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12. O último confronto


Uma princesa enfeitiçada que busca por liberdade. Uma jovem garota presa num corpo de um cisne, da qual clama por sua libertação. Uma condição interposta. Um amor verdadeiro que traz consigo o poder de livrá-la daquela maldição. A traição não proposital daquele que lhe jurou o amor eterno e por fim, a sua morte!

Morte que na verdade, é a liberdade que ela tanto ansiou por toda a sua vida miserável.

Após a dança com o cisne negro, Odette vê a sua promessa ser quebrada e todo o seu sonho de liberdade, desaparecer! Terrivelmente sem volta! 

Ao contrário do ato três que é carregado de tensão, atrevimento, perversidade e persuasão, o ato quatro se torna o mais triste e catastrófico o possível! Durante o decorrer daquela semana, os ensaios frenéticos e contínuos, Kang Seulgi se manteve mais quieta que o normal, só conseguia relaxar nos momentos em que se encontrava com Park Jimin. Ao contrário de todo o resto, ele sabia como aliviar a tensão dela, inibir a raiva e a vontade de tomar de volta o seu devido papel a força.

Ser a substituta, estando tão perto do grande dia, lhe causou a mesma sensação de ter uma faca enfiada em suas costas. Quando Jimin lhe contou que Charlotte havia se insinuado, só para convence-lo a não apoiar Seulgi, inevitavelmente o ódio que ela estava sentindo por Charlotte, aumentou cem por cento! Mesmo não sendo a principal, ela e Jimin arrumaram tempo para ensaiarem no estúdio privado do rapaz e ali, dar o seu melhor. No fundo, o dançarino sentia receio ao ver os olhos dela, muitas vezes vazios, distantes e a mente da Kang, pensativa por demais!

A mente de um ser humano é um lugar insondável, Jimin sentia que ela respondia todas as suas perguntas com sinceridade, todavia... aos poucos, parecia que o lado negro estava penetrando o seu coração e realidade, a mente pura e agradável de Kang Seulgi estava a ponto de se deturpar!

Ele poderia culpa-la ou precave-la? Foi Jimin quem abriu este portal, talvez fosse o único capaz de impedir que ela fosse consumida! - Isso... se tal portal fosse realmente devastador em sua completude.

No grande dia, os vários bailarinos estavam com os nervos a flor da pele. Entre os vários collants, saias, plumas e adereços, se encontrava Lalisa andando entre eles, dessa vez sem a tala e a ajuda de muletas. Sentia uma dor leve e suportável no tornozelo, mas isso não a impediu de transitar pelo lugar que também era dela, nervosa e ansiosa!

Por onde passava, encontrava vários dançarinos se arrumando, se aquecendo e alongando, localizou a todos, distribuídos entre os vestiários, camarins e corredores, todos menos Charlotte.

A jovem de cabelo castanho claro, pensou em procurar a outra, será que ela teria amarelado? Charlotte era uma garota pela qual Lisa tinha consideração, não eram de fato amigas, mas a morena tinha uma companhia agradável, fora que foi Charlotte quem a ajudou no dia de seu acidente, causado por Kang Seulgi.

Preocupada com a outra, Lalisa adentrou os corredores menos movimentados a procura de algum sinal. Era um lugar grande e a tailandesa torcia para estar na direção certa. Ao andar por alguns minutos, se viu sozinha em meio ao silêncio. O barulho foi tão chamativo que ela parou de andar, ouviu uma voz feminina resmungar um pouco longe e então, passou a caminhar na direção.

- Mãe? Alô, tá me ouvindo?

Quando Lisa chegou próximo a uma sala, viu o vulto de Charlotte através do espelho, falando ao telefone. Ela pensou em entrar e se fazer presente, mas pela expressão da outra, parecia ser algo sério, já que ela andava de um lado para o outro.

Não era do feitio de Lalisa espionar, mas aquela foi a melhor opção.

- Como assim não vai vir? Não, você não pode fazer isso comigo! - A voz de Charlotte estava visivelmente alterada, talvez aquele tenha sido o motivo para ela se afastar tanto das demais pessoas. - Quê?! Você não faz ideia do que eu precisei fazer p'ra chegar aqui!

