Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 30

Ângela acordou no dia seguinte ao jantar romântico que não aconteceu com uma enorme dor de cabeça, o estômago embrulhado e sentindo muita sede. A primeira coisa que percebeu ao desligar o despertador do celular foi que estava completamente vestida. Seu travesseiro estava manchado de batom e não conseguia se lembrar de como havia ido parar na cama. Recapitulou as cenas, e a última coisa da qual se lembrou foi de estar na poltrona, um pouco alta pela bebida, e de sentir sono enquanto tentava compreender o episódio de uma novela que não acompanhava. Não imaginava que tivesse ficado tão ruim a ponto de não se lembrar de caminhar até o quarto. Fechou os olhos para ver se a memória voltava, mas foi em vão.

Burra, castigou-se em pensamento, furiosa por ter preparado um jantar maravilhoso para um homem que não apareceu, quando poderia ter jantado com Ricardo como antes e passado horas agradáveis na sua companhia. Marcos se mexeu ao seu lado. Ele dormia de bruços e a vontade que sentiu de bater nele só não foi maior que o latejar de sua cabeça. Arrastou os pés até o banheiro antes que realizasse seu desejo e o machucasse fisicamente. Tomou uma ducha morna, vestiu uma calça jeans clara, a camiseta amarela do Bob Esponja que só usava em casa, calçou um par de sandálias rasteiras, penteou os cabelos molhados e foi para a cozinha preparar o café. Não teria que sair do escritório naquele dia e não estava dando a mínima para a sua aparência. Caso alguém — vulgo Renata — implicasse demais, colocaria a camisa de seda preta e o par de scarpins que guardava em seu armário para emergências como aquela. Caminhou devagar até a cozinha, e após ligar a cafeteira, retirou a mesa do jantar, intacta a não ser pela garrafa cujo líquido era a causa da sua ressaca. Ao terminar, pegou uma tábua de frios e começou a picar algumas laranjas para a salada de frutas que pretendia enviar como sobremesa na lancheira de Vítor. Sentia-se patética pela noite anterior e desejava que Marcos tivesse esquecido sua mensagem — como parecia ter acontecido — e não tivesse reparado nem na mesa de jantar, nem nas roupas com as quais ela havia dormido. Não queria vê-lo naquele dia. Ao longo dos últimos meses, bancar a distante havia sido um refúgio para mascarar a carência e a decepção a que era frequentemente exposta em seu casamento. Ao tomar a iniciativa para uma reaproximação, tinha baixado a guarda, ficando vulnerável. Agora sentia tudo em dobro.

Para seu desconforto, Marcos surgiu instantes depois. Assim que o viu, desviou os olhos para as frutas que picava.

— Bom dia! — ele disse com a voz neutra, passando por ela para ir à cafeteira.

— Bom dia! — respondeu de forma seca, e se odiou por ser tão óbvia. Estava furiosa, mas não queria explodir e brigar. Precisava se lembrar de que estava tentando algo diferente da raiva.

— Você dormiu bem? — Marcos perguntou, tentando puxar assunto e ser gentil.

— Dormi.

— A que horas dormiu? — insistiu ele num tom casual, percebendo que ela não estava a fim de conversar.

Ângela respirou fundo, colocou os pedaços de laranja em uma vasilha e passou a picar as maçãs com um pouco mais de força, tentando esquecer o fato de que estava em seu pior humor e com uma faca na mão.

— Umas nove e meia — respondeu, pois era o último horário de que se lembrava. — Tomei muito daquele seu vinho e fiquei com sono, então fui para a cama.

— Ah, você foi? — Marcos perguntou, observando a força que ela fazia para se controlar. Seria cômico, se não fosse triste. — Notei que dormiu de vestido — comentou.

— É porque eu fiquei com preguiça de tirá-lo e me deitei do jeito que estava. Eu fui ao shopping com Vítor ― informou. ― Fiquei com preguiça, porque se eu tirasse o vestido, teria que tirar a maquiagem, hidratar o rosto e tal...

Marcos compreendeu naquele momento que a atitude dela não tinha nada de indiferença, pois se fosse mesmo indiferente a ele, ela não teria preparado um jantar romântico e, caso o fizesse, não estaria se empenhando tanto em mentir. Aquilo só podia significar o quanto estava magoada.

