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08 | O ENCONTRO

AQUELA NOITE DEAN não dormiu direito. Ficava virando de um lado para o outro em sua cama, seus pensamentos pareciam mais altos do que anteriormente. Ele não sabia o motivo.

Quando deu cinco e quarenta da manhã, ele já estava na cozinha fritando alguns bacons.

Estava inquieto.

Jack também se encontrava no mesmo barco, porém invés de se arrastar para fora do quarto assim como o Winchester mais velho —, ele simplesmente ficou na cama, com as cobertas até o pescoço, os olhos fechados, revivendo tudo que aconteceu a horas atrás.

Mavis e Sam por outro lado dormiraram excepcionalmente bem. Ambos chegaram do caso, banharam e se deitaram. Por incrível que pareça essa foi uma das únicas noites que a garota não teve pesadelo com nada, que conseguiu deitar e descansar. Vale a pena lembrar também que Mavis não dormia bem a muito tempo, então milagrosamente isso tinha acontecido.

Castiel, por outro lado havia saído do bunker. Não precisa repor as energias como todos os seus outros companheiros, não, o cérebro de Castiel estava sempre trabalhando. E dessa vez era em busca de respostas, sobre que atitude tomar perante aos acontecimentos envolvendo o cara lá de cima.

Quando Mavis acordou, decidiu que estava na hora de começar a organizar aquele espaço que chama de seu quarto. Então, perdeu a manhã toda ali. Por isso, no instante em que colocou os pés para fora do quarto o primeiro que viu fora Jack.

— O que foi? — perguntou ao mais novo, ao ver sua expressão facial.

— Acabou o cereal.

A voz de Jack soou baixa, quase abatida. Seus olhos estavam perdidos e sem foco. Mavis limpou a garganta, antes de dizer.

— Tudo bem. Vamos ao supermercado comprar.

Fingiu uma animação, na tentativa de o deixar menos ruim. Porém, sabia quais pensamentos ruins estavam cercando o mais novo. Ele apenas balançou a cabeça em concordância, os ombros para baixo.

— Ei. Winchester. — Mavis chamou o loiro, assim que viu seu vulto passando do outro lado do bunker — Pode levar nós dois no supermercado?

No segundo em que Dean colocou os olhos sobre ela, soube de imediato que o mais velho odiou a ideia. Sua feição continha um misto de desdém, porém, ele apenas balançou a cabeça em concordância.

Os três ficaram em completo silêncio o caminho todo até o pequeno supermercado da região. Assim que chegaram Jack foi para os fundos, onde ficava os sorvetes e doces, enquanto Mavis foi atrás dos cereais.

Tinha uma marca específica de que Jack gostava. Porém, quando chegou no corredor viu que continua apenas uma caixa daquelas. Levou a mão para pegar, porém outras mãos passaram na sua frente.

— Ei. — resmungou a mais nova.

Era um homem, alguns anos mais velho que ela. Cabelos escuros, barba cumprida e olhos negros.

— Vi primeiro, gatinha.

Mavis revirou os olhos, esticando as mãos.

— Você viu que eu estava prestes a pegá-la. Pode por favor, me entregar?

O divertimento pairou sobre o rosto do homem.

— Não.

Então, uma pequena discussão se início ali na sessão dos cereais. Mavis batendo o pé dizendo que precisava daquela caixinha azul, enquanto o homem discordava e falava que não. A discussão ficou tão alta que atraiu a atenção de Dean que estava nas sessões de cervejas artesanais. Mas, assim que entrou no corredor, notou Mavis pisando firme —, deixando o homem para trás.

— O que aconteceu? — o Winchester perguntou ao desconhecido. Sua voz rouca e grossa.

— Essa garota queria pegar o meu cereal.

Os olhos claros do mais velho analisaram a caixinha em mãos do rapaz, se dando conta que de fato era o favorito de Jack.

— Aposto que queria. — Dean forçou um sorriso amarelo. As covinhas estampando em suas bochechas.

O homem riu, segurando a caixa de qualquer jeito em mãos.

— Cara, vamos lá, — o tom de voz do homem era cheio de ironia — garotas assim.

O riso ficou preso em sua garganta. Como se aquilo não passasse de uma piada machista barata. O loiro não gostou da forma como ele enfatizou a última palavra, dando duplo sentido.