Lisa se apoiou na parede para não correr o risco de ser pega, as vistas se franziram de automático. Do que Charlotte estava falando?!

- Mãe, assim como você falou, eu consegui o papel principal, ele é meu! Você precisa estar aqui p'ra me ver, eu não aceito! - Charlotte chegava a respirar ofegantemente, já estava vestida com a alva roupa do cisne branco, somente a sua maquiagem que não estava completamente feita.

Lalisa não entendia o que estava acontecendo, ela parecia realmente brava com a mãe e faltava cerca de meia hora para o início do primeiro ato!

- E-essa é a coisa mais importante da minha vida sim, é o lago dos cisnes, isso é um marco! - Praticamente gritou ao telefone, fazendo com que a outra escondida, desse um leve pulo assustada. - Eu fiz tudo o que estava ao meu alcance, eu até joguei óleo no palco para que uma bailarina se acidentasse só pra tirá-la do meu caminho!

A jovem acidentada foi capaz de ouvir seus próprios batimentos acelerados após tais palavras. O olhar da tailandesa se esbugalhou! A mão foi até a boca num ato instantâneo! Manoban sentiu seu peito inflar de inconformidade ao ouvir aquelas palavras tão claras, da boca daquela da qual ela nunca ao menos desconfiou! Essa vadia!

Ao ouvir aquilo, nunca se sentiu tão idiota e manipulada! Charlotte esteve naquele palco antes dela e foi a morena que a chamou para ensaiar. E-ela sabia da bolsa e foi ela mesma que jogou aquele óleo ali para incriminar a outra! Era um absurdo, era repulsivo!

- Mas foi você que disse que eu tinha que fazer tudo o que fosse preciso, esqueceu?! - A outra continuava, crente que aquelas palavras estavam sendo ouvidas apenas pela sua mãe, e não por uma dançarina cheia de ódio e rancor. - "Idaí "que ela se machucou? Ninguém morreu, o importante é que nem a Lisa e nem a Seulgi são empecilhos pra mim, consegui me livrar das duas praticamente numa tacada só. 

O corpo da bailarina escondida começou a tremer como se estivesse prestes a perder o controle de si própria. Ela abaixou a cabeça tentando regular a sua respiração. Fechou a mão, de punhos cerrados, sentindo a unha entrar em contato com a sua própria palma, quase fazendo-a sangrar.

-É o meu momento de brilho, mamãe. Eu nunca vou te perdoar se você não vier!

Injustiça, INJUSTIÇA! Aquilo era terrível! Charlotte era uma farsa! E então, ela iria subir naquele palco e ser prestigiada por todos? Mesmo sendo uma cretina psicopata? Completamente desvairada?! Não, não e não. Lalisa tinha a resposta na ponta de sua língua, não podia permitir aquilo, não depois de Charlotte quase ter destruído a sua carreira como bailarina, era inaceitável! Com a aura completamente mórbida, Lisa se mostrou de frente a porta onde bloqueou a passagem. 

Ao levantar o rosto ansioso, Charlotte deu um pulo ao ver o reflexo quase que delirante, de Lalisa no espelho. 

- L-Lisa! - tentando mais uma vez vestir uma máscara, Charlotte forçou o sorriso, esperando que a outra não tenha ouvido aquela conversa, mas o semblante da tailandesa dizia exatamente o contrário. - Você me deu um susto... - completamente nervosa ela entreolhou o celular onde a chamada com a mãe ainda ocorria, imediatamente ela desligou o telefone e engoliu a seco, se apoiando naquela barra. 

Com os olhos completamente presos na outra, Lalisa entrou na sala onde encostou a porta atrás de si, o olhar da morena encarava atentamente os movimentos da bailarina, mesmo assim, Lisa não se coagiu e girou a chave trancando a porta. As vistas de Charlotte cresceram naquele momento. Rapidamente a tailandesa retirou a chave do trinco a colocando no bolso apertado da sua calça jeans.

- Ei, Lisa.. o que está fazendo? - sem ao menos piscar, ela se aproximou uns passos da outra, que tinha um olhar gélido e sombrio, nunca pensou que ia sentir aquilo por alguém, mas Lisa queria vê-la sofrer ali dentro!

