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01 | ENCONTRO COM O ANJO

A PRIMEIRA COISA da qual consigo me forçar a recordar da sensação de pavor tomando conta de meu peito. Sinto o cheiro de grama molhada, e até consigo assimilar que estou com a cara enfiada em alguma vala qualquer com uma poça de águas rasa. Mas, não consigo me lembrar de como acabei nessa situação apesar de ter pequenos flashs da noite passada. O grito de qual fosse aquela coisa atrás de mim ainda é bastante recordável em meu consciente, talvez pelo simples fato de eu quase ter morrido. Porém, isso não vem ao caso agora. Consigo me forçar a tirar a minha cara da poça e ficar de costas na grama, o céu está azul... como uma manhã de domingo. Mas, não era um domingo. E não tinha nada de agradável no dia de hoje, minha mãe estava morta e eu estava perdida em algum condado do Kansas. Me obrigo a me sentar dessa vez, sentindo as pontadas na parte de cima de minha costa e nas pontas de meus dedos. Quando movo meus olhos para minha mão vejo os cortes da noite passada, quando estava fugindo como a boa desesperada que eu era.

Meus pés estão descalços, e claramente cheio de cortes. Travo um plano em meu próprio consciente de que tenho que encontrar algo para calçar, e se possível comer alguma coisa pois o caminho até meu destino é longo pelo o que parece.

Quando me levanto consigo notar o lugar onde me encontro com um pouco mais de perfeição, vejo um pequeno laguinho a frente onde poderia me limpar de uma maneira correta. Me forço ir até lá, e a cada movimento ousado que me proponho a fazer meu corpo se contraí me lembrando das dores. Lavar meu rosto, tirar os vestígios de terra — se torna uma atividade lenta, até eu me sentir acordada totalmente. E quanto término de fazer tudo isso, pego a minha mochila cheia de roupas até o talo e começo a andar em busca de alguma residência.

Uma parte de minha memória estava fodida, era como se eu estivesse me forçando a esquecer certos detalhes... mesmo não querendo. É o que eles dizem de perda de memória seletiva, o que acontece normalmente quando ficamos a beira de um colapso mental e presenciamos algo terrível. No meu caso foi a morte de minha mãe, que ainda estava um pouco bagunçada em meu consciente. Eu conseguia me lembrar de suas últimas palavras: Encontre ele, encontre Castiel... ele irá te ajudar.

Mas ajudar com o que exatamente? Sinto essa enorme onda de sensores a minha volta, como se eu pudesse o sentir... como se eu pudesse o sentir a minha vida inteira. Só que eu nunca o senti antes, não, eu nunca o senti da maneira que estou sentindo agora. Tento me forçar a acreditar que tudo tem uma explicação, que Castiel terá as benditas respostas..., mas e se não tiver? É como se toda a minha vida tivesse sido um mero lixo, sem sentido nenhum, como se eu não tivesse um pingo de valor... como se todas as minhas escolhas tivessem sidas reduzidas a pó. Sei que é um pouco insano para e pensar que talvez nada do que você tinha antes era verdadeiro, só que é a única coisa que penso agora enquanto ando a pé e descalça nessa rodovia quente. Não tenho um mapa, um telefone, nem nada do tipo. A única coisa que tenho é a minha consciência, o meu sensor que me diz a direção onde ele estará. Normalmente vem em ondas, depois para como se ele estivesse quieto sem respirar em algum canto, e depois volta novamente tão forte que me sinto tonta.

Só consigo pensar na maneira que minha casa, meu lar, pegou fogo tão rápido como se não houvesse nada lá dentro além de madeira. Mas, havia. Meu quarto, os primeiros quadros que pintei — a maioria era sobre coisas estranhas que sonhava quando criança —, depois eles mudaram para as coisas que eu gostava na adolescência. Filmes, séries, garotos...

Todavia, tudo o que fazia parte da minha vida, toda a minha história tinha sido reduzida a nada. E sobre quais circunstâncias? Por quais motivos?

