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Capítulo 15


 Como se achar sem nunca se perder?

Augusto Cury

Eles foram para Copacabana. O hotel dele ficava de frente para o mar e o bar se estendia na calçada. Uma brisa fresca soprava do oceano, bagunçando ligeiramente seus cabelos enquanto tomavam o primeiro drinque.

Ângela falava para Marcos de suas aventuras no jornal desde que havia sido promovida, em 2007. Ela contou sobre os atrasos e os eventos chatos que tinha que cobrir como castigo, e ele riu, reconhecendo a menina que ainda habitava nela. Desde o início da noite só havia visto a mulher, linda e encantadora, que também fazia parte dela. Mas a sua verdadeira essência, por baixo daquele elegante vestido, era aquela.

— Você não tem jeito — comentou com um sorriso.

— Pois é. Eu sou assim mesmo, já joguei a toalha — ela respondeu, depois fechou os olhos e jogou a cabeça para trás. Estava adorando estar ali com aquele clima agradável, longe de suas preocupações, e com ele.

— Nós devíamos ter mantido contato... — Marcos disse de repente. Ângela abriu os olhos.

— É verdade...

— Por que você nunca mais falou comigo? — ele inquiriu. Ela apertou os lábios e deu de ombros. Como explicar a ele que havia pensado no assunto várias vezes, mas que o fato de ter se envolvido mais do que deveria a impediu?

— Eu... não sei.

Eu sei, pensou ele, entendendo que seus motivos eram iguais. — Em que hotel você está? — perguntou para mudar de assunto.

— Acho que o nome é São Benedito ­— Ângela respondeu, abrindo a carteira para pegar o cartão do hotel a fim de mostrar a ele. — Eu escolhi ao acaso quando cheguei, porque não fiz reserva. O cartão está... — ela parou de repente. — Ah meu Deus!

— O que foi?

— O cartão com o endereço do hotel sumiu. — Ela revirou novamente a bolsa e não o encontrou, então se lembrou do momento em que Aldo deixou sua bolsa cair.

Marcos sugeriu que eles procurassem na internet e assim, eles foram parar no quarto dele, apreensivos, mas apreciando secretamente poder ficar mais tempo na companhia um do outro.

O hotel era luxuoso e o quarto, amplo e elegante. Ele contava com uma cama de casal king size com cabeceira de metal, uma salinha com sofá, mesa e poltronas, um armário embutido, um bar equipado com diversas bebidas, e uma escrivaninha embaixo de uma das grandes janelas que davam vista para o mar de Copacabana. O banheiro era aconchegante e espaçoso. Tinha piso e bancadas de mármore, espelhos com spots de luz embutidos, paredes de cimento queimado e uma grande hidromassagem com deck de madeira.

Marcos pediu que ela ficasse à vontade e, enquanto ele procurava por seu hotel utilizando o notebook, ela debruçou-se na janela ao lado e ficou contemplando o mar. Era tarde e o movimento na orla da praia havia diminuído consideravelmente.

Para surpresa deles, o hotel dela não tinha site na internet. Marcos debochou e eles foram se sentar no sofá. Então ele a convidou a ficar.

Como não ela não tinha alternativa, aceitou, e eles riram por estarem na mesma situação de quando se conheceram.

— Eu não acredito que isso aconteceu de novo — ela disse meneando a cabeça.

— Ao menos podemos conversar mais — disse ele, indo ao bar para preparar um novo drink para ambos.

O tempo passou e as conversas se aprofundaram. Marcos falou de Nicole, que não via há alguns meses, e do relacionamento aberto que funcionava para eles; Ângela falou de Eduardo, e de como conseguira perder o homem perfeito.

— Eu não aguentava mais vê-lo decepcionado, esperando que eu fosse uma pessoa que eu não podia ser. Você entende? — ela perguntou.

— Acho que sim. ­— Marcos olhou bem para ela, parecendo decifrar seus sentimentos. Em seguida perguntou: — Você sente falta dele?

— Muita — ela respondeu sincera. — Apesar de nunca ter tido muito tempo para ele.

— Você o ama?

— Sim. Mas isso não importa agora porque ele está seguindo com a sua vida, enquanto eu estou como sempre estive: sozinha.

— E o seu pai? — ele perguntou ao se lembrar do gentil idoso que o recebera em sua casa anos antes.

— Está bem, na medida do possível. Agora ele mora no asilo.

