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Capítulo 5

Os portões escuros da enorme casa de Seamus Gray abriram para receber o carro cinza da Companhia. Keaton manobrou pelo cascalho pavimentado do jardim da frente e parou o veículo na entrada da casa. O tamanho e a estrutura pacífica do lugar ainda eram capazes de surpreendê-lo, mesmo depois de meses trabalhando com os Gray.

A casa dos Gray tinha sido considerada uma das mais bonitas em Lumina Valley, antes mesmo das plantas do jardim começarem a secar. Era uma residência de tijolos vermelhos e ladrilhos de pedras claras, referentes às preferências de Elena e Seamus Gray, e, por causa do estilo diferenciado, se destacava das outras casas.

Keaton seguia uma etapa específica no trabalho, como tinha sido treinado, e o próximo passo era abrir a porta para as pessoas no carro saírem. Entretanto, quando saiu do carro para abrir a porta para London, o garoto saiu primeiro, sozinho, e se apressou para dentro de casa.

– Ainda vou perder o meu emprego por sua causa...

– Não tem ninguém vendo!

London se despediu de Keaton e entrou na casa solitária.

A noite estava em seu auge, os tons azulados escuros despontando no céu, e, mais uma vez, Seamus tinha avisado por mensagem que estaria preso trabalhando até a madrugada, mas London desconfiou de que essa era, na verdade, a própria escolha do pai.

Naquela hora do dia, os empregados tinham deixado a casa. Sozinho, London seguiu a própria rotina. Embora fosse a parte mais solitária do cotidiano, ele gostava da liberdade que as simples tarefas ofereciam. Era ele quem preparava a própria refeição, embora o cozinheiro sempre deixasse um prato na geladeira. Ele limpava e arrumava o próprio quarto, por vontade própria, para que os faxineiros não tivessem muito trabalho pela manhã.

Ele repetiria as tarefas mais entediantes naquela noite, quando sentaria de frente para a janela e faria os deveres de casa e lições extras e tentaria não desmoronar com o peso de tanta solidão, e assim os dias se repetiriam.

Na sala de estar, o enorme espaço oferecia escuridão completa aos olhos do garoto.

– Ativar luzes – comandou.

A claridade surgiu conforme ele foi subindo as escadas ao segundo andar, degrau por degrau, carregando um balde cheio de pipoca nas mãos. O garoto chegou no quarto, largou a comida na cama e se jogou no banco do piano.

O celular tinha quatro chamadas perdidas e vinte e sete mensagens não respondidas de Thomas, todas contendo o mesmo aviso. London leu cada uma delas e correu para a televisão, alarmado. As instruções do amigo diziam para ligar direto no canal 9, mas todos os noticiários falavam do mesmo assunto.

London engoliu a pipoca com a velocidade das batidas do coração e escutou a notícia, assustado. Os jornalistas diziam que algum tipo de criatura nunca vista antes estava atacando o parque principal da cidade. Parecia uma situação fantasiosa, saída direto das histórias em quadrinhos emprestadas por Thomas, que London tinha lido página por página quando seu pai não estava em casa.

O primeiro pensamento que subiu à cabeça dele foi a preocupação com todos que ele conhecia. O hotel onde a irmã estava hospedada era longe o bastante do parque, o pai estava seguro na Companhia Gray, Keaton não faria o caminho para casa por aquela rota perigosa e seus amigos e conhecidos estavam a uma distância segura do ataque.

Depois London pensou na segurança das outras pessoas, aquelas que não conhecia, as que estavam presas no parque, capturadas entre o tiroteio e a criatura estranha. Ele torceu para que os policiais fossem bem sucedidos e conseguissem derrotar o inimigo antes que alguém se machucasse.

Ele sentou na cama com o balde de pipoca na mão e ouviu um objeto rolar pelo lençol e cair no chão, emitindo um som agudo pelo quarto.

– O que é isso? – ele sussurrou.

Ele pegou o objeto e levou para a frente dos olhos castanhos. A esfera maciça e escura, exceto pelo centro avermelhado, era incrivelmente leve. Ele imaginou que aquilo fosse algum presente de Dahlia, embora não soubesse o que era o objeto ou qual era sua função.

Com o celular na mão, prestes a mandar mensagem para a irmã, ele viu a foto de dois mascarados aparecer por cima da reportagem. A jornalista os nomeou como Dama Dourada e Soldado Prateado, e London os reconheceu imediatamente.

Ele abriu uma gaveta e pegou a revista que Thomas tinha emprestado há algum tempo, deixando a esfera de lado. Não tinha lido aquela história ainda, mas desejou saber sobre o que contava, qual aventura era enfrentada. Na capa, um desenho realista colorido dos mascarados estava sob o título "Aventuras na Cidade das Luzes".

