque a maquiagem da Melissa, quero que destaquem os seus grandes olhos castanhos — acenou para a maquiadora ao seu lado. — Cadê a equipe de advogados? Precisamos rever mais uma vez aquela clausura sobre possíveis decapitações acidentais e deem uma faca para a garota, queremos bastante sangue, isso vai fazer os cabelos dourados e aqueles olhos da nojentinha da Christie parecerem celestiais — caminhou pelo lugar, gesticulando para ninguém em específico. — Vamos lá, pessoal, vamos colocar esse show no ar!

  Como podem ver, Dom estava explodindo de felicidade e suas contas bancárias eram cofres cheios de um dinheiro igualmente feliz, o programa era um sucesso.

  Sabe quem não estava tão feliz?

  Telly Christie.

  Do outro lado do estúdio, em um camarim improvisado, a cantora e atriz, ganhadora de dois Ennys e um Terra Plana de Ouro estava muito, muito irritada.

— Como assim não posso comer ou beber nada? — gritou para o telefone. — Simone! — ela rosnou o nome de sua empresária, sabendo que deveria ter escolhido Simón para representá-la. — Eu tenho que ter a voz impecável para o show de amanhã a noite, mas eu não posso fazer isso se não tenho um maldito chá de gengibre, mel, limão e meu remédio controlado na minha frente.

  Telly caminhou pelo camarim, o som de seus sapatos de salto ecoando pelo espaço ridiculamente vazio sem toda a quantidade exorbitante de pratos chiques que costumava receber.

— Sinto muito, Telly, são as regras do programa — a voz de sua empresária foi ouvida pela primeira vez desde que Telly iniciou a ligação... Há quinze minutos atrás.

— Eu preciso dos meus remédios, você sabe como eu fico sem eles... — bufou, Simone tinha o dom de tirá-la do sério. — E que programa é esse mesmo? — Telly parou de andar, notando que ela ainda não sabia o que estava fazendo ali em primeiro lugar.

— Eu Quero Esse Bolinho — Simone contou sem disfarçar a exaustão que em sua voz. — Você sabe, recorde de audiência, considerado um dos programas mais violentos desde Supernanny, você não pode NÃO saber que programa é.

  Telly apenas rolou os olhos e desligou na cara da mulher, ela tinha coisa melhor para fazer do que participar de um reality show que a deixava passar fome.

  Ela estava pronta para ir embora do estúdio e mandar uma cesta de desculpas para o produtor por faltar o compromisso, mas nesse mesmo momento entraram dois seguranças no camarim e a puxaram para fora.

— Ei — ela reclamou quando teve sua cintura sendo agarrada por um dos homens que tentava guiá-la para o caminho certo. — Cuidado aí, essa cinturinha de boneca custou caro.

  O homem não pareceu ligar e em poucos segundos, Telly Christie iniciou as filmagens de Eu Quero Esse Bolinho.

  Ela foi jogada em uma sala pequena, parecia ter o tamanho de uma dispensa apertada ou de um banheiro espaçoso; completamente branca, paredes, chão, iluminação, até mesmo as câmeras presentes em cada aresta eram brancas. A única cor ali vinha de, obviamente, Telly, com lábios vermelhos, olhos azuis gelo arregalados, o loiro de seus cabelos, seus sapatos pretos e o vestido de tule azul bebê que ela estava usando; fora a mulher, havia um bolinho.

  Posicionado no meio do chão estava um bolinho. Para ser franca, parecia um muffin, estava em uma forma de cupcake e tinha cor de broa. Nada demais, ele parecia meio seco em cima e queimado nas bordas, o tipo de bolinho que ninguém jamais acordou com vontade de comer e que só come quando está com muita fome, o tipo de bolinho que alguém como Telly Christie jamais comeria.

  Ela franziu o cenho para o bolinho, olhou para porta atrás de si e notou que não havia uma maçaneta por dentro, ela estava trancada. Então Telly sorriu, porque ela não estava prestes a dar mais um show para as revistas de fofoca.

  Demorou exatos dois piscares de olhos inocentes para a câmera e um cantarolar entediado, para a equipe abrir a porta do outro lado da sala e empurrar Melissa para dentro.

  A garota parecia muito mais jovem quando seus olhos se arregalaram e ela abriu a boca repetidas vezes, querendo falar tanta coisa, mas conseguindo apenas guinchar em empolgação.

  Telly se impediu de revirar os olhos. Ótimo. Ela estaria lidando com uma fã. Ela totalmente iria demitir Simone por colocá-la nessa situação.

— Telly Christie — Melissa conseguiu sussurrar, o que não fez muita diferença considerando a sala a prova de sons em que estavam.

