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Capítulo 4

No decorrer do ano, os jantares na casa de Melinda foram se tornando um compromisso frequente. Ainda havia longas pausas à mesa, Marcos frequentemente se estranhava com o pai, e Ricardo se sentia deslocado a maior parte do tempo. Mas embora sentissem vontade de desistir de ser parte da "grande família feliz" idealizada por Felipe, no dia marcado todos estavam lá.

Ângela e Vítor eram encarregados de salvar a noite quando as coisas ficavam difíceis: ela, com suas sutis mudanças e assunto, e ele, sendo ele mesmo, brincando com todos e tornando o ambiente mais leve.

Ricardo sabia que a única pessoa a quem sua presença não incomodava, além de seu pai, era Ângela. Apesar de Marcos ser o seu irmão, era ela quem o fazia se sentir em família, interessando-se por sua vida e o aproximando de seu sobrinho.

***

Em agosto foi comemorado o aniversário de dois anos de Vítor. Na ocasião, Ângela obrigou o cunhado a tirar algumas fotos com a família e fez com que ele se sentisse acolhido. Quando a festa acabou e a maioria das pessoas já havia ido, ele a ajudou a organizar parte da bagunça e na cozinha do apartamento, enquanto trabalhavam juntos, eles conversaram mais sobre suas histórias de vida.

— Eu dei duro para estudar. Tive que largar o emprego por causa da faculdade e me alimentava de salgadinhos baratos nos intervalos — disse ele, quando o assunto passou das carreiras que amavam para as dificuldades que tiveram que enfrentar para buscarem seus sonhos.

— E eu de pipoca doce — afirmou Ângela, sorrindo. — Quando terminei meu curso, não aguentava mais ver pipoca na minha frente.

— Parece que temos isso em comum. Desde que me formei, nunca mais comi um pacote de salgadinhos — confidenciou ele.

Ângela refletiu que eles tinham mais em comum do que o fato de quase terem passado fome para estudar.

— Claro que, quando eu chegava em casa, sempre havia um prato de comida preparado pela minha mãe — divagou Ricardo. O sorriso de Ângela se tornou triste.

— Essa era a função do meu pai. Ele mal se lembrava de tomar seus remédios, mas nunca se esquecia de fazer algo gostoso para o meu jantar. E ele sempre comia comigo, mesmo se já tivesse jantado antes.

Os olhos de Ângela brilharam e Ricardo a observou com um olhar compreensivo. Ao contrário de muita gente, ele sabia que não deveria desviar-se do assunto ou negá-lo, pois as pessoas que morriam continuavam vivas de alguma forma para aqueles que as amavam. Ângela ficou grata por ele deixá-la falar do pai sem interrompê-la. Ele também havia perdido alguém e sabia como ela se sentia. Isso a fez passar a vê-lo não apenas como cunhado, mas também como amigo.

Na mesma noite, Marcos tomava uma bebida com o pai e o ouvia novamente falar sobre a sua empresa. Admirava a paixão dele porque também a tinha, mas pelo jornalismo. Felipe sempre insistia que ele fosse até lá para ver tudo com os seus próprios olhos. Marcos sempre fugia do assunto.

― Eu realmente gostaria que você me visitasse na empresa, filho ― disse Felipe com um traço de autoridade, deixando claro que não aceitaria uma nova desculpa. Marcos o encarou por um instante e cruzou os braços instintivamente sobre o peito, numa posição defensiva.

― Por que é tão importante para você que eu vá? ― perguntou sem rodeios. Não era bobo e começava a acreditar que Felipe tinha segundas intenções e que desejava mais que uma simples visita do filho.

Felipe não respondeu imediatamente, mas passou o braço por seus ombros e o olhou de um jeito paternal.

― Porque tudo aquilo também é seu — sentenciou. — Quero compartilhar com você o que andei fazendo nos últimos anos: o que conquistei, o que aprendi ao longo do tempo, meus sonhos ainda não realizados... Você é meu filho, então me dê a alegria de te mostrar que não sou o canalha que passou a vida acreditando que eu fosse.

― Está bem, pai ― Marcos assentiu resignado, e o braço em volta dele o apertou mais forte. — Eu vou.

***

― Anda logo, amor! Assim vai se atrasar ― disse Ângela alguns dias depois, atrás da porta do banheiro onde Marcos se arrumava para ir se encontrar com o pai.

