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Capítulo 29

Na noite em que Marcos voltou, ele estava cansado e dormiu cedo. No dia seguinte, Ângela saiu antes que ele acordasse e eles não tiveram nenhum contato exceto na hora do almoço, quando ela enviou um SMS para ele, perguntando se ele podia ir jantar em casa, às 20h. Ocupado com alguns relatórios, Marcos leu a mensagem rapidamente e respondeu com um automático "sim". Seu projeto de reestruturação da empresa estava praticamente finalizado, de forma que passou o dia todo o estudando e corrigindo alguns pontos que acreditava poderem ser melhorados. Quando terminou, era quase sete da noite e pensou em ir para casa, mas logo desanimou. Seu casamento estava péssimo, e nos últimos tempos Ângela andava distante, só falava quando lhe perguntava algo ou para conversar banalidades a fim de preencher o vazio, sem nunca olhar em seus olhos. Ela havia se tornado fria e aquilo o incomodava muito, por isso, em vez de ir para casa, preferiu sair com Gisele para comemorar a finalização do projeto, sem se lembrar do compromisso que havia assumido anteriormente.

O bar de estilo europeu onde Marcos levou a assistente possuía ambiente agradável e informal, com pequenas luminárias amarelas dispostas na parede de tijolos à vista, entre as janelas. A maioria das mesas ficava disposta abaixo delas, e havia um balcão de carvalho onde dois barmans preparavam bebidas para as pessoas empoleiradas nas banquetas. Dois garçons grandes e morenos, além de uma garçonete pequena, pálida e ruiva, atendiam as mesas.

Marcos reparou em Gisele. Vestindo um terno vermelho justo, com o casaco aberto, uma blusa de seda branca e dois colares de pequenas contas delicadas, ela sorria com a jovialidade que ele costumava ver em Ângela. Mas Gisele não tinha um filho pequeno e um casamento em frangalhos com que se preocupar, refletiu. Talvez por isso seus sorrisos fossem fáceis, ao menos quando estava destituída de sua fachada formal.

— Eu nem acredito que terminamos — disse após algum tempo, se aconchegando na cadeira estofada da pequena mesa para dois. Ergueu seu copo de conhaque e o parou no ar. — Brindemos a isso.

Gisele fez o mesmo com seu drinque de frutas e eles brindaram.

— Ao nosso projeto — disse Marcos. — E a melhor assistente que eu já tive.

— Obrigada! — Gisele olhou para ele e sorriu. — Confesso que no começo não gostei da ideia de trabalharmos juntos. Achava que seria um grande desperdício do meu tempo e que você só me traria problemas. Ao longo do ano minha opinião mudou e hoje fico feliz em dizer que conquistou não só o meu respeito, como também a minha admiração.

Outro motivo pelo qual Marcos gostava de estar com Gisele: ela era a única pessoa, naquele momento da sua vida, que não se encontrava decepcionada com ele.

— No fim das contas formamos uma boa equipe — declarou com um sorriso.

— É verdade — concordou Gisele. — E não adianta dizer que só está fazendo a sua parte e que não liga para a Essence, porque eu não acredito. Você teve coragem de dar um passo que ninguém quis dar para uma mudança necessária de gestão e isso pode salvar a empresa, se a diretoria aprovar o seu plano de ação e os novos produtos.

— É o "nosso" plano de ação e são os "nossos" produtos — corrigiu ele.

— Verdade. — Gisele pensou um pouco, tomou um gole da sua bebida, e declarou: — Se quer saber, foi quase tão bom trabalhar com você quanto era trabalhar com o seu pai.

Marcos assentiu, ligeiramente desconfortável, e olhou para o próprio copo.

— Falar dele te incomoda, não é? — Gisele comentou, pondo a mão sobre a dele. Haviam trabalhado juntos por tempo suficiente para ela saber que ele guardava mágoas profundas do passado. As pessoas que trabalhavam na Essence o julgavam por ter se afastado do pai por tanto tempo e enquanto acolhiam Ricardo como um deles, o tratavam com reserva ou animosidade. Gisele costumava pensar como eles até conhecê-lo melhor. Ela, Janice, e alguns membros da equipe secreta que haviam recrutado eram os únicos que realmente gostavam dele por quem ele era.

— Se me permite dizer uma coisa, e prometo que será a única que direi a esse respeito, seu pai ficaria orgulhoso de você, por tudo o que fez.

— Obrigado — disse Marcos, e olhou para a mão sobre a sua. Não queria pensar no pai, mas a declaração de Gisele lhe causou uma estranha emoção. Em um ano difícil onde tudo ruía, era bom ouvir algo positivo de alguém que respeitava. Ergueu os olhos para ela, e quando seus olhares se prenderam, desejou beijá-la como havia fantasiado várias vezes nos últimos meses, enquanto a crise em seu casamento se agravava. Notou que ela queria o mesmo, porém, nenhum deles se moveu. Após um momento de silêncio e constrangimento mútuos, afastaram as mãos e mudaram de assunto. Continuaram conversando sobre outras coisas e somente vez ou outra um olhava para o outro de forma mais prolongada e pensativa.

Depois de mais alguns drinques, quando ambos sentiam-se bastante relaxados, Gisele contou a Marcos sobre como conseguira a vaga de assistente de Felipe após discutir com ele por causa de problemas que sempre tinha por ele não assinar papéis importantes a tempo.

— Ele se desculpou comigo, assinou tudo o que eu precisava, e no dia seguinte, quando cheguei, descobri que havia sido promovida de auxiliar contábil para assistente dele. — Lembrou com um sorriso nostálgico. — Cheguei lá pensando que era uma brincadeira, e que na verdade seria demitida, e quando vi que era sério e perguntei a ele o motivo de me contratar como assistente, ele disse que era para nunca mais esquecer de assinar algum papel importante.

Marcos riu, achando aquilo a cara de seu pai, e Gisele o acompanhou em uma risada descontraída. Nesse momento, Ricardo entrou no bar e os viu. Ele parou, parecendo considerar ficava ou se dava meia volta, e por fim avançou, passando por eles sem lhes dirigir a palavra. Marcos ficou surpreso por ele estar ali e não na sua casa, afinal, toda quinta Ângela o convidava para jantar, o que era sempre um motivo para prolongar sua permanência na rua. Ficou irritado com a raiva muda que viu no olhar do meio-irmão e sabia bem o que ele estava pensando sobre os dois. O clima esfriou, e embora tentassem ignorá-lo, bastaram alguns minutos para decidirem encerrar a noite. Marcos pediu a conta, despediu-se da assistente e, enfim, foi para casa. Tão logo ele saiu, Gisele se aproximou da mesa de Ricardo e parou na frente dele.

— Posso saber o que foi aquilo? Agora você me despreza ou algo assim?

— Não foi você que eu desprezei. — Ricardo ergueu os olhos e encarou a jovem. — E não se preocupe, sou fruto de um caso entre uma mulher solteira e um homem casado; não vou te julgar. Eu apenas me importo com as pessoas que vão se machucar com essa história.

— Entendi. Você acha que Marcos e eu estamos tendo um caso. E como todos que pensam isso, está enganado.

— É difícil acreditar no que diz quando vejo vocês sorrindo um para o outro da forma como sorriam agora pouco, numa noite em que ele deveria estar com a família.

— Bem, talvez não tivesse que ver isso se me chamasse para sair de uma vez! — disparou Gisele, ofendida. — Assim eu teria a companhia de um cara solteiro para beber e conversar sem ser julgada como uma vadia destruidora de lares. Há anos vejo você olhar para mim, sem tomar uma iniciativa. Eu vivo para trabalhar, então não tenho muitos encontros, estou exausta após uma semana puxada, e me desculpe se acho que mereço relaxar um pouco e tomar uma bebida com a única pessoa que reconhece o meu valor dentro daquela maldita empresa! — Vestiu o casaco, e antes de sair disparou: — Você pode até não gostar do seu irmão, mas se existe algo que deveria aprender com ele é a ter mais atitude.

Antes que Ricardo dissesse qualquer coisa, Gisele havia partido, deixando-o tonto, surpreso, e se sentindo um imbecil.

***

A primeira coisa que Marcos notou ao entrar no apartamento foi o silêncio. Ainda não eram onze horas, mas aparentemente Vítor e Ângela estavam dormindo. A sala encontrava-se à meia luz e sobre a mesa de jantar havia comida, algumas velas e uma garrafa de vinho. A comida — salada de folhas, arroz verde e lasanha à bolonhesa — estava intacta. A garrafa de vinho se encontrava vazia.

— Droga! — praguejou, lembrando-se de uma mensagem de Ângela a respeito do jantar. Não que fosse o primeiro compromisso ao qual faltava com a família, ultimamente isso vinha se tornando um hábito, mas olhando para a mesa posta para dois, ficou convencido de que se tratava de algo mais que um simples jantar casual. E se ainda não tivesse certeza de que a esposa havia preparado um jantar romântico para eles, a visão dela adormecida na sua poltrona confirmaria suas suspeitas.

De forma desajeitada, com as pernas cruzadas e a cabeça apoiada em um ângulo bastante torto, ela dormia serena. Seu vestido era vermelho, de saia rodada e cumprimento um pouco acima dos joelhos; ela usava salto alto e os brincos pequenos de diamantes que ganhara dele no último Natal. Seu cabelo estava arrumado, o rosto maquiado e os lábios pintados com batom vermelho.

— Droga mesmo! — murmurou enquanto a observava, irritado por ela não ter sido mais clara em sua mensagem e antecipando mentalmente a briga que viria depois. Era terrível a sensação de estar sempre errado. Ângela, assim como os diretores da Essence que não confiavam em suas habilidades empresariais, quando pensava nele esperava pelo pior. Mesmo assim ela insistia, não conseguia entender o motivo.

— O que eu faço agora? — perguntou a si mesmo, afastando gentilmente uma mecha de cabelo do rosto da esposa, que nem se mexeu. Na certa, pensou, ela havia tomado todo o vinho de barriga vazia e ficado bêbada; não ao ponto de sair tropeçando pela casa, mas sendo acometida por um sono imediato e relaxante que a fez dormir antes que desistisse de esperá-lo e fosse para a cama. Temia acordá-la e iniciar a inevitável briga que teriam, ao mesmo tempo sabia que não podia deixá-la ali, toda torta, correndo o risco de acordar com torcicolo. Sem esperar mais, abaixou-se, passou um braço por suas costas, o outro por baixo de suas pernas, e a ergueu sem grande dificuldade. Ela gemeu baixinho e aninhou-se em seu peito enquanto era carregada pelo corredor. Marcos gostou da sensação de tê-la nos braços, indefesa e desarmada da frieza com que ultimamente o olhava. Deitou-a na cama, e começava a se desvencilhar quando ela se mexeu e abriu os olhos.

— Oi — cumprimentou-a. Seus rostos estavam tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro.

— Oi — ela respondeu com a voz rouca e piscou lentamente, mais adormecida do que acordada.

— Eu... Me desculpe por ter chegado tarde — Marcos se ouviu dizendo, surpreso ao perceber que falava sério.

— Eu bebi seu vinho preferido, então estamos quites — ela respondeu com um sorriso lânguido.

— Tudo bem. — Marcos sorriu e a acariciou no rosto com as costas da mão. Aproveitando os minutos que se seguiram até ela adormecer novamente, estudou seus sentimentos. Poucas horas antes havia desejado outra mulher e aquela não fora a primeira vez, mas ali, perto dela, o que sentia era diferente e maior do que qualquer coisa que já experimentara por outra mulher. Era algo que ia além do desejo, estava cravado em sua alma.

Se ao menos pudéssemos passar algum tempo juntos sem brigar, pensou. Nos últimos tempos Ângela vinha se mostrando cada vez mais indiferente e aquilo o aborrecia, porque apesar de todos os seus erros e de eles não se entenderem mais como antigamente, ela ainda era o seu porto seguro. Podia até ser culpado por estarem naquela situação, mas isso não significava que não tivesse sentimentos. Ela não era a única que se magoara naquela relação.

De qualquer forma, refletiu, inclinando-se para beijá-la de leve, ela havia tomado a iniciativa e feito algo. Precisava retribuir o favor.

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Oi, amores, turu bom?
Gostaram do capítulo? Marcos deu mais uma bola fora, mas ao que parece, ele está começando a acordar. Já estava na hora, não é?
Estou doida para postar os próximos, eles serão decisivos.
Se conseguir, posto mais um ainda hoje ou amanhã. Mas vocês precisam me ajudar, curtindo e comentando muito. Bjs 😘

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