  E Telly, já sabendo o procedimento padrão da boa conduta midiática, abriu os braços e esperou pelo abraço e todas as perguntas que ela sabia que Melissa faria.

  Melissa não perdeu tempo e correu para agarrar a artista, começando a chorar de emoção por ter sua ídola tão perto de si. Elas finalmente estavam juntas.

— Eu te admiro tanto — soluçou no ombro da mulher, seu corpo tremendo. — Eu te amo, Telly.

  Telly riu, também abraçando a garota.

— Qual seu nome? — perguntou com um sorriso gentil no rosto, mesmo que sentisse vontade de empurrar a garota, porque seu vestido era caro demais para ser manchado de lágrimas.

  A pergunta de sua ídola foi o que Melissa precisava para se desprender de toda e qualquer timidez e começar a falar e perguntar e surtar e insistir para que Telly cantasse com ela e compartilhasse seus segredos mais profundos como se elas fossem amigas íntimas.

  Telly falou de volta, ela respondeu as perguntas e fez outras, ela fingiu se importar quando Melissa contou sobre sua vida e se esforçou para desviar as perguntas que poderiam queimar sua imagem de alguma forma.

  Mas depois da primeira hora tudo começou a ficar muito difícil. Muito. Difícil. Mesmo.

  Estando no ramo desde sua infância, Telly sabia que era uma má ideia sair de um programa quando ele ainda estava no ar, ela tinha que aguentar mais um pouco. Em seu pensamento, amaldiçoou-se por não ter prestado mais atenção em sua empresária, porque ela não sabia quanto tempo mais tinha que ficar trancada com Melissa e estava começando a se tornar desesperador o quão entediante tudo isso estava sendo, sério, que tipo de maluco gostaria de assistir um programa de mais de uma hora de uma garota desconhecida encontrando sua cantora favorita? Absolutamente nada estava acontecendo.

— E foi assim que eu fiz minha quinta tatuagem em sua homena...

— Desculpa — Telly interrompeu a história da jovem com um bocejo entediado. — Você acha que podemos sair? Fazer alguma coisa?

  Já fazia quase três horas que elas estavam trancadas lá e Telly estava começando a ficar sem onomatopeias para ilustrar seu "interesse" na conversa.

  Melissa voltou a guinchar.

— Você quer sair comigo? — gritou com uma voz tão fina que fez os ouvidos sensíveis de Telly doerem.

— Não, eu... — foi se corrigir, mas seus olhos subiram na direção das câmeras e ela suspirou. — Por que não sentamos?

  Melissa não tardou a sentar ao lado da artista, segurando suas mãos e fazendo mais um milhão de perguntas.

  Tudo começou a ficar ridículo depois que 5 horas se passaram e ela sabia disso porque era esse o tempo exato que demorava para o laquê do seu cabelo começar a perder o efeito e seus fios parecerem menos brilhantes.

  Até então Melissa ainda não tinha parado de falar, não houve uma pausa, nenhum aviso de ninguém da equipe, nada. A cabeça de Telly estava começando a doer e seus olhos não paravam de se voltarem para a porta da sala.

— Sim, com certeza — disse monótona para Melissa, sem ter certeza de qual era o assunto dessa vez. — Ei, esse bolinho... — perguntou ao acaso, olhando para o doce no centro da sala.

  O bolinho estava no nome do programa, certo? Talvez elas só precisassem fazer alguma coisa com ele?

— Você acha que está na hora? — Melissa se agitou, mordendo o lábio nervosamente e também olhando para o bolinho.

— Uh... — Telly gaguejou, já sem ânimo para o que quer que estivesse acontecendo. — É claro — concordou, qualquer coisa que fizesse essa tortura acabar logo.

— Tudo bem! — Melissa soltou um gritinho e esticou o corpo para pegar o bolinho. — Você está pronta mesmo? — ela olhou nos olhos de Telly, parecendo tão sincera e necessitada que a resposta fosse positiva que Telly se viu assentindo. — Não acredito que vamos fazer mesmo isso! Isso é insano.

  Telly sorriu trêmula, fingindo saber o que diabos estava acontecendo. Seu coração deu um pulo e ela se inclinou para trás quando Melissa tirou do bolso da calça que estava usando uma faca, dessas de serra que tem em qualquer cozinha.

— Por que você tem uma faca? — Telly se apavorou, sua voz desafinando como não acontecia há muito tempo.

  Melissa olhou para ela confusa e Telly se forçou a respirar. Estava tudo bem. Ela só estava trancada em uma pequena sala há 5 horas com uma fã dedicada e que tinha uma faca. Nada para se preocupar.