Ah, eu sabia os motivos..., mas agora tudo estava embaralhado, o que não me deixava pensar direito.

Avistei uma casinha na beira da estrada, daquelas que os idosos moram para se manter afastado do mundo. Senti a sola de meu pé queimar como o inferno, aposto que estavam vermelhos. Corri mais rápido em direção a tal da cabana, verifiquei com cuidado as janelas e quando vi que não havia ninguém em casa quebrei um dos vidros da porta e entrei. Bem como eu imaginei, sofás marrons, televisão velha, uma geladeira e aposto que no outro cômodo era o quarto. Não me dei o trabalho de conferir totalmente, corri até a torneira e enchi minha garrafinha de água, depois vasculhei todo o aposento até encontrar algo útil. E no meu caso foi um all stars vermelhos desgastado, o enfiei com tanta felicidade em meu pé que por alguns segundos esqueci da situação de merda em que me encontrava. Não havia nada para comer ali, e isso me matou um pouco. Fechei minha mochila com a garrafa lá dentro, e logo já estava novamente na estrada — só que agora com o humor um pouco melhor por meus pés não estarem queimando, e sim dançando um pouco dentro do tênis por ser um número maior.

Já te falaram como pedir carona em uma rodovia é uma das coisas mais perigosas no mundo para garotas como eu e você? As coisas que as pessoas são capazes de fazer me surpreendem cada dia mais, principalmente quando sabemos que não é apenas com as pessoas que devemos tomar cuidado, apesar de que eu em particular odeio muito mais os humanos do que os monstros. Mas, pedir uma carona era a minha única solução nesse instante, e a cara que o homem fez ao ver meu estado foi hilária. Aposto que me deu carona por pena, pois parece que fugi de uma horda todinha de zumbis. Olá The Walking Dead.

Em algum momento acabei adormecendo, e por uma infelicidade do destino a primeira coisa que sonhei foi com as chamas comendo meu lar como se não fosse nada. Depois comecei outro sonho estranho... na verdade eu já havia tido esse mesmo sonho a alguns meses atrás, só que diferente de meses atrás eu não conseguia enxergar perfeitamente as coisas a minha volta. Mas, agora eu pude... seus olhos eram azuis como o mar. Os fios de cabelo caíam levemente sobre sua testa, enquanto um sorriso singelo brotava em seus lábios e ele olhava diretamente a mim como se pudesse ver minha alma. Eu conseguia sentir a maneira que meu coração acelerou, mas não de medo... e sim de uma extrema calmaria exuberante. E ele me disse seu nome... ele me disse, ele olhou para mim e disse seu nome e depois o meu.

— Acorda, garota. Já chegamos. — a voz do caminhoneiro invadiu meu sonho, e acordei em um pulo.

Abri meus olhos demorando alguns segundos para os acostumar com a claridade, olhei a minha volta me dando conta de que ali perto poderia ser um tipo sinistro de vilarejo.

— Obrigada, de verdade. — agarrei a alça de minha mochila, abrindo a porta do caminhão.

— Toma cuidado.

Ele não parecia ser o tipo de pessoa ruim que estamos acostumados a ver no noticiário, não ele parecia ser uma boa pessoa. O que era tão inacreditável para mim como para vocês, eu sei. As vezes temos uma coisa boa no meio da catástrofe de merda. Saltei do caminhão, e o barulho que meu tênis roubado fez no cascalho me encheu de esperança. A minha frente havia uma casinha branca, e pude ver o enorme lago ao fundo... e aquela coisa que me puxava, que desde que saí de casa estava ali novamente mais forte do que nunca. Foi como adivinhei que estava no lugar certo, só que estar no lugar certo significava o que?

Conforme ia andando em passos lentos até a casa branca, os flashs da noite passada voltaram com mais força dessa vez. Minha mãe gritava alguma coisa, enquanto as coisas que me percorreram pela floresta tentavam entrar em nossa casa. Eu sabia o que era aquilo, afinal já havia visto milhares de vezes.

