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06 | EM UM CASO

VOU CONFESSAR APENAS aqui para vocês. Talvez, eu realmente tenha uma queda extrema pelo Sam Winchester. Mas, apenas talvez. Faz muito tempo que não sinto qualquer coisinha quando alguém conversa comigo, seja um frio no estômago ou nervosismo. Esse tipo de coisa não era comum na minha vida, apesar de ter sim tido um namorado por alguns anos. O sentimento que Sam me proporcionava era diferente, quase palpável. Término meu café da manhã bem rápido, sozinha ali na cozinha. Antes de passar o batente após sair, ouço as vozes dos irmãos vindo do ambiente principal. No minuto em que entro, noto que Sam já está saindo.

O loiro está sentado com o notebook aberto a sua frente —, em uma página que não consigo identificar direito. Ao seu lado está um copo de café, seus dedos batucam sobre o teclado do computador, antes de seus olhos correrem a mim. Hoje ele está usando uma blusa verde escuro, daquelas de manga cumprida que ele dobra até o cotovelo. Há um relógio preto em seu pulso esquerdo. Não percebo a maneira que consigo anotar todos os detalhes mentalmente, afinal, aquela era a primeira vez em que o via após vários dias.

— Vá arrumar suas coisas. — Dean aponta para o outro lado do corredor — Temos um caso. Já que Sam quer levar o filho do diabo, você vai também.

O Winchester mais velho se recusa a me olhar por mais de trinta segundos. Isso me incomoda, pontualmente. Porém, sigo em direção ao meu quarto como ele havia pedido. Não tenho coisas o suficiente para fazer de fato uma mala e também não sei o tipo de coisa que se leva em "um caso", como eles dizem. Não tenho superpoderes como Jack, apesar de ter tido aquele acontecimento bizarro com Dean aquela vez. Então, não sei como eventualmente consigo ajudar em alguma coisa

Não demoro muito para organizar o mínimo e enfiar tudo dentro de uma mochila. Percebo que os outros três homens já estão no carro e Jack me faz companhia no banco traseiro.

Temos algumas horas até chegar à cidade do caso escolhido por Dean. Mas, antes, pelo visto precisávamos passar em um lugar primeiro.

— David Bowie.

A voz de Jack me traz de volta para a realidade. Estou encostada na lataria do Impala, ele para a minha frente segurando a identidade falsa em mãos.

Sam nos obrigou a fazer aquilo.

— Mentir não é errado? — suas sobrancelhas se arqueiam, indagando a mim e o Winchester mais novo.

— Sim, é errado. Mas...

— Bora, bora. Estamos atrasados.

Dean cortou a frase do irmão, adentrando no banco do motorista —, enfiando um resto de donuts na boca.

— Mavis, tem como trocar de lugar comigo um pouco? — os olhos calorosos de Sam são pousados sobre mim — Dei um jeito no joelho, preciso esticar um pouquinho...

— Claro.

Eu jamais negaria um pedido dele. Jamais.

Entro no banco do passageiro, observando-o entrar lá atrás com Jack. Penso que ali deve ter mais espaço do que aqui na frente, mas pelos meus olhos parecem quase iguais.

Noto o olhar de relance do loiro dirigido a mim, brevemente, por segundos. É a primeira vez que consigo ver seu perfil direito, a forma do seu nariz, a maneira que seus lábios são carnudos e o jeito que as sardas dançam pela superfície de sua pele. Eram detalhes demais... Porém, não conseguia parar de notá-los.

Em algum momento da viagem, Jack cochilou. Olhei por cima dos ombros, notando Sam com um livro aberto e preso nas palavras escritas lá. Do meu lado Dean Winchester permanece em silêncio, vez ou outra cantarolando uma das músicas que toca no rádio.

Ele tem um tique nervoso. Conforme a música se inicia, ele sempre batuca os dedos na mesma ordem: primeiro o indicador, depois o anelar, depois o médio duas vezes e volta para o indicador.

Ele faz isso em todas as músicas. Só que é quase imperceptível. Se eu não estivesse prestando atenção, jamais saberia. 

Em menos de três horas já estamos estacionando em frente à casa da vítima.

— A vítima é Wes Bailey, a esposa dele, Erica, morreu há seis meses. Algo do coração, do nada. — explica Dean ao meu lado, atraindo minha atenção totalmente — Por que ela voltaria e o esfaquearia?

— Ué, as pessoas podem voltar?

Jack indaga do banco traseiro, perplexo.

Acho graça a forma como ele não entende muito bem as coisas a nossa volta. Mas, confesso que tem certos tipos de coisas que eu também não sei —, além dos livros.

