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Capítulo 35

Para vocês não sofrerem com a espera, segue o capítulo seguinte, com muitas emoções e tretas para vocês!

Não esqueçam de votarem e né contar o que acharam.

Bjs


Fazia cerca de uma hora que Ricardo havia dado entrada com Vítor no hospital quando Ângela irrompeu no setor pediátrico, molhada da cabeça aos pés e ofegando por ter subido as escadas correndo. Tanta coisa havia dado errado naquele dia que ela preferira não usar o elevador.

Ao ver o cunhado, a jornalista correu até ele com um olhar repleto de angústia, medo, alívio e gratidão.

— Fique calma, vai dar tudo certo — disse ele, envolvendo-a em seus braços para confortá-la. — Os médicos estão cuidando dele.

Puxando o ar rapidamente para os pulmões, Ângela se afastou do abraço e buscou os olhos dele.

— Vítor — foi a primeira coisa conseguiu dizer. — O que...

— É meningite bacteriana. O médico acabou de me dizer.

— Mas... — As pernas de Ângela amoleceram e Ricardo a amparou novamente, passando os braços por suas costas. Ela não chegou a cair, mas saiu do ar por alguns segundos, tomada por pensamentos apavorantes. Perder Vítor era sem dúvida o pior deles e só de imaginar aquilo seu coração falhou. Havia perdido a mãe que amava muito e o pai, seu companheiro e melhor amigo. Não suportaria se também tivesse que perder o filho.

Passado o momento de pânico, e temendo o rumo dos próprios pensamentos, tentou se lembrar de alguma coisa que fosse útil para os médicos e recapitulou os últimos dias, buscando na memória onde Vítor poderia ter entrado em contato com pessoas doentes. Logo percebeu que seria impossível, porque eles tinham estado em muitos locais movimentados como a festa da escola, shoppings, ruas de comércio, e inclusive no metrô.

Ao perceber que suas memórias provavelmente não a ajudariam a descobrir como aquilo acontecera, perguntou a Ricardo o que o médico havia comentado sobre a doença e sua forma de contágio.

— Parece que esse tipo da doença pode ser transmitido pelo contato com alguém infectado ou surgir de uma infecção no próprio organismo. Você não disse que ele esteve gripado? Talvez a gripe tenha abalado o seu sistema imunológico e isso tenha facilitado a entrada da doença.

— Eu preciso vê-lo. — Ângela olhou em volta, imaginando para onde deveria ir.

— Agora será impossível, mas já avisei aos médicos que a qualquer momento você chegaria e que iria querer conversar pessoalmente com eles. Precisa ficar aqui e esperar alguém voltar com novidades.

— Eu não posso ficar aqui sem fazer nada, Ricardo! Ele precisa de mim — lamentou ela, sofrendo por ter lutado tanto para chegar ali e ainda ter que esperar mais para ver o filho.

— Eu sei, mas há várias pessoas cuidando dele e é isso que importa. Tente ficar calma. Em breve alguém aparecerá com notícias, e então você poderá vê-lo.

Ângela concordou porque sabia que era a única coisa que podia fazer naquele momento. Ricardo acariciou o seu rosto e seus olhos voltaram a se encontrar. Foi quando ela notou o olho machucado começando a ficar roxo e a bochecha inchada dele.

— O que houve com você?

— É uma longa história — Ricardo desconversou, e para distraí-la, contou-lhe que havia levado o sobrinho para o hospital de helicóptero.

— Ele ficou com medo? — perguntou, aborrecida com o fato de o filho ter passado por mais uma experiência difícil sem a sua presença.

— Não, ele foi muito corajoso. Eu é que me borrei todo e acho que ele percebeu, porque me olhou nos olhos e apertou a minha mão.

Ângela sorriu apesar das lágrimas, orgulhosa do seu pequeno corajoso.

Ricardo também sorriu e não comentou que Vítor havia perdido a consciência logo após o helicóptero pousar, nem que ele havia recebido os primeiros socorros lá mesmo, no heliponto do hospital. Não pretendia esconder para sempre a informação, mas sabia que revelá-la naquele momento não faria bem a ela.

Vários minutos se passaram, e como não viu Ângela fazer ou receber nenhuma ligação, Ricardo se viu obrigado a perguntar:

— Marcos sabe sobre Vítor?

Ângela enrijeceu na cadeira ao lado.

— Provavelmente não — respondeu com mágoa, encarando a parede à frente e evitando o seu olhar.

— Precisa contar a ele — pediu. Apesar de não estar animado em ver o irmão novamente depois do que havia se passado entre eles naquela tarde, reconhecia que ele tinha o direito, e dever, de estar ali.

Com um olhar aborrecido, Ângela desabafou:

— Foi o que eu tentei fazer durante o dia inteiro por telefone, mensagens, e-mails... Ele não me atendeu, nem me ajudou, e ainda sumiu do mapa. Minha vontade é não avisá-lo coisa nenhuma. Ele que dê um jeito de nos encontrar quando sentir a nossa falta.

— Ligue para ele — Ricardo insistiu, e como não houve resposta, ressaltou: — Por Vítor... É a coisa certa a fazer.

Após um breve momento de hesitação, Ângela resignou-se e foi à recepção do setor pediátrico, onde ligou para casa.

***

Marcos chegou em casa por volta das seis e foi direto para o banho tentar melhorar se não o seu humor, ao menos a sua aparência. A camisa, respingada de sangue, foi jogada no chão. Após uma ducha rápida, deitou-se no sofá e acabou adormecendo em frente à TV, acordando somente uma hora depois, quando passava das sete. A casa estava escura e ele se deu conta, surpreso, de que Ângela e Vítor ainda não haviam chegado. Seu cérebro deu um clique e ele de repente se lembrou de como a esposa parecia desesperada pela manhã. Imediatamente ligou para o celular dela, que estava desligado. Optou por ouvir os recados da secretária eletrônica, em busca de alguma informação, e após três recados sem importância, finalmente ouviu a voz dela:

Marcos, sou eu. Estou com Vítor no hospital e ele não está nada bem. Venha para cá imediatamente.

Não havia nenhum detalhe na mensagem fria e objetiva que revelasse o que estava acontecendo, e não saber o que o filho tinha e qual era o seu estado deu margem a ele para todo tipo de pensamento.

Os trinta minutos do instante em que ouviu o recado até chegar ao hospital foram os piores da sua vida.

***

Na UTI pediátrica, Ângela viu o filho pela primeira vez desde que o deixara adormecido na casa da sua sogra pela manhã. Tanta coisa havia acontecido no espaço daquelas horas que parecia que não o via há dias.

Vítor dormia profundamente. Ele estava medicado e, segundo os médicos, seria preciso aguardar os antibióticos fazerem efeito. Somente no dia seguinte seria possível saber que tipo de bactéria causara a meningite; por ora eles não podiam fazer mais nada.

— Oi, meu amor! — sussurrou no ouvido dele com a voz embargada. — A mamãe está aqui agora. Vai ficar tudo bem... — Beijou-o em sua testa febril e nas bochechas. — Não vou mais sair de perto de você, eu juro!

Poucos minutos se passaram até que uma enfermeira alta e robusta se aproximou e pediu a ela para deixá-lo descansar. Relutante, ela a obedeceu e caminhou para fora como se tivesse bolas de ferro presas aos pés.

— Eu odeio a UTI — disse a Ricardo, que a esperava na porta para escoltá-la de volta até a sala de espera. — Você não pode ficar com aqueles que ama no momento em que mais precisam de você. Eu não merecia ser enxotada depois de tudo o que sofri para chegar aqui — desabafou, respirando fundo para controlar a tristeza. — Ele é tão pequeno e está passando por tudo isso sozinho...

— Ele não está sozinho — Ricardo afirmou, segurando os ombros dela. — Ele tem vários médicos e enfermeiros cuidando dele, além do maior de todos os médicos. Sabe a quem estou me referindo, não sabe?

— Eu sei — disse Ângela, lembrando-se de seu pedido a Deus naquela tarde, e da paz interior que sentiu em seguida.

— E ele também tem a nós. Estamos juntos nessa e não vamos a lugar algum — completou Ricardo, reparando nas olheiras profundas da cunhada. Na sua opinião, elas não a deixavam menos bonita, apenas um pouco mais vulnerável.