Feitiçaria.

Ela era boa naquilo, muito boa por sinal. Mas, nunca entendi de fato como ela havia acabado naquela casinha com alguém normal como eu. Talvez fosse para me proteger de algo, hoje sei disso... mas, se era para me manter protegida de alguma coisa por quê ela nunca me escondeu sobre os monstros, Deus, anjos e sei lá mais o que que existe nesse mundo de merda. Ao contrário, era como se ela sempre estivesse me preparando para alguma coisa, para algo maior. E eu sentia isso mesmo quando tinha apenas doze anos, e ela estava me ensinando arco e flechas pela primeira vez. A maneira que ela se irritava quando eu errava alguma coisa e como me fazia repetir o mesmo gesto dezenas de vezes...

Cheguei na porta de entrada, não há ninguém, não ouço e nem vejo ninguém. Mas, sei que é aqui. Eu sinto.

— Será que terei alguma boa noite de sono, sei lá, algum dia? — perguntei a mim mesma, dando a volta pela propriedade.

Aquela era a melhor vista que eu já havia visto em minha vida, o sol fazendo contraste contra a água azul. As árvores a volta do território, era realmente bonito... muito. Não sei quanto tempo se passou, me sentei e encostei a cabeça em uma das pedras. Talvez tenha cochilado, ou apenas descansado os olhos. Mas, acordei ao ouvir o barulho de um escapamento e vozes cochichando lá na frente. Me levantei do chão, limpando as mãos na barra da calça e ajeitando meu cabelo. Apesar de estar com o coração acelerado e nervosa, algo me mantinha tranquila e pacífica. Assim que passei pela casa notei a caminhonete vermelha, uma mulher desencarregava algo da parte dos fundos e um homem de altura mediana a ajudava. Porém, ele parou o que estava fazendo e seus olhos se encontraram com os meus.

Eu sabia quem era... e não me pergunte como eu sabia, algo em mim falava mais alto.

Ele começou a caminhar em passos rápidos e pesados até onde eu estava, e a mulher estava parada agora com algo parecido uma caixa em mãos, nos analisando.

— Quem é você? — sua voz soou rouca e grossa, seus olhos estavam cerrados e ele estava pronto para me atacar.

Quis muito responder, mas me faltou saliva e força. Então, seus olhos voltaram ao normal e notei o azul acinzentado dentro deles.

— Você?... — confuso ou perdido, eu não sei — O que você... como você...

— Você é Castiel, não é? — fiz a pergunta mais inútil de todas.

É claro que era ele Mavis, larga de ser burra.

— Como você está viva?

— Cass? — a mulher o chamou ao fundo, aparecendo logo ao lado do anjo.

Seus olhos eram castanhos e calmos como o de minha mãe fora algum dia quando mais nova, agora mais de perto eu conseguia notar a enorme barriga de grávida. Ela estava com a mão apoiada sobre ela, com os olhos sobre mim.

— Você é... a Mavis? — ela me perguntou com receio.

Mas, não estava assustada nem amedrontada como achei que estaria. Não, era quase como se estivesse feliz ao me ver.

— Como sabe quem ela é? — Castiel perguntou a ela, em sua voz normal. Mas, que para mim era extremamente rouca e pacífica.

— Eu não... eu não sei. — sorriu para mim, e algo no meu estômago revirou.

A coisa que havia guiado todo o meu caminho até ali, aquilo que eu era perfeitamente capaz de sentir ficou mais forte.

— Vamos para dentro. — falou o anjo, começando a seguir o caminho para a casa.

Fiz a única coisa que tinha para fazer, caminhei seguindo os dois. Assim que entramos vi que era uma cabana extensa e grande, diferente das outras da região. As paredes eram tomadas por tons calmos, como rosa pastel e branco.

— Sente-se. Me chamo Kelly. — ela apontou para o sofá — Está com fome, sede?