- Estou te impedindo, Charlotte! - um rápido sorriso frio surgiu no rosto da Manoban. - Esse papel nunca foi seu mesmo, acho que a Seulgi vai ficar feliz em voltar ao posto que é dela!

...

Enquanto todos os artistas se arrumavam, faltando quinze minutos para o início, raivosamente Ruschel desligou o seu telefone celular, quase o jogando chão.

- *Unglaublich! - enunciando um 'inacreditável', ela bufou colocando o celular ao lado de onde a Kang olhava atentamente, com os olhos apáticos e sua vivacidade quase nula! - Desfaça essa cara, você vai entrar no lugar da Charlotte, como ela pode sumir logo agora!? - ao ouvir aquilo, Seulgi fixou as suas vistas na mestra que respirou fundo, afim de não perder a sua compostura.

- Está falando sério? - Num tom incrédulo, ela a indagou! Levantou-se da banqueta onde já estava vestida com o collant branco, iria voltar a ser somente mais um cisne comum, aquela notícia lhe encheu de uma alegria quase que palpável, parecia até algo surreal! Com os olhos fofos, ela sorriu! 

- Mas é claro, Kang. Você tem menos de quinze minutos, esteja perfeita, assim como você nos mostrou antes. - Numa tentativa de passar mais confiança para a estrela da noite, Ruschel lhe tocou o ombro com um maior apreço, com as vistas brilhantes, Seulgi emitiu um sorriso radiante por ter novamente em suas mãos a oportunidade tão esperada! Até mesmo se esqueceu da raiva que esteve nutrindo por Charlotte durante aquela semana. Agora, ela precisava estar completamente concentrada em seu papel, nada e ninguém poderia tirar a sua concentração!

Faltando menos de um minuto para dar início, através da brecha da cortina a garota avistou a grande e estupenda plateia, bem numerosa e ansiosa. Dentre todas aquelas pessoas, a coreana conseguiu avistar seus pais na terceira fileira. Imediatamente ela sorriu, eles se surpreenderiam ao ver que ela retornou ao seu digníssimo papel, com certeza ficariam orgulhosos, ela estava pronta e deveras preparada para encarar a dualidade de sua dança e suas nuances.

Avistou Jimin que estava do outro lado, lhe lançar uma rápida piscadela até finalmente entrar no palco. A respiração profunda mostrava o quão concentrada ela estava. Uma coroa de penugem adornava a sua cabeça, assim como a maquiagem clara e cintilante, ela seria o centro das atenções assim que pisasse naquele palco, diferente de antes, nenhum erro ou deslize podia ser tolerado!

Ao som da sua música, a triste princesa Odette entrou com seus inúmeros passos melancólicos. Se misturou entre os demais cisnes, mas a sua beleza exuberava e transcendia as vistas de quem quer que olhasse para aquele palco. Tendu, jeté, fondu... a princesa dançava de maneira desolada! Assim como ela havia ensaiado, não somente o seu corpo, mas o seu rosto expressava os sentimentos dolorosos carregados na alma daquele pobre cisne.

Quando Siegfried apareceu, ela se concentrou para não mudar a sua feição resistente até finalmente, se deixar ser consumida pelo amor, no segundo ato. Conhecer aquele amor lhe trouxe a esperança de um futuro feliz e não mais aprisionado. Fez ela sentir por alguns momentos, que a felicidade e a liberdade não era um sonho impossível e distante. Ah, o amor! Eles pareciam verdadeiramente apaixonados, até porque de fato estavam!

Um sentimento consumidor como o fogo, a ponto de abrasar e incendiar aquele coração duvidoso.

Quando finalmente as cortinas se fecharam, ao som de vários aplausos, sem nenhum receio Seulgi se jogou nos braços de Park Jimin, nem ligando para os que estavam ao lado presenciando a cena, seus colegas de trabalho e demais dançarinos. Seulgi o beijou ali mesmo! Num súpeto ele a abraçou tão contente quanto ela, o coração do rapaz batia tão acelerado quanto o da jovem em seus braços. Ali eles se beijaram com vontade ouvindo várias pessoas sorrindo e comentando sobre eles. O casal nem se importou, já que estavam reluzentes de felicidade. Antes de se afastar dele, Seulgi lhe roubou um outro selar e então acelerou os passos rumo ao camarim, ela tinha o cisne negro para enfrentar, precisava de concentração! Agora, ela iria entregar o seu melhor para ele novamente, assim que o visse pela segunda vez naquele  palco, só que de um jeito bem mais tentador e arrebatador do que antes!

