A Morte Está por Vir
Vanessa estava na cantina da faculdade, percorrendo as opções disponíveis para escolher o que iria comer naquela noite. A cantina de uma típica faculdade brasileira é um espaço movimentado e acolhedor onde estudantes se reúnem para comer, relaxar e socializar. Oferecendo uma variedade de opções, desde refeições completas até lanches rápidos, a cantina atende a diferentes preferências e orçamentos dos alunos. O cardápio geralmente inclui pratos tradicionais brasileiros, como arroz com feijão, macarrão, salgados, sanduíches e sucos naturais. O ambiente é animado, com mesas cheias de estudantes em meio a conversas sobre aulas, eventos e assuntos cotidianos. A cantina é um ponto de encontro importante na vida universitária, criando uma sensação de comunidade e pertencimento entre os estudantes.
Enquanto analisava as opções, seu amigo de longa data, Augusto, apareceu ao seu lado com um sorriso radiante que alcançava seus olhos. Para Vanessa, Augusto era apenas um bom amigo, alguém em quem ela podia confiar para desabafar e passar tempo juntos. Porém, Augusto nutria sentimentos mais profundos por Vanessa, enxergando nela a mulher mais linda, com uma aparência encantadora e distinta. Seus cabelos ruivos, com um tom vibrante e brilhante, caem em ondas suaves emoldurando seu rosto delicado. Seus olhos azuis são brilhantes e expressivos, refletindo uma mistura de curiosidade e determinação. Sua pele clara e impecável complementa sua beleza natural, destacando suas características marcantes.
— Augusto. - Vanessa cumprimentou-o com um sorriso no rosto, enquanto pegava uma pera para comer.
Augusto é um jovem de 22 anos com uma aparência marcante. Seus cabelos negros e levemente ondulados caem despojadamente sobre sua testa, combinando com seus olhos cor de mel expressivos e seu sorriso encantador. Com uma postura atlética e um estilo moderno e elegante, Augusto atrai olhares por onde passa, deixando uma impressão duradoura nas pessoas ao seu redor.
Antes que Augusto pudesse dizer qualquer coisa, Henrique, o namorado de Vanessa, chegou por trás dela, abraçando-a e dando-lhe um beijo carinhoso.
— Oi, meu amor. - Henrique sussurrou suavemente.
Henrique é um jovem universitário de 22 anos com uma aparência atraente e charmosa. Seus cabelos castanhos escuros, olhos intensos da cor do mel e traços bem definidos compõem seu visual marcante. Com uma postura atlética e um estilo moderno, Henrique atrai olhares por sua aparência magnética e confiante.
— Oi, bebê. - Vanessa virou-se para olhar Henrique, seu rosto se iluminando com um lindo sorriso.
Nesse momento, Bianca apareceu, ela é uma jovem universitária de 21 anos com uma beleza única e misteriosa. Seus cabelos negros e sedosos caem em cascata ao redor de seus ombros, enquanto seus olhos negros profundos transmitem uma aura enigmática. Sua presença cativante desperta curiosidade e intriga entre aqueles ao seu redor, e Henrique dirigiu seu sorriso para ela.
— Oi, gente. - Bianca disse animada. - Hoje terá um circo na cidade, quem quer ir?
— Eu vou. - Henrique respondeu. - E Vanessa também irá, não é, amor? - ele olhou para a ruiva.
— Ah... Vou sim. - Vanessa sorriu para o namorado. Ela o amava e faria qualquer coisa que ele desejasse.
Henrique seguiu em direção à mesa onde estavam seus amigos, enquanto Vanessa suspirou, já que ir ao circo era uma experiência traumática para ela. Augusto, percebendo isso, parou em sua frente e ofereceu um sorriso acolhedor para a pessoa que ele amava desde a adolescência.
— Se você não quiser ir, não precisa. Podemos ir ao cinema, por exemplo. - Augusto sugeriu.
— Eu irei. Nós nos encontraremos lá, Augusto. - Vanessa respondeu, decidida.
Sentindo-se desanimada, Vanessa acabou desistindo de comer e saiu da cantina, deixando Augusto com um sentimento de tristeza e raiva de Henrique por ter magoado a ruiva.
Henrique caminhou até a mesa onde estavam seus amigos, enquanto Vanessa suspirava, evidenciando sua relutância em ir ao circo, pois essa experiência era traumática para ela. Augusto, observando atentamente a situação, parou diante de Vanessa, oferecendo um sorriso caloroso à pessoa que ele amava desde a adolescência.
— Se você não quiser ir, não precisa. Podemos ir ao cinema, por exemplo. - Augusto sugeriu, com uma pitada de esperança em sua voz.