— Mentirosa — afirmou, dando um passo e parando próximo às costas dela. Ângela olhou para ele, mas continuou onde estava. — Você não foi ao shopping coisa nenhuma. Estava aqui, preparando um jantar para nós dois. E você não se lembra de como foi parar na cama, ou saberia que eu a carreguei no colo até lá.

— Você o quê?

— Eu te peguei na poltrona, onde estava apagada, e a levei para a cama. Vi a mesa posta para o jantar, as velas, e a minha garrafa de vinho, que você gentilmente usou para se embebedar enquanto me esperava.

Ângela voltou-se para a frente e apoiou as mãos no balcão. Respirou fundo, humilhada e ressentida. Quando conseguiu organizar os pensamentos, disse:

— Bem, você me pegou. Eu estava mesmo aqui, preparei mesmo um jantar para nós dois, e não fazia a mínima ideia de como tinha ido parar na cama até agora. Assumo tudo isso e o que mais quiser que eu assuma. Está feliz agora?

— Não.

No silêncio que se seguiu, Marcos tentou entender porque Ângela se esforçava tanto para minimizar o ocorrido, e Ângela se esforçou não desmoronar. Ela acreditava que sua única saída era não se importar; ou eles voltariam à fase das brigas intermináveis.

— Eu preparei um jantar porque fiquei com vontade — afirmou, ainda sem olhar para ele. — Não é nada de mais. A culpa foi minha.

Marcos ficou furioso.

— Droga, Ângela! A culpa foi sua sim, mas também foi minha. Diga isso, grite comigo por não ter aparecido, mas, pelo amor de Deus, não finja que não liga!

— Eu não ligo — Ângela retrucou, e se concentrou em picar o restante das frutas. Não podia embarcar na onda dele; se o fizesse, sabia como aquilo ia terminar.

— Não liga o caramba, você está P. da vida!

Ângela bateu a faca com força na tábua. Sua paciência não ia aguentar muito tempo.

— O que quer que eu diga, Marcos? Por que não me deixa em paz? Tentei fazer algo por nós ontem e você não deu a mínima. Por que é tão importante que eu me descabele por isso? Já passamos dessa fase, não se lembra? Foi no começo do ano, quando tudo que você fazia me importava.

— E agora nada mais importa? — Marcos questionou, sentindo-se desafiado.

— Não.

— Não importa que eu tenha respondido a sua mensagem sem nem ao menos prestar atenção nela? — provocou.

— Não.

Marcos se aproximou um pouco mais, colando-se a ela. Ângela o ignorou e continuou sua tarefa, se esforçando para permanecer impassível.

— E não importa o fato de que, quando terminei o trabalho, preferi ir para um bar relaxar, ao invés de vir para casa?

Silêncio. Inspiração profunda. Expiração lenta.

— Não.

— Também não importa que eu tenha passado uma noite agradável com outra pessoa e que só tenha me lembrado de vir para casa muito tempo depois?

Ângela não respondeu. Seu corpo começava a ter espasmos e ela respirava cada vez mais lentamente para se controlar e não dar a ele o que lhe pedia.

— E você não quer saber com quem passei a minha noite agradável, bebendo e conversando, ao invés de jantar com você?

Ângela novamente não respondeu. Estava no seu limite e não entendia porque ele a estava ferindo daquele jeito depois de ter lhe dado um bolo.

— Eu estava com Gisele — Marcos declarou com a voz lenta e provocante. Ângela bateu a faca com força na tábua e virou o corpo para ele, tomada pela fúria que vinha tentando controlar.

— Seu desgraçado! — gritou, esmurrando-o no peito seguidas vezes, até ele segurar seus pulsos com força e obrigá-la a olhar em seus olhos. As lágrimas que ela vinha contendo rolaram com força, uma após a outra. — Por que está fazendo isso comigo?

— Porque eu quero que me diga o que está sentindo — Marcos explicou, aliviado em ver as lágrimas que provavam que ela ainda sentia algo, e que talvez seu casamento não estivesse perdido.

— Raiva! É isso que estou sentindo! — foi a resposta dela, os olhos brilhando com aquele e vários outros sentimentos.