— Quando alguém morre, e a alma fica... — Sam começou a explicar.

— São fantasmas, entendeu? — Dean o cortou — E ficar por aqui faz eles pirarem.

Conforme ele respondia o mais novo, seus olhos claros foram postos em mim. Era a primeira vez que Dean parecia humano de verdade, próximo a mim daquela forma.

— Mas, tipo assim, — divago — fantasmas matam gente e saem pela porta da frente?

O Winchester do meu lado pondera minhas palavras, antes de responder.

— Talvez seja uma assombração.

— Calma, o que é uma assombração? — Jack pergunta mais uma vez.

Dessa vez sou mais rápida. Talvez uma pequena parte em mim queira os impressionar, por isso o parágrafo onde li aquilo anos atrás vem como ar fresco a minha mente.

— Assombração é tipo zumbi. — respondo, o olhando por cima do ombro.

— Ué, como The Walking Dead?

Vejo os lábios do loiro ao meu lado se moverem meramente, esboçando um pequeno sorriso.

— É, como The Walking Dead. — responde Dean, destravando o carro — Vamos, lá está nossa vítima.

Uma senhora ruiva acabava de sair para fora, começando a regar as plantas da frente. Antes de sair do carro, passo as duas mãos sobre minha roupa na tentativa de tirar um pouco das dobrinhas que formaram, por conta da forma como me sentei no carro —.

☄️

Esse tipo de coisa era interessante de se fazer. Consigo compreende a razão por Sam e Dean serem tão apaixonados em caçar. Além de matar monstros e proteger pessoas, eles estão tornando o mundo um lugar melhor.

Acho que todos deviam ter alguém como eles por perto. E isso enche meu coração com uma pontada de esperança, pois não existiria ninguém no mundo que fosse conseguir criar Jack de uma maneira melhor, senão eles.

Não tivemos muito sucesso com a vítima. Os Winchesters acharam melhor passarem na delegacia, para ver se encontrava algo mais significativo. Então, enquanto eles resolviam isso —, eu e Jack ficamos encarregados do almoço.

— O Dean gosta com pimenta ou sem? 

O mais novo me pergunta, fazendo com que eu volte minha atenção para ele. Contém alguns food trucks em frente à delegacia, na pequena praça da cidade. Decidimos comprar burritos. E como já deu para notar, Jack está tentando fazer com que Dean goste dele.

— Com. — dou um sorriso amarelo ao imaginar a cena do loiro mordendo o burrito apimentado.

Jack pega os quatro burritos com escritas em cima de cada um especificando o sabor, e eu pego a bandeja com os refrigerantes.

— Oi Jack.

Sam cumprimenta o mais novo, assim que atravessamos a rua ao encontro deles.

— Por que demorou? — perguntou Dean.

Seus olhos passam brevemente sob mim, parando em Jack.

— O homem na nossa frente queria mais chucrute, mas não tinha. Aí ele ficou zangado.

Dean pegou o burrito em mãos, já abocanhando em seguida. Estendendo a outra mão para pegar o refrigerante que estava na bandeja comigo.

— Boa história. — o loiro faz uma careta, de boca cheia. Aposto que sentiu a pimenta. — Vai ver que a garota Hannibal seja médium, certo? Ela fala com os espíritos, deixa eles p da vida, e o fantasma aparece mata e vaza.

Me encosto na mureta, também dando a primeira mordida em meu lanche.

— E depois? Quando partem, não deixa rastro?

Sam pergunta, encarando o irmão. Dean dá de ombros, com a boca suja e cheia.

— Essa mulher fala com fantasmas? — pergunta Jack.

Seus olhos estão cerrados, a voz pacífica como sempre.

— Se ela for médium de verdade, faz cada coisa sinistra.

É a primeira vez que ouço o tom de voz de Dean parecido com piada, daquelas que fazemos para aliviar o clima. Havia uma marca de creme abaixo de seu lábio. Aquilo me pegou por alguns segundos, antes de voltar a prestar atenção nos outros dois a minha frente.

— Vamos lá. — Sam pegou o seu próprio burrito das mãos do mais novo.

Em poucos minutos o Impala já estava estacionando na frente da casa da terapeuta. Nós quatro chegamos na conclusão que não dava para ir como agentes, pois ela não iria falar muita coisa desse jeito. Por isso preferimos o plano de Sam, claro que Dean detestou a ideia, mas eu já estava acostumada com seus ataques de ódio.

— Ideia de merda, hein. — praguejou ele, enquanto subimos os degraus.