— Vou buscar algo para você comer — anunciou assim que eles chegaram à sala de espera. Suspeitava que ela não tivesse comido o dia todo e tinha razão.

— Tudo bem — ela concordou, não porque sentisse fome, mas porque sabia que precisava comer para continuar tendo forças para apoiar o filho. — Pode trazer qualquer coisa, só não deixe de trazer também um café bem forte — pediu.

Ricardo saiu e Ângela se sentou novamente. Enquanto o esperava, fechou os olhos para tentar acalmar sua dor de cabeça e pensou em Marcos.

Onde aquele imbecil está?

Como se houvesse se materializado ali, ele surgiu de repente, correndo e chamando o seu nome:

— Ângela!

Não, é a Chapéuzinho Vermelho, pensou em responder ao abrir os olhos, porém, apertou os lábios em uma linha fina e não disse nada.

— O que está fazendo aqui? Por que não está com Vítor? — Marcos quis saber. Eram apenas perguntas de quem estava tentando entender o que se passava, mas para Ângela, cada palavra dele soava como uma afronta que merecia uma resposta indelicada.

— Não sei se você sabe, mas eles não permitem acompanhantes na UTI.

Marcos ficou branco feito um papel e por um segundo, apenas para satisfazer a raiva, Ângela se permitiu sentir prazer com a aflição dele. Foi um segundo em que pôde assisti-lo passar pelo que havia passado o dia todo, mas o momento passou e ela respirou fundo para contar a ele o que havia acontecido.

― Vítor contraiu meningite bacteriana.

— Como ele está? — perguntou ele, prendendo a respiração e temendo pelo que ouviria.

— Dormindo.

Sabendo que estava sendo punido por não tê-la atendido, Marcos respirou fundo e tentou controlar a própria irritação.

— Não foi isso que eu perguntei.

— Eu não sei ao certo. Disseram que temos que esperar as primeiras horas para ver como ele responderá ao tratamento. Se tudo correr bem, ele começará a melhorar em poucas horas.

— Como assim, se tudo correr bem? — Marcos se exaltou. — E se não correr, o que pode acontecer? — perguntou, levando as mãos à cabeça. O pensamento de perder o filho o tinha deixado tonto.

Ângela levantou seus olhos raivosos para o marido e o encarou pela primeira vez, reparando em seu lábio cortado e no inchaço de seu rosto. Ligou imediatamente o que via aos hematomas de Ricardo e estreitou os olhos. Nesse momento, a voz do cunhado antecedeu sua chegada da cantina:

— Espero que goste de croissants. Quanto ao café, só tinha expresso... — Ricardo se aproximava, mas a visão de Marcos no meio da sala de espera o fez parar.

— O que faz aqui? — disparou o jornalista. — Pensei que tivesse sido claro quando disse que queria você longe da minha família!

— Ele está aqui porque eu pedi — rebateu Ângela, colocando-se entre eles. — E ele sempre fará parte da MINHA família!

— Vai defendê-lo agora? — Marcos criticou. — Que palhaçada é essa? — Olhou novamente para Ricardo. — Vá embora! Você não é bem-vindo aqui!

— Ele é muito bem-vindo aqui, uma vez que foi ELE quem socorreu Vítor e o trouxe para cá quando ninguém mais me ajudou! — Ângela gritou. — Não se atreva a expulsá-lo, você não tem esse direito!

— O quê? — Pela primeira vez Marcos recuou. Confuso, quis perguntar "Por que ele?", mas no fundo já imaginava: porque o pai de Vítor estava ocupado demais para prestar atenção nele ou em qualquer outra pessoa.

Uma enfermeira loira de cabelos cacheados e olhos fortemente delineados interveio, sem que ninguém a tivesse visto chegar:

— Que gritaria é essa? Vocês sabiam que estão na ala pediátrica do hospital? — esbravejou com a voz baixa e enfática. Ângela recuou um passo e se desculpou, assim como Marcos. — Se querem discutir, vão até a capela. A acústica de lá é ótima e ninguém poderá ouvi-los se matando — finalizou ela, antes de deixá-los.

— Não vou a lugar algum. — Ângela se jogou na cadeira e Marcos sentou-se ao seu lado. Ricardo, que continuava com o salgado e o café nas mãos, sentou-se de frente para eles e por alguns minutos só se ouviu o barulho costumeiro de hospital: máquinas apitando, enfermeiras apressadas, telefones sendo atendidos, crianças chorando...