Vanessa ponderou por um momento, sentindo-se dividida entre a vontade de acompanhar Henrique e a consideração pelos seus próprios sentimentos.
— Eu irei. Nós nos encontraremos lá, Augusto. - Vanessa respondeu com firmeza, decidindo enfrentar seus medos.
Com essa decisão, Vanessa deixou de lado a ideia de comer algo e saiu da cantina, deixando Augusto desanimado e tomado por uma sensação de tristeza e raiva em relação a Henrique, por tê-la magoado. Ele sabia que precisaria lidar com seus sentimentos enquanto tentava apoiar Vanessa da melhor maneira possível.
Augusto e Vanessa saíram juntos da faculdade, caminhando lado a lado pelo campus, aproveitando a brisa suave que acariciava seus rostos. O sol começava a se pôr, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Era um momento tranquilo e sereno.
Augusto olhou para Vanessa e notou a expressão de cansaço em seu rosto. Decidido a animá-la, ele se aproximou e perguntou:
— Como foi seu dia na faculdade, Vanessa? Parece que você está exausta.
Vanessa suspirou, aliviada por ter alguém em quem desabafar. Ela olhou para Augusto, agradecida por seu constante apoio.
— Foi um dia cansativo, Augusto. As aulas foram intensas e ainda tive que lidar com alguns problemas pessoais. Mas estou feliz por estar aqui com você agora.
Augusto sorriu, apertando suavemente o ombro de Vanessa para transmitir conforto.
— Você sabe que sempre estou aqui para você, Vanessa. Posso não ter todas as respostas, mas vou ouvir e apoiar você em tudo o que precisar.
Vanessa olhou para Augusto, sentindo-se reconfortada por suas palavras.
— Obrigada, Augusto. Sua presença faz toda a diferença na minha vida. Você é meu porto seguro.
Henrique observa de longe, escondido atrás de uma árvore, enquanto Augusto e Vanessa conversam animadamente em um canto do campus universitário. Seu coração começa a acelerar à medida que os vê rindo e trocando olhares cúmplices. Sentimentos de ciúmes começam a surgir dentro dele, misturados com insegurança e uma pontada de raiva.
Enquanto observa a interação entre os dois, Henrique sente um nó se formar em seu estômago. Ele percebe pequenos gestos de intimidade entre eles, como toques sutis e sorrisos genuínos. Cada gesto parece cutucar seu coração e alimentar seus ciúmes, aumentando seu desconforto.
Enquanto continuavam caminhando, eles chegaram ao estacionamento da faculdade, onde encontraram Henrique esperando por eles ao lado de seu carro.
— E aí, pessoal? Prontos para uma noite divertida no circo? - Henrique perguntou animado, olhando para Vanessa.
Augusto sentiu uma pontada de desconforto, mas esforçou-se para manter um sorriso amigável.
— Claro, Henrique. Vai ser uma noite incrível, não é mesmo, Vanessa?
Vanessa olhou para Augusto com gratidão, percebendo o esforço que ele estava fazendo para deixá-la à vontade.
— Sim, vai ser ótimo! Estou animada para sair um pouco da rotina. Obrigada por nos convidar, Henrique.
Vanessa e Henrique estavam a caminho do circo que estava em sua cidade por uma curta temporada. Vanessa sentia um aperto no peito, pois ela tinha coulrofobia, o medo irracional de palhaços. Ela preferiria evitar essa experiência, mas Henrique achava tudo aquilo engraçado e gostava de provocá-la, fazendo piadas e rindo da situação.
No interior do carro, o clima estava tenso. Vanessa estava quieta, olhando pela janela e tentando controlar sua ansiedade. Ela respirava fundo, tentando acalmar seu coração acelerado.
Henrique, por outro lado, parecia se divertir com a situação. Ele não conseguia entender o medo de Vanessa e, para piorar, ele ainda nutria sentimentos pela sua ex-namorada, Bianca. Essa questão mal resolvida gerava tensão entre o casal e acabava transparecendo em momentos como esse.
Após um tempo de silêncio desconfortável, Henrique quebrou o silêncio, soltando uma risada irônica.
— Ah, Vanessa, você precisa superar esse medo bobo de palhaços. Eles são apenas pessoas fantasiadas fazendo palhaçadas.
Vanessa suspirou, sentindo uma mistura de frustração e incompreensão.
— Henrique, você sabe que é um medo irracional. Não é algo que eu possa simplesmente superar assim. E além disso, você ainda guarda sentimentos pela Bianca, isso não ajuda em nada.
As palavras de Vanessa atingiram Henrique em cheio. Ele desviou o olhar, sentindo-se culpado e desconfortável.
