Capítulo 38
O professor ainda não tinha chegado na sala de aula. As vozes dos estudantes estavam altas e exasperadas com a promessa da chegada das provas de fim de ano e a aproximação das férias finais. Bella, entretanto, não falava nada.
O grupo de amigos notou que ela não estava com o típico comportamento normal, sem qualquer atuação, e quando tentaram perguntar sobre as aulas de fotografia, ela rapidamente trocou o assunto, sem se aprofundar muito como normalmente fazia ao falar de um assunto de que gostava.
Os sete trocaram olhares sugestivos. Eles não precisavam mais conversar, conheciam um ao outro e a dinâmica do grupo o suficiente para saber que deveriam fazer alguma coisa a respeito da tristeza de Bella. Eles montaram um plano para ajudá-la sem seu conhecimento.
A ideia começou a ser colocada em prática de tarde.
Athena e London dividiram o guarda-chuva até o Palco Robbins. MJ e Thomas, atrás deles, fizeram o mesmo, ouvindo o som da chuva acertar o topo e cair no chão como lágrimas em sinfonia, e atrás deles vinham Jasper e Cameron, e Liana vinha atrás.
Athena abriu a porta para o pessoal e pediu para que colocassem os guarda-chuvas no local apropriado. Eles se acomodaram na mesa do canto e começaram a fazer os planos. Além deles, o Palco Robbins estava quase vazio por causa da chuva, havia apenas duas pessoas para serem atendidas.
– Está tão vazio... – comentou Athena.
– Não entendo por que as pessoas não saem de casa na chuva – rebateu London.
– Está brincando? A chuva é o melhor clima para ficar em casa. Se imagine agora, na frente da sua janela enorme, onde consegue ver e ouvir claramente a chuva caindo, deitado na cama com um cobertor quente, o copo de café fervendo em uma mão e um bom livro na outra. – Ela suspirou alto. – Não há nada melhor.
London não conteve um sorriso.
– Estou imaginando. E não gosto nada. Atrapalha todos os planos fora de casa.
– Bem, crie outros planos.
– Que tal uma sessão de filmes em uma tela de cinema?
Athena franziu o cenho.
– A ideia é não sair de casa.
– Quem disse alguma coisa sobre sair de casa?
A menção à mera riqueza na mansão fez a garota revirar os olhos.
– Engraçadinho. – Ela decidiu continuar com o jogo dele. Imaginou que, se tinha uma sala de cinema em casa, também devia ter visto os melhores filmes criados pela humanidade sem precisar sair de casa. – Já viu Harry Potter, Gray?
– O que é isso?
Athena sentiu uma pontada no peito e tocou o coração.
– Nossa. Uau. Essa doeu. Uau! Inacreditável...
Um cliente abriu a porta da cafeteria, deixando entrar vento frio e respingos pela porta, tirando o foco da conversa.
– Espere aqui, okay? – disse Athena. – Eu já volto.
– Okay.
Ela foi atender os clientes, e enquanto o fazia com rapidez para voltar para a conversa, London notou seu comportamento estranho. Ela parecia meio abatida, cansada, como se não tivesse pregado os olhos durante a noite, e ele pensava que o motivo era conhecido para si. Já faziam alguns dias desde que ele havia descoberto o encontro da garota com sua irmã, e podia imaginar que a conversa não tinha sido nada confortante para Athena. London queria discutir sobre Dahlia e o fato de terem se encontrado. Queria saber sobre o que falaram e por que sua irmã mentiu que estava fora da cidade, mas se conteve com o silêncio. Athena não precisava ouvir aquilo ao completar as tarefas no trabalho.
A garota se aproximou e respirou fundo.
– Como você está se sentindo, Fallon? – ele perguntou.
– Estou bem – ela respondeu, evitando a verdade.
– Não parece muito bem para mim.
Ela queria contar sobre os pesadelos com Escarlate e o princípio de uma briga, mas o assunto era secreto. Caso cedesse aos próprios sentimentos, ela precisaria contar sobre como, surpresa, e não conte para ninguém, era Azura. Por isso ela mudou o rumo da conversa:
– Quero descobrir quem é o assassino, Gray.
– Eu também.
– Estive pensando em Charles Wallace, nosso suspeito. Como é possível que alguém tenha passado por Nova York sem qualquer registro da existência dele? Ele deve ter morado por algum tempo lá, certo?
Athena pensou que, como Charles era o Guardião do Infinito, ele provavelmente devia ter permanecido em Nova York para vigiar os orbes.
– Sim – ela afirmou.
London olhou para Thomas.
– Não brigue comigo, mas...
Ele apontou para o amigo, sugerindo uma ideia. O amigo era muito bom em encontrar qualquer coisa na internet e poderia ser de alguma ajuda para a investigação dos dois.
– Não podemos envolver mais gente nisso, Gray, você sabe. É perigoso.
– Não se preocupe, ele não vai fazer perguntas. Essa é a beleza da nossa amizade.
– Okay. Confio em você.
London assentiu. Ele esticou um pedaço de papel com o nome completo de Charles e a última localização conhecida para Thomas, Nova York em geral, sem informar muito mais.
– Preciso que encontre qualquer coisa no nome desse homem.
Thomas olhou para o amigo de cima a baixo
– E você não vai me contar por que?
– Não. Você consegue ou não?
– Se eu consigo? Ha! Não acredito duvida da minha habilidade, cara. Há quanto tempo me conhece? Que vacilo!
London bufou.
– Você consegue ou não, Thomas?
O garoto agarrou o papel e enfiou no bolso, fazendo um biquinho em resposta.