— Que chato! Eu me lembro de que a última coisa que você queria era interná-lo lá. Até ficou brava comigo quando cogitei essa hipótese. — A lembrança o fez prender o riso. — Pois é, mas a decisão foi dele — disse Ângela. — Aquele velho tinhoso, quando cisma com alguma coisa... Ele achava que estava atrapalhando a minha vida e decidiu ir morar lá. No fundo, o que ele queria era que eu me casasse, e, por conta disso, ficou muito chateado com o fim do noivado. Desde então nossa relação não é mais a mesma, e essa confusão na qual me meti com a família Claiton não ajudou muito. Ele está magoado, me evitando, e o pior é que eu sinto que o estou perdendo e não sei o que fazer.

— Se você sente que o está perdendo, deve aproveitar todos os momentos que puder ao lado dele — refletiu Marcos. — Quer um conselho? Pare um pouco de bancar a "Superfilha" e seja somente a filha. Pare de cuidar tanto dele e deixe que ele cuide um pouco de você, só para variar. Seus papéis foram invertidos; de repente está na hora de eles voltarem ao normal.

Ângela abriu a boca e não soube o que dizer. Como ele, que a conhecia tão pouco, sabia tanto sobre ela? E como conseguia fazê-la refletir sobre toda a sua vida com tão poucas palavras?

Ela meditava sobre o assunto quando ele continuou: — Quanto ao seu ex, esqueça. Não deu certo porque você não estava pronta para um relacionamento. No fundo, sempre achei que você é igual a mim.

— Não Marcos, eu não sou igual a você. Eu quero um relacionamento e uma família.

— Você quer, mas não consegue porque é travada. Assuma de uma vez!

— Não, eu não concordo com você — ela respondeu incomodada, mexendo-se no assento.

— Você é — afirmou ele —, e quando assumir isso vai se sentir bem mais leve. Admita que, assim como eu, não foi feita para um relacionamento. Você sofreu uma grande perda ainda muito jovem, e desde então tem se virado sozinha. Esse tipo de coisa abala a cabeça de qualquer um.

— Está falando por mim ou por você? — ela o alfinetou, com os olhos apertados.

— Por nós dois — ele respondeu sem se alterar. — Eu também sofri uma perda, também me aborreci com a vida e de certa forma me fechei, mas assumi o controle, e hoje não é o medo que me domina, mas as minhas decisões. Decidi o que quero para a minha vida, me aceito como sou e estou em paz com a minha consciência. Quando decidir ser você mesma, será libertador. Para isso, no entanto, precisa parar de ser cabeça-dura.

Dito isso ele se levantou, pegou uma bebida no bar e abriu dois botões da camisa. Assim como há três anos, novamente estava cada vez mais ligado a ela. Ângela o divertia e o interessava como poucas garotas haviam conseguido fazer. Podia passar a noite discutindo com ela, depois a agradando, e voltando a discutir. Adorava dizer a ela que estava errada sobre si mesma, e vê-la zangada só aumentava seu interesse.

Ângela limitou-se a olhá-lo, porque tudo que ele dissera fazia sentido. Ela não iria admitir, mas novamente ele estava marcando sua vida. Também não iria admitir o quanto estava atraída por ele, apesar de irritada por ter seu canto obscuro invadido daquela forma. Marcos era assim, ele não procurava um caminho, ele simplesmente arrombava a porta, entrava, tirava tudo do lugar e partia.

Ao voltar para o lado dela, ele olhou para aqueles olhos teimosos e contestadores e sentiu um frio na barriga. Não sabia se havia ido longe demais nem o quanto ela estava zangada, por isso apreçou-se em se desculpar.

— Me desculpe! Eu não queria...

— Não, tudo bem — ela respondeu, piscando rápido e sacudindo a cabeça para voltar à realidade. — Faz tempo, mas eu já me acostumei ao seu jeito. — Ela sorriu, admitindo para si mesma, no fundo do seu inconsciente, o quanto sentira falta daquelas discussões.

A atmosfera entre eles mudou de forma sutil, porém, perceptível. Após um breve silêncio, confusos, voltaram a falar de assuntos mais leves a fim de disfarçar o que estava acontecendo. Ângela estava se sentindo bem ali e não queria ter que partir. Ela havia bebido um pouco, estava longe de seus problemas, e Marcos fazia com que tudo parecesse mais simples. Por este motivo, e por gostar de estar perto dele, não queria que a noite acabasse.

Em determinado momento, a conversa foi direcionada para os eventos que a levaram até ali, quando ele lhe perguntou se ela havia se recuperado bem dos ferimentos da briga. — Já estou quase cem por cento — disse ela, e contou a ele com detalhes o que sentiu e pensou durante aquele tempo em que ficou à mercê de Claiton e da própria sorte.

