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Capítulo 19

Marcos decidiu acatar as imposições do testamento de Felipe após Ângela lhe pedir que encarasse aquilo como sendo o último desejo de seu pai. O plano inicial era ele suspender o trabalho no jornalismo por um ano, para que pudesse aprender mais sobre a empresa que havia herdado e ficar por perto durante a transição da diretoria.

Após dizer a seus editores que não renovaria o contrato, eles lhe ofereceram aumento de salário e mais benefícios. Houve muita discussão e bajulação e isso o deixou balançado. Eles faziam questão de lembra-lo das dificuldades que tinha com o pai, além da sua provável incapacidade de aprender a gerir uma empresa tão grande em tão pouco tempo; e ressaltaram a loucura que seria para ele abandonar um cargo merecidamente conquistado e ao mesmo tempo tão disputado na emissora.

Ao voltar para casa do que acabara sendo uma das mais difíceis e cansativas reuniões da sua vida, Marcos encontrou Ângela aguardando por respostas.

— Como foi lá? Eles entenderam? ― disparou ela, antes mesmo de cumprimenta-lo.

― Não. ― Marcos passou por ela, foi até o bar e alcançou uma garrafa de conhaque. Despejou uma dose generosa em um copo arredondado e tomou tudo de uma vez, sem gelo, apesar do calor que fazia. O líquido quente o fez exibir uma leve careta. Largou o copo no balcão e ficou pensando se queria ou não outra dose. ― Se quer mesmo saber, foi uma droga!

― E qual foi o resultado? ― perguntou Ângela, impaciente e prevendo o que estava por vir. Além da irritação, ele estava com uma ruga na testa que só aparecia quando tinha um problema difícil e que ainda não tinha sido solucionado. ― Não me diga que renovou o contrato.

― Na verdade, eu renovei.

Ângela quis discutir e perguntar por que ele havia feito aquilo, mas se conteve.

― E quanto à empresa? ― questionou com cautela.

Marcos deu de ombros.

― Eu não desisti, se é o que está pensando. Farei as duas coisas.

― E como será isso?

― Com horários alternativos, um número menor de viagens, trabalho nos fins de semana... ― respondeu ele, num tom que a convidava a discutir. Afinal, se ela não o tivesse convencido a trabalhar na Essence, sua vida continuaria da mesma forma que antes, sem dramas nem exaustão.

Ângela sabia o que ele estava pensando e sabia que não podia cobrar que ele abandonasse tudo para dedicar-se a um pedido de um pai que o magoara profundamente, tanto no passado quanto recentemente. Tinha apelado para o bom senso do marido e esperado que ele fizesse a coisa certa, porém, mesmo ele tendo mudado os planos, e por mais que difícil que fosse aquela situação, não iria julgá-lo. Teria que aguentar.

Percebendo que a esposa não ia discutir, apesar de seus olhos demonstrarem o quanto queria fazê-lo, Marcos respirou fundo e se aproximou.

― Fique tranquila, eu renovei o contrato por apenas um ano. Serão doze meses um pouco mais puxados que o normal. ― Tocou no rosto dela como se quisesse convencê-la de que estava tudo bem e continuou: ― O que pode acontecer em um período tão curto? Vai passar rápido, você verá. Depois disso reavaliarei minhas opções e nossa vida voltará ao normal ― declarou, antes de beijá-la na testa e se afastar.

Sozinha, Ângela tentou imaginar como ele faria para dar conta de tudo, e que espaço ela e Vítor teriam em sua vida agora que ficaria ainda mais ocupado e ausente. Ele achava que conseguiria. Ela não tinha tanta certeza.

***

Dias antes de serem integrados oficialmente à diretoria da Essence, Ricardo procurou Marcos para conversar. Como não conseguira falar com ele pelo celular, ligou para sua casa na sexta à noite e falou com Ângela, que o convidou a ir até lá no sábado de manhã.

— Olá, Ângela. Como vai? — cumprimentou-a assim que ela abriu a porta.

— Oi — Ângela devolveu o cumprimento. — Como você está?

— Você sabe... Levando...

— É... eu sei — Ângela afirmou. Ricardo sabia que ela estava sendo sincera, que entendia o que significava perder as pessoas que mais amava.

— Marcos está terminando de se arrumar e já vem falar com você — ela disse, lhe indicando o sofá. — Aceita um café?

— Sim, por favor.

Enquanto Ângela preparava o café, Vítor surgiu fantasiado de Batman. Ele corria para o lado da mãe, até ver o tio e mudar de direção.

— Titio! — gritou, avançando para Ricardo e se atirando em seus braços.

— Oi, Vítor. Tudo bem? — Ricardo afagou o rostinho corado do sobrinho e sorriu.

— Tudo — respondeu o menino e olhou em volta. — Cadê o vovô?

Ricardo abriu a boca e voltou a fechá-la, por não saber o que dizer. Olhou na direção de Ângela, em busca de ajuda, e ela pacientemente veio em seu socorro enquanto lhe entregava uma xícara de café.

