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Capítulo 15

Após a reconciliação da briga provocada pelo ciúme, Ângela voltou a relaxar e a acreditar em seu casamento. Seus momentos com o marido agora alternavam entre a calmaria, a paixão, e a correria do cotidiano. Os dois nem sempre estavam juntos, mas se empenhavam em não deixar o outro esquecer o quanto era amado.

Melinda marcou um jantar no fim de novembro. Como novamente não havia se encontrado muito com a família antes que o ano terminasse, Marcos confirmou presença.

Na véspera do jantar, Malu sofreu um acidente em casa. Ângela tinha metade de suas férias para tirar, dias que estava guardando para aproveitar com a família em uma viagem para o nordeste do Brasil. Assim que soube da amiga, no entanto, não pensou duas vezes: cancelou o plano inicial e avisou as chefes que precisaria se ausentar por alguns dias. Saiu da Belle, pegou o filho e viajou com ele para o interior.

Marcos foi sozinho à casa da mãe naquela noite quente de sexta-feira. Quando chegou, foi direto para a sala de jantar, onde os outros o esperavam.

Melinda tentava puxar assunto com todos, mas o clima em geral era tenso e artificial. Felipe estava sério e parecia cansado, Ricardo estava mais calado que o habitual e Marcos sentia-se como se fosse o único presente de corpo e alma na mesa.

Quando os assuntos pareciam esgotados, Melinda perguntou ao filho sobre Malu.

- Ela caiu de uma escada na cozinha da sua casa e se machucou feio - explicou. - O problema é o que ela estava fazendo quando caiu ― comentou, criando um suspense para atrair a atenção dos outros.

― O que? ― perguntou Ricardo, e Marcos não sabia se ele estava realmente curioso ou apenas tentando ajudá-lo a manter a conversa fluindo.

― Limpando o teto ― explicou, e observou as reações dos outros.

― O teto? ― Felipe perguntou, se inteirando da conversa pela primeira vez. ― Quem faz esse tipo de coisa?

― Mulheres, pai. ― Marcos sorriu e inclinou a cabeça de modo afetado. ― Parece que ela subiu numa escada para limpar o teto e caiu de mau jeito sobre a mesa de vidro, que se quebrou com o impacto, piorando as coisas.

― Mas... ela estava limpando o teto? ― Felipe parecia tão aturdido com aquilo que mal se impressionou com a queda em si.

- Isso mesmo... Mas há algo por trás disso ― confidenciou. ― Segundo Ângela, desde o começo do ano ela e Carlos estão tentando engravidar, mas não está sendo fácil como foi da primeira vez. Malu é teimosa demais para procurar ajuda, e como as coisas não estão acontecendo como gostaria, está surtando de ansiedade e decidiu limpar o teto para se distrair. A distração funcionou tanto que ela não deve ter percebido o quanto havia se afastado do seu ponto de apoio até perder o equilíbrio e cair. E o resultado foi uma torção no tornozelo, uma fratura na bacia, e vários cortes e escoriações pelo corpo.

― Nossa! ― disseram os dois homens, perplexos.

― Hum... ― disse Melinda, compreensiva.

― É... rapazes, é um mundo louco esse das mulheres. Tudo tem um código, até as coisas mais simples - comentou o jornalista. Nesse momento, o celular tocou em seu bolso e ele sorriu ao ver quem estava ligando.

― Falando no diabo... ― atendeu no viva-voz.

― Vou te mostrar o diabo! ― Ângela rebateu. ― Isso é jeito de me atender, Marcos Andrade?

― Também estou com saudades, amor ― ele respondeu com a voz meiga, arrancando sorrisos dos outros. ― Como vai a nossa paciente preferida?

― Toda machucada, engessada, mas fora de perigo. Hoje de manhã ela teve alta e nós a trouxemos para casa.

― Você está cuidando bem dela?

― Tão bem quanto ela cuidou de mim quando eu me quebrei toda, há alguns anos, não é mesmo, Malu? ― Olhou para a amiga com cara de má.

― É um pesadelo. Leva ela embora daqui, Marcos! ― Malu gritou ao fundo, gemendo pelo esforço de tentar pegar o telefone da mão de Ângela.

― Fica quieta! Eu disse que ia me vingar por aquela vez. Você me tratava como uma inválida e me deixou maluca, agora aguente e pare de reclamar! ― declarou, fazendo Marcos e os outros rirem novamente. ― Amor, Vítor quer falar com você ― disse a Marcos.