— Ficaram muitos hematomas? — ele perguntou, enquanto ela tomava um gole da sua bebida.

— Mais ou menos — ela respondeu, levantando um pouco o vestido para mostrar onde havia fraturado a perna. — Este foi de quando ele me jogou contra o rack e a TV caiu na minha perna. Terminei a fisioterapia essa semana. Como o osso não chegou a quebrar, eu fiquei engessada por pouco tempo. O que quebraram mesmo foram as minhas costelas.

— Quais?

— Aqui — ela tateou seu corpo e, sem pensar, pegou a mão dele e a colocou no local. Com o toque, ambos prenderam a respiração, e ao se olharem nos olhos perceberam com clareza o que estava acontecendo entre eles. Ela disfarçou, soltou a mão dele e se concentrou em mostrar a parte do rosto onde tinha levado um soco. — Aqui não ficou nenhum hematoma, mas quando eu toco, dói. Sinto como se tivesse um caroço ou algo do tipo no local, mas não há nada — completou.

Sem ser convidado novamente, Marcos estendeu a mão e tocou o rosto dela com o polegar. Ângela piscou lentamente e, quando abriu os olhos, deparou-se com os dele. Marcos deslizou a mão pelo seu rosto, sem dizer nada, se aproximou lentamente, e então a beijou. Ela correspondeu imediatamente e novamente eles sentiram que o tempo não havia passado.

— Eu não planejei isto — ele disse em sua defesa, pouco tempo depois.

— Eu sei...

Os dois continuaram a se beijar e o clima esquentou. Marcos se afastou um pouco para olhá-la nos olhos. Os dois estavam ofegantes, e tão próximos que suas respirações se fundiam.

— Eu gosto de você — ele afirmou, acariciando o rosto dela.

— Eu também — ela sussurrou, beijando a mão que tocava o seu rosto.

— Eu... quero você — ele admitiu com sinceridade, forçando-se a encará-la e dando a ela a chance de recuar.

— Eu também — ela ouviu-se dizer.

Marcos sorriu e a beijou novamente, sabendo que daquela vez não teria que se conter. Ângela era uma mulher adulta, madura, e o queria tanto quanto ele a ela.

— Mas eu ainda não quero um relacionamento — ele sussurrou em seu ouvido.

— Nem eu — ela admitiu, sendo sincera consigo mesma pela primeira vez.

Aquela declaração minou o resquício de autocontrole que ele ainda tinha. Sem pensar mais ele a tomou nos braços e aprofundou o beijo até que sentisse todos os cantos de sua boca.

Ângela teve a chance de recuar. O que estava para acontecer normalmente lhe pareceria errado, mas estava tão cansada de tentar fazer tudo certo e ainda assim desapontar todo mundo; e ali tudo era tão simples e sem esforço, que se recusou a pensar no assunto. Entregou-se ao momento e se deixou levar.

Marcos também não recuou. Desde o momento em que a vira não conseguira tirar os olhos dela, e embora dissesse a si mesmo que não a tocaria, não conseguiu. A culpa não era sua se ela havia perdido o cartão do hotel, e nem a forma como haviam chegado até aquele ponto. Ele era forte, mas não tanto. Ângela era bonita, divertida, e ainda que se negasse a admitir, muito parecida com ele. Sua indiferença forçada ia até certo ponto, mas já haviam passado dele há um bom tempo.

Sem dizer mais nada eles se levantaram e foram para a cama. Ela tirou a camisa dele e ele, o vestido dela, prendendo a respiração ao descobrir como ela era linda. Eles se beijaram novamente e se amaram, sem pressa, aproveitando cada segundo daquela noite mágica. Marcos foi gentil e carinhoso. Gostava mesmo de Ângela, e apesar de não ter interesse em fixar um compromisso admitia que, se aquele fosse o caso, ela seria uma forte candidata.

Ângela se entregou sem reservas ou preconceitos. Gostava dele e gostava da forma como ele a fazia se sentir, mesmo quando a irritava. Naquele momento, sentia que ele havia voltado para sua vida para abalar novamente o seu mundo e lhe dar um novo fôlego para enfrentar o que viesse pela frente, exatamente como antes.

Eles passaram a noite se amando, rindo e conversando, e adormeceram vendo o sol nascer.

No fim da tarde seguinte eles partiram, após terem encontrado o hotel dela, e após ele tê-la levado ao Morro do Corcovado para conhecer o Cristo Redentor.

Ele partiu prometendo manter contato daquela vez. Ângela acreditou, pois de alguma forma sentia que ele tinha voltado à sua vida para ficar.

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