London sempre gostou das histórias de heróis. Achava fascinante o modo como eles superavam seus medos e derrotavam vilões com seus poderes. Tinha consciência de que viver em um mundo onde dois deles existiam de verdade era, talvez, a coisa mais legal que poderia acontecer com ele.

O rosto do garoto se iluminou. A jornalista estava falando sobre os heróis que podiam derrotar a criatura no parque.

London abriu a revista em quadrinhos e leu uma parte da introdução. Era uma edição bastante recente, embora não houvesse mais aventuras a serem contadas. Ele correu os dedos pelas páginas, escaneando as figuras com os olhos, até chegar na página final, que mostrava uma foto da Dama e do Soldado no primeiro ano em que chegaram em Nova York, a primeira foto capturada dos novatos. Na foto, os dois foram pegos pulando entre um telhado e outro, seguindo caminho para acabar com o próximo crime na cidade.

Então, como se tudo fizesse sentido, London notou duas nuvens de fumaça circulares, dourada e prateada, flutuarem perto dos heróis como se atraídas por um estranho magnetismo, e no centro delas, uma forma esférica da mesma cor se destacava próximo de cada um.

Desacreditado, London alternou o olhar entre a página e o objeto na cama. Seu instinto dizia que, embora a esfera no quarto dele fosse apagada e com uma cor vermelha somente no centro, era muito parecida com aquilo que seguia os heróis na foto.

Além disso, também admitiu que era muita coincidência que a esfera tivesse aparecido no mesmo momento de um ataque na cidade. Uma esfera que não estava em Nova York, mas no quarto de London, em Lumina Valley. Não dourada ou prateada, ele percebeu, porque não era como a esfera dos heróis e nem mesmo era para eles. Só havia uma explicação para aquela estar onde ele estava.

Era vermelha.

Para ele.

– Mas...

Na televisão, London ouviu a voz da jornalista no fundo. Um helicóptero iluminou as pessoas que se escondiam perto da grade do parque, fugindo dos tiros e dos destroços de terra jogados pela criatura.

Vendo as imagens de sangue e desespero, um sentimento forte tomou conta do garoto. Qualquer dúvida que tivesse antes se transformou em dever. Ele apertou o objeto nas mãos e entendeu o que tinha que fazer.

– Vou derrotar aquela coisa! – disse. Então abaixou a voz: – Se eu soubesse como...

Ele procurou respostas na revista em quadrinhos, mas não havia instruções de como usar a esfera contra uma criatura de quase três metros de altura.

Só o que ele sabia era o que as imagens mostravam: sempre que a Dama e o Soldado estavam com o arco e a espada, suas armas, respectivamente, somente nesse momento que as esferas não estavam por perto. Pelo modo como as armas brilhavam em dourado e prateado, parecia que as esferas se transformavam nelas.

London concluiu que naquele estado apagado, a esfera de núcleo vermelho era inútil.

– É claro – murmurou.

Ele não tinha ideia do que fazer.

A Dama e o Soldado eram retratados como heróis nas revistas e nas fotos, usando seus uniformes e armas. Mas como tinham chegado até lá, era óbvio que somente quem estava por trás daquelas máscaras poderia saber.

– O que eu faço com isso? Jogo naquela coisa?

Ele se divertiu com a ideia, então olhou para a televisão mais uma vez e tirou o sorriso do rosto imediatamente.

– Lumina Valley está em perigo.

Ele queria ajudar as pessoas no parque do modo que pudesse. Tinha a solução na ponta dos seus dedos, mas não sabia como usá-la, e a esfera certamente parecia querer não cooperar.

– Me ajuda, negócio poderoso.

Ele esperou por alguns segundos, como se a esfera fosse dizer o que fazer em seguida.

Sem qualquer resposta, decidiu que não ficaria parado.

London correu escada abaixo, segurando firme a esfera, virou à esquerda e entrou na garagem escura. Pensaria em alguma coisa no caminho.

– Ativar lu-

Antes que pudesse completar a frase, a esfera começou a flutuar para fora da mão dele. A luz vermelha acendeu mais forte no centro, então expandiu, preenchendo toda a escuridão da esfera, e uma fina camada de névoa vermelha envolveu-a por fora.

– O que... – London sussurrou. A esfera flutuou perto do rosto dele, iluminando tudo com a cor vermelha. – Eu consegui?!

Ele encarou o brilho vermelho e, sem saber o motivo, tocou a esfera.

– Uau!

E a esfera, como se estivesse sentindo sua vontade de lutar, respondeu.

De repente, uma camada vermelha começou a cobrir cada ponta do corpo de London, se expandindo por todos os membros. E tão rápido quanto apareceu, ela se foi gradualmente, deixando em seu lugar um tecido de três cores adaptado ao corpo dele, como se antes daquele processo tivesse tomado suas medidas.