― Coloque-o na linha.

― Filho, corre aqui para falar com o papai ― chamou ela, e instantes depois Vítor pegou o telefone para contar ao pai sobre os brinquedos que ganhara do padrinho naquele dia, as brincadeiras com Bia e os dodóis da madrinha. Quando Marcos lhe contou que todos o estavam ouvindo, ele quis falar com cada um. O último com quem conversou foi o avô.

― Quer dizer que você brincou bastante hoje, hein? Não está cansado?

― Não, vovô. A mamãe disse para eu dormir, mas eu quero brincar mais.

― Você precisa descansar, senão não vai aguentar brincar amanhã.

― Eu guento sim, vovô! ― disse ele, e fez uma pausa.

― Vamos filho, precisamos desligar ― disse Ângela ao fundo.

― Não, eu conversando com o vovô ― Vítor se empertigou e ela revirou os olhos. Era a mesma coisa quando Marcos estava viajando e ligava para casa. Lá pela quinta ou sexta vez finalmente conseguia fazê-lo encerrar a chamada.

― Vovô ― continuou Vítor, ignorando o apelo da mãe. ―, você leva eu e a Bia para trabalhar na sua empresa?

― Você quer ir brincar na sala do vovô? - perguntou Felipe, sorrindo.

― Quero ― Vítor respondeu com a naturalidade de quem não precisa pensar muito sobre o que quer.

― Logo você vai, amigão. Vou adorar vê-lo por lá.

― Ebaaaaa! ― Vítor gritou e saiu correndo, gritando para Bia que o avô ia levar os dois para trabalhar na empresa e que eles iam brincar embaixo da mesa dele.

― Agora o senhor terá que levá-lo, ou ele nunca mais o deixará em paz ― Ângela comentou com o sogro ao pegar o telefone de volta.

― Ficarei feliz em fazer isso - Felipe afirmou. Uma sombra passou pelos olhos do empresário e Marcos notou. O jornalista se perguntou, pela milésima vez naquele ano, se os negócios do pai iam bem. Não ia muito à Essence e não sabia o que estava acontecendo, mas detestaria descobrir que a empresa do pai pudesse estar em crise.

― Será ótimo! - disse Ângela. - Vou desligar agora porque a Malu está precisando de mim. Um grande beijo para o senhor, Ricardo, e um pequenininho para a minha sogrinha querida...

― E para mim? ― Marcos perguntou. ― Eu não ganho beijo?

― O seu eu dou pessoalmente quando voltar ― ela respondeu. ― Tchau.

Marcos desligou com um sorriso bobo e voltou a se concentrar no jantar. Como sempre acontecia, Ângela e Vítor haviam animado o ambiente, e pelo restante da noite tudo transcorreu bem, sem aquela tensão do início.

No fim da noite, Felipe avisou a esposa que iria dormir em seu apartamento, pois tinha um trabalho importante a fazer no dia seguinte. A surpresa foi ele ter pedido carona a Marcos, uma vez que havia deixado o carro na empresa e ido ao jantar com Ricardo.

― Eu gostaria de conversar um pouco mais com o seu irmão ― justificou-se para o filho mais novo, que concordou com um leve aceno de cabeça. Despediu-se dele e virou-se para o filho mais velho. - Tudo bem se eu for com você?

― Tudo - respondeu Marcos, sem saber se estava sendo sincero. Quando estava com o pai nunca sabia como se comportar ou o que dizer, o que era sempre meio estressante. - Vou te esperar lá fora - avisou, deixando-o a sós com Melinda.

Ao passarem pelo portão, pouco depois, olhou para o pai e perguntou:

- Então... Para casa?

- Não. Para a sua - Felipe informou. Marcos se sentiu desconfortável e se perguntou o que o pai queria fazer na sua casa em uma sexta-feira, tarde da noite. Como não entendia o que ele queria, limitou-se a fazer o que ele havia lhe pedido e dirigiu até lá. Quando chegaram ao apartamento, o silêncio imperava.

- O senhor quer tomar alguma coisa? Um whisky, talvez? - sugeriu, dirigindo-se ao bar. - Tenho um Jack Daniel's, um Glenlivet 12 anos, um Chivas 18 anos...