— Por que você mesma não trouxe Vítor? — Marcos quebrou o silêncio. — Onde estava que não pôde fazer isso?

— Eu estava na porcaria de um congestionamento, Marcos, lutando para vir para cá e tentando encontrar alguém que pudesse me ajudar enquanto ele só piorava — Ângela respondeu, elevando novamente a voz, justo na hora em que a enfermeira que lhes dera bronca estava passando. A mulher parou, fazendo-a se encolher na cadeira.

— É sério, se vocês não pararem agora mesmo, vou chamar a segurança do hospital para tirá-los daqui — ameaçou.

— Desculpe. Isso não vai se repetir — disse Ângela.

A enfermeira a encarou por alguns segundos e saiu novamente. Assim que ela sumiu de vista, Ricardo falou pela primeira vez desde que voltara da lanchonete:

— Acho que seria melhor vocês irem até a capela para conversar.

— Eu não vou sair daqui — Ângela respondeu. Marcos apenas negou com a cabeça, recusando-se a olhar para o irmão. Não estava pronto para encará-lo depois da briga daquela tarde, e dos fatos recém-descobertos daquela noite.

Ricardo foi até a cunhada e lhe entregou o café.

— Vá com ele — pediu. — Eles disseram que Vítor irá demorar a acordar e em todo caso estarei aqui e prometo avisá-los se alguém aparecer com notícias.

O casal se entreolhou brevemente. Embora nenhum deles quisesse sair dali, compreenderam que precisavam daquela conversa e se deram por vencidos.

A capela era pequena, e como dissera a enfermeira, bem fechada. A luz branca do corredor que atravessava os vidros da porta, e algumas velas, eram a única iluminação do ambiente. Ângela entrou na frente e bebeu de uma vez seu café enquanto esperava Marcos entrar e fechar a porta.

— Pergunte o que quer saber — exigiu, controlada e fria. Marcos tentou ignorar o desprezo em sua voz e o incômodo que aquilo lhe causava.

— Quando me ligou de manhã... — começou, relembrando as tentativas de ligações dela.

— Eu estava em Campinas — Ângela explicou, e vendo a surpresa nos olhos dele se lembrou de que não havia comentado sobre a sua grande reportagem de capa.

— O que você queria? — Marcos perguntou, embora no fundo soubesse a resposta.

— Que diferença isso faz agora?

— Por favor — ele insistiu. Precisava preencher as lacunas e saber exatamente o que estava acontecendo.

Dando de ombros, Ângela explicou:

— Vítor não estava bem e eu precisava que você o visse para mim. Por isso liguei, ou "tentei" te ligar, até a porcaria do meu celular descarregar.

— Você devia ter me dito que estava fora da cidade. — Marcos passou as mãos pelo cabelo.

— E que chance eu tive, se você desligou o telefone na minha cara e não atendeu a qualquer outra ligação minha? — rebateu ela.

— Antes, em casa — ele explicou. —, nós tomamos café juntos e você não me disse nada sobre sair da cidade.

— Ah, quer dizer que agora eu sou a errada? — Ângela aproximou-se com a clara intenção de confrontá-lo. — Porque você me conta tudo. Certo? O que era tão importante que não podia sequer atender a uma ligação urgente da sua mulher? Espere, não precisa responder, tinha a ver com aquele seu projeto, não tinha?

— É. Tinha. — Marcos desviou os olhos, arrependido de ter começado aquela conversa e prevendo o rumo que ela iria tomar.

— E não foi hoje que tomamos café juntos? — continuou ela. — Por que, se bem me lembro, você não me disse que estaria ocupado até para o Papa!

Marcos não respondeu, mas sua irritação crescia a cada palavra carregada de sarcasmo que saía da boca dela.

— É verdade, eu não contei. Estava nervoso e não quis falar sobre o assunto. Mas você também errou em sair da cidade sem me dizer nada. Se eu soubesse...

— O quê? — Ângela o desafiou a continuar. — Você estaria tão ocupado que nem se lembraria de onde eu estava ou prestaria atenção ao que eu tinha a lhe dizer. Porque a verdade, que eu enxerguei hoje, é que você só se preocupa consigo mesmo. Tudo o que você faz é pensando em seu próprio umbigo — afirmou, cheia de mágoa e ressentimento.

