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Capítulo 21


Marcos ficou surpreso quando soube que Ricardo ainda não havia aparecido na empresa. Segundo Ângela, ele não se sentira à vontade em começar sozinho, visto que Felipe havia dividido a herança — e as responsabilidades para com a mesma — entre os dois.

Daniel Dantas recebeu os irmãos em sua sala e lhes informou sobre os procedimentos básicos do treinamento que iriam receber. Ele não foi rude em nenhum momento e seu tom de voz era tranquilo, mas bastou olhar em seus olhos uma vez para que Marcos soubesse que ele ainda não havia esquecido a discussão da festa de trinta e cinco anos da empresa, quando o humilhou perante os membros da diretoria. Temia que o fato de ele ter sido promovido à presidente da Essence, ainda que por pouco tempo, acabasse sendo improdutivo para a sua estadia na mesma.

— Para ajudá-los a absorver melhor esta experiência, decidi dividi-los em duas equipes. Assim vocês terão um melhor aproveitamento do seu tempo aqui.

— E como será isso? — Ricardo perguntou.

O telefone tocou e Dantas fez um sinal com a mão para que esperassem enquanto atendia.

— Sim. Pode mandá-la entrar ― disse para a secretária, desligando logo em seguida.

A porta se abriu e Gisele entrou na sala.

— O senhor mandou me chamar? — perguntou, adiantando-se para cumprimentar os outros dois. — Olá! Como vão?

— Gisele, como vocês sabem, era assistente pessoal de Felipe e conhece bem todo o funcionamento da empresa. Sente-se, senhorita. — Dantas indicou a cadeira ao lado da de Marcos. — Para vocês terem uma experiência completa, e de acordo com as necessidades de cada um, formaremos duas duplas. Ricardo ficará comigo e você — dirigiu-se a Marcos. —, com ela. Assim posso me assegurar de que os dois recebam o treinamento adequado.

Gisele pareceu surpresa, mas assentiu com profissionalismo.

— Após a apresentação de vocês, ela irá guiá-los em uma visita completa.

— Acho que já conhecemos a empresa — disse Marcos, não conseguindo controlar o impulso de desafiar o homenzinho arrogante à sua frente.

— Não, vocês conhecem a estrutura da empresa. Gisele irá explicar detalhadamente cada procedimento desde a criação dos novos produtos até a etapa do pós-venda, além da responsabilidade de cada colaborador dentro do seu setor.

— Certo — concordou o jornalista. — E quando faremos este maravilhoso passeio?

Dantas consultou o relógio.

— Daqui a pouco. Primeiro vamos ao refeitório. Vou apresentá-los oficialmente aos colaboradores da Essence.

Eles seguiram o atual presidente até o refeitório, onde a maioria dos funcionários aguardava. Todos haviam recebido um memorando na tarde anterior informando-os sobre a chegada dos herdeiros.

No caminho, Gisele se posicionou ao lado de Ricardo e os dois desceram juntos, conversando, com Dantas à frente e Marcos atrás, se perguntando o tempo todo o que estava fazendo ali. Ao chegarem ao grande salão, onde havia acontecido a festa da empresa no ano anterior, muitos rostos se voltaram para eles. Dantas fez uma breve apresentação dos irmãos, em seguida lhes cedeu a palavra. Marcos não quis dizer nada, não porque tivesse a intenção de se passar por antissocial, mas porque, pela primeira vez em muito tempo, se sentia realmente intimidado. Durante seu tempo ali, qualquer decisão de peso que, porventura, precisasse tomar, afetaria diretamente aquelas vidas, para o bem ou para o mal. Ouvira seu pai falar sobre os tempos de crise, quando precisara reduzir o número de colaboradores, assim como os erros que cometera ao longo dos anos e que geralmente resultavam no mesmo problema. Não queria ser responsável pela perda do emprego de nenhum pai ou mãe de família, e concluiu que o melhor para todos seria se ele ficasse em silêncio e apenas observasse.