A passos rápidos e animados a coreana correu para poder se vestir e mudar a maquiagem. Contudo, quando entrou no camarim ali, percebeu que o seu celular em cima da penteadeira estava tocando. Se aproximou do visor e viu que era o número de Charlotte telefonando. Seulgi prendeu a respiração ao ler aquele nome, sua feição alegre e descontraída deu lugar a seriedade. Ela iria apresentar o cisne negro, sim, Seulgi era Odette! Pensou veementemente em não atender, mas aquela ligação por si só era estranha, se fosse para Charlotte assumir a continuação do papel, ela teria que conversar diretamente com Ruschel! Em meio a incerteza e receio, Seulgi pegou o aparelho em mãos e rapidamente atendeu a ligação.

Pensou ouvir a voz de Charlotte, mas ouviu a voz de outra bailarina, Lalisa Manoban. 

- S-Seulgi.. - a voz da tailandesa se encontrava completamente trêmula, embargada e chorosa - venha até.. o e-estúdio cinco, ago-ra!


[...]


De imediato a jovem saiu as pressas, esbarrando nos demais dançarinos sem ao menos conseguir se desculpar! Tentou controlar a respiração enquanto corria e olhava atentamente os números dos estúdios, até chegar no que Lisa havia indicado. A Kang apoiou as mãos no joelho antes de girar o trinco da porta, alarmada e descompensada!

Antes fosse mais um sonho tenebroso como aquele que lhe atingiu a uma semana atrás. Ao abrir da porta com o seu rangir, as vistas de Kang Seulgi foram preenchidas por um vermelho que se tornou predominante aos seus olhos. Espelhos quebrados, rastros de sangue, Lalisa num dos cantos chorando sem conseguir se controlar e Charlotte. Caída no chão com a cabeça sangrando!

A garganta de Seulgi se fechou rapidamente com a cena. Sentiu o vômito subir rapidamente em sua boca onde o colocou para fora, ainda no corredor. As vistas trêmulas e lubrificada pelas lágrimas que queriam vir, era um pesadelo! Sim, só podia ser!

- Seul..gi - Lisa tentava parar de chorar para falar, mas estava com tanto medo e dor que nem conseguia, havia um pedaço de espelho na perna da garota e Charlotte, com os olhos verdes, abertos e o sangue escorrendo encharcando a perna da dançarina que estava machucada. - E-eu, não queria matá-la.. M..meu Deus - Lalisa levou a mão ao rosto tentando conter os soluços. - E-ela.. veio pra c-cima de mim! Mi-nha.. perna! 

Ver Charlotte naquelas condições... m-morta ali, lhe causou a mesma sensação de quando ela a apedrejou em seu subconsciente, a-a coreana nunca faria aquilo também, não gostava mais dela, contudo... em nenhum momento aquilo queria dizer que Seulgi a queria morta! A Odette se manteve intacta, pasmem, completamente em transe! - Kang Seulgi! - Lisa quase gritou.

- N-não, ela morreu?! - as palavras finalmente se verbalizaram! Com a adrenalina ativada na sua corrente sanguínea, ela foi até Lalisa, em desventurado desespero! Seus batimentos estavam descompensados que parecia até que ela podia ter uma arritmia! - ...Lisa, a sua perna! - Seulgi se assustou ao ver o pedaço de espelho ali posto, estava profundo e havia muito sangue saindo da ferida.

- Eu.. s-só preciso que .. m-me ajude, eu não quero morrer!

- Sim, c-claro, eu vou.. - ela pegou na perna da outra e quando notou , a sua meia fina e saia que eram da cor da neve, estavam manchadas com o sangue das outras dançarinas, a-assim como a sua mão. - Você precisa de um médico - ela balbuciou completamente tremula - urgente!