Apostei que havia adivinhado tal coisa pelo estado deplorável em que eu me encontrava. E mesmo estando com fome neguei com a cabeça.

— Como sabe quem sou eu?

Castiel estava parado ao lado só sofá em pé, analisando cada pequeno movimento que eu fazia.

— Eu... — Kelly deu um sorriso bobo — sonhei.

Aquilo era ridículo, mas se eu não soubesse das coisas capazes no mundo em que vivemos não teria acreditado.

— Porquê você saiu da sua casa? Não é seguro aqui de fora. — o anjo interrompeu, agora mais sério que antes.

— Alguma coisa atacou minha casa. — abaixei os olhos para minhas mãos — Minha mãe disse para encontrar você, que saberia o que fazer.

— Ela está morta? — perguntou.

— Sim.

Novamente a imagem das chamas engolindo a estrutura de minha casa voltou em meu consciente. A expressão que pairou sobre o rosto do anjo não foi nada agradável, como se soubesse de algo além.

— Porquê procurar você? Justamente você entre todas as pessoas e anjos no mundo?

— Sabe que ele é um anjo? — Kelly perguntou surpresa.

Balancei a cabeça que sim.

— Porquê você Castiel?

Mas, ele não parecia querer me explicar a razão por ser ele. E isso me irritou mais do que o planejado, talvez por minhas expectativas estarem extremamente altas.

— Cass? — Kelly perguntou também ao ver que o anjo não me respondeu.

E por um milésimo de segundo achei que Castiel responderia, pelo menos algo. Mas, ele não respondeu e isso me deixou chateada mais do que deveria. Olhei para o mar do lado de fora da janela, em busca de sei lá, algo para acalmar aquele misto de confusão em meu peito. Porém, a coisa que vi me deixou um pouco aflita.

— Aquilo ali é normal? — apontei para a janela.

Castiel quebrou o pequeno espaço que o separava do objeto, e olhou para fora. A coisa era quase como uma linha brilhante, dava para sentir a energia estranha que ela proporcionava. Ele saiu da casa, deixando Kelly e eu confusas — mas pude o ver em questão de segundos lá do lado de fora, analisando a coisa. Voltei minha atenção para a mulher a minha frente.

— É menino ou menina? — perguntei a coisa mais estúpida que veio a minha mente.

Do lado de fora Castiel havia sumido da minha vista.

— Menino. — Kelly sorriu — Jack.

Saber seu nome, saber o nome daquele bebê foi como receber um lampejo em meu consciente. Quase como se fosse formada uma linha invisível, onde em algum lugar dentro de mim eu já soubesse de seu nome. Quase como premonição.

— O Castiel é o pai?

Outra pergunta estúpida de minha parte, mas a curiosidade era mais forte do que eu. Percebi o desconforto de Kelly com aquela pergunta, seus olhos se desviaram dos meus e se focaram no chão.

— É a primeira pessoa que não sabe da maior fofoca global. — forçou uma risada sem graça.

O arrependimento por ter perguntado aquilo foi como um soco em minha cara. E acho que minha expressão facial entregou o jogo, pois Kelly notou a maneira que me senti arrependida.

— Eu escolhi Castiel para ser o pai. — respondeu ela com calma — Jack será bom como ele. Não como Lúcifer.

Engasguei-me com o próprio ar, senti minhas bochechas queimarem como o inferno. Péssimo trocadilho. Se antes havia me sentido como um soco na cara, agora a sensação era muito pior. Claro que eu sabia tudo sobre a lenda dos Nefilins, estava sempre em um dos milhões dos livros a qual minha mãe me fazia reler e reler todas as vezes. Claro que também era um mito, algo que já estava extinto a milênios. Então, convenhamos a minha reação diante a tudo isso foi extremamente normal para o caso.

— Lúcifer, Lúcifer, aquele Lúcifer? — indaguei — O Diabo? Lúcifer?

Kelly balançou a cabeça em concordância, bebendo o copo de água a sua frente.