London observou o novo visual pelo vidro escuro do carro e se surpreendeu com a aparência. Uma máscara vermelha, preta e branca envolvia ao redor dos olhos castanhos dele e um uniforme das mesmas cores substituía a própria roupa da base do pescoço para baixo.

E flutuando atrás dele, a esfera vermelha esperava pelo próximo comando.

– Isso é tão legal! – ele gritou.

Ele passou a mão pelo tecido estranho de minúsculos hexágonos, tão pequenos que ele só os enxergou ao forçar a visão. Pensou em como era estranho todo aquele negócio e deu de ombros pelo mesmo motivo.

Assim, abriu a porta do carro e se jogou no banco do motorista, sorrindo ao colocar o cinto. A esfera o seguiu, atravessando o vidro com rapidez.

London pôs a mão no volante e estava prestes a girar a chave de ignição quando se deu conta do que estava fazendo. O que o pai pensaria se visse ele burlar sua rotina noturna, os incansáveis estudos, para sair de casa sem permissão e ir enfrentar um monstro desconhecido?

Ele hesitou, preocupado, e não se via mais o sorriso no rosto. Estaria desrespeitando todos os limites impostos pelo pai no momento em que saísse da casa.

Mas...

Para London, os últimos meses tinham se resumido em andar em linha reta no topo de um precipício, sob o medo de que, caso tropeçasse por um segundo, pudesse perder o pai.

Os dois estavam finalmente se aproximando, mas não do modo que London desejava. O que esperava do pai era amor familiar, do tipo que fosse capaz de errar e perdoar, aceitar e aproveitar. O que tinha conseguido no lugar, entretanto, era a vida monótona, sem lugar para erros e planejada do começo ao fim, que aos poucos se transformava em sua prisão.

Mas, pela primeira vez em muito tempo, London estava fazendo algo que era apenas sua decisão, e sabia que era a decisão certa.

Além do mais... se Seamus não descobrisse sobre aquela noite, não haveria com o que se preocupar. Eles ainda poderiam ser uma família.

Naquela noite, London podia se tornar um herói como aqueles nos quadrinhos e salvar as pessoas indefesas no parque.

Quando girou a chave e abriu a porta da garagem, sentiu que nada poderia pará-lo.

Athena não soube ao certo o motivo de correr até a casa dos Robbins com tanta pressa, mas quando chegou e não viu nenhum dos três em canto nenhum, sentiu o coração acelerar.

Ela correu para o quarto e ligou a televisão para acompanhar a situação com a criatura, se odiando pela pequena esperança que sussurrava para si mesma:

– Talvez os heróis apareçam dessa vez...

Mas ela não se surpreendeu quando a tela mostrou que o helicóptero ainda iluminava a criatura e os policiais, e nenhum herói tinha chegado.

Destroços do parque eram jogados para o alto pela criatura, e Athena podia jurar que o monstro tinha ficado um pouco maior desde o Palco Robbins.

Athena viu pessoas ainda tentando fugir, algumas delas feridas, segurando os membros arranhados, enquanto a polícia mantinha a barricada com as armas a postos e atirando. Ela se aproximou da tela e tentou procurar pelos rostos de Anna, Robert e William na multidão, mas não conseguiu encontrá-los no meio da confusão.

Pelo reflexo da tela, no entanto, viu um objeto colocado em cima da cama, ao lado de um pedaço de papel. Com cuidado, ela pegou a esfera de núcleo azul nas mãos. Ela lembrou de ver de perto algo parecido com aquele objeto antes, quando era pequena, embora de forma um pouco diferente, e sentiu-se estranha ao lembrar.

Nas ruas escuras de Manhattan, ela estava andando de mãos dadas com o avô quando um homem passou correndo por eles, carregando a mochila de alguém debaixo dos braços ao mesmo tempo que os gritos para pegá-lo ecoavam no fim da rua.

O resto aconteceu rápido.

Uma flecha dourada cruzou o ar e prendeu a mochila na parede de um edifício. Com o impacto, o ladrão se desequilibrou, mas antes que pudesse cair no chão, o Soldado Prateado o ergueu no ar e acenou para o topo do prédio mais perto. No alto, a Dama Dourada abaixou o arco dourado, que logo se transformou na esfera igualmente dourada, então acenou de volta e foi embora tão rápido quanto tinha chegado. Quando o Soldado a seguiu, uma esfera prateada o seguiu também.

Mais tarde, no segundo em que pisou em casa, a pequena Athena pesquisou sobre os dois, encantada pela ação. Foi daquela forma que descobriu que as esferas se moldavam para formar as armas usadas pelos heróis, ou então dizia a teoria dos fãs.