Acariciando a cabeça do filho, ela lhe disse:

— Lembra que eu te contei que o vovô precisou fazer uma viagem muito, muito longa?

— Mas o titio aqui — Vítor argumentou, seguindo a sua própria lógica. Todas as vezes que encontrara o tio, o avô estava por perto. Era estranho que de repente ele não estivesse ali.

— Acontece que o vovô viajou sozinho e o titio não pôde ir porque precisava ficar aqui com você, comigo e com o papai.

— E com a vovó — corrigiu Vítor.

— E com a vovó — repetiu Ângela, esperando que ele se desse por vencido e mudasse de assunto. Vítor pensou um pouco e a encarou com a testa levemente franzida. — Mamãe, quando o vovô vai voltar?

— Nunca — disse Marcos, surgindo de repente. Ele carregava uma mala, que deixou do lado da poltrona, e ao olhar para a esposa, notou que ela o fuzilava com os olhos. Deu de ombros e encarou o filho. — O seu avô não vai voltar, Vítor — explicou, e ao ver a desolação em seus pequenos olhos, continuou: — Um dia, nós faremos essa mesma viagem e nos encontraremos com ele.

Vítor estava em vias de choro, mas a promessa de uma viagem o fez mudar rapidamente de expressão.

— Ebaaa! Eu quero ir nessa viagem para encontrar o vovô, mamãe. Vamos eu, você, o papai, a Bia, a madrinha, o padrinho, a vovó... — Pensou um pouco e olhou para o tio. — Você quer ir também, titio?

Ricardo abriu um sorriso triste.

— Quero.

— Ebaaa! Papai, o titio vai com a gente na viagem "grandona" que o vovô fez.

— Que ótimo — Marcos vibrou sem humor.

— Filho, o papai e o titio precisam ter uma conversa de homens. Vamos lá para o quarto — pediu Ângela.

— Mas eu sou homem, mamãe!

Ricardo sorriu e Ângela respirou fundo. Às vezes, a inteligência do filho a irritava. Para tudo ele tinha uma resposta pronta e estava sempre disposto a argumentar, mesmo que estivesse errado. Nesse ponto, ele era igual ao pai.

— É conversa de homem grande — explicou, e antes que ele argumentasse que era grande, o persuadiu: — Vamos, eu deixo você pular na minha cama.

O menino não pensou duas vezes: serpenteou pelo colo do tio até firmar os pés no chão e correu para o quarto da mãe com a capa preta esvoaçando ao seu redor. Ângela o seguiu e logo os irmãos estavam a sós.

— E aí? — Marcos apertou a mão de Ricardo e sentou-se.

— Oi — disse Ricardo. — Vim falar com você sobre esse lance da empresa do meu... é... do nosso pai — comentou inseguro.

— Pode falar — Marcos o incentivou, negando-se a tomar a frente do assunto.

— Achei bom vir até aqui para conversarmos um pouco. Para ser sincero, não tenho muita noção do que fazer.

Marcos saiu momentaneamente de sua posição defensiva e apoiou os braços nas pernas, um pouco mais descontraído.

— Somos dois, porque não tenho a menor ideia do que fazer com a Essence.

Ricardo sorriu, aliviado em saber que não era o único que estava perdido.

— Você sabia o que ele estava tramando? — Marcos perguntou subitamente.

— Não, ele nunca me disse que faria isso. Achei que ele deixaria a empresa aos seus cuidados. Quer dizer, você é o cara que estudou em boas escolas, viajou o mundo e tem experiência para comandar um grande negócio. Eu não passo de um professor do ensino médio. Imaginei que ele tivesse conversado com você naquela noite em que saíram juntos e que tivessem acertado tudo. Mas vi sua reação no dia da leitura do testamento e fiquei confuso.

— Já eu pensei que você fosse o escolhido para assumir os negócios da família, uma vez que ele sabia que eu não tinha a menor intenção de fazê-lo. Sempre deixei isso bem claro. Você estava lá e viu eu me esquivar todas as vezes que ele tocava no assunto.

— Eu vi, mas... você é o filho mais velho, fruto do casamento legítimo que ele teve com a mulher que amou a vida inteira — explicou Ricardo, como se fosse óbvio Marcos ocupar a cadeira do pai após sua morte.

Marcos sentiu vontade de rir e perguntar em que século ele achava que estavam. Essa coisa do filho primogênito fazia todo o sentido no século XIX, mas não se aplicava ao século XXI.

— Eu fui o filho mais velho, mas você foi o filho presente que sempre esteve ao lado dele, inclusive na empresa. — As palavras saíram em tom de provocação e continham uma nota de rancor que Ricardo não deixou de notar. — Há alguns anos, eu nem falava com meu pai, não tinha ideia de como andavam seus negócios e não me interessava por nada que viesse dele. Nem conseguimos nos entender de verdade nos últimos anos e nem sei se algum dia conseguiríamos. Como eu poderia assumir qualquer coisa dele assim, de repente?