— É só seguirem minha deixa. — retrucou Sam.

Eu e Jack estávamos atrás deles, por isso reduzimos os passos ao ver que tinha um outro cara descendo os degraus.

— Oi.

Todos os cumprimentamos normalmente, menos Jack que se virou e falou um Olá totalmente formal para o estranho. Assim que passamos pelo batente da porta, Sam foi quem fez as apresentações para o secretário. Tudo virou uma bagunça em questão de segundos, Dean sendo grosso e impaciente e Sam tentando apaziguar a situação.

— A mãe de vocês morreu recentemente? — a Terapeuta perguntou, assim que adentramos em sua sala.

— Sim. — respondi.

Por quê de fato minha mãe havia morrido recentemente, assim como a de Jack. Por isso, creio que nossa feição realmente remetia ao luto. Já que era verdade.

— Muito de meus pacientes estão no mesmo barco. — comentou a mais velha — Sem aviso, sem adeus, sem um desfecho.

Eu e Jack nos sentamos no sofá da direita, enquanto Dean e Sam se sentaram a nossa frente. A terapeuta estava sentada na poltrona central.

— Sim, foi desse jeito que aconteceu. — falou Sam — Infelizmente. Mas, me diz, como isso funciona geralmente?

Cruzei as pernas, notando a maneira que os irmãos mantinham a postura a minha frente completamente diferente. Sam estava aberto a conversa, Dean tinha o rosto franzido em uma expressão feia, mãos cruzadas e um temperamento ruim ao seu redor.

— Geralmente, eles gostam de começar falando sobre a pessoa que perderam.

— A nossa mãe era ótima e morreu. — Dean foi curto e seco — O que é essa catarse?

Ele passou o braço direito atrás do sofá, apoiando ali. Piorando sua pose.

— Desculpe?

— Queríamos saber o que é isso. — Sam tentou ajeitar a situação — Sua paciente, Glória Simon, foi ela quem nos indicou. É amiga da nossa família.

— Eu não falo sobre os meus pacientes e Glória não deveria falar sobre mim.

Pronto. Foi a deixa para o clima na sala pesar.

— Claro. A gente entende. — foi eu quem falou dessa vez — Mas, o seu processo...

— Há muitas coisas no programa. — ela me cortou — Terapia verbal, meditação.

Franzi o cenho.

— Vocês têm um diário?

— Não. — negou Sam.

Mais alguns segundos de silêncio, até ela dirigir a atenção para o loiro.

— Dean? Tem um diário?

— Desde que eu era garotinha. — ironizou, os lábios puxados em um sorriso amarelo falso. Revirei meus olhos diante a cena.

— Você acha que terapia é uma bobagem, não acha?

— Como adivinhou?

O sarcasmo dançava ao redor dele de uma forma que me deixava incomodada o bastante para não conseguir disfarçar minha própria expressão facial.

— Então, por que está aqui? — ela indagou, seria.

— Ah, por quê nós concordamos em tentar. Não é? — Sam se virou para mim e Jack.

— Sim.

O mais novo ao meu lado concordou baixo, balançando a cabeça positivamente.

— Não é? — se virou agora para Dean, mas a única coisa que recebeu foi uma arqueada de sobrancelhas e aquele sorriso falso novamente — Meu irmão não tá conseguindo processar o luto.

— Sério? Não, eu... — a voz de Dean ganhou um tom mais agudo ali — Não, eu tô bem, na verdade. Com a morte, o encerramento, essa coisa toda.

— Você está? — perguntou Sam.

— Eu tô.

A voz dele saiu mais grossa. Comecei a imaginar que aquilo ali tinha muito mais a ver do que estávamos esperando, e que não era sobre o caso e sim sobre os sentimentos do Winchester mais velho. Afinal, Mary também havia morrido assim como Castiel.

— Porque eu sei que nossa mãe morreu. E eu sei que ela não vai voltar.

Suas palavras pareciam afiadas como uma faca. Isso pegou Sam de jeito, ele desviou o olhar.

— Sim. Eu sei o que você está dizendo, eu só queria que...

— Queria que ele fosse mais aberto a terapia. — a mais velha completou a frase de Sam.

O sorriso sarcástico dançava pelos lábios de Dean, até ele mudar a postura.

— Tá certo. Esse espaço é seguro, não é doutora?

Eu odiava seu tom de voz. Nunca sério, sempre com uma pitada de brincadeira.

— Legal. O meu irmão tá delirando. — Dean propagou — Ele nem admite que nossa mãe morreu. Ele não admite. Por que se admitir...