— Por que você não explica para o público para que serve a faca? Sabe, para quem não vê o programa… — Telly contornou a situação.

— É verdade! Tinha me esquecido disso, você é tão inteligente — Melissa se animou, balançando a faca em suas mãos quando se virou para uma das câmeras. — Agora eu vou cortar o bolinho para que Telly e eu possamos comer juntas, esse bolinho significa todo amor que sinto pela minha heroína e hoje estou dividindo com ela.

  Telly não conseguiu poupar um suspiro de alívio quando ouviu isso. Então essa era a ideia do programa?

— É um bolinho muito pequeno para um amor tão grande — brincou para descontrair, embora a ansiedade nervosa ainda corresse em suas veias.

  Melissa corou com o comentário, estendendo a metade do bolinho para Telly depois de cortá-lo.

— É um prazer fazer isso com você, Telly, eu te amo e vou te amar mesmo quando morrermos — Melissa parecia radiante. — Eu sabia que você não era como os outros que não comem junto.

— O que isso significa? — Telly parou o percurso de levar o bolo até a boca.

— Como assim? — Melissa também paralizou e ela parecia muito séria.

  Séria o suficiente para Telly saber que estava começando a ficar sem desculpas.

— Eu posso não ter visto nenhum episódio desse programa?

— Nenhum? — Melissa gaguejou, seus braços caindo para o lado e seus lábios tremendo.

— Eu sinto muito — correu para dizer quando percebeu que Melissa começaria a chorar a qualquer momento. — Mas eu amei te conhecer.

— Você não sabe o que estamos fazendo?

— Dividindo um bolinho?

— Tem veneno nesse bolo.

— O quê? — Telly gritou, jogando o pedaço que estava segurando do outro lado da sala e esfregando a mão em seu vestido como se estivesse contaminada.

— Você tem que comer, nós duas comemos — Melissa insistiu, dessa vez realmente começando a chorar.

— O quê? Não! Tá louca, garota? — Telly se levantou, era isso, ela estava fora disso tudo. — Ok, já chega, acabou a graça — andou até a porta, batendo nas paredes. — Eu quero sair.

— Telly... Come... — Melissa implorou.

— Não! Eu... — Telly olhou para a garota por um segundo, uma sensação de antipatia se apossando dela, cara, ela odiava lidar com pessoas como Melissa. — Ei! Me tirem daqui! — voltou sua atenção para a porta.

— Come o bolinho!

— Ei, alguém? Tem uma maluca aqui tentando me envenenar — Telly olhou para as câmeras quando percebeu que ninguém estava vindo. — O que está acontecendo aqui?

— Maluca? — Melissa gaguejou, um soluço escapando de seus lábios.

— Você quer dividir um pedaço velho de... Seja lá o que for isso, que está envenenado, comigo, uma pessoa que você nem conhece — gesticulou irritada. — Eu chamo isso de loucura, minha filha.

— Eu fiz esse bolinho.

— Talvez se você não passasse tanto tempo me stalkeando nas redes sociais ou fazendo tatuagens com meu nome, você tivesse habilidades melhores na cozinha — cruzou os braços de forma indiferente e andou até o lado oposto da sala. — Agora, como eu saio daqui?

— Você não viu mesmo o programa? — Melissa soluçou, seu corpo tremendo. — Só saimos daqui de duas formas.

  Melissa não podia acreditar que isso estava acontecendo. Não podia acreditar que Telly estava fazendo isso com ela. Seu peito estava doendo. Ela sentia que poderia morrer. Isso estava doendo.

— O bolinho? — Telly não demorou a perceber o que tinha que fazer para sair dalí. — Só pode estar brincando.

  Mas Melissa não disse nada, se encolhendo em uma bola e soluçando em seu canto. Telly não morreria junto com ela. Telly não a amava. Por quê? O que ela fez de errado? Telly Christe amava todos os seus fãs, certo?

— E qual é a outra forma? — a cantora perguntou com impaciência.

  Melissa levantou a cabeça e olhou para a faca ao seu lado.

— Eu... Eu poderia comer o bolinho sozinha, mas não é assim, eles te dão um antídoto se você faz isso e te jogam aqui de volta, viva — explicou confusa, sua cabeça girando com a rapidez dos acontecimentos. — Você tem que me matar... Com a faca.

— Não vou fazer isso! — Telly foi rápida em negar, dando um passo para trás por precaução. — Droga, só pode está brincando, isso é loucura, isso é loucura!

  Não era loucura. Telly percebeu quando se passou o que pareciam dias. Sua bexiga estava apertada, a boca seca e tudo doía. Os olhos pesados, o sono chegando, o medo quente na boca do estômago.