― Desde quando você se preocupa com horário? ― provocou ele, sorrindo para a porta. Eles não tinham conversado a respeito, mas sabia que ela estava feliz e quase tão ansiosa quanto ele com aquela visita.

― Cala a boca e saia logo daí ― exigiu ela, afastando-se com um sorriso e o deixando sozinho. A água que ele jogou no rosto respingou em sua camisa azul-marinho e molhou parte de um de seus punhos, obrigando-o a dobrar as mangas até os cotovelos. Não usaria terno naquele dia, preferia estar um pouco mais informal para não dar a impressão de se parecer com um futuro empresário. A calça social preta, os sapatos de couro da mesma cor, e a camisa sem gravata, deveriam passar a mensagem correta: que ele era um jornalista de folga visitando o pai. Para finalizar, pôs no pulso esquerdo um relógio que ganhara de Ângela no Natal e que não valia um terço de qualquer outro de sua vasta coleção, mas possuía grande valor sentimental — motivo de sua escolha naquela manhã. Fazia vinte anos que não visitava a empresa do pai e estava pronto, apesar de tenso.

Ângela havia preparado um café da manhã caprichado com pães, bolos, frios, suco natural e café. A mesa estava posta e ela usava pela primeira vez um jogo de xícaras francês que eles ganharam de presente de casamento. Os jornais de Marcos estavam organizados próximo à cabeceira porque era ali que ele se sentava quando eles comiam lá, o que não costumava acontecer de manhã, pois eles normalmente preferiam a praticidade do balcão.

― Para que tudo isso? ― perguntou ele ao se sentar, espantado com o fato de ela ter acordado tão cedo para preparar tudo. ― O que deu em você hoje?

Ângela ergueu os olhos com falsa inocência e Marcos precisou apertar os lábios para não rir.

― Por quê? Eu não posso mais agradar meu marido? — ela perguntou, fazendo-se de ofendida.

― Quando se empenha assim, ou quer alguma coisa, ou "quer" alguma coisa ― brincou ele, observando-a fechar a cara.

― Bem, já que é assim, nunca mais faço nada para você.

Antes que ela se afastasse, Marcos a puxou pela cintura e a fez cair em seu colo.

― Eu estou brincando, sua boba. Adorei o que você fez.

Ângela desfez o beicinho e sorriu, aconchegando-se nos braços dele. O abraço demorou um pouco mais que um simples cumprimento matinal e eles ficaram assim, em silêncio, sentindo o aroma agradável de café, e da pele um do outro. Marcos deslizou a mão pelos cabelos molhados da esposa e a encarou.

― Eu só queria, sabe, fazer alguma coisa especial — disse ela. — Porque hoje é um dia especial.

― Não é nada de mais. Eu só vou passar um tempo com meu pai, dar uma volta pela empresa dele e ouvir um pouco mais sobre seus negócios. Não é grande coisa. ― Marcos deu de ombros, simulando indiferença.

Ângela o encarou e decidiu não insistir. Marcos era muito fechado e o melhor jeito de demonstrar que estava do lado dele era com gestos de carinho.

Durante os próximos minutos eles tomaram café, lado a lado e em silêncio. Marcos lia calmamente um jornal enquanto Ângela fingia prestar atenção ao artigo de uma revista. Ela não percebeu que estava batendo o pé metodicamente no pé da cadeira, nem que ele notou ― através daquele gesto ― que estava ansiosa e doida para conversar.

Marcos ergueu o pulso e checou as horas. Faltavam cinco minutos para as sete, e se não quisesse ficar preso no trânsito, teria que correr.

― Bem, eu vou indo ― comentou, dobrando o jornal e se levantando para beijar a testa dela. Ângela sorriu, derrotada com a falta de informações, e o abraçou.

— Você está muito lindo! Vê se não vai ficar dando bola para as bonitinhas da empresa, ouviu?

Marcos deu um sorriso torto para ela e arqueou as sobrancelhas sugestivamente.

― Vou tentar ― respondeu com malícia, antes de beijá-la e sair. Ângela quis segui-lo, mas não o fez. Aquele era um grande passo para Marcos e reconhecia que ele precisava dá-lo sozinho.

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Oieeee!

Só eu amo esses dois quando demonstram seu amor? Ou vocês também?

Como será essa visita do Marcos à empresa do pai?

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