Magra, baixa, de pele morena, primeiranista e simpática.

Uma anã de jardim, eu diria.

Amélia Olharv parecia de fato uma anã de jardim.

Possuía cabelos lisos e azulados quando a conheci, pertencia àquele grupo.

O grupo que um dia eu já fui integrante. O grupo que um dia já foi a razão de minha existência mas que agora não me trazia nada além de memórias ruins e desgosto.

Eu nunca pensei que acabaria daquela forma, que uma simples conversa se transformaria em algo forte o suficiente, tão imensa quanto um tsunami, que destruiria todos meus ciclos.

Querido diário, lágrimas me invadem, eu não consigo suportar somente relembrar o quanto já fui feliz naquele grupo por isso, retorno para minha pequena narração sobre Amélia — a garota mais simpática que já conheci.

Escrevo e escrevo, no entanto acabo por riscar todas as partes que falei sobre a personalidade dela. Talvez, esse seja um sinal de que eu não posso mais enrolar. Eu preciso começar.

A verdade começa agora.

Ayara Agarb