— Vanessa, eu te amo, você sabe disso. Mas as coisas com a Bianca ainda não estão totalmente resolvidas. Não é algo fácil de lidar, mas eu estou tentando.
Vanessa sentiu a tristeza invadir seu coração, misturada com a raiva. Ela se sentia insegura em relação aos sentimentos de Henrique e, ao mesmo tempo, vulnerável ao enfrentar seus próprios medos.
— Henrique, eu quero acreditar em você, mas essa situação está afetando nosso relacionamento. Não sei se consigo lidar com essa incerteza.
Os dois permaneceram em silêncio, enquanto o carro seguia em direção ao circo. A tensão pairava no ar, e o destino da noite parecia incerto.
Vanessa e Henrique adentraram o ambiente do circo, imersos em um cenário vibrante e colorido. A música alegre e os risos das crianças preenchiam o ar. Eles passeavam pelo local, observando as diferentes atrações e barracas.
Enquanto caminhavam, Vanessa avistou um palhaço de porcelana, com sua aparência peculiar. O palhaço tinha pele branca, olhos amarelos e roupas engraçadas. Seu sorriso estranho, ao mesmo tempo cativante e assustador, atraía a atenção de várias crianças que estavam ansiosas para comprá-lo como um souvenir.
Vanessa sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao passar próximo ao palhaço de porcelana. Seu medo de palhaços intensificou-se diante daquela figura misteriosa e perturbadora. Ela apressou o passo, tentando afastar-se o máximo possível do objeto que despertava suas fobias.
Nesse momento, Ferrer, uma pessoa que eles conheciam do circo, chamou Henrique, atraindo sua atenção. Ferrer colocou seus cabelos para trás, exalando uma expressão intrigante.
— Henrique. – disse Ferrer com um tom curioso. – Você ainda a ama?
Henrique encarou Ferrer, seu rosto endurecendo com uma expressão fria.
— Se você quer saber a verdade... sim, ainda amo Bianca... você vive me atrapalhando em tudo. – respondeu Henrique com frieza, revelando sua verdadeira emoção. – Eu nunca te amei.
As palavras duras de Henrique atingiram Ferrer em cheio. Ela sentiu uma mistura de decepção, raiva e humilhação. Sua frustração acumulada se transformou em uma reação impulsiva e violenta.
Ferrer, dominada pela ira, desferiu tapas e socos em Henrique, expressando sua indignação diante da revelação dolorosa.
Isso se desenrolou em meio ao circo animado, com crianças rindo e se divertindo ao redor, contrastando com a tensão e o conflito que surgiram entre Vanessa, Henrique e Ferrer. O ambiente mágico do circo agora se tornava palco para uma cena carregada de emoções intensas e turbulências nos relacionamentos.
É uma luta intensa e cheia de violência. Henrique, um homem alto e robusto, segura os braços frágeis de Vanessa com firmeza. Seus olhos estão cheios de raiva e desespero, revelando uma tempestade emocional dentro dele. Com um movimento brusco, ele empurra Vanessa com uma força impressionante.
O corpo de Vanessa é lançado para trás, e sua cabeça atinge uma barra de metal grossa com um estrondo assustador. O impacto é terrível, e um grito de agonia escapa dos lábios de Vanessa. O som ecoa pelo ambiente, destacando a violência do momento.
O sangue jorra imediatamente da ferida aberta na cabeça de Vanessa. Uma corrente vermelha se forma, descendo pelo seu rosto e misturando-se aos fios de cabelo escuro. O líquido escarlate escorre rapidamente, formando uma poça de sangue no chão em questão de segundos.
A poça de sangue se expande lentamente, ocupando o espaço ao redor de Vanessa. É uma imagem perturbadora, a visão do líquido vital se espalhando pelo local. A cor vermelha vibrante contrasta com o ambiente, destacando ainda mais a tragédia que se desenrola.
Vanessa, agora gravemente ferida e desamparada, luta para manter a consciência. Ela tenta chamar pelo seu noivo, em busca de ajuda e conforto, mas suas palavras são apenas sussurros fracos e inaudíveis. Sua respiração fica ofegante e irregular, mostrando os sinais de que seu corpo está perdendo a batalha.
Enquanto Vanessa luta pela vida, seu noivo, visivelmente atordoado e em choque, permanece imóvel, incapaz de reagir. Seus olhos estão arregalados, cheios de horror e incredulidade. A tristeza e o desespero se misturam em seu rosto enquanto ele percebe que não pode salvar a mulher.