- Você tem o Macallan? - interrompeu Felipe.

- ... E um Macallan 18 anos - Marcos concluiu. Sabia que aquele era o preferido do pai e o tinha comprado depois que eles voltaram a se falar, esperando inconscientemente que algum dia eles pudessem tomá-lo juntos. Entregou uma dose a ele, pegou uma para si, e seguiu para a poltrona antiga de couro. Preparava-se para sentar-se quando Felipe o interrompeu:

― Se importa se eu sentar na minha poltrona?

― Faz tempo que ela não é sua. ― Marcos deu um passo para o lado, e antes que o pai pensasse que estava procurando briga, emendou: - Nem minha é mais. Agora ela pertence a um ser pequeno e espalhafatoso chamado Vítor, e ocasionalmente à mãe dele.

Alguns carrinhos da Hot Wheels e partes de bonecos de super-heróis enfiados nos cantos da poltrona confirmaram para Felipe o que acabara de ouvir. Com paciência, ele tirou um por um saboreando a sensação de voltar no tempo, quando os brinquedos que tirava dali para relaxar após um longo dia de trabalho eram de Marcos. Lembrava-se perfeitamente do garotinho afoito de cabelo escuro correndo ao seu encontro quando entrava pela porta e o seguindo por toda a casa. Marcos sempre fora enérgico e decidido. Algumas vezes, Melinda se irritava com a sua teimosia e sobrava para ele apaziguar os ânimos, oferecendo alternativas quando o garoto cismava em não comer ou vestir o que a mãe lhe impunha. Adorava os momentos que passava com ele e a esposa, mas o trabalho começou a lhe exigir cada vez mais, e ficou tão obcecado em ter sucesso que não percebeu o quanto aqueles momentos estavam se tornando raros. Teve um caso com Samanta, a secretária, porque Melinda era indomável e tinha passado a sair sozinha, recusando-se a ficar presa em casa esperando por ele. Temia perdê-la e deu vazão à sua insegurança da forma mais estúpida que conseguiu.

Samanta não tinha culpa, era jovem e apaixonada por ele. Quando a engravidou, teve certeza de que Melinda acabaria descobrindo e se afastou ainda mais, ainda que lhe doesse imaginar a vida sem ela. E no meio de tudo isso, enquanto os dois se afastavam e se magoavam mutuamente, Marcos ia sendo deixado de lado. Porque, embora Melinda tivesse decidido não esperar por ele, Marcos esperou todos os dias.

Ainda se lembrava do rosto do filho, anos mais tarde, quando chegou em casa para buscar suas coisas após receber o pedido de divórcio. Do alto da escada, um adolescente magro e tenso o encarava com os olhos vermelhos. Estava tão furioso que passou por ele sem dizer uma palavra, e quinze minutos depois entrava no carro com uma postura arrogante, deixando-o para trás. Algum tempo se passou, e quando finalmente se recuperou e quis conversar com o filho sobre o que estava acontecendo, a bomba estourou: Marcos ficou sabendo que ele tinha outro filho e passou a odiá-lo.

Ricardo não tinha culpa de nada, mas pela forma como tudo aconteceu, Felipe nunca conseguiu se permitir ser um bom pai para ele também. Ajudava Samanta com o que eles precisavam e o via de vez em quando, mas nunca ultrapassou o limite que se impôs, nem foi um pai presente. Ricardo parecia compreender que fora fruto de um erro e apesar de ter direito, nunca o cobrou de nada. Com o passar dos anos, enquanto ele crescia e se tornava um adulto, a aproximação entre os dois acabou acontecendo de forma natural. Isso porque Ricardo nunca se esforçou para odiá-lo como Marcos. Agora, além da culpa que sentia por ter abandonado o filho mais velho, também se culpava por não ter sido um pai mais presente para o filho mais novo. Falhara feio com os dois e sentia-se envergonhado ao vislumbrar o dia em que precisaria deles.

***

― E então... ― Marcos começou, tirando Felipe de seus devaneios. ― Como vão as coisas? - Era uma pergunta idiota, ele sabia, mas não fazia ideia do que o pai queria e aquele suspense o estava matando. Felipe sorriu e balançou o copo, fazendo o gelo tilintar.

- As coisas vão do jeito que bem entendem. O importante é que eu desisti da ilusão de controle e estou deixando a vida acontecer. Devia fazer o mesmo, é bastante libertador.