— Para com isso.

— Se ele admitir, se torna real. — aumentou o tom de voz, passando por cima do pedido do irmão — E se é real, aí ele vai ter que lidar com isso. E ele não consegue.

— Tá, porque isso é muito fácil pra você.

— Não é fácil.

— Você tinha uma relação com ela. — a voz de Sam soou chateada.

A situação se tornou fora de controle. E aquilo me atingiu na boca do estômago, comecei a sentir o ambiente a minha volta se fechar. Eles começaram a discutir, de uma forma tão abundante que achei que fosse vomitar.

Sam pegou e saiu da sala, deixando-nos para trás.

Respirei fundo. Vendo o rosto sarcástico de Dean permanecer consigo, como se não se importasse.

Talvez fosse aquilo que eu também estivesse fazendo, negando o fato de que minha mãe estava morta. Preenchendo meu tempo com todas as coisas a minha volta, fugindo da realidade, tudo para não pensar naquele dia. Para não me lembrar do calor das chamas a matando. Tudo para me esconder.

— Você deixou seu irmão tão nervoso que ele teve que sair.

A voz da terapeuta soava muito baixo para mim, quase inaudível.

— E olhe para Jack. — eu segui o conselho — Está com medo de você.

— Não. — debochou Dean.

Mas, era verdade. Jack estava com as duas mãos agarradas ao redor da poltrona, estético. E apesar de sentir meu mundo colidir contra meu próprio peito, eu segurei sua mão esquerda, na tentativa de o fazer se sentir melhor —, mesmo que eu não estivesse bem.

— Você está bravo, Dean.

— E daí?

— Se você não quer lidar com isso, tudo bem. Mas está descontando em todos da sua vida.

Então era aquilo que Dean Winchester estava fazendo esse tempo todo. Desde o início, a forma como tratou Jack, a maneira que me ignorava, o jeito rude e bruto com Sam. Ele estava destilando ódio a todos a sua volta, e infelizmente quem estava em seu raio era nós três.

Olhei para seu rosto. Dean encarava o chão, a expressão vazia de sempre. Com raiva e ódio sucumbindo dentro de seu ser.

Um segundo depois a porta foi aberta em um solavanco. Sam passou por ela com a arma em mãos, apontando para a terapeuta.

— Ela é um metamorfo.

Pulei do sofá, puxando Jack pelas mãos. O que facilitou bastante o trabalho, já que estávamos com elas entrelaçadas.

— Não. — ela levantou as mãos em sinal de rendição.

— Eu encontrei cabelos e dentes. A última vez que ela trocou de pele foi a poucas horas.

— E eu aqui achando que ela era só chata.

Ouvi o barulho de Dean também destravando a arma. Puxei Jack para meu lado, deixando os irmãos a nossa frente.

— O que tá havendo? — perguntou Jack, confuso.

— A doutora é um monstro e ela matou os pacientes. — rosnou Dean.

— Não. Não. Eu sou o que você disse. — foi sincera, nervosa — Mas, eu nunca matei ninguém.

— Então, o que tá fazendo aqui?

— Eu ajudo pessoas.

Parecia ser sincera. Porém, isso não era o suficiente para fazer os meninos abaixarem as armas.

— Meus pacientes. — contínuo — Eu me torno a pessoa que eles perderam, para que possam vê-la uma última vez e possam dizer adeus.

— Mas e Wess Bailey? Glória Simon. — indagou Dean — Eles estão mortos.

Ele não vacilou um segundo sequer na postura.

— O quê?

— A Glória foi morta pelo filho, ou por uma coisa que se parecia com ele.

— E três noites atrás, alguém parecida com a esposa de Wess, o matou. — respondeu Sam.

— Eu tenho um álibi.

Os Winchesters demoraram a abaixar a arma, mas decidiram verificar. De fato, ela não era a culpada, pelo visto seu ex namorado era obcecado por ela. Era o único possível. Jack pediu que fosse com Dean verificar o assistente, Tom. Pois era um dos únicos que poderia ter acesso a lista de pacientes.

Fiquei com Sam, procurando nas câmeras de vigilância.

— Esse foi o cara que Jack cumprimentou. — apontei para a tela do notebook.

— Só o estou atendendo a duas semanas. — a terapeuta comentou.

Os olhos dele brilharam na filmagem, indicando que com certeza era ele o metamorfo. A terapeuta saiu de nosso lado, voltando para sua sala. Deixando nós dois a sós, mais uma vez.

— Ah, Sam. — balbuciei baixo, recebendo o par de olhos dele em mim — Obrigada por ter colocado a tv no meu quarto.