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Todos já estavam entusiasmados, de olhos fixos no equilibrista que executava suas acrobacias com destreza e graça. O ambiente estava preenchido pelo som da música de fundo, aplausos ocasionais e risos de admiração. O casal, Augusto e seu amigo Henrique, estavam aproveitando o espetáculo juntos, enquanto conversavam animadamente.
— Incrível, não é? Esse equilibrista é realmente talentoso! - comentou Augusto, desviando brevemente o olhar do espetáculo para falar com Henrique.
— Sim, é impressionante mesmo! - concordou Henrique, mas seu semblante parecia um tanto preocupado.
Augusto percebeu a expressão preocupada no rosto do amigo e decidiu investigar.
— Ei, Henrique, você notou que a Vanessa não está aqui, né? Será que aconteceu alguma coisa?
Henrique ficou levemente tenso com a pergunta, mas tentou disfarçar sua ansiedade.
— Ah, ela está com dor de cabeça hoje. Preferiu ficar em casa descansando.
Augusto franziu o cenho, suspeitando que havia algo mais por trás dessa explicação.
— Estranho... Vanessa nunca falta a um evento assim, especialmente se você está aqui. Ela não costuma deixar você vir sozinho, e se ela realmente estivesse desistido, teria me mandado uma mensagem pelo menos. Achei que vocês estivessem bem.
Henrique começou a suar frio, pois percebeu que suas desculpas estavam sendo questionadas.
— Bem, ela pode ter mudado de ideia de última hora e se esquecido de avisar... Vou tentar ligar para ela agora mesmo para ter certeza.
Henrique pegou o celular e discou o número de Vanessa, mas todas as chamadas iam direto para a caixa postal.
— Augusto, todas as chamadas estão indo para a caixa postal. Isso é estranho. Vanessa sempre atende o telefone.
Augusto sentiu um aperto no peito, preocupado com a situação.
— Realmente, Henrique, isso não está certo. Acho que devemos ir até a casa dela para ver o que está acontecendo. Não consigo me livrar dessa sensação ruim.
Henrique concordou, agora visivelmente abalado, e juntos eles deixaram o espetáculo de lado, preocupados com o paradeiro de Vanessa. O ar festivo que pairava no ambiente agora estava tingido de incerteza e apreensão, enquanto eles se apressaram em descobrir o que havia acontecido com sua amiga.
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Após uma busca exaustiva por Vanessa, Augusto e os demais amigos decidiram se separar temporariamente para cobrir mais áreas e aumentar as chances de encontrá-la. Prometeram se encontrar novamente do lado de fora da casa de Vanessa após um determinado tempo.
A ansiedade crescia a cada minuto que passava, e a sensação de desespero começava a se instalar. Quando finalmente se reuniram novamente, o grupo estava visivelmente abatido e preocupado. As expressões tensas e os olhares aflitos refletiam a angústia que sentiam.
Enquanto esperavam por Henrique, que havia saído para buscar mais informações ou pistas, um grito estridente ecoou pelo ar, interrompendo o silêncio tenso. O som vinha do banheiro feminino, que ficava próximo ao local onde estavam.
Todos se entreolharam, seus rostos demonstrando medo e apreensão. Um sentimento de urgência tomou conta deles, e sem hesitar, correram em direção ao banheiro.
Ao chegarem lá, porém, foram recebidos por uma cena caótica. Policiais estavam posicionados na entrada, impedindo qualquer pessoa de se aproximar. O coração de Augusto apertou ainda mais, enquanto ele lutava para obter uma visão do que estava acontecendo.
Bianca, uma das amigas do grupo, conseguiu avistar um vislumbre através do tumulto. Um garrote vermelho capturou seu olhar e, instintivamente, ela percebeu que as roupas pareciam semelhantes às de Henrique.
Seu corpo ficou paralisado por um instante, seu rosto pálido e os olhos arregalados. Bianca tentou se aproximar, mas foi impedida pelos policiais, que mantinham a área isolada. Ela se esforçou para chamar a atenção deles, desesperada para obter informações.
— Por favor! Por favor, me deixem chegar perto! Aquele é o Henrique! Ele está lá dentro! - gritou Bianca, sua voz embargada pela angústia.
Os policiais olharam para ela com seriedade, compreendendo a gravidade da situação. Um deles se aproximou, tentando acalmá-la.
— Sinto muito, senhorita, mas a área está isolada enquanto investigamos o que está acontecendo. Nós faremos o possível para resolver isso o mais rápido possível.
As palavras do policial mal conseguiram penetrar na mente de Bianca, que estava dominada pelo medo e pela preocupação. Ela permaneceu lá, esperando por qualquer notícia ou desenvolvimento que pudesse trazer alívio àquela situação angustiante. O futuro parecia incerto, e o destino de Henrique continuava envolto em mistério.