Ricardo engoliu a timidez e falou brevemente, agradecendo a todos pelas condolências prestadas diante da morte de Felipe e também pela acolhida. Dantas deu tapinhas em suas costas quando terminou e se afastou, deixando os irmãos aos cuidados de Gisele.

A assistente, que se sentia deslocada na empresa desde a morte de Felipe, se sentiu pequena perto dos homens altos que a seguiam. Juntos eles eram capazes de intimidar qualquer um; não que fossem grandes ou fortes demais, mas possuíam uma aura de elegância e seriedade que os distinguia dos demais. Apesar da observação, ela permaneceu tranquila, e mesmo tendo conversado com Ricardo praticamente todas as vezes em que ele fora à Essence, naquele momento foi o mais profissional possível e os levou para um tour que ambos já haviam feito com o pai anteriormente, porém, dessa vez com mais informações. Ricardo anotava tudo em um caderno conforme ela explicava, Marcos não anotava nada e parecia desinteressado, mas ela percebia que ele estava prestando atenção. Ele se manteve distante das pessoas, a única com quem conversou abertamente e até sorriu foi Janice, do financeiro. ― Se tem uma única coisa boa sobre a morte de Felipe, é que agora verei esse pedaço de mau caminho mais vezes por aqui ― disse ela, ganhando uma piscadinha do jornalista.

Pouco antes do final do expediente a visita instrutiva acabou. Era a hora dos irmãos descobrirem onde seriam seus escritórios.

— Ricardo, você ocupará a sala ao lado da de Dantas, a pedido dele, para que fiquem próximos e possam prosseguir com o treinamento. Vá até a secretária dele e peça que ela lhe mostre a sala. Se precisar de algo, não hesite em me chamar. — Gisele sorriu e, enquanto Ricardo se afastava, virou-se para Marcos. — Por favor, venha comigo.

Marcos a seguiu e ao pararem próximos à sala de Felipe, estreitou os olhos e a encarou.

— Eu não vou ficar com a sala dele.

— Bem, é a única sala vaga. Falei com Dantas mais cedo e ele disse que queria Ricardo próximo a ele.

— E a sua sala? Você tem uma sala, não tem?

Gisele se divertiu com a aflição dele, embora tenha permanecido séria.

— Eu trabalhava diretamente com o seu pai — comentou. — Tenho uma pequena sala ao lado, mas ela mal dá para uma pessoa. Nunca me importei com isso porque passava a maior parte do tempo atrás dele, lembrando-o de seus compromissos e cobrando sua assinatura em documentos variados.

— Se não há nada que eu possa fazer para mudar isso, vamos lá. — Marcos a deixou entrar e, após fechar a porta trás de si, andou pelo cômodo. As coisas do pai estavam intactas e faziam-no sentir como se a qualquer momento ele fosse entrar lá.

— Você está sabendo da minha situação, não está? — perguntou ao se aproximar da janela.

— Que situação?

Marcos contou sobre seu trabalho no jornal e a rotina dupla que iria enfrentar pelos próximos meses. A assistente ouviu tudo concentrada, absorvendo o que ele dizia e imaginando como poderia fazer seu trabalho da melhor maneira possível diante daquele obstáculo. Esperou ele terminar e explicou:

— Eu posso te manter informado sobre tudo quando você estiver longe. Não é o ideal, mas podemos nos adaptar. O importante é que, quando estiver aqui, esteja presente de verdade, entende? É muita coisa para assimilar em pouco tempo, então terá que se empenhar se quiser que isso funcione.

Marcos refletiu brevemente sobre o que ela disse e assentiu, admitindo para si mesmo após um dia inteiro de visita e aprendizado que no fim das contas aquela experiência poderia ser proveitosa e que talvez, no futuro, viesse realmente a se interessar em fazer aquilo funcionar.

***

Cansada de esperar pelo marido que não chegava nunca, Ângela foi dormir. Acordou em algum momento da madrugada com ele se aconchegando em seu corpo.

— Hum... — balbuciou sonolenta, abrindo os olhos devagar. — Que horas são?