Marcos pensou por um segundo.

- Antigamente eu era mais controlador, até me tornar pai, me casar, e descobrir que não posso controlar quase nada. A começar pela minha esposa - brincou, arqueando a sobrancelha. - Não controlo suas emoções, sentimentos, nem seu jeito naturalmente desorganizado, ainda que ela tenha melhorado muito nesse aspecto ao longo dos últimos anos. É um exemplo bobo, mas estou cansado e não consigo pensar em nenhum outro no momento.

― Sei bem como é ― Felipe confidenciou com um sorriso torto, que logo se fechou. ― Nunca consegui controlar a sua mãe e meu maior erro foi ter tentado. O segundo foi te abandonar e não ter lutado o suficiente para estar perto de você. O terceiro... bem, melhor parar por aqui, ou o sol terá nascido e a lista ainda não estará nem na metade.

Marcos compreendeu que, por mais que quisesse tornar a noite leve, não conseguiria.

― Deixa isso pra lá ― tentou, pensando se aquele não seria o momento certo de se desculpar com o pai e aliviar um pouco o peso de suas costas. Mas as palavras não saíram.

Felipe meneou a cabeça e continuou:

― Agora eu estou velho, você já é um homem, e por mais próximos que estejamos, sinto que o perdi.

― Isso não é verdade ― Marcos afirmou com sinceridade, embora lá no fundo também sentisse as coisas daquela forma.

― Apesar de tudo, você e seu irmão foram a melhor coisa que me aconteceu. Nunca poderei me desculpar totalmente com você e sua mãe pelo que fiz; por outro lado, não posso amaldiçoar um erro que trouxe para a minha vida alguém como Ricardo. Ele sempre foi um bom menino e hoje é um grande homem. Como você.

― Não sei se posso ser considerado um bom menino ― disse Marcos, em parte por não acreditar que fizesse o gênero "bom moço", e também por não querer estar na mesma categoria que Ricardo. Não o odiava nem nada do tipo, apenas queria se preservar daquele tipo de comparação.

― Olhe para você e tudo o que construiu. Trilhou uma carreira de sucesso sem se vender, conquistou o seu espaço e, de quebra, conseguiu uma família linda. Um mau menino não se sairia tão bem, e mesmo que conseguisse as mesmas coisas, faria todos à sua volta infelizes. E nós dois sabemos que esse não é o seu caso.

Ignorando o elogio, Marcos tomou um gole da sua bebida, hesitou por um segundo e, por fim, disparou:

― Pai, por que está aqui? O que veio me dizer?

― Há muitas coisas que eu quero te dizer e há muito tempo eu quero dizê-las, mas isso levaria dias, talvez anos. ― Felipe deixou o copo vazio na mesa de canto que ficava ao lado da poltrona e andou pela sala. ― Deve ser por isso que não consigo começar ― comentou, parando próximo à TV. ― O fato, como você bem lembrou há alguns meses, é que não adianta eu querer preencher os anos em que estive longe com palavras.

Marcos se sentiu mal por ter dito aquilo.

― Olha, pai, eu não quis dizer...

― Quis sim, e estava coberto de razão. Por mais que eu tente, nunca conseguirei preencher um tempo que já passou. O problema é o que esse tempo fez conosco. Desaprendemos a ser pai e filho. ― Fez uma pausa, esperando que Marcos assimilasse suas palavras e finalizou: ― Mesmo assim, receio que em breve eu precise de você.

― Do que está falando? ― Marcos tentava acompanhar o raciocínio do pai, mas não tinha ideia de onde ele pretendia chegar com aquela conversa.

― Estou dizendo que, apesar de tudo o que fiz, você é e sempre será meu filho ― enfatizou as últimas palavras. ― E assim como um pai nunca deixa de ser pai, um filho não pode deixar de ser filho porque está com raiva ou por não concordar com ele. Entende?

Marcos refletiu por um momento.

- Está certo. "Você é meu pai e eu sou seu filho". Excelente discurso para uma constatação tão brilhante ― declarou com um sorriso sarcástico, aliviando o clima. Lá no fundo entendia o que Felipe queria dizer, ou achava que entendia, mas não queria pensar no assunto naquele momento e se levantou. - Minha cabeça deu um nó com essa conversa. O que acha de outra dose? ― Apontou para o copo na mesa.