Bianca, consumida pela preocupação com seu amigo Henrique, tomou uma decisão impulsiva e perigosa. Ela se separou do grupo de amigos e seguiu na direção de onde o grito estridente havia vindo, desobedecendo a ordem dos policiais e ignorando os avisos de perigo.
Enquanto avançava corajosamente pelo corredor escuro e sinistro, a voz de um homem cantarolando chamou sua atenção. A melodia era familiar, e Bianca imediatamente reconheceu: era a música tema do filme "A Bela e a Fera". Era uma música especial para ela e Henrique, que a tinham assistido tantas vezes juntos que acabaram decorando cada nota.
Seu coração acelerou com a mistura de esperança e medo. Aquela voz era inconfundível, pertencente a Henrique. Mas como poderia ser? Ele estava lá dentro, mas agora parecia estar cantando a música de sua infância favorita.
Bianca avançou com cautela, seguindo o som do cantarolar. O corredor escuro parecia interminável, suas paredes pareciam se fechar ao seu redor. Cada passo era uma mistura de ansiedade e determinação.
Quando finalmente chegou ao fim do corredor, encontrou uma porta entreaberta que emitia uma luz tênue. O som da música ficou mais alto, envolvendo-a com um misto de conforto e estranheza. Com um último suspiro, Bianca empurrou a porta e entrou na sala.
Lá estava ele, Henrique, parado de costas para ela, olhando fixamente para um espelho. Seu rosto estava parcialmente obscurecido pelas sombras, mas Bianca reconheceu imediatamente sua postura e silhueta.
— Henrique! - exclamou Bianca, sua voz trêmula de emoção. - Sou eu, Bianca! O que está acontecendo?
Henrique virou-se lentamente, revelando um sorriso sinistro em seu rosto. Seus olhos estavam vazios, desprovidos de qualquer sinal de reconhecimento ou emoção.
— Ah, Bianca, minha doce Bianca... - disse ele, sua voz ecoando com uma sinistra melodia. - Finalmente nos encontramos novamente. Mas as coisas mudaram, minha querida.
Bianca sentiu um calafrio percorrer sua espinha. A voz, o olhar vazio, tudo parecia errado. Ela percebeu que estava diante de alguém que se apossara da identidade de Henrique, mas o que exatamente estava acontecendo permanecia um mistério aterrorizante.
— Henrique... - Bianca disse seu nome com medo, roendo suas unhas enquanto sua voz trêmula ecoava pelo ambiente. Em seguida, seu olhar se fixou no estado de choque diante do corpo pálido de Vanessa, uma jovem tão vivaz, agora sem vida. Um grito sufocado de puro desespero lutou para escapar de sua garganta.
Ao erguer a cabeça, Bianca avistou um palhaço de porcelana quebrando-se em um grito agonizante. A cena a deixou ainda mais aturdida. Porém, ao se levantar, seu olhar encontrou o de Henrique, que exibia um olhar culposo.
— Henrique... - ela disse novamente, sua voz trêmula e carregada de medo. - Foi você que está causando todo esse caos? Matando pessoas? Foi você que matou a Vanessa? Seu psicopata.
Henrique deu um passo em direção a Bianca, seus olhos transbordando de tristeza e confusão.
— Bianca, eu... - ele começou a dizer, sua voz carregada de dor. - Eu não sei o que está acontecendo. Eu não lembro de nada. Acordei aqui e.... e tudo está uma bagunça. Eu não matei a Vanessa, eu juro!
Bianca, embora atormentada pelas evidências diante de seus olhos, também podia ver a genuína angústia nos olhos de Henrique. Ela se viu dividida entre a suspeita e a vontade de acreditar em seu amigo de longa data.
— Henrique, eu não sei se consigo acreditar em você... - ela falou, sua voz vacilante. - Mas precisamos descobrir a verdade. Precisamos descobrir o que está acontecendo aqui. Não podemos ficar aqui parados.
Henrique assentiu, compreendendo a necessidade de agir rapidamente.
— Você está certa, Bianca. Temos que encontrar respostas. Vamos trabalhar juntos para desvendar esse mistério e provar minha inocência. Acredite em mim, por favor.
Bianca assentiu, decidida a enfrentar os desafios que estavam diante deles. Eles teriam que lidar com o horror que cercava sua realidade e descobrir a verdade por trás dos eventos sinistros que os assombravam. Unidos em uma busca por respostas, eles se prepararam para desvendar o véu de segredos que ameaçava suas vidas e sua amizade.