— É. — Dean balbuciou, se curvando um pouco para frente, perto o bastante para o homem o ouvir — Se você tocar nela novamente, eu quebro a sua cara.

{...}

Mavis estava começando a ficar mais nervosa conforme o decorrer da noite se aproximava. Ela sabia que iria estar sozinha com Sammy pela primeira vez, isso era o bastante para ter a feito se trocar de roupa doze vezes. Não queria usar uma blusa comum, como usava todos os santos dias. Por isso ela escolheu um vestido justo e simples, preto. Não tinha salto, então usou o coturno que havia ganho de Castiel.

Ela nunca foi muito boa em se arrumar, já que a maioria do tempo de lazer que tinha era para desenhar ou ler alguma coisa. Por isso fez cachos mal-feitos com a chapinha, mas que dera uma pequena diferente. Melhor do que o liso escorrido de sempre.

— Você está bonita. — a voz de Castiel a trouxe de volta a realidade.

Havia acabado de parar no meio do bunker, sentindo o coração acelerar.

— Obrigada, Cass.

Os olhos do anjo a analisaram meramente, como se quisesse gravar algum detalhe ou coisa parecida.

— Acho que é uma boa ideia irmos a sua cidade natal. — apoiou a mão em seu ombro direito, antes de sair do ambiente.

Mavis sentiu o estômago revirar mais uma vez com a possibilidade de estar em sua casa novamente. Não que houvesse algo lá, além de cinzas.

O barulho de passos arrastados chamou a atenção dela. Mavis levou três segundos para encontrar o par de olhos de Dean Winchester sobre si. Ele usava uma blusa flanelada verde com marrom, jeans escuros e continha uma cerveja na mão. Os olhos dele estavam negros e sua expressão fácil não era boa. Mavis chegou a pensar que ele tinha comido algo estragado, pois estava daquela maneira o dia inteiro.

— Esse vestido... — os olhos desceram pela garota, até parar em seus pés, a voz rouca — ficou horrível em você.

Ela piscou os olhos com força, como se não acreditasse no que estivesse acabado de ouvir.

— O quê? — perguntou, a voz baixa.

Moveu os próprios olhos para o tecido em seu corpo, sentindo as palavras do mais velho lhe acertar com força.

Dean virou o restante da cerveja, engolindo de uma vez antes de falar.

— Detestei. — e saiu.

Toda a animação que estava pairando sobre o corpo da garota se dissipou por completo.

— Que bom. — gritou para as costas dele — Não vesti para você.

Levantando o dedo do meio. Mas, sabia que ele não tinha visto. Querendo ou não, ele a chateou.

☄️

Tinha poucos lugares que bons para se comer em Lebanon, por sorte, Sam conseguiu fazer uma reserva nos melhores deles.

Fazia décadas que os dois tiveram um encontro descente. Normalmente Sam não tinha oportunidades para sair com as garotas mais de uma vez, pois estava sempre pulando de cidade em cidade como o irmão. E Mavis, bom, ela não saia muito de casa.

O ambiente era todo decorado em tons neutros. Isso deixou a garota confortável, enquanto era guiada para a mesa particular de ambos.

— Boa noite. Bem vindos ao Roath Specialized. — a garçonete apoiou os cardápios na mesa, um para cada um — Fiquem à vontade.

Sam agradeceu, pegando o objeto em mãos.

— Vejo aqui um jovem casal. — sorriu — Sinto aqui um clima de romance. Vamos melhorar isso.

A garota se inclinou sobre a mesa, acendendo as duas velas diante a eles.

Mavis sorriu em agradecimento, notando as bochechas do Winchester vermelhas.

No instante seguinte as velas foram apagadas.

— Desculpem. Às vezes isso acontece. — a garçonete as acendeu mais uma vez — Já decidiram o que comer?

— Bom, acho que um bife a...

A frase de Sam fora cortada, pois as velas se apagaram novamente.

A feição de confusão pairou no rosto da garçonete, sendo acompanhada de constrangimento.

— Desculpem. Acho que o vento não está colaborando hoje. — acendeu mais uma vez.

Agora não demorou nem um segundo, as velas foram apagadas de novo.

— Irei providenciar outra coisa.

A mulher saiu constrangida, com as bochechas vermelhas. Deixando Mavis e Sam confusos. Não havia nenhuma corrente de ar no restaurante e todas as outras mesas estavam com as velas acesas normalmente.

— Mavis.

Sam a chamou. A garota o olhou sem entender, esperando sua resposta.

— Seu nariz. — pegou o guardanapo na mesa, colocando em suas mãos.

A mais nova pegou o pano, limpando o próprio nariz envergonhada. Esse tipo de coisa nunca havia acontecido antes, então não tinha ideia do motivo daquilo.

— Então, — ela tentou não gaguejar — Cass disse que seria bom irmos a minha cidade.

Sam deu um sorriso de lado. As covinhas dançaram em suas bochechas. Mavis sentiu o estômago revirar. Ele estava usando uma blusa vermelha vinho, o cabelo perfeitamente penteado —, e dali onde ela estava, conseguia sentir o cheiro de seu perfume. Ele estava perfeito.

— Também acho uma boa ideia. — soou positivo.

A garçonete voltou com um vinho da casa, anotando os pedidos deles logo em seguida. O restante da noite seguiu calmamente, da mesma forma que Mavis imaginou que seria um momento a sós com Sam Winchester.

— Está melhor? — perguntou ele, tirando a mão do câmbio do carro e apoiando sobre a mão livre dela.

Mavis balançou a cabeça em concordância, sentindo calor da mão do mais velho sobre a sua. A tempos de ver o bunker entrando em seu campo de visão. Era a primeira vez desde que tudo aconteceu que ela se sentiu uma garota normal, com problemas normais.

Sam estacionou o carro na frente do bunker. E ambos desceram, sentindo a brisa gelada da noite. Quando desceram as escadas para chegar na porta principal do bunker, ambos pararam um de frente ao outro.

A diferença de tamanho gritante.

Sam tinha que se curvar um pouco para a frente, para que conseguisse ter os olhos dela perfeitamente sobre si.

— Obrigada pela noite, Sammy.

Agradeceu, dizendo em voz alta pela primeira vez o apelido que ele detestava. Os olhos do Winchester transbordavam calor, afeto e carinho. As bochechas dele sustentavam as covinhas, enquanto mantinha o sorriso no rosto.

Ele deu um passo para frente.

Mavis sentiu o coração acelerar. Esperando o próximo passo, esperando sentir os lábios dele sobre a sua boca. Sam levou a mão direita na lateral de seu rosto, se aproximando lentamente.

Se não fosse pelo estrondo horroroso que ecoou da porta de metal, o beijo teria acontecido. Mavis se assustou com o barulho, se afastando dele.

— Er, uh... — gaguejou o mais velho, sem graça, destrancando a porta.

No exato instante em que abriu, o que ganhou de volta foram os pares de olhos do irmão. Dean levantou as sobrancelhas em surpresa, coçando a nuca, desviando os olhos.

— E aí, cara. — balbuciou — Achei que fosse minha pizza.

Mavis franziu as sobrancelhas, enquanto Sam passava para dentro.

— Que foi? Levou um soco na cara? — apontou Dean, desconversando para a mais nova.

Ela levou novamente as mãos ao rosto, sentindo o sangue escorrendo de seu nariz novamente.

— Droga.

{...}

Quando o dia amanheceu, antes de entrar no carro para seguir viagem pelas próximas horas até a própria cidade onde havia sido criada, a única garota do bunker se dirigiu a cozinha.

— Você tem certeza de que não quer ir? — perguntou Mavis mais uma vez ao amigo.

Jack encheu a boca de cereal, balançando a cabeça em negação. A mais velha notou a caixinha azul sobre a mesa.

— Onde conseguiu isso?

— Estava nas sacolas daquele dia. — respondeu Jack.

Continha olheiras abaixo de seus olhos, poucos visíveis. Mas, para quem antes tinha a pele perfeita, Jack estava muito abalado.

— Eu não queria te deixar aqui. — murmurou Mavis, depois de jogar os pensamentos sobre o cereal fora de seu consciente.

O mais novo deu um sorriso forçado. Ele estava cansado, era bastante visível. Ter matado aquele cara tinha afetado Jack, mais do que o normal. Ninguém estava preparado para esse tipo de coisa, por isso quando acontecia o choque era eminente.

— Castiel disse que vamos treinar meus poderes. — disse ele, calmo — Podemos usar... Qual era o nome... — se perde um pouco na tentativa de recobrar a lembrança — facetime?

Mavis sorriu.

— Sim. Facetime.

Ela se curvou sobre o garoto, enrolando os braços ao redor de seus ombros em um abraço. Demorou alguns segundos para ser retribuída.

— E você pode me sentir. — falou Jack.

— Sim. Vou saber como está o tempo todo. — deu um beijo no topo da cabeça do mais novo — Se cuida.

O sentimento ruim começou a se alastrar por seu corpo no exato instante em que entrou dentro do Impala, se acomodando no banco traseiro. Não sabia se era por causa de Jack ou se isso resultava em estar a caminho de sua cidade natal. Mavis apenas tinha certeza de que alguma coisa estava prestes a acontece e que talvez não fosse gostar disso.

— Salém, lá vamos nós.

Proclamou Dean Winchester, virando a chave na ignição.

☄️

A distância entre Lebanon, Kansas à Salém, Massachusetts era de mais de vinte e quatro horas. Isso significava que eles chegariam lá sexta feira a tarde, se tudo ocorresse como planejado.

Nenhum dos três sabiam exatamente o que estavam procurando. Mas, sabiam que iriam encontrar alguma coisa. A esperança era a última que morria.

Mavis dormiu a madrugada inteira no banco traseiro, esticou as pernas e se deitou, puxando o cobertor até a altura do pescoço. Ficou nessa posição por horas e horas, até começar a ouvir o barulho de pingos de chuva acertar a lataria do carro.

— Acha que vamos encontrar respostas?

Ouviu a voz de Sam soar baixo, em uma pergunta ao irmão.

O barulho da chuva tornava o ambiente mais aconchegante, porém quase ocultava as vozes dos garotos.

— Se o que Castiel disse estiver certo... — Dean suspirou, olhando de relance por cima do ombro a garota dormindo — Tem dedo do Chuck nisso. E se tem dedo dele, vai começar a feder. Vamos nos prevenir.

Mavis franziu os lábios, ouvindo aquilo. Sabia quem era Chuck, pois ficou horas e horas conversando com Castiel sobre o mundo angelical. Mas, não sabia o que significava ter dedo dele em sua vida.

Ela adormeceu logo depois, novamente.

{...}

— Tem certeza de que não quer que eu dirija?

Perguntou Sam ao irmão. A chuva já havia se dissipado e estavam passando por Detroit.

— E alguma vez eu já quis isso? — Dean resmungou, bocejando.

Estava cansado, isso era fato. Mas, tinha dormido bastante na noite anterior após tomar vários copos de whisky, então dormiu o suficiente. Os bocejos eram apenas seu corpo pedindo um cochilozinho, já que estava a mais de dez horas dirigindo seguida na mesma posição.

Sam abriu o notebook no próprio colo, acessando o Google e pesquisando sobre Salém.

— Como foi o... uh, — Dean limpou a garganta, fixando o olhar na estrada — como foi o encontro?

O mais novo arqueou as sobrancelhas, olhando para o irmão ao lado.

— Bom, eu acho.

As poucas palavras de Sam desceram afiadas pela garganta de Dean, ele engoliu em seco. Balançando a cabeça levemente, na tentativa de expulsar os próprios pensamentos. Odiava com todas as forças aqueles pensamentos que suprimia, aquilo o deixava fraco.

{...}

Nenhum dos irmãos sabem o motivo por qual a garota dormiu quase toda a viagem. Talvez estivesse relacionado ao sangramento em seu nariz, que eles também não sabiam a razão. Sam no caso estava preocupado com isso, então tinha planos em dar uma paradinha em um postinho para verificar aquilo.

— Onde estamos?

A voz da garota soou grogue, embebedada de sono. Ela se sentou, esticando os braços.

— Acabamos de chegar aonde era a sua casa. — a voz de Sam a despertou totalmente.

Mavis olhou a sua volta enxergando as árvores ao seu redor. Aquilo a deixou extremamente nervosa, seu estômago se embrulhou. A energia ruim começou a pairar sobre seu corpo.

