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Lizzie

Quando eu era pequena, eu achava que minha vida seria como a da Anne Hathaway naquele filme O Diário da Princesa. Eu realmente acreditava que algum parente distante fosse aparecer e me dizer que eu era uma princesa de um reino qualquer, então esse meu parente me levaria com ele e eu assumiria o meu lugar na realeza. Iria governar com paixão, seria atenciosa com meus súditos, usaria vestidos de gala e conheceria um príncipe charmoso que me tiraria para dançar durante um baile no meu palácio. Mas as coisas nunca são como nos filmes, ou nos livros. Na vida real, pelo menos na minha vida real, não há vestidos de festa, príncipes ou sonhos realizados. Na minha vida real eu preciso de dois empregos, uma paciência incrivelmente gigante e muita, muita força de vontade para não perder o controle de uma vez.

- Elizabeth!

Termino de amarrar os cadarços do meu All Star cor-de-rosa e desço da minha "torre" para servir a tenebrosa Ivone.

Ivone é, tecnicamente, minha... mãe. Eu cresci em um orfanato, meus pais faleceram quando eu era apenas um bebê, então passei metade da minha infância com outras crianças cheias de sonhos e esperanças que muitas vezes eram esmagados pela desilusão de crescer sem família. Durante todas as visitas do orfanato, eu me arrumava e esperava que algum casal gostasse de mim. E isso aconteceu um dia. Ivone e Beto me adotaram e fiquei tão feliz que durante os anos seguintes não percebi que Ivone e suas duas filhas eram insuportáveis e cruéis. Beto era maravilhoso, eu adorava chamá-lo de pai, pois eu o considerava demais, e quando ele se foi, há cinco anos, minha vida virou um inferno. Ivone mostrou sua verdadeira face, tomou para si parte da herança que meu pai havia deixado para mim e me pôs para trabalhar em sua loja de roupas.

Acho que não preciso dizer que o que Ivone me paga não dá para nada e por isso comecei a trabalhar em um restaurante durante à noite nos fins de semana. Ela não sabe sobre meu segundo emprego, e nem vai saber. Estou me preparando para sair desta casa e preciso de dinheiro, porém, se Ivone descobrir, todo o plano irá por água a baixo. Está sendo extremamente complicado e cansativo trabalhar em dois lugares, mas não vou descansar enquanto não estiver em um ônibus dando adeus a esse lugar.

A cada dia que passa, sinto que meu futuro longe de Ivone e suas filhas está cada vez mais perto.

- Bom dia, Ivone. - chego à cozinha. - Frederica, Arlete.

As três estão sentadas à mesa, esperando que eu prepare o café e as torradas; coisas que elas podiam fazer muito bem sem mim.

- Quero meu café puro e, pelo amor de Deus, não queime as torradas!

Ontem deixei os pães tempo demais na torradeira e Ivone não para de falar sobre isso.

- Foi só uma vez. - reviro os olhos.

- Ela revirou os olhos, mamãe! - Frederica aponta. - Eu vi!

Frederica é a mais nova das duas e age como um cachorrinho obediente de Ivone e Arlete.

- Elizabeth - Ivone enfatiza meu nome. Ela sabe que odeio quando me chamam de Elizabeth. Lizzie. Por que simplesmente ninguém nessa casa me chama de Lizzie? - quantas vezes preciso dizer que não gosto quando revira esses olhinhos para mim?

- É... você nunca disse isso. - franzo a testa.

- Não? Bom, estou dizendo agora! Não revire os olhos para mim, ou vou diminuir seu salário!

Arlete e Frederica soltam risadinhas e murmuro:

- Com a merreca que você me paga, impossível diminuir mais.

- O quê? - Ivone levanta suas sobrancelhas finas e escuras tão alto que elas poderiam ficar enroladas em seu cabelo laranja de água de salsicha.

- Eu disse que... o pão está acabando, precisamos de mais. - me viro e começo a preparar o café da manhã.

- Acho que ela não disse isso. - Arlete sussurra.

Ah, Deus, obrigada por toda a calma que corre em minhas veias agora.

Após servir Ivone e minhas adoráveis irmãs, monto em minha bicicleta e vou para a loja no centro da cidade. Pedalo sem pressa pelas ruas sentindo o vento tocar minha pele como uma espécie de terapia, e cantarolo junto com a música tranquila que é transmitida para minha alma através dos fones de ouvido. Tento prolongar esse momento ao máximo, pois quase nunca me sinto feliz desde que meu pai morreu. Na verdade, desde a sua partida, tenho passado mais tempo acreditando que nunca mais poderei ser feliz novamente do que tendo esperanças.