- N-não, você precisa arrancar isso e estacar o san-gue.. - Lisa estava pálida e falava com dificuldade. As vistas de Seulgi perambulavam entre ela e Charlotte. - Nin-ninguém pode saber! - Manoban agarrou com a mão ensaguentada, o braço da bailarina! - S..se você falar, eles vão interromper a peça e vai ser, v-vai ser um desastre... n-não, apenas me ajude aqui e espere até o final! - De maneira firme ela clamou em desespero! As vistas da coreana se encheram de lágrimas, era loucura! Seulgi estava completamente perdida, sem saber o que fazer! 

- Ah.. - a boca da Kang se secou, enquanto ela tentava pensar de forma rápida - T-tudo bem, calma Seulgi. - falou consigo mesma e então olhou para baixo. Ao ver a sua saia, rapidamente a jovem retirou a vestimenta a rasgando. Com um pedaço ela protegeu a mão na hora de puxar o grande caco, com o outro ela amarrou acima da ferida para pressionar e conter o sangramento. 

As vistas da bailarina se turvaram ao se colocar de pé, a cabeça girou ao ver tanto sangue, no estúdio, nas bailarinas, em si mesma! C-Charlotte estava morta?! - Vo-cê pode ir, agora. - Lisa apoiou a cabeça para trás, tentando não esmorecer. - O sangramento parou, n-não vou morrer, Seulgi! - e-ela levou as vistas agitadas para a outra. - Corra, s-só vai antes que alguém perceba!

E-enquanto ainda processava e tentava inutilmente digerir aquilo, Seulgi num impulso abriu a porta. Olhou para os lados e notou que não havia ninguém, como o banheiro não era tão longe, ela correu, correu rápido, tendo a sua branca roupa manchada de sangue! Ao entrar ali, correu até o chuveiro onde tentou lavar aquelas partes contaminadas. Ao ver as toalhas num dos cantos ela se despiu de parte da roupa e se embrulhou ali para correr novamente. Faltava sete minutos para o cisne negro aparecer, arrebatador, a ponto de seduzir toda a plateia sedenta que ali a aguardava.

Quando ela chegou próximo ao camarim, alguns dançarinos entre homens e mulheres olharam de forma assustada para a garota que parecia ter saído do chuveiro, enrolada numa toalha preta! Vários comentários e avisos preocupantes começaram a invadir a sua cabeça, fazendo com que a mesma latejasse de dor e tontura! Rapidamente, com a respiração frenética, ela pôs a mão no trinco da porta do camarim e ali entrou se trancando. Deixou a tolha escura cair no chão, ficando apenas com a roupa íntima. E-ela caminhou de frente ao espelho da penteadeira sem conseguir desviar o olhar, seus olhos ainda viam o sangue, Charlotte, Lalisa em desespero, via o seu sonho, via a sua mão fazendo questão de atingi-la na cabeça, viu o sangue da bailarina escorrer pelo chão até tocar a margem do lago. A respiração frenética fez com que ela tocasse o rosto, que ainda carregava rastros de sangue.

- Kang Seulgi!!! - uma forte batida na porta fez com que ela pulasse. Viu em sua mente os flashs daquele cisne negro lhe atacando, assim como no sonho. Colocou as mãos na frente do rosto para se proteger, se proteger dela mesma! - Seulgi, é bom que esteja pronta! - quando caiu em si, percebeu que era a voz de Ruschel, lhe gritando do outro lado. Completamente arrepiada e assustada, Seulgi engoliu a seco tentando se concentrar.

- é.. Eu já vou! - Gritou completamente incerta. Passou as vistas pelo lugar e viu o traje do cisne negro - E-estou quase pronta! - emendou para tranquilizar a outra, mesmo estando com os seus batimentos completamente alarmados!

Nunca se trocou tão rápido como naquele ato. Procurou esvaziar a sua mente para então, fazer o papel mais importante de toda a sua carreira. Suas vistas estavam vermelhas pela ardência e lágrimas que lhe consumiu naquele instante horrendo, mas com a ajuda da maquiagem preta e marcante nos olhos, ela acreditou que ninguém iria suspeitar que algo terrível havia acontecido.

Lentamente tentou controlar a sua respiração e batimentos. Pensou na música, pensou no Jimin, pensou na luxúria da qual ela se deixou viver, pensou nos orgasmos que teve junto com ele, pensou no quão suja se tornou ao fazer aquilo num momento errado e num lugar indevido, pensou na raiva que sentiu de Charlotte e agora, pensou no sangue dela que a mesma ainda trazia em sua pele. Como uma panela de pressão, seus desejos e emoções se encontravam no extremo, como uma bomba relógio que iria explodir assim que entrasse no palco!