— Sam...

— Vamos. — a voz de Dean soou na janela do irmão — Tem um pessoal ali, vamos verificar antes deles chegarem.

A mais nova não queria descer do carro. Mas se obrigou a seguir os irmãos.

O ar em Salém era completamente diferente do de Kansas. Mavis conseguia sentir perfeitamente, não sabia especificar ou dizer exatamente o que era. Ela apenas sentia. Se manteve andando atrás de Sam, como se o usasse como um escudo.

Os irmãos também sentiam algo estranho, dava para sentir no ambiente. Dean estava andando com o aparelho detector de ondas eletromagnéticas em mãos, que estava apitando feito um doido. Ele balançou o aparelho para os outros dois, indicando que de fato havia ocorrido algo ali.

— Naquela noite...

Mavis deixou a frase morrer ao finalmente estar de frente para o que antes era a sua casa. Não tinha se destruído por completo, algumas paredes ainda estavam em pé, porém acabadas.

— Isso é o círculo? — Dean se abaixou no chão.

Continha uma mancha preta enorme, de uns quarenta centímetros de queimado que rondava toda a propriedade.

O Winchester tocou o queimado, sentindo a forma como demonstrava que mesmo depois de um mês ainda estava morno, como se tivesse pegado fogo na noite anterior.

— Não foi tudo que queimou. — apontou Sam, para uma parte da casa.

— Eu fugi antes de ver tudo vindo abaixo.

Sua voz saiu trêmula.

— A notícia está no site da cidade. Falaram que as coisas que sobraram estão na segunda casa da prefeitura. — Sam murmurou — Não sei por que...

— É onde eles guardam os desastres sem explicação.

☄️

Era impossível ter acesso a segunda casa da prefeitura, pois: número um, era sexta feira a tarde; número dois, era bloqueado com um tipo de fechadura que nem os melhores caçadores conseguiriam arrombar.

— Eu tenho um plano. — anunciou Mavis, assim que chegaram no melhor bar da cidade.

Ela evitava olhar na direção do bar, com receio de quem fosse encontrar.

— Toda sexta à noite temos meio que um... — pensou na palavra certa — culto de dança.

— Culto? — Dean arqueou as sobrancelhas.

— Não é culto. — desconversou Mavis — É uma dança. Os ganhadores ou os melhores ganham um dia na casa da prefeitura, com direito a café da manhã, almoço, dia na piscina. Esse tipo de coisa.

A expressão no rosto do Winchester mais velho ainda permanecia a mesma.

— Eu não tô...

— Sam, é uma dança específica. É tipo uma tradição. — se virou para o moreno — Acha que consegue aprender para dançar comigo?

O Winchester mais novo abriu e fechou a boca duas vezes.

— Mavis... — sua voz soou desapontada — Eu não tenho coordenação motora para isso.

— Olha o tamanho dessas pernas, garota.

Apontou Dean, irônico.

A mais nova suspirou, tornando a olhar para o fundo do bar onde seus olhos se cruzaram com a última pessoa que ela gostaria de ver e pedir um favor. Peter Barnes, seu ex namorado.

{...}

— Não gosto dessa ideia.

Dean resmungou, vendo a cena da menina se comunicando com o ex namorado do outro lado do bar.

— Dean, ele é o único que sabe a coreografia. É a nossa melhor chance de conseguir o acesso. — ponderou Sam — A mãe dela tinha diários, tenho quase certeza de que isso está guardado lá. Diários como o do nosso pai.

— Acha que a mãe dela era caçadora? — arqueou as sobrancelhas, bebericando a própria cerveja.

— É o meu chute.

Peter Barnes aceitou dançar com Mavis. Afinal, era uma grande oportunidade para colocar as conversas em dias. Os Winchesters odiaram a ideia, mas não havia nada que não pudessem fazer. Era a única opção.

A dança se iniciava sete e meia da noite.

Então, Mavis sumiu porta adentro para trocar de roupa e colocar o único vestidinho básico branco que tinha enfiado em sua mala. Estava nervosa, pois seus pensamentos eram puxados vez ou outra para o que pudesse estar escrito nos diários de sua mãe.