Ela também tinha sido uma fã uma vez, muito antes de se decepcionar.

Athena desabou na cama e espalmou as mãos no rosto, sentindo um arrepio subir pela espinha ao perceber o que a esfera em seu quarto significava.

Ela não sabia como a esfera tinha parado ali. Talvez o objeto tivesse vontade própria e um terrível senso de humor para aparecer para ela. Talvez, de alguma maneira, alguém tivesse invadido a casa dos Robbins e colocado-a na cama dela, para que a encontrasse e fizesse parte do time que tinha abandonado tanto ela quanto sua cidade.

Parecia ironia do destino, mas Athena não sentiu vontade de rir.

Ela olhou para a televisão e lembrou do motivo de ter corrido até a casa em primeiro lugar. Os Robbins e muitas outras famílias estavam em perigo enquanto a criatura atacava no parque, e os policiais não pareciam ter a situação sob controle.

Por outro lado, parecia que a Dama Dourada e o Soldado Prateado não apareceriam. O motivo da esfera ter aparecido ali não podia ser nada bom. Talvez os heróis estivessem com problemas, pensou Athena, para não aparecerem diante da ameaça.

Se ignorasse a situação, se deixasse para que outra pessoa resolvesse, seria exatamente como os heróis. E isso ela não deixaria acontecer.

– Não – sussurrou.

Ela imaginou que a esfera não tinha a função de transporte, então pensou que alguém realmente tinha se encarregado de colocá-la no quarto dela, mas não queria gastar mais tempo pensando naquilo.

Ela pegou o papel ao lado da esfera e leu rapidamente. Eram vários números dispostos em caligrafia impressa, cobrindo quaisquer traços manuscritos: 120922118.

– Um código – compreendeu.

Seu primeiro pensamento foi associar os números a um celular, talvez para o telefone de quem quer que a tivesse colocado naquela situação, mas a mensagem de voz acusou que o número era inexistente. Os dígitos também eram insuficientes para alguma data possível.

– Coordenadas? – Athena escreveu os números no celular. – Não encontrado...

Ela franziu o cenho e pensou mais a fundo. Parte dela teria adorado aquele enigma, se não estivesse correndo contra o tempo.

– Droga!

Seu rosto se iluminou de repente, percebendo que se considerasse os números no papel como parte do alfabeto de 26 letras, poderia encontrar sua resposta.

– Ah, são letras! – Ela rasgou uma folha de um caderno e começou a anotar as letras do alfabeto, pensando que cada número correspondia a uma letra e sua ordem. – Isso!

Ela anotou cada combinação de palavras na folha, contando os números e as letras nos dedos. Começando com o número 12, teria a letra L, mas o 0 seguinte invalidou o enigma. Ela então declarou que o número 1 era a letra A e o número 20 era a letra T, e assim continuou.

Ela riscou a palavra ATIBB quando não fez sentido e colocou ATIV no lugar, sorrindo quando começou a fazer sentido. Depois, com 11 e 8 restantes, a palavra formou ATIVKH e então, mais uma vez, ela riscou as últimas letras e colocou A e R no lugar.

Ativar? – murmurou.

E a esfera respondeu.

Athena deu um passo para trás quando a esfera flutuou. O núcleo azul expandiu e uma névoa de mesma cor borbulhou para fora, tremeluzindo em volta da esfera, que logo se tornou totalmente azul. A esfera parou na altura do rosto dela, exibindo um brilho azul.

Athena chegou mais perto e, como um instinto, esticou o braço. A iluminação de um azul mediano cobriu os braços dela. Ela permitiu a transformação sem hesitar, sabendo o que estaria em seu lugar assim que a camada desaparecesse.

O tecido maleável de três cores se formou. O uniforme era branco, preto e azul e uma máscara com as mesmas cores circundava os olhos azuis de Athena e escondia sua identidade até de si mesma.

E estava feito. Ela se parecia com os heróis.

Como se soubesse o que fazer em seguida, Athena se virou para a televisão mais uma vez, encarou as fendas verdes da criatura e apertou os punhos.

Decidiu que salvaria todas aquelas pessoas. Aquela era sua chance de fazer o que tinha desejado que a Dama Dourada e o Soldado Prateado fizessem por ela.

Ela suspendeu a janela e passou por debaixo, aterrissando no telhado da casa vizinha, então correu pelas calhas e sentiu a agilidade providenciada pelo traje acelerando seus passos.

Com o olhar firme, disparou para o parque, sussurrando uma promessa para si mesma.

Faria tudo que os heróis da Cidade das Luzes não tinham conseguido.

Esse foi o quinto capítulo. O que acharam de tudo até agora? (Comentários honestos, por favor.)

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