— Quase três — Marcos respondeu, acariciando o cabelo dela e a apertando mais forte.

Lutando contra o sono, Ângela sorriu para ele e tentou manter os olhos abertos e os pensamentos coerentes antes que apagasse novamente.

— Como... foi o seu dia?

— Cheio. Se quer mesmo saber, estou exausto. Conciliar a empresa com o jornal não vai ser nada fácil.

— Eu imagino — ela disse em meio a um bocejo e, em seguida, fechou os olhos.

Marcos sorriu.

— Ao menos não terei que passar muito tempo com o Dantas. Ricardo será treinado por ele enquanto eu ficarei com a "bonitinha" — provocou.

— Que bonitinha? — Ângela arregalou os olhos no mesmo instante, com a voz subitamente alerta. Marcos alargou o sorriso. Nada como o ciúme para despertar uma mulher.

— Gisele.

Ângela precisou somente de alguns segundos para se lembrar de onde conhecia aquele nome.

— A assistente do seu pai?

— Isso mesmo. Fiquei com a assistente e com a sala dele — explicou ele, com uma nota de mau humor.

— Espero que dê tudo certo para você por lá — Ângela comentou. E para desfazer a expressão sombria que se instalara nos olhos dele, implicou: — Mas não preciso me preocupar, não é? Afinal, você estará com a "bonitinha".

Marcos inclinou o rosto na direção da esposa com um olhar infantil e roçou os lábios nos dela, prendendo o riso.

— Não se preocupe com isso, ela não faz meu tipo.

— E qual é o seu tipo?

Marcos coçou o queixo, como se estivesse pensando, e Ângela lhe deu um soco no braço, apressando sua resposta:

— Meu tipo? Deixe-me ver... Morena, brava, levemente atrapalhada, linda, e que tenha sotaque do interiorrrrrr — respondeu, puxando os erres como ela fazia.

— Acho que eu conheço alguém que se encaixa nesse perfil esquisito. Só não sei se ela é para o seu bico.

— É só eu jogar um pouquinho de charme que ela já está no papo — brincou ele, e sem dar a ela a chance de protestar, a beijou. Ângela o abraçou, mas antes que o beijo levasse a outra coisa ele se afastou.

— Eu sei que está louquinha para tirar a minha roupa, mas preciso muito de um banho. — Levantou-se e foi para o banheiro, parando na porta. — Me espere acordada que eu já volto.

— Vou tentar.

— Estou falando sério, se você dormir, serei obrigado a acordá-la de novo para saciar minhas necessidades.

— Não vou dormir, homem das cavernas com necessidades. Mas vê se anda logo — ela pediu e bocejou longamente. Marcos entrou no banho e cinco minutos depois saiu, encontrando-a adormecida em um sono profundo. Apesar de ter dito que iria acordá-la, deitou-se com cuidado e a deixou dormir. Sem poder contar com a esposa para lhe distrair, ficou algum tempo acordado pensando na atual situação da sua vida. Aquele primeiro dia de jornada dupla havia lhe dado uma pequena amostra de como seria o próximo ano e dos desafios que teria que enfrentar. Sentia-se meio perdido, sem foco, e desejava que o tempo passasse logo e que pudesse colocar a vida novamente de volta aos trilhos.

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Oi, amores!

O capítulo de hoje foi um pouco mais leve para acalmar os ânimos. 

Agora começa uma nova etapa na vida dos personagens, especialmente do Marcos. 

Preparem os corações!


Sei que muitos de vocês ficaram chateados com a morte do Felipe. Mas esse fato triste é o que acabará mexendo com tudo aquilo que o Marcos tem guardado dentro de si e que não consegue externar.

Essa história é, sobretudo, sobre como a falta de comunicação pode abalar um grande amor, criando um muro entre eles. Ao não saber lidar com suas feridas, Marcos vai machucar as pessoas que mais o amam, principalmente aquela que que jurou amá-lo pela vida inteira.

Continuem mandando seus feedbacks e votando nos capítulos, pois isso ajuda o livro a alcançar mais leitores. Amo vocês!



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