— Cara, essa ideia é uma merda. — o loiro resmungou novamente.

— Ela consegue. Ela é boa.

A positividade de Sam irritava o irmão. Pois, não tinha como aquilo dar certo.

O anúncio no palco indicou que já era para a dança se iniciar e todos se preparem em seus devidos lugares. Foi quando os olhos do loiro notaram Mavis entrar totalmente no bar de novo, em seu campo de visão.

O vestido branco caia sobre seu corpo de uma forma melhor do que o preto da noite anterior, ela parecia uma luz. Era o pensamento de Dean naquele momento, misturando com o sentimento ruim daquele plano.

Ela olhava a sua volta, procurando por Peter.

O primeiro toque da música se iniciou.

Every breath you take.

Dean reconheceu de imediato. Afinal, tinha se acostumado com aquele toque nas últimas semanas.

Mavis olhava a sua volta mais uma vez. Nada de Peter.

A confusão pairou sobre os rostos dos Winchesters, preocupados com o plano falhar.

Dean se levantou.

Quando Mavis olhou a sua volta mais uma vez, seus olhos se cruzaram com o loiro. E ela nunca conseguiria explicar sua expressão facial, era a primeira vez que o via daquela forma. As pupilas dilatadas, as sobrancelhas franzidas, a boca semi aberta, como se procurasse sua aprovação.

No instante em que Dean teve os olhos dela sobre os seus, se sentiu perdido, engasgado. Se arrependeu na hora, desviou os olhos, mas logo voltou a olha-lá com confiança.

O Winchester deu uma pequena balançada de cabeça, em concordância. Mavis se aproximou, bem no exato segundo em que a primeira frase da música foi dita.

Dean esticou as mãos com as palmas viradas para cima e Mavis apoiou as próprias mãos sobre as dele.

Aquele era o primeiro passo da dança.

Isso a pegou totalmente de surpresa, pois ela não estava esperando nada daquilo. A confusão pairava em seu rosto, mas ela não se deixou abalar. Dean estava trilhando a dança, corretamente. Isso era o que mais a assustava.

As mãos dele eram firmes, seguravam em sua cintura com destreza. Era a primeira vez em toda sua vida que alguém passava tanta segurança para Mavis, isso a fez estranhar.

Oh, can't you see

You belong to me?

As mãos de ambos se ergueram, — ficando uma de frente para a outra, sem se encostar totalmente.

How my poor heart aches

Dean apoia o joelho direito no chão, erguendo a mão esquerda para Mavis girar da forma correta.

With every step you take?

Não era a primeira vez que Mavis dançava aquela dança, afinal, era uma tradição de sua própria cidade. Tinha dançado com Peter um milhão de vezes, tanto que já estava acostumada com a forma que ele trilhava a dança. Mas, dançar com Dean Winchester era diferente. O calor de seu corpo era diferente, a forma como seus dedos seguravam seu corpo era indecifráveis.

I dream at night, I can only see your face

Mavis rodopiou na última etapa da coreografia.

I look around, but it's you I can't replace

Dean pegou em seu pulso.

I feel so cold, and I long for your embrace

O braço direito dele se envolveu em sua cintura, aproximando o corpo de ambos.

I keep crying, baby, baby please

Mavis arfou quando Dean inclinou seu corpo para trás, a segurando. Era a primeira vez que tinha o rosto dele próximo do seu daquela forma, então conseguia ver detalhadamente todas as sardas de seu rosto, o formato de suas sobrancelhas, as pequenas rugas ao redor de seu rosto e como seus lábios tinham um formato perfeito. Suas pupilas estavam dilatadas, porém dava para ver as bordas ao redor esverdeadas de uma maneira fulminante.

Seus olhos se moveram pelo rosto da garota, parando em sua boca.

A música acabou.

Os pares começaram a se desfazer.

Os braços de Dean se firmaram com mais força ao redor do corpo da mais nova, como se ele não quisesse se soltar. Com receio de vacilar. Era como ter seu cérebro voltando a funcionar, depois de estar alucinando.

A vontade de parar no tempo pegou Mavis. A sensação nojenta de enjoo acertou seu estômago, revirando tudo ali dentro. Não era só um coração disparado, era estar perdida nos olhos de alguém que não gostava. 

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