Completamente caracterizada e nitidamente diferente do cisne branco, no ímpeto do toque daqueles instrumentos eruditos, ela entrou pelo palco de forma avassaladora e quase destrutiva! Todos os olhares se vidraram em Kang Seulgi, somente a aparência era a mesma, mas o resto... até mesmo Jimin ficou atônito ao sentir o quão intenso ela estava emergida naquela atuação, de uma forma que ele nunca a viu antes. Pelo fato da técnica da dança lhe estar intrínseca, as emoções era o que regia e maestrava o corpo da coreana por aquele palco! Seus pelos estavam completamente eriçados, a música forte e tenebrosa parecia emanar de seu próprio corpo, que se tornou grande  a ponto de preencher por completo aquele lugar!

Ataque, ataque, ataque! Por um instante, Seulgi se pareceu completamente enfeitiçada, perfeita em todos os seus movimentos, até os mais discretos e irrelevantes, era como se a mente dela estivesse completamente vazia, ou então, repletamente cheia de tudo aquilo que fazia com que o cisne negro fosse real! 

Park Jimin estava em completo transe por ela, assim como todos que assistiam aquele momento devastador e inesquecível. Nem seus próprios pais reconheceram que aquela era a sua amada filha, completamente engenhosa, perversa, prostíbula, sedutora, maléfica e com uma confiança transcendente a tudo o que eles já viram! Seus passos eram ferozes e venosos, seus toques eram assediosos e descarados, sua feição: insana e dolosa, de longe... incomparável!

Quando aquele momento acabou, o seu peito ainda subia e descia após muito inflar com a respiração frenética e profunda! Estava em completo extase ouvindo toda uma multidão gritar por ela, a-aquilo que era poder? Glória? Perfeição?

Caindo em si que aquele papel havia chegado ao fim, a jovem correu ao se trocar novamente, sem astúcia para encarar qualquer dançarino em uma conversa que durasse mais de cinco segundos! Ao se trancar no camarim, ela se apoiou na porta pensando naquele último ato que enfrentaria. Se sentou de frente á penteadeira, com a mente a mil, refez a sua maquiagem e trocou de roupa, tentando se manter inerte e cem por cento concentrada no que fazia, para então, não desmoronar!

Aquele momento final era de longe um dos mais aguardados. A jovem Seulgi correu com seus passos para o centro do palco, sentindo a alma de Odette latejar no seu interior, devastada! Ao olhar para Jimin, sentiu um nó subir pela sua garganta, o brônquio se contraindo e as vistas, marejando.

As imagens de Lalisa chorando e Charlotte morta, aos poucos foram ganhando cada vez mais espaço na mente de Odette. 

A princesa completamente devastada pela traição de seu amor, começou a literalmente chorar enquanto dançava! Sem conseguir controlar parte de suas reais emoções, seus belos lábios começaram a tremer. Dos bastidores, Ruschel estremeceu ao ver a cena, ainda não acreditando no quão longe Seulgi havia ido! Enquanto o corpo dela dançava, S-Seulgi sentia a sua alma se contorcer de dor, medo, tristeza, pressão e... alívio! O rosto belo e delicado de Odette foi se contraindo gradativamente, junto com a música, num choro que foi ficando cada vez mais evidente, até mesmo para a plateia! Lágrimas salgadas e densas. A música alta, dolorosa, pungente e cruciante, fazia a trilha sonora dos seus últimos momentos viva. Aos poucos os olhos dos expectadores começaram a se encher junto com os dela, que clamavam por socorro, de todas as formas possíveis! 

O choro de Seulgi foi se tornando tão nítido e altivo que as pessoas estavam completamente inebriadas e chocadas por aquela encenação! A bailarina preenchia por completo aquele lugar, seu corpo agia sozinho enquanto a mesma deixava um caminho molhado pelo palco, o aperto na garganta se tornou tão forte, que seu peito imergia e inflava, completamente desesperado!