Ricardo não respondeu. Houve um longo silêncio entre eles, e durante esse tempo os dois apenas se estudaram.

— Acho que ficou claro que nenhum de nós imaginava o que ele pretendia — disse Ricardo. — Precisamos pensar no que faremos agora, porque em dois dias seremos oficialmente apresentados aos funcionários da Essence.

— Você vai, porque eu estarei viajando — disse Marcos, olhando no relógio e se levantando. — Aliás, já está na minha hora, preciso ir para o aeroporto.

Ricardo também se levantou, em pânico.

— Como assim? Você vai viajar agora, dois dias antes de ingressarmos na empresa? — perguntou, sem acreditar na falta de comprometimento do irmão.

— Vou — disse Marcos com tranquilidade, dando as costas para ele e indo até o corredor que levava aos quartos. — Ângela! Vítor! — chamou. Após um breve momento, Ângela apareceu na sala, descabelada de tanto brincar com o filho. Marcos alisou seu cabelo com um pequeno sorriso. — Voltarei em alguns dias. Cuide de tudo para mim.

— Eu sempre cuido — Ângela respondeu, curiosa sobre a conversa que os dois haviam tido. Marcos a beijou rapidamente e sumiu pelo corredor para se despedir de Vítor. Ao voltar, Ricardo ainda estava de pé na mesma posição de antes.

— Tenho que ir — disse para o irmão, que o encarava com um olhar de desaprovação. — Volto na semana que vem e aí entro em contato — avisou e saiu, deixando um Ricardo incomodado para trás.

— Ele não conseguiu se desligar do jornal e renovou o contrato por mais um ano — explicou Ângela, percebendo a tensão do cunhado.

— Mas como...

— Disse que irá fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

Ricardo balançou a cabeça e apertou os lábios, visivelmente aborrecido.

— Não sabia que vocês já deveriam assumir seus cargos na Essence. Achei que isso aconteceria depois da viagem dele — Ângela refletiu, incomodada pelo fato de Marcos não ter lhe contado aquele detalhe. — Isso tem sido muito difícil para ele — revelou, defendendo o marido apesar de estar aborrecida com ele.

— Acho melhor eu ir andando — Ricardo comentou, virando o rosto em direção à saída. Sentia-se um idiota por ter ido até lá e tentado iniciar uma relação de amizade com o meio-irmão, achando que as coisas seriam mais simples agora que eles tinham uma perda — e uma empresa — em comum. Em poucos minutos havia ficado claro para ele que Marcos não iria abrir aquela porta. O que quer que houvesse entre ele e Felipe, era bem mais profundo do que pensara de início.

— Por favor, Ricardo, fique mais um pouco — Ângela pediu ao cunhado. — Quero saber de você, o que fará agora que irá trabalhar na Essence. Como ficarão os seus alunos? O ano letivo ainda não acabou, certo?

— Eu tive que pedir afastamento das minhas funções de professor. Passei os últimos dias adiantando matérias, provas, e o que não consegui finalizar, deixei preparado para quem entrar no meu lugar, assim meus alunos não viverão o trauma de perder um professor na reta final do ano letivo. Em poucas semanas, as aulas acabarão e será como se eu os tivesse acompanhado até o final.

— Você deve ser muito organizado — comentou ela, não para agradá-lo, mas por estar realmente admirada. Ricardo gostava disso na cunhada, a forma como ela se importava com as pequenas coisas e elogiava sem elogiar. Sua tensão se dissipou e ele se pegou pensando em como gostaria que ela tivesse o seu sangue em vez de Marcos.

Os dois conversaram mais um pouco e Vítor, que não gostava de ficar sozinho, se juntou a eles, arrastando o tio para brincar no tapete. Ângela convenceu o cunhado a ficar para o almoço e ele não teve como recusar.

Na hora de se despedir, Ricardo ficou novamente nervoso, deixando Ângela curiosa com sua mudança brusca de comportamento.

— Algum problema? — ela perguntou quando alcançaram a porta de entrada.

— Não — mentiu, parecendo indeciso e deixando-a ainda mais encabulada.

— Pode falar comigo. O que está te incomodando?

Ricardo hesitou por alguns segundos e por fim tirou do bolso um envelope. Ficou olhando para ele e Ângela o acompanhou, tentando entender o que estava acontecendo. Estava prestes a perguntar quando ele o entregou a ela.

— Isso é para você — disse.

Ângela não sabia o que pensar, mas sentia que, o que quer que houvesse ali, era importante. Analisou frente e verso do papel com a testa franzida e voltou a encará-lo.

— Não tem remetente.

— É dele — Ricardo explicou.

— Dele quem? — arriscou ela.

— Do meu pai.

....
Oi, amores, gostaram do capítulo?
O que será que tem na carta deixada por Felipe?
Agora que o Marcos resolveu dar uma de Superhomem, as coisas tendem a se complicar.
Segunda teremos capítulo novo

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