— Não diga isso...

— Estou mentindo? Por acaso tem se preocupado com alguém além de si mesmo? Há quanto tempo você não faz nada além de ficar remoendo os seus problemas sozinho?

— É porque eu não tenho a necessidade de ficar falando de qualquer coisinha que me aborrece — cutucou ele, abandonando a paciência.

— Não, você não tem. Eu só tomo partido dos seus problemas quando você precisa de um saco de pancadas para descarregá-los. É aí que eu entro, nessa hora sou útil.

— Está tão brava comigo porque assim não precisa assumir sua responsabilidade nisso — Marcos disparou, parando a poucos centímetros dela.

— Do que está falando?

— Você está P. da vida por eu não ter atendido suas ligações, mas não é você que resolve tudo sozinha? Que é autossuficiente e onipresente?

Ângela ficou surpresa com a acusação dele e esboçou uma careta

— Como é que é?

Marcos a pegou pelo braço com força e a trouxe para perto do seu corpo.

— É isso mesmo! Por anos, mesmo quando eu não tinha essa droga de jornada dupla, você sempre cuidava de tudo. Nem uma empregada podemos ter, porque a verdade é que você adora assumir tudo para si e bancar a mártir. Aí, quando alguém não te dá atenção e espera que resolva o que quer que seja sozinha, porque está na reunião mais importante do ano e que pode significar o emprego de muita gente, você surta? Faça-me o favor, Ângela! Posso ser um babaca, sei disso; ferrei com a nossa vida e tudo o que eu toco ultimamente vira bosta, mas você não pode exigir que eu seja presente e esteja sempre atento quando não deixa ninguém te ajudar!

Ângela ficou boquiaberta com aquela declaração, mas se recompôs rapidamente para o contragolpe:

— Diga o que quiser, mas não se eximirá da culpa, porque o seu filho pode morrer porque não atendeu àquela droga de ligação. Se isso acontecer, e eu espero de coração e com toda a minha fé que não aconteça, talvez se sinta melhor sabendo que foi porque estava em uma reunião tão importante.

Marcos não disse nada, impactado com as palavras cruéis e honestas de sua esposa. Ângela baixou os olhos por um momento, também impactada com o teor daquela discussão, e continuou:

— Por anos eu não te pedi nada. Fiz tudo sozinha como estava acostumada porque acreditava que assim estava te ajudando. Você era tão importante para mim que eu não queria que perdesse as oportunidades que surgissem por ter escolhido ficar comigo. Eu quis que você tivesse a melhor vida possível porque eu te amava. — Fez uma pausa. — Fiz de tudo para ajudá-lo durante todos esses anos, e na única vez em que realmente precisei, não pude contar com você. Não faz ideia de como foi estar naquele congestionamento, sem celular, na chuva, querendo desesperadamente chegar e sem ninguém para me ajudar. Minha sorte, por assim dizer, foi que Ricardo me atendeu e fez tudo o que estava ao seu alcance para pegar Vítor e trazê-lo para o hospital. ELE é a razão de Vítor não estar pior do que está, e sabe o que me dá mais raiva nisso tudo? Ter tentado tanto ligar para você quando eu poderia ter ligado direto para ele.

O silêncio de Marcos anunciou que o alvo havia sido atingido, e sabendo que não havia mais nada a ser dito de nenhuma das partes, Ângela deu as costas e se afastou. Assim que fechou a porta atrás de si, recostou-se na parede ao lado para tentar se recompor. Sentia-se horrível pelas palavras que cuspira no momento da raiva, mas parecia que anos de ressentimento haviam se juntado e explodido sobre eles de uma só vez. Seria difícil imaginar o destino do seu casamento daquele dia em diante. O que sabia com toda a certeza era que, qualquer que fosse o sentimento para defini-lo naquele instante, não era amor.

--
Agora a coisa desandou de vez. Pelo menos a Ângela disse tudo o que vinha segurando para o Marcos. Se ele não mudar depois dessa, eu mesmo entro no livro e acabo com ele.
E o Vítor, tadinho. O que será que vai acontecer?

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