― Acho que eu deveria ir agora. ― Felipe olhou no Rolex antigo em seu pulso e notou que passava de uma da manhã.

― Deixa disso. Amanhã é sábado, relaxe um pouco e beba comigo. Porque, caso não tenha ficado claro, você é meu pai e eu sou seu filho ― Marcos declarou, arrancando uma risada sonora do pai, que abandonou os assuntos sérios, afrouxou a gravata e, enfim, se permitiu relaxar.

Os dois assistiram TV até altas horas da madrugada e debateram sobre política, economia; discutiram sobre futebol e conversaram amenidades. Quando Marcos anunciou que ia dormir, Felipe preferiu o sofá ao quarto de hóspedes e ficou em silêncio, no escuro, pensando na vida. Estava gostando de estar ali e lamentava não ter feito aquilo antes, em outra oportunidade. Apesar de sentir saudade do neto, ter um tempo a sós com o filho havia regenerado a sua paz de espírito.

Marcos acordou às dez na manhã seguinte. Consultou o relógio e pensou no pai. Achando que ele já havia ido embora, arrastou os pés pelo corredor e ficou surpreendentemente feliz por vê-lo atrás do balcão, preparando o café.

- Bom dia - disse, bocejando. Felipe olhou para o seu cabelo desgrenhado e sentiu como se eles tivessem voltado ao passado, quando tomavam café juntos antes de saírem para seus compromissos matinais.

- Bom dia! Aqui, prove meu café. - Felipe lhe estendeu uma xícara contendo um café forte e quente. Marcos tomou um gole e soltou um gemido de aprovação.

- Hum, é exatamente como eu me lembro, e tudo o que eu preciso nesse momento.

- Que bom que eu não perdi o jeito - comentou Felipe, folheando um jornal.

- Está melhor que o da minha mulher ― brincou.

Felipe parou e encarou Marcos longamente.

- O que foi? - perguntou o jornalista.

- Nada. É que de repente eu me dei conta de que o meu filho já é um homem casado e pai de família. Quando apareceu aqui com a cara amassada e arrastando os chinelos, foi como se tivesse voltado a ser um garoto. Doce ilusão!

- Lá vem você outra vez - Marcos implicou com um revirar de olhos, porém, sem estar aborrecido. Na verdade, por mais absurdo que parecesse, não queria que o pai fosse embora. Não sabia como seria quando eles voltassem a se ver, se conseguiriam manter o clima leve e amistoso como naquele momento.

- Não se preocupe, vou parar de te encher com esse papo de velho. O que vai fazer hoje?

Marcos tomou mais um gole de café e se acomodou de qualquer jeito na banqueta. Esperou o pai dar a volta no balcão e respondeu:

- Nada de mais. Pensei em correr um pouco, talvez jogar basquete com alguns amigos mais tarde... Por quê? Está querendo me acompanhar?

- Hoje não - disse Felipe, apalpando a barriga. - Embora eu esteja precisando perder uns quilinhos.

- Você está ótimo - disse Marcos, acreditando que o pai estava muito bem para a idade, apesar de tudo.

- Quem me dera - rebateu Felipe, levantando-se. - Preciso ir, filho. Eu realmente tenho muito trabalho a fazer na Essence.

- Tudo bem. Eu te acompanho até a porta. Espero que volte mais vezes, foi bom ter você aqui.

Sem refletir se estava sendo careta, Felipe foi até o filho e lhe deu um longo abraço. Após os momentos compartilhados entre eles na última noite, pela primeira vez Marcos não se sentiu estranho com a aproximação e se viu abraçando o pai com a mesma intensidade. Felipe pegou um táxi para casa e Marcos foi ao Ibirapuera correr. O tempo todo ficou pensando na conversa da noite anterior e tentando descobrir o que o pai planejava. Havia sido bom tê-lo por perto sem outras pessoas para interrompê-los, mas aquela história de pai e filho o tinha deixado com a pulga atrás da orelha.

***

Oi, pessoal, tudo bem?

Se gostaram do capítulo, cliquem na estrelinha e deixem um comentário.

Estou querendo postar dois capítulos na próxima semana, um segunda e outro quinta ou sexta. O que acham?

A história agora vai entrar em uma nova etapa. Não posso falar mais, senão darei spoilers (e sou muito boa em dar spoilers kkkk).

Beijos e fiquem com Deus!

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