Henrique permaneceu em silêncio, não oferecendo uma resposta que pudesse aliviar as suspeitas de Bianca. Um sentimento de certeza começou a se instalar em sua mente enquanto tudo ao seu redor parecia desacelerar, criando uma atmosfera de suspense e agonia.
Bianca voltou seu olhar para o corpo inerte de Vanessa, estendido no chão, sua pele pálida e sem vida, manchada de sangue e terra. As evidências macabras eram difíceis de ignorar, e a visão diante dela confirmava cada vez mais suas suspeitas em relação a Henrique.
Ao observar o olhar de Henrique voltado para Vanessa, uma mistura de culpa e frieza permeava sua expressão. Bianca pôde sentir a ambiguidade e a complexidade de suas emoções, aumentando ainda mais suas dúvidas e temores.
Um arrepio percorreu a espinha de Bianca enquanto ela se deparava com a realidade aterradora diante de seus olhos. A imagem de Vanessa, vítima brutal de um assassinato, contrastava com a figura de Henrique, cujo comportamento e expressão pareciam oscilar entre a angústia e uma fria indiferença.
O coração de Bianca disparou, sua mente lutando para processar essa nova realidade. As peças do quebra-cabeça pareciam se encaixar, e a tristeza de perder sua amiga se misturava com o medo do perigo que Henrique agora representava.
— Henrique... - ela sussurrou, sua voz trêmula de descrença e medo. - Como você pôde...? Por quê?
Bianca deu um passo para trás, tentando se afastar dele, mas sentiu-se paralisada pela sensação de perigo iminente. Cada movimento dele agora parecia ameaçador, e a confiança que ela um dia teve em seu amigo se desmoronava rapidamente.
Bianca sentiu seu estômago revirar diante da visão aterradora que se desdobrava diante de seus olhos. Ela quase perdeu o equilíbrio, desorientada pela cena de caos e destruição ao seu redor. O coração apertado, ela lentamente absorveu a magnitude da tragédia.
No meio daquele cenário de horror, Bianca avistou vários corpos no chão, alguns sem vida e outros gravemente feridos. A dor e o desespero tomaram conta de seu ser ao testemunhar o sofrimento e a perda que cercavam aqueles inocentes.
No entanto, foi a visão de sua melhor amiga, Bárbara, que a atingiu com mais força. Barbara estava deitada no chão, seu corpo mutilado e vestindo apenas roupas íntimas. O choque e a tristeza percorreram o corpo de Bianca, deixando-a sem palavras.
O horror da cena foi demais para suportar, e Bianca sentiu um nó se formar em sua garganta. O estômago revirou-se violentamente, e ela não conseguiu conter o vômito, que foi uma resposta física à crueldade e à brutalidade que testemunhara.
Enquanto Bianca se dobrava, segurando o estômago e tentando recuperar o fôlego, ela sentiu o peso avassalador da tristeza e da indignação. Era difícil compreender como alguém poderia ser capaz de infligir tanto sofrimento e causar tamanha destruição.
Quando finalmente conseguiu se acalmar, Bianca levantou-se com a determinação renovada. Ela sabia que não podia desistir. A memória de Bárbara e de todas as vítimas injustamente tiradas de suas vidas impulsionou sua busca pela verdade e pela justiça.
Com a coragem necessária para enfrentar o desconhecido, Bianca se levantou do chão, firme em seu propósito de descobrir a identidade do assassino e pôr um fim à violência que assolava sua comunidade. Cada passo seria uma lembrança das vidas perdidas e uma motivação para encontrar a verdade, para que nenhuma outra pessoa sofresse o mesmo destino trágico.
Novamente, um grito ecoou pelo ambiente, chamando a atenção de Bianca. Ela se voltou rapidamente na direção do som, sentindo-se assustada ao perceber que era Henrique quem havia gritado. Seus olhos se arregalaram de surpresa e confusão.
Antes que Bianca pudesse processar completamente a situação, um homem misterioso apareceu diante dela. O sorriso no rosto dele e o sussurro ininteligível despertaram um misto de apreensão e curiosidade na mente de Bianca. Ela tentou compreender suas palavras, mas elas escaparam de sua compreensão.
De repente, o homem caiu ao chão, morto. Antes disso, porém, ele teve tempo de desferir um golpe de faca em direção à barriga de Bianca, que sentiu uma dor aguda rasgando seu corpo. A visão embaçou, e ela perdeu a consciência, desfalecendo nos braços de Henrique.
Quando Bianca finalmente recobrou os sentidos, percebeu-se deitada em um ambiente desconhecido. A dor latejava em seu corpo, mas algo em sua mente começava a se esclarecer. Ela olhou para Henrique, cujo rosto expressava preocupação genuína.
— Bianca, você está bem? - disse ele, sua voz carregada de alívio.