Marcos ia dizer algo quando notou o sangue escorrendo da mão dela para as suas.

— Droga! — praguejou, adiantando-se para lavar as próprias mãos e ajudá-la com o ferimento. Só então Ângela percebeu o que estava acontecendo. Num movimento rápido, Marcos empurrou a tábua com a faca e as frutas de qualquer jeito para dentro da pia, ergueu Ângela nos braços e a sentou no balcão, direcionando sua mão cortada para baixo da torneira aberta.

— Ai! — ela reclamou quando a água atingiu o corte e começou a lavá-lo. Marcos pegou um pano de prato limpo em uma das gavetas e o enrolou na mão dela para estancar o sangue enquanto procurava a caixa de primeiros socorros. — Eu gostava desse pano — Ângela murmurou quando ele terminava de amarrá-lo. Naquele momento nenhum deles se lembrava da briga de antes. Marcos pegou o que precisava, tirou o pano ensanguentado, lavou novamente o corte e se pôs a fazer um curativo mais elaborado. Quando terminou, minutos depois, parou e observou seu trabalho.

— Não foi tão fundo, acho que não precisará de pontos — comentou, buscando os olhos dela.

Ângela tinha o rosto úmido pelas lágrimas de antes e o encarava com mágoa.

Ao menos os seus olhos não demonstram indiferença, pensou ele, e só então percebeu que eles estavam no balcão, na mesma posição em que haviam feito amor um ano antes, quando suas brigas duravam pouco e eles eram felizes. Lembrou-se do ciúme que ambos tinham sentido naquela noite, do vestido provocante, e da paixão que os consumira. Estendeu a mão para tocá-la e limpou suas lágrimas sem desviar os olhos dos seus.

— Sinto muito por ontem. Eu estava ocupado quando me mandou aquela mensagem e acabei me esquecendo dela. Fui a um bar com Gisele e tomamos alguns drinques para comemorar, porque finalizamos aquele nosso projeto e o deixamos pronto para ser apresentado. Quando cheguei e vi o que você tinha feito, me senti péssimo.

Por alguns segundos, Ângela apenas digeriu aquelas informações.

— Por que ficou me provocando? — perguntou por fim.

— Porque eu precisava saber se você ainda me ama. Nos últimos tempos, tenho a sensação de que posso morrer na sua frente que você nem vai notar, e isso está acabando comigo.

— Bem-vindo ao meu mundo — Ângela declarou, incapaz de se conter. Não queria provocá-lo, mas estava cansada de massacrar seus sentimentos como se eles não significassem nada.

Marcos pareceu chateado.

— É essa a impressão que tem tido de mim? Há quanto tempo sente isso?

Desde o dia em que seu pai morreu.

— Há bastante tempo...

— Pois saiba que eu me importo.

Ângela baixou os olhos, magoada demais para perdoá-lo naquele momento. Marcos pensou por alguns segundos e teve uma ideia para remediar aquela situação. — O que acha de sairmos neste fim de semana? E não diga que já tem compromisso, sabe que precisamos de um tempo longe de tudo. Seremos apenas nós dois e Vítor, ninguém mais.

Negar foi o primeiro impulso de Ângela. Não queria estar perto dele, nem ir para lugar algum. Então, se lembrou da conversa com Melinda sobre os lados do muro e acabou concordando.

— Pode ser. Para onde vamos?

— Que tal a casa de Ilhabela?

Marcos sabia o quanto ela adorava a casa de praia que agora lhes pertencia, e que se algum lugar a faria se sentir melhor, seria aquele.

— Tudo bem — ela concordou. Marcos sorriu.

— Ótimo! Prepare tudo para sairmos hoje à noite.

Ângela assentiu e ergueu os olhos para ele. Marcos pensou no que fazer e constatou que só havia uma coisa a dizer:

— Obrigado!

— Pelo quê?

— Por ainda se importar.

---

Se tem algo em que o Marcos é realmente bom, é em perturbar a Ângela. Ele quis testar os sentimentos dela porque está sentindo que está perdendo a amada.
Será que essa viagem vai ser boa? Eu espero que sim.
Continuem curtindo e comentando. Bjs 😘

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro