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Capítulo 22

Quando o recesso de fim de ano chegou, Marcos agradeceu. Assim podia passar mais tempo com a família e descansar. Desde que começara na Essence, só conseguia conversar com a esposa e o filho pelo telefone, e-mail, SMS, ou qualquer outro meio digital. Quando chegava em casa, eles já estavam dormindo, e quando acordava para ir trabalhar, eles já haviam saído.

O Natal chegou e ninguém estava no clima para comemorações. Isso porque a data, tão importante para a maioria das famílias brasileiras, os fazia pensar em Felipe e sentir ainda mais a sua perda.

Melinda se recusou a dar uma festa, e se não fosse por Ângela, ela passaria a véspera de Natal trancada no quarto, sofrendo sozinha. A nora a convenceu de que eles deveriam ao menos jantar juntos e se encarregou, inclusive, de organizar o cardápio. Também pediu aos empregados da sogra que colocassem alguns enfeites e luzes pela casa. A decoração dos ambientes principais ficou discreta e aconchegante, sendo aprovada pela anfitriã, que apesar de não estar em seu melhor espírito natalino, não queria ter que explicar ao neto a ausência completa dos enfeites ou sua falta de vontade de comemorar o Natal naquele ano.

Sem querer ser invasiva demais, Ângela não convidou Ricardo para o jantar na casa de Melinda. Ligou para desejar a ele um Feliz Natal e o convenceu de que o melhor momento para ele entregar o presente de Vítor seria na manhã seguinte, esperando assim poder convencê-lo a ficar para o almoço.

O jantar só não transcorreu em silêncio porque Ângela procurou manter o clima leve. Vítor também interagiu o tempo todo fazendo perguntas que o pai e a avó tinham que responder. Ele falava alternadamente sobre o Menino Jesus e os presentes de Natal, mal se aguentando de ansiedade para abri-los.

Quando, em determinado momento, Vítor perguntou sobre o avô, todos largaram os talheres no prato e o encararam. Ângela deu um sorriso forçado, evitando os olhares de Marcos e Melinda, e lembrou o filho sobre a viagem do avô. Sério, ele demonstrava saber que todos o estavam enganando, mas não insistiu no assunto como ela achou que faria.

Mais tarde, durante a troca de presentes, Ângela aproveitou que o filho estava entretido com a avó e puxou Marcos para um canto. Lá lhe entregou uma caixinha retangular. Ele a abriu e encontrou uma caneta prateada com detalhes em preto.

— Uma caneta? — perguntou em tom de deboche. Acostumado à tecnologia, costumava resolver tudo usando aparelhos digitais como iPhones, tablets e notebooks.

— Eu achei que, agora que está trabalhando em uma empresa, iria precisar de uma — Ângela se justificou. — É para você assinar o que quer que tenha que assinar por lá. Ou, se preferir a explicação mais romântica, para que você escreva uma nova história.

Marcos encarou o objeto e sorriu para ela.

— Prefiro a primeira opção. A segunda é fresca demais.

— Ei! — Ângela deu um tapa no braço dele. — Nunca zombe do romantismo.

— Eu jamais faria isso — brincou ele, arqueando a sobrancelha e a enlaçando em um abraço aconchegante. — Obrigado!

Antes de irem embora, Ângela convidou — em tom de intimação — a sogra para almoçar com eles no dia seguinte.

***

Ricardo chegou às dez e meia e Ângela o recebeu, assim como Vítor, que correu na sua direção e agarrou o pacote que ele carregava antes mesmo de cumprimentá-lo. Ângela repreendeu o menino, mas ele já estava rasgando o papel e tirando a caixa que continha uma das novas pistas da Hot Wheels.

— O que você diz para o seu tio? — Ângela perguntou ao filho afoito. Vítor se levantou e correu para abraçar as pernas do tio.

— Obrigado, titio. — Virou-se para a mãe. — Mamãe, vou pedir para o papai montar a pista comigo.

— Seu pai está cansado, vamos deixá-lo dormir mais um pouco. O titio ajuda você.

Ricardo havia ido até lá apenas para entregar o presente do sobrinho; sem opção, acabou ficando um pouco mais. Enquanto Ângela corria com o almoço, ele brincava com Vítor. Melinda chegou, e após receber um abraço curto do neto, ficou em silêncio observando-os. Ricardo a cumprimentou e continuou dando atenção ao sobrinho.

Algum tempo depois, Marcos surgiu descalço, de bermuda de tactel e regata branca. Passava do meio-dia e ele secava os cabelos com uma toalha rosa que Ângela havia deixado no banheiro.

— Nossa, eu dormi tanto que achei que tivesse morrido — comentou, indo em direção a ela. A toalha atrapalhava seu campo de visão, de modo que levou um tempo até ele perceber a presença da mãe e do irmão. — Oi. Bom dia para vocês!

— Boa tarde! — Melinda fez questão de corrigi-lo.

Vítor correu até ao pai e o puxou na direção do tapete para lhe mostrar seu novo brinquedo.

— Olha, papai. O titio e eu montamos.

— Que legal! — disse Marcos, fingindo compartilhar da sua euforia.

— Vou mostrar como se faz. Primeiro você coloca o carrinho aqui, ó...

Por um momento todos observaram os dois. Melinda aproveitou o momento de distração e aproximou-se de Ricardo.

— Como vai o apartamento novo? — perguntou, referindo-se ao apartamento de Felipe, deixado para ele em testamento.

— Eu não me mudei ainda — disse ele, incomodado em ter que falar daquele assunto com ela. — Acho que preciso de um tempo. Meu contrato de aluguel ainda não acabou e posso esperar um pouco até me acostumar à ideia de morar lá.

— Que bom que você tem escolha — Marcos comentou, pensando no tempo e na escolha que não tivera ao ser empurrado para a sala do pai, na empresa da qual não queria saber.

— Acho aquele apartamento muito grande para mim — Ricardo justificou-se. — Eu me contentaria com um apartamento pequeno de quarto e sala, que é mais ou menos o que tenho hoje. Se ele não tivesse morado lá, eu o venderia e compraria um lugar menor — explicou. Ângela notou que ele quase nunca se referia a Felipe como "pai" quando falava com Marcos e Melinda.

— Como tem sido sem ele? Vocês eram bem próximos — continuou Melinda, estudando o rosto do filho mais novo de seu ex-marido.

— Difícil — ele respondeu, devolvendo a pergunta em seguida: — E para você?

— Uma droga! — Melinda simplificou, e Marcos achou a resposta perfeita para tudo o que vinha acontecendo desde a morte do pai. — Mas sou forte e vou superar — afirmou ela, com convicção.

Ricardo assentiu, e após um curto silêncio, levantou-se a anunciou que iria embora.

— Sem chance. Você fica e almoça conosco — Ângela disse do balcão, sua voz autoritária negando qualquer oportunidade de contestação. Ele concordou, mas fez questão de ajudá-la a pôr a mesa. E após o almoço, servido em um clima um pouco melhor do que o da noite anterior, a ajudou com a louça. Melinda os observou e assim que Ricardo foi embora, achou que já era a hora de ir para casa e foi também.

No Ano Novo, Ângela respeitou a vontade da sogra de ficar sozinha. Também não insistiu em ir para a praia ou algum outro lugar porque Marcos queria passar aqueles dias em casa, descansando.

Naquela noite, após jantarem e assistirem TV, ele pôs o filho na cama e foi dormir também, antes da queima de fogos. Ângela ficou acordada e, assim que se viu sozinha, procurou seu diário para escrever sobre aquele inesquecível — e trágico — terceiro ano. Abriu a página onde estava o título: "Ano III", e suspirou.

Ano III

Faz vinte minutos que estou olhando para esta folha em branco sem saber o que escrever. Como classificar corretamente um ano com várias pequenas coisas boas, outras nem tanto, e uma muito, muito, ruim?

Ano passado, nessa mesma época, escrevi desejando que os sonhos e projetos das pessoas que eu amo se realizassem. Não foi o que aconteceu.

Malu, por exemplo, não conseguiu engravidar e ainda sofreu um acidente. Felizmente ela está bem, mas esse poderia ter sido um final de ano bem diferente para a sua família.

Quanto à minha família, sofremos uma grande perda para a qual ninguém estava preparado.

Ricardo, que há poucos anos perdeu a mãe, de repente perdeu o pai, de quem era muito próximo.

Melinda, que levou anos para superar a mágoa e recuperar seu grande amor, terá que viver o resto da vida sem ele. Não consigo imaginar a dor que ela está sentindo e espero nunca precisar passar por isso, mesmo sabendo que eu ou Marcos possamos vir a passar por algo parecido no futuro. Que demore muito!

Vítor perdeu o avô, e embora seja muito jovem para compreender o que isso significa, sei que sente falta dele.

De todos, porém, quem mais me preocupa é Marcos. Ele perdeu o pai com quem brigou muito, mas a quem amava com todo o coração. Venho observando-o no último mês, calado e distante como um zumbi que zanza por aí sem saber o que está fazendo. Seus olhos sempre demonstram uma mistura contraditória de sentimentos como raiva, saudade e rancor. Não sei quanto tempo isso irá durar, nem como essa perda irá repercutir em nossas vidas. Tudo o que eu quero é que ele fique bem, porque o amo demais para vê-lo sofrer e não fazer nada a respeito.

Meu maior desafio para o próximo ano será realizar o último pedido do meu sogro. Não tenho ideia de como farei isso e gostaria que ele estivesse vivo para lhe perguntar por que me escolheu para a complicada tarefa de unir dois irmãos tão diferentes um do outro. Farei o que estiver ao meu alcance para realizar seu desejo e honrar a confiança que depositou em mim, mas tenho medo de não ser capaz de resolver tudo como ele imaginava.

No meio do caminho dos meus cinco anos, me sinto perdida.

O que será que vai acontecer de agora em diante? Superaremos os problemas ou seremos tragados por eles?

Quando um ano não termina bem, temo o que o próximo trará. Venho pedindo a Deus que olhe por nós e nos ajude a vencer esse momento difícil que estamos vivendo. Não sei como, mas sinto que minha família sairá mais forte dessa experiência.

Que continuemos sempre unidos e que o próximo ano seja melhor...


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Uma revisão difícil para um ano difícil. 

Só eu acho que a Ângela de Cinco Anos 2 é bem mais madura que a do primeiro livro? Ela passou pelo próprio sofrimento e amadureceu, vamos esperar que o mesmo aconteça com o Marcos. 

Comentem e votem no capítulo para me ajudar com a divulgação. Beijinhos!!!



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