Bianca, ainda confusa, lutou para formular suas palavras. Gradualmente, as peças do quebra-cabeça começaram a se encaixar em sua mente. Ela olhou para o homem morto no chão, e uma onda de compreensão a atingiu com força.
— Henrique... você não é o assassino... - ela sussurrou, seus olhos cheios de lágrimas. - Eu entendo agora... aquele homem... ele tentou me matar, mas você o deteve.
Henrique assentiu, seus olhos cheios de tristeza e alívio.
— Eu nunca faria mal a você, Bianca. Você é minha amiga e sempre estive ao seu lado. Fui acusado injustamente. Eu estava tentando encontrá-la quando ouvi seu grito de dor. Cheguei a tempo de impedir aquele homem de causar mais mal.
Bianca sentiu um misto de gratidão e culpa invadindo seu coração. Ela havia suspeitado de seu amigo, permitindo que a paranoia obscurecesse sua visão. Agora, ela via a verdade diante de si, e a conexão entre eles se fortalecia ainda mais.
Com um suspiro trêmulo, Bianca estendeu a mão para Henrique, buscando seu apoio.
— Me desculpe, Henrique. Eu duvidei de você. Agora, mais do que nunca, precisamos nos unir para desvendar o que está acontecendo e encontrar o verdadeiro responsável por tudo isso.
Henrique segurou a mão de Bianca com ternura, transmitindo-lhe um olhar de compreensão e amizade.
— Estamos juntos nessa, Bianca. Vamos descobrir a verdade e colocar um fim nesse pesadelo.
Bianca sentiu as forças abandonarem seu corpo enquanto a intensidade emocional da situação se tornava esmagadora. Ela desmaiou nos braços do Henrique, exausta e sobrecarregada pelo choque e pelo horror do que testemunhara.
Henrique segurou Bianca com cuidado, sentindo o peso de sua amiga inconsciente em seus braços. Ele estava determinado a protegê-la e garantir sua segurança, mesmo diante de toda a adversidade.
Com cuidado, Henrique procurou um local seguro para colocar Bianca, certificando-se de que ela estivesse confortável e protegida. Ele sabia que precisava agir rapidamente para obter ajuda médica e garantir que Bianca recebesse a atenção necessária.
Enquanto Henrique buscava auxílio, seus pensamentos se concentravam em Bianca e nas provações que eles haviam enfrentado juntos. Ele estava determinado a descobrir a verdade e colocar um fim à onda de violência que assolava suas vidas.
Com resolução renovada, Henrique partiu em busca de ajuda, carregando consigo não apenas a responsabilidade de cuidar de Bianca, mas também a determinação de desvendar os segredos sombrios que assombravam sua comunidade.
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No ambiente tranquilo do hospital, Bianca gradualmente recobrou a consciência, encontrando-se nos braços reconfortantes de Henrique. Sentindo-se frágil e confusa, ela apertou-o com força, buscando apoio e segurança em meio ao turbilhão de emoções que a assomava.
Logo em seguida, os policiais chegaram ao quarto, prontos para interrogar Bianca. A presença deles adicionou uma camada de tensão ao ambiente, mas Bianca tentou se recompor, consciente de que eles estavam ali para ajudar na investigação.
O policial dirigiu-se a Bianca com seriedade:
— Bianca, precisamos entender o que aconteceu no circo. Você se lembra de algo relevante que possa nos ajudar a encontrar o responsável por esses terríveis eventos?
Bianca sentiu um aperto no peito, lutando para acessar suas memórias, mas foi frustrada em sua tentativa.
— Eu... Eu não consigo me lembrar de nada. - sussurrou ela, sentindo uma pontada de desespero ao perceber o vazio em sua mente.
A enfermeira presente no quarto interveio, oferecendo uma explicação compassiva:
— É possível que a amnésia seja um reflexo do trauma que você sofreu, Bianca. Seu cérebro pode estar bloqueando essas lembranças como um mecanismo de defesa. É importante dar tempo para que sua mente se recupere gradualmente.
O policial assentiu compreensivamente, aparentemente familiarizado com esse tipo de reação.
— Entendo. Vamos respeitar o processo de recuperação de Bianca. Quando se sentir pronta, estaremos aqui para ajudar em qualquer informação que possa surgir.
Bianca assentiu com gratidão, sabendo que estava cercada por profissionais que se preocupavam com seu bem-estar. Ela sentiu-se um pouco aliviada por saber que não estava sozinha nessa jornada e que havia pessoas dispostas a apoiá-la.
Enquanto o interrogatório era adiado, Bianca se concentrou em sua própria recuperação, confiante de que, com o tempo, suas memórias seriam restauradas.