Guardo a bicicleta nos fundos do estabelecimento e vou para a frente da loja para abri-la e começar meu dia. Não há mais funcionários na Ivone's além de mim, sou a única faz tudo desse lugar; a caixa, a vendedora, a zeladora... mas até que gosto de trabalhar na loja. É bem melhor que ficar em casa e ser feita de empregada/cabelereira/manicure por Frederica e Arlete. Os clientes mal-educados são muito mais fáceis de aturar.

O meu dia segue tranquilo, poucas pessoas aparecem na loja por ser sábado e passo a maior parte do tempo trabalhando em uma nova canção. Meu caderno está cheio delas, e às vezes me pego pensando por que continuo com essa história de cantar se sei que nunca poderei mostrar minhas músicas para o mundo. Acho que a resposta é todo o bem que a música me causa, quando canto posso sentir que sou livre e que nada pode me impedir de sonhar. Quando canto, sinto que sou apenas eu e a música, nada de Ivone ou minhas irmãs, nada de vida dura... é por isso que nunca abandonei minhas canções.

- Elizabeth! Pare de perder tempo enfiando a cara nesse diário e volte a trabalhar!

Levanto a vista e vejo Ivone entrando na loja acompanhada pelas filhas.

- Ivone, não há ninguém aqui. O movimento sempre é parado no sábado. - fecho meu caderno e o guardo na bolsa.

- Está querendo me ensinar como funcionam as coisas na minha loja? - ela se aproxima do balcão e solto o ar pela boca.

- Ao que parece, mamãe, Elizabeth quer tomar sua loja. - Arlete ergue o queixo e a encaro.

- Escuta aqui, sua pirralha, nem ouse em pensar numa coisa dessas. - Ivone aponta com seu dedo decorado por uma unha postiça vermelha. - Deixe sua cabeça longe das nuvens e volte ao trabalho.

Elas se afastam e vão até as escadas que levam ao escritório. Apoio os cotovelos no balcão e ponho rosto sobre minhas mãos.

Eu preciso mesmo de um milagre bem agora.

*

Perto das sete da noite, Ivone, Frederica e Arlete já foram para casa e fecho a loja com pressa para não me atrasar para meu segundo emprego. Já na rua, pedalo tão rápido que sinto minhas pernas latejarem, mas basta pensar que todo esse sofrimento valerá a pena em breve que continuo em frente. Sempre em frente, Lizzie.

Chego ao Van Glory bem na hora e entro pela cozinha para pegar meu uniforme em meu armário e me trocar no pequeno banheiro dos empregados. Quando estou pronta, prendo um avental em torno da minha cintura e vou ao trabalho. Sempre que um cliente levanta a mão, corro para atendê-lo com um sorriso no rosto, anoto os pedidos, carrego bandejas para lá e para cá e entre uma pausa e outra para respirar, observo o palco em que Olivia se apresenta todos os sábados. Ela é uma cantora maravilhosa e posso não está trabalhando aqui há tanto tempo, mas decorei suas coreografias e metade das suas músicas apenas olhando. Vivo gabando a mim mesma por isso.
Sigo para a cozinha com uma porção de pratos sujos sobre uma bandeja e os despejo na pia lotada quando escuto um dos cozinheiros dizer:

- O chefe está maluco. Olivia não apareceu hoje.

Me aproximo um pouco mais para conseguir ouvir melhor.

- Parece que ela está... grávida. - fala uma das garçonetes do meu turno. - Viram que ela estava enjoada durante os ensaios da semana passada?

- Pois é. - o cozinheiro fofoqueiro tenta abaixar o tom de voz. - Ouvi dizer que ela não está nada bem.

- Quem será o pai do bebê?

Não termino de ouvir a conversa e saio da cozinha com uma ideia mirabolante na cabeça. Sei o número de Olivia de trás para frente, eu conseguiria substitui-la por essa noite, mas... É, isso não passa mesmo de uma estúpida ideia mirabolante, por isso pego meu bloco de notas no avental e continuo fazendo o que mais tenho feito durante toda minha vida; continuo trabalhando duro.