— Desculpe, não quis soar patética. — falei rápido, envergonhada — Castiel vai ser um ótimo pai.

Eu acho.

Demorou alguns minutos para que Kelly se levantasse do sofá e me deixasse sozinha naquela sala que agora estava parecendo um pouco mais extensa que o normal. O anjo Castiel ainda estava fora da minha visão, e isso incluía que eu não fazia a menor noção do que estava acontecendo a minha volta. Se minha mãe pediu para encontrar Castiel que ele iria me ajudar, ela supostamente sabia sobre o bebê de Lúcifer — pera — o bebê Jack. Então, por quê ela omitiu esse fato gigantesco? Sinto como se o fato de nossa casa ter sido atacada, aquelas coisas monstruosas terem corrido atrás de mim e mais todas as outras coisas que me trouxeram até aqui tivesse algum sentido importante. Bom, tinha que ter, pois se não tivesse então qual a razão?

Achei que Kelly fosse chorar, por quê sei que as mães portadoras de Nefilins não sobrevivem ao parto. Mas, não fora isso que ela fez. Daqui onde estou consigo a ouvir conversando, talvez gravando alguma coisa para o bebê. Não sou sentimental, nem nada do tipo. Apesar de eu chorar vendo filmes de romance. O que quero dizer é que nunca pegou as dores de outras pessoas para mim, só que então por que consigo sentir essa pressão horrível sobre meu peito? Sinto o desespero, a vontade de chorar e gritar — e sei que essas emoções não são minhas.

— Eu sei que você vai ficar bem. Eu sei que você vai ser... incrível.

Tento não prestar atenção no que Kelly está dizendo, mas é como se eu estivesse no mesmo ambiente que si. As palavras são altas e claras... e dolorosas até. As luzes a minha volta começaram a piscar, e isso foi o ápice do absurdo para mim. Levantei-me em um sobressalto, percorrendo pela casa até encontrar a grávida.

— Você está bem?

Claro que ela não estava Mavis, olha sua expressão de dor idiota.

— Cadê o Cass? — perguntou Kelly se apoiando na parede.

— Eu não... eu não sei. — olhei por cima dos ombros — Você não parece legal, nada legal para ser exata. Deita na cama que eu vou encontrar ele, tá bem?

Kelly concordou com um aceno de cabeça, e isso queimou meus ossos como fogo em brasa. Eu tive diversos dias, milhões para ser mais exata em todo o meu tempo de vida. E justo agora, justo hoje quando toda a merda a minha volta acontece — quando achei que iria ter as minhas respostas a única coisa que recebi é que a mulher grávida de um Nefilim irá ter seu bebê hoje. Justo hoje em minha presença.

As luzes continuavam piscando em intervalos contínuos, as vezes mais forte, as vezes nem tanto. Procurei por Castiel em todos os lugares da casa, e ao redor da residência. Não o encontrei, então voltei para dentro para ver como Kelly estava — e ela se encontrava cochilando. Verifiquei se ainda estava viva por ser paranoica. E depois voltei para fora, me sentei nos degraus da varanda enquanto encarava a coisa um pouco a minha frente.

Era como um risco grande e largo, vez ou outra piscava em tons laranjas e amarelos e depois voltava para o tom branco. Parecia um raio, se eu parasse para analisar melhor. Só que não era nada disso e eu sabia, da mesma maneira que tinha que cem por cento de certeza de que Castiel havia tentado descobrir o que aquela coisa era.

⊹⊱•••《 ✮ 》•••⊰⊹

Demorou muito mais tempo do que planejei ficar sentada ali de fora, mas fora um tempo focado em meus próprios pensamentos. Pensei em cada segundo da noite passada que ainda estava intacta em meu consciente, as chamas comendo minha casa, meus pés descalços correndo pela floresta no meio da noite, o rugido de algo monstruoso atrás de mim.