  Melissa não estava falando mais e quase não parecia viva, na verdade, ela parecia doente, com lágrimas manchando seu rosto e as mãos em volta da cintura de forma protetora. A faca ainda estava ao seu lado, mas ela não fez qualquer esforço para pegá-la, apenas olhando para Telly enquanto a mulher caminhava de um lado para o outro em inquietação.

  Telly tentou abrir a porta com a faca em certo momento, feliz que Melissa não fez nada para impedi-la. Telly também tentou gritar até sua voz falhar e a esmurrar a parede até seus dedos sangrarem. Nada aconteceu.

— Vai lá, Telly, me mata — Melissa provocou alguma hora, com mais mágoa do que raiva. — Você não se importa comigo mesmo.

— Eu deveria? Ou você esqueceu que é por sua culpa que eu estou presa aqui?

  Não era isso que Melissa queria escutar.

— Eu também estou presa aqui...

  Melissa queria... Precisava, que Telly a abraçasse e dissesse que tudo ficaria bem. A situação não entrava em sua cabeça. Ela e Telly Christie tinham um ligação especial! Melissa amava tanto Telly que doía. Ela queria impressionar a mulher e mostrar que era útil. Se Melissa pudesse ela daria um jeito de acabar com essa situação, de salvar Telly de tudo.

  Melissa realmente pensou que elas fossem almas gêmeas. Tudo começou tão bem e as duas tiveram uma conversa tão legal. Depois de toda a espera, depois de anos acompanhando Telly de longe e sendo uma admiradora secreta, Melissa teve a chance de conhecer sua ídola e heroína de longa data e foi incrível.

  As duas poderiam morrer juntas. Seria romântico! Mágico! Melissa estava pronta para isso.

  Mas, de alguma forma, ela também entendia que Telly não estivesse pronta. Foi tudo muito rápido mesmo. Estava tudo bem Telly não estar pronta para se sacrificarem juntas como as duas almas destinadas a ficarem juntas para sempre que elas eram.

  O problema é que as coisas que Telly disse realmente a magoaram. Melissa não era louca. Certo, talvez ela fosse um pouco diferente, mas louca? Telly a machucou.

  E Melissa estava totalmente bem em perdoá-la por isso, mas Telly não pediu desculpas e estava segurando aquela faca como se quisesse matá-la.

  Melissa estava disposta a se sacrificar por alguém que não a amava de volta? Foi essa a pergunta que ela se fez.

  E a resposta era sim. Porquê, apesar de tudo, Telly Christie a salvou em seus piores momentos. Melissa não se importava em retribuir esse favor.

  Ela estava pronta para morrer por Telly. De verdade. Então, quando a cantora adormeceu, Melissa tentou se matar. E ela falhou.

  O que Melissa não esperava era que Telly não se importava com seu amor. Telly não se importava que Melissa pudesse dar qualquer coisa a ela de bom grado e que bastava pedir, que Melissa faria.

  Quando Melissa deu por si, Telly tinha aquela pequena, simples e casual, ainda que mortal quando bem posicionada, faca enfiada em seu estômago.

— Telly — tentou respirar, sangue escapando pela sua boca. — Isso dói... — e ela não tinha certeza se estava falando da facada litetal ou metafórica.

  Porque se Telly pedisse, Melissa morrerria por ela e só pediria em troca que Telly fizesse isso sem dor.

  Mas Telly tinha que tomar... Telly tinha que desrespeitá-la.

— Por favor, eu não sabia, eu achei que... Eu não sabia que você não comeria... Eu pensei... — balbuciou sem rumo.

— O quê? Que eu te amava? Que eu me mataria com você e realizaria suas fantasias?

— Mas eu te amo...

— Eu tenho coisa melhor para fazer — Telly riu em um tom meio psicótico.

  Ela estava tão cansada. Cansada dos fãs e das câmeras e da atenção. Como se não bastasse toda a pressão, todo fingimento, todo mundo enchendo seu saco. Ela estava enlouquecendo.

  Paredes brancas. E câmeras. E suspiros. E murmúrios. Estavam a observando. Julgando. Olhos em todos os lugares. Ela precisava de ajuda. Telly precisava de remédios. Mel. Gengibre. Limão. Comprimidos. Luzes. Voz. Palco. Melissa e o silêncio. Melissa e seus soluços. Melissa e seu bolinho. Era tudo culpa de Melissa. Melissa. Melissa. Melissa.

  E então as portas se abriram. Melissa estava morta. E Telly Christie percebeu que tinha feito uma merda gigantesca.

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