Alguns minutos antes do horário do show de Olivia, ela aparece. Passa pela cozinha às pressas e segue para o seu camarim. Mesmo que eu quisesse substitui-la, não seria possível e isso só me prova que meu lugar é servindo as mesas, não no palco.

As cortinas sobem e um canhão de luz ilumina a garota talentosa que canta uma música animada. O seu show anima os clientes do Van Glory e atrai muitos aplausos e elogios.

Não foi dessa vez que os aplausos foram para minha música. E é um pouco triste saber que nunca serão.

Mais tarde, chego em casa na ponta dos pés. Ivone está dormindo no sofá enquanto uma novela mexicana passa na televisão e ela ronca alto. Desligo o aparelho e subo até minha torre. No quarto iluminado apenas pela fraca luz de um abajur, sento na cama e pego na mesinha ao lado o porta-retratos com uma foto minha e do papai.

- Oi, pai - sorrio olhando a foto. - Você faz muita falta, sabia? - pisco para não começar a chorar e abraço o porta-retratos contra o peito, deitando de costas no colchão.

Nem me dou conta quando adormeço em um sono pesado e repleto de sonhos.

*

Para algumas garotas não há nada mais agradável que uma tarde de domingo no shopping. Porém, para mim, ir ao shopping não passa de mais um tormento.

Frederica e Arlete estão quase um metro a frente de mim, rebolando seus traseiros dentro dessas calças ridículas listradas, até parecem duas zebras no meio dos humanos, já eu estou carregando uma porção de sacolas; cada uma de uma loja diferente.

- Elizabeth, rápido! - Arlete grita por mim e corro para conseguir acompanhá-las.

- Já chega de compras por hoje, não? - tento ajeitar as sacolas que se acumulam em meus braços.

- Ainda nem começamos, querida. - Frederica me entrega sua bolsa de marca e quase deixo tudo cair. - Esse sapato é tão lindo! - se aproxima de uma vitrine toda iluminada. - Eu quero!

- Eu também! - Arlete vai para o lado da irmã. - Vamos. - elas entrelaçam os braços e vão para dentro da loja. - Elizabeth!

- Urgh... Lizzie. Me chamem de Lizzie. - com os ombros caídos sigo para a sapataria e desabo sobre o primeiro sofá dos clientes colocando as sacolas e a bolsa de Frederica no chão.

- Cuidado com minha bolsa!

A pego pelas alças e a coloco em meu colo. Ela parece satisfeita e uma das vendedoras se aproxima para atender minhas irmãs. As duas começam a correr pela loja, escolhendo o que querem e quando finalmente sentam ao meu lado para experimentar os dez pares de sapatos que gostaram, balanço a cabeça e presto atenção na televisão de plasma presa ao canto da parede. Está passando aquele programa que entrevista os famosos, sei lá como se chama, e Nicholas Colin está fazendo a plateia gritar com seu sorrisinho de lado.

- Nicholas, é verdade que vai trazer muitas surpresas em seu novo cd? - a apresentadora pergunta, e ele se recosta no sofá de um jeito confortável.

- Sim. E uma delas é a participação de um novo talento em um dos meus singles. - pisca para a câmera.

- Ele não é um sonho? - Arlete suspira ao mesmo tempo em que a vendedora prende as tiras da sandália em seu pé.

- E quem será esse novo talento? - a apresentadora levanta uma sobrancelha.

- Eu ainda não sei. Estou procurando por uma nova voz. Uma garota talentosa e corajosa. É tudo que minha música precisa. - o cantor exibe suas covinhas e Frederica solta um gritinho.

- Já imaginou se Nicholas Colin me ouve cantando e me escolhe para cantar o dueto com ele? - ela diz.

Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos. É mais provável que ele saia correndo que a escolha para gravar uma canção.

- Não seja idiota, Frederica! - Arlete repreende. - Eu canto melhor que você. É claro que eu seria escolhida.

Então, uma briga sobre quem Nicholas Colin escolheria para gravar um dueto começa. E tudo que consigo fazer é me encolher no sofá, tentando de maneira inútil me proteger da vergonha.

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Olá, pessoal! Então sejam bem-vindos ao primeiro capítulo dessa história! Eu não sei se ela vai ser muito grande porque meu tempo é super corrido, mas vou tentar atualizar nem que seja com capítulos pequenos!

Espero muito que Cinderela, eu? agrade vocês! Não esqueçam de deixar o like e comentário!

Até o próximo capítulo! ❤️

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