Era quase um looping infinito, algo que sempre ficava repetindo em lembranças. Mas, eu sabia que tinha um certo detalhe que eu não conseguia me lembrar. Que eu preferia não saber... e isso era horrível. Pois, a sensação permanecia comigo... a sensação de que perdi algo.

Quando Castiel apareceu a minha frente a lua já havia ganhado posse do céu. Minhas mãos tremiam de frio por estar em uma casa a beira do lago, e a fenda a minha frente brilhava mais do que nunca — indicando que Kelly estava o mais perto possível de dar a luz. Ao me ver o anjo ficou preocupado, e antes mesmo que ele pudesse dizer algo fui mais rápida.

— Tá quase na hora, mas ela está bem agora. — me levantei, limpando as mãos na calça — Será que podemos conversar um pouco?

— Mavis, não posso deixar Kelly sozinha...

— O que tem do outro lado da fenda? — indaguei, agora frente a frente ao anjo.

Ele não era muito mais alto do que eu, só que meus olhos não conseguiam o encarar com precisão.

— É uma espécie de... apocalipse. — olhou para os lados, como se pensasse no que dizer.

— Você pode me dizer por que minha mãe disse para procurar você? — fiz a mesma pergunta de mais cedo — Só me responda, para que eu vá embora e deixe vocês lidarem com o bebê de Lúcifer em paz.

Os olhos acinzentados de Castiel me analisaram com cautela, como se pensasse naquilo com cuidado.

— Você não pode ir embora.

Meu coração acelerou uma batida, minhas mãos começaram a suar. Eu não tinha nenhum lugar para ir, mas qualquer lugar seria melhor do que na presença de um Nefilim. E se Lúcifer vinhesse atrás do filho? Eu não ia gostar de estar presente.

— Eu sei o quão confuso as coisas possam estar para você agora, e eu gostaria de explicar como você bem merece saber. — Castiel continuou — Mas, não temos tempo. Kelly está prestes a dar à luz, e a fenda pode chamar atenção de outras coisas. E você não pode ir embora, não é seguro.

— Como... como assim... não é seguro é ficar aqui com o bebê de Lúcifer.

— Todas as criaturas lá fora estão atrás de você, Mavis. Eles conseguem te sentir, eu consigo te sentir. — respondeu Castiel — Não era para ter saído da sua casa, saído do círculo. Aqui fora não é seguro para alguém como você.

Me preparei para indagar, como assim alguém como eu? Mas me faltaram palavras, me faltou força. Senti minha pressão cair, e algo a nossa volta mudar. As luzes piscaram com mais força, indicando que o intervalo de contrações de Kelly estava diminuindo. Mas, algo impediu que Castiel corresse para dentro. Um barulho extremamente agudo soou atrás de nós dois, quase como um sussurro ao mesmo tempo em que parecia um rangido extremamente alto. Me virei no calcanhar, ao mesmo tempo em que senti o braço do anjo posto a minha frente — impedindo que eu desse um passo.

Mas, nem fodendo eu daria um passo naquele exato segundo. Estava com medo do que pudesse acontecer comigo.

Três figuras apareceram a nossa frente, saindo da parte escura da rodovia. Senti a mão de Castiel abaixar, indicando que talvez aquilo não fosse ameaça nenhuma. Porém, era ameaça a mim. Uma mulher loira estava ao lado de dois homens.

— Dean? — indagou o anjo.

— Castiel, esse lugar tá protegido? — o homem mais alto perguntou, olhando por cima dos ombros.

Meu coração estava acelerado, a onda magnética da fenda parecia estar mais forte. Quase como um queimor.

— Sim, e muito.

— O suficiente para deter Lúcifer? — o mais baixo, loiro perguntou em um tom de voz ríspido e seco.

Lúcifer estava a caminho... o pai do bebê estava a caminho e eu me encontrava no meio de uma bagunça que não era nada minha. 

Não consigo deixar capítulo pronto e quieto, sempre tenho que vim aqui antes do planejado.

Espero que gostem dessa nova jornada.

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