Bianca caminhava pelo corredor do hospital, ainda exausta e abalada por tudo o que havia acontecido. Seus passos eram arrastados, revelando a carga emocional que pesava sobre seus ombros. Ela buscava um momento de tranquilidade, um breve instante para se recompor em meio ao caos.
Ao adentrar o banheiro, Bianca deixou escapar um suspiro cansado. Ela estava ansiosa para se olhar no espelho, como se buscasse uma conexão com sua própria imagem, uma confirmação de sua existência no mundo tumultuado em que se encontrava.
Seus dedos trêmulos alcançaram os cabelos, mexendo-os de forma automática enquanto seu olhar se fixava no reflexo que se formava diante dela. O cansaço refletido em seus olhos era palpável, mas havia também uma chama de determinação que ainda ardia em seu íntimo.
E foi nesse momento, enquanto Bianca encarava seu próprio rosto, que uma figura desconhecida se aproximou do espelho ao seu lado. Uma mulher de presença magnética e sorriso enigmático, que emanava uma aura de confiança e poder.
Enquanto ela se aproxima do espelho, seu rosto reflete um sorriso malicioso, seus lábios vermelhos destacados contra sua pele pálida. Ela olha fixamente para seus olhos, agora quase negros, que parecem brilhar com uma intensidade assustadora. Um leve tremor percorre sua espinha enquanto ela percebe a mudança em sua aparência, as íris agora com uma tonalidade azuis.
Vanessa passa as mãos pelos cabelos negros, sentindo a textura macia deslizar entre seus dedos. Ela aproveita o momento para saborear a sensação de poder que corre em suas veias. Ela sabe que é a única responsável por todo o horror que assolou o circo, agora conhecido como O Circo dos Horrores.
Enquanto seu reflexo continua a encará-la no espelho, ela pronuncia as palavras com uma satisfação sinistra em sua voz. "Vanessa Ferrer não existe mais", sussura ela, observando as palavras ecoarem no ambiente silencioso do banheiro.
A sensação de triunfo inunda seus pensamentos. Agora, ela é Bianca Lopes, uma nova identidade que permitirá que ela se aproxime de seu alvo final: Henrique.
A luz fria do banheiro realça seus traços decididos, revelando uma beleza sombria e enigmática. Ela sabe que seu novo corpo e identidade são as ferramentas perfeitas para alcançar seus objetivos. Enquanto ela se prepara para sair do banheiro, a porta range suavemente quando é aberta, deixando um rastro de mistério e desgraça em seu caminho.
Vanessa, agora no corpo de Bianca, estava sentada em frente à televisão, assistindo ao noticiário sobre o massacre no Circo dos Horrores. Seus olhos observavam as imagens e ouviam atentamente as palavras do repórter, mas por dentro, ela não sentia nenhum remorso pelo que havia acontecido. A troca de corpos a havia libertado de suas inseguranças e medos, permitindo que ela assumisse uma nova identidade sem as restrições emocionais que antes a assombravam.
Ao seu lado, Henrique, completamente alheio à troca de corpos, oferecia conforto e apoio a Bianca, acreditando que ela estava passando por um momento difícil ao testemunhar a tragédia no circo. Ele segurava sua mão com ternura e falava com uma expressão de compaixão.
— Bianca, meu amor, eu não consigo nem imaginar o quão assustador e angustiante isso deve ter sido para você. Estou aqui ao seu lado e farei tudo o que puder para te ajudar a superar isso.
Vanessa, disfarçada como Bianca, inclinou-se em direção a Henrique, buscando conforto em seus braços. Ela sabia que precisava manter sua verdadeira identidade em segredo, e não havia vestígios de remorso em seu comportamento. Ela viu na situação uma oportunidade de manipulação e controle, enquanto Henrique, inconsciente da verdade, estava disposto a oferecer todo o apoio que pudesse.
Enquanto o noticiário continuava a revelar os detalhes sombrios do massacre, Vanessa/Bianca mantinha-se calma e impassível. Ela era uma mestra na arte da dissimulação, escondendo seus verdadeiros sentimentos sob uma fachada cuidadosamente construída.
Ninguém, exceto ela, sabia sobre a troca de corpos, e isso dava a Vanessa uma vantagem perigosa. Ela aproveitaria essa nova identidade para avançar em seus próprios planos sombrios, mantendo Henrique em sua órbita e manipulando-o em seu próprio jogo.
Enquanto assistia ao noticiário, Vanessa/Bianca deixou um sorriso frio e calculista se formar em seus lábios, um indício do quão profundamente imersa ela estava em seu próprio mundo de mentiras e enganos.
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