Mal conseguia ver algo nítido a sua frente, então, subiu pelo pedestal onde dali de cima, aos prantos, com o choro embargado quase lhe roubando a respiração, sem sair de sua coreografia e seus passos frenéticos... ela encarou Siegfried, com as vistas embaçadas! Em seguida os demais cisnes e então, a plateia, vendo ali os olhos de seu pai e sua mãe, repletos d'água.

Meneou a mão em direção a cada um deles, como se quisesse tocá-los por uma última vez. Como se pedisse desculpas! Num último suspiro, completamente inerte e com a respiração a mil por horas. Como se aquele suicídio fosse real, Seulgi deixou o seu corpo esmorecer e cair para trás, arrancando um grito abafado de todos expectadores, que até se levantaram das cadeiras!

O colchão ali colocado amorteceu a queda da garota que estava com a maquiagem borrada e os olhos alagados pelas lágrimas! Continuou no mesmo lugar, intacta, sem conseguir se mover, caída, olhando p'ra cima, ouvindo aos poucos se tornar mais nítido, os gritos e aplausos de toda a plateia! Kang Seulgi entreabriu os lábios como se o ar fosse voltando a invadir os seus pulmões novamente, como se... naquela morte, ela finalmente ganhasse a vida que tanto precisava, sem nem ao menos saber! As orbes turvas via os dançarinos se juntando ao seu entorno, a congratulando pela apresentação completamente surreal e impecável. Seu ouvido ainda zumbia, mais aos poucos, a audição dela foi voltando junto com todos os seus sentidos!

- Seulgi! - Jimin se ajoelhou pegando na mão da garota. A-a quentura que o corpo dele transmitia, fez com que de imediato ela soubesse que era ele. - Levante, você conseguiu! - Aos poucos ela foi virando a cabeça até olhar o semblante estarrecido e encantado do homem que havia proporcionado grande parte de todas aquelas emoções.

- Ji-min - a bailarina que estava com o corpo mole e pesado, balbuciou, procurando as palavras certas, tentando verbalizar finalmente o que acontecia subliminarmente por trás de toda aquela atuação. - S-she's dead!

- Sim querida! - Com um sorriso que não cabia em si, Ruschel se ajoelhou naquele colchão, também ocupando o campo de visão da garota, que ainda parecia estar aérea e imergida em seu papel - Odette morreu, você fez tudo perfeitamente bem!

- E-ela também. - Com a voz falha, rouca, e a respiração ainda ofegante, Seulgi olhou para cima vendo além da grande cortina vermelha que se levantava, um sorriso surpreendente e triste lhe inundou - Mas.. Odette não foi a única a morrer hoje.


...


A perfeição tem um preço, na grande e maior parte parece algo impossível, um sonho distante e inalcançável para muitos, mas não para Kang Seulgi! Naquela noite, a jovem bailarina de vinte e quatro anos fez história no mundo do Ballet clássico. Todos que saíram daquele local estavam de fato diferentes, o "crime" ali ocorrido fez com que a repercussão se expandisse por todo o mundo. Uma tentativa de defesa resultada em morte! Ao relato de Lalisa sobre a coragem de Seulgi, em ajudá-la no meio de sua estimada apresentação, fez com que muitos pensassem que aquela história pudesse ser uma lenda, mas os resquícios da perfeição e terror ali demonstrados... continuaram, até o dia de hoje.

Nem todos querem pagar o preço, nem mesmo Kang Seulgi se atreve a imergir por completo naquela perfeita loucura novamente. Agora, a bailarina se contenta em ser ela mesma com aquele que se apaixonou por cada um dos seus defeitos, sem nunca lhe cobrar a perfeição, já que ela sempre fora perfeita aos seus olhos!

Uma única noite, uma única perfeição, um marco na história da arte e por fim - mas não menos importante. Uma jovem, singular e dedicada bailarina que só queria dançar e acima de tudo... encontrar nela mesma, a razão da sua própria realização e felicidade.

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SOCORROOO SAJDHJFHKD! Como você chegou até esse final hein? Gostou da história? Acha que valeu a pena? Comente abaixo o que achou dessa experiência ;3


Sou muito grata a todos que leram essa fic até o final, me sinto muito agradecida por cada comentário e incentivo, foi um prazer para mim, interagir com vocês é sempre incrível!


Votem e comentem como sempre, obrigada mesmo, amo vocês <33

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