Suas sobrancelhas foram meramente arqueadas, ele se preparou para dizer algo, porém fora interrompido.

— Aqui o endereço. — a terapeuta entrou novamente, entregando o papel nas mãos do moreno.

— Não vou demorar, fica aqui.

Foi a deixa dele, antes de sair e me deixar para trás. Não tive tempo de falar que queria ir com ele, não me permitiu tal coisa.

{...}

Menos de meia hora depois Dean e Jack já estavam de volta, mas nada de Sam.

— Porquê o deixou ir sozinho? — Dean se virou para mim.

Ele estava preocupado, isso deixaria suas atitudes mais grossas e rudes.

— Ele me pediu para ficar, ele...

— Merda.

Se virou de costas, puxando o aparelho celular. Relutei em ficar em sua presença, pois pelo visto isso o incomodava. Quando subi para o andar de cima Jack já estava com a terapeuta, e estavam se abraçando. Imaginei que ela o tivesse ajudado com alguma coisa. Poucos minutos depois a porta se abriu e Dean entrou por ela, o rosto zangado, vazio.

— Dean? — Jack o chamou, mas ele parecia não o ouvir.

O loiro foi na direção da lareira, pegando à estaca de ferro. Não tive tempo para ter alguma reação, no minuto seguinte ele bateu o ferro em minha cabeça.

☄️

A sensação era pior do que ressaca. Minha cabeça latejava tanto que faltava estar com um ferimento horrível em meu crânio, a dor se alastrava pelo restante de meu corpo. Não conseguia abrir os olhos, não conseguia me concentrar. O ruído em minhas orelhas, indicando que a pancada tinha sido forte.

Meu corpo inteiro ardia, como o inferno.

Quando por fim consegui abrir meus olhos, um clarão irradiou eles. Queimando, tanto que mal fui capaz de aguentar.

— Você está bem?

Reconheci de imediato a voz de Dean. Me forcei a abrir os olhos agora, encontrando o verde de seus olhos me analisando. Se eu não o conhecesse até imaginaria que ele estava preocupado.

Me forcei a olhar a minha volta, notando que estávamos ainda no consultório. Porém, havia um corpo caído do outro lado da sala. Sam e Jack mais para trás ajudando a doutora e Dean ajoelhado a minha frente. Ele pousou suas duas mãos ao redor de meus ombros, me ajudando a levantar.

— Isso tá horrível. — fez uma careta, olhando para minha testa.

Ele terminou de me puxar para cima, ainda mantendo as mãos ao meu redor, como se tivesse com receio de me soltar e eu desmoronar no chão. Baseado em minhas dores, até eu achava que isso poderia acontecer.

— Você me bateu, filho da puta.

Minha voz saiu grogue, tentando me afastar dele. Porém, Dean me segurou mais forte, dando uma risadinha.

— Não foi eu. — apontou para o corpo atrás de si — Ele te pegou de jeito, hein. E nem foi da maneira boa.

Franzi meu cenho ao escutar aquelas palavras. Olhando mais uma vez para os acontecimentos a minha.

{...}

Dormi o caminho todo até o bunker. Quando chegamos também fui direto para o quarto e capotei. Sam havia me dado remédios para dor e enxaqueca, depois de ter feito um curativo em minha testa. Então, quase não vi o tempo passar.

Só fui acordar quando ouvi duas batidas na porta. Demorei um pouco a me forçar a sair debaixo das cobertas, porém quando abri a primeira coisa que me recepcionou foram os pares de olhos calorosos do Winchester mais novo. Aquilo aqueceu meu coração.

— Está melhor?

— Um pouco. — forcei um sorriso.

Sam sorriu de volta, mas tinha algo naquele sorriso a mais que eu não consegui distinguir.

— Tenho algo para você.

Então, ele soltou a mão da maçaneta da porta, terminando de empurrá-la por completo. Deu um passo para a esquerda, dando um livre acesso para algo.

Foi quando meus olhos bateram nos olhos azulados, pouco conhecidos por mim. Olhos esses que achei que nunca mais fosse ver. Sua expressão ainda era a mesma que eu me recordava, e tinha um pequeno sorriso cansado nos lábios.

— Mavis. — disse meu nome.

Porém, a sensações ruins que pairavam sobre meu corpo pareceram se dissipar um pouco ao vê-lo.

— Castiel.

Quebrei o espaço que nós separávamos, envolvendo os braços ao redor de seu corpo em um abraço. A sensação de esperança voltando novamente com tudo para mim. 

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