– Provavelmente. Me dê alguns dias e eu vejo o que consigo encontrar.
MJ, Liana, Cameron e Jasper se juntaram à conversa, todos com outro plano na cabeça e um esboço desenhado no papel. Aquela ideia, entretanto, envolvia ajudar uma amiga em sua vida pessoal.
– Temos o plano perfeito pronto – MJ disse. – London, mande mensagem para Bella e diga para que ela e a família cheguem aqui de tarde, por favor.
– Certo. Vou arrumar uma desculpa para virem neste lugar.
– Muito bem. Jasper, você tem a caixa de som?
– Sim – ele respondeu –, vou trazer após o ensaio com a banda.
– Precisamos das fotos dela – Thomas falou.
– Eu dou um jeito de pegar escondido – London respondeu, já traçando uma forma de entrar escondido no quarto da amiga.
MJ cutucou Thomas e apontou com a cabeça para Athena e London. O garoto reparou na hora e pigarreou:
– London, meu amigo – disse. – Por que não leva Athena com você?
– Eu tenho que trabalhar – Athena falou.
– Eu também, extra oficialmente – London murmurou. – Estava pensando em ir atrás da Bella no intervalo.
– Não tem problema. – Liana tomou a frente, desamarrou o avental dela e colocou em si mesma. – Eu e o Cam vamos cobrir o turno de vocês, não é?
Cameron fez que sim com a cabeça, partindo para a ação.
– Vocês podem ir agora mesmo – disse.
– Vocês sabem que eu não trabalho aqui de verdade, certo? – London questionou.
– Sério? Você fica nesse tédio trabalhando de graça? – Liana ficou boquiaberta, mas fechou-a rapidamente e se manteve firme. – Não importa, vamos cobri-los mesmo assim.
– Certo. Então, vamos.
– Agora? – Athena perguntou.
– É.
– Mas... okay, então.
Athena entregou o avental para Liana e pegou um outro para Cameron. Marcus saiu da cozinha e cruzou os braços, olhando para a cena.
– Não vai me dedurar, Marcus, por favor.
O homem deu de ombros.
– Se eu te dedurar, vai sobrar mais trabalho para mim.
– Fico tão feliz por você ser preguiçoso! Então estou indo!
London pegou o guarda-chuva e disparou rua afora com Athena no encalço.
– Espera aí – ele disse. – Tem uma coisa que dizem que é bom para fazer na chuva.
– Ficar em um local coberto?
Ignorando o frio e a água, London fechou o guarda chuva. Athena estava despreparada e soltou um grito surpreso quando as gotas frias a atingiram.
– O que você está fazendo?!
Ela correu para debaixo de uma marquise para se proteger de um resfriado. As gotas estavam caindo ao som de uma cachoeira em volta. Entretanto, ignorando a água como se o sol estivesse raiando, London iniciou uma sequência de movimentos de braços e pernas.
– Estou dançando na chuva! – ele respondeu.
– Você vai ficar doente, isso sim!
– Quando eu ficar doente, aí eu aceito ficar em casa quando estiver chovendo!
London pegou a mão dela e a puxou para si. Logo, os dois estavam dançando em uma melodia silenciosa, sem um ritmo definido, tremendo sob a chuva fria, mas, de algum jeito, aquilo não era nada ruim.
Athena era a garota que tinha ensinado London a viver, e ele estava fazendo o mesmo por ela, tirando-a da zona de conforto. E naquele momento, enquanto estavam encharcados e despreocupados com o que as pessoas que os encaravam na rua pensavam, eles giraram no próprio ritmo, escorregando e mantendo o equilíbrio em uma sequência fantástica de passos e risadas. London rodopiou Athena, sentindo-se infinito, e não se importou nem um pouco com a sensação na boca do estômago.
Olhando para ela, ele começou a perceber, a entender... havia vida sem a máscara.
Ele começou a se perguntar se era impossível amar duas pessoas ao mesmo tempo.
– Acho que talvez... algumas coisas sejam melhores quando feitas na chuva – afirmou Athena, aumentando o tom de voz para que London a escutasse.
– Eu falei!
E quando ela olhou para ele sob a visão borrada da chuva, ele se parecia exatamente com um conhecido seu, um certo mascarado vermelho. E ela começou a se perguntar se ele ainda ocupava um lugar em seu coração, mesmo depois de tudo, mesmo depois de perceber que Escarlate estava lá também, alargando o que ela conhecia como amor.
○–○
Eleanor, Isabella, Casey e Anthony Marshall entraram no Palco Robbins, e a primeira impressão que os mais velhos tiveram foi de que era uma grande brincadeira. O ambiente não deixava uma fresta de luz à mostra, exceto pelo clarão que se acendeu quando chegaram mais perto do palco, onde o projeto começou a mostrar o plano de um certo grupo de adolescentes.
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A primeira foto que passou no telão era de Azura e Escarlate se aventurando. Casey viu a assinatura da filha no canto e alterou a expressão.
– Que brincadeira é essa?
Eleanor acenou para London e Athena, nada arrependida de tê-los ajudado a fugir com algumas fotos da irmã mais velha.
A próxima foto era do concerto da Young Freedom fora da cidade. Jasper cantava ao máximo esplendor no palco, suado e poderoso com o microfone na mão, sorrindo de orelha a orelha como uma criança realizando seu sonho.
– Desliguem isso!
Bella passou a frente da mãe, olhando para os amigos com acusação no olhar.
– O que vocês fizeram...
– É o seu sonho, Bella – London murmurou.
Ela sacudiu a cabeça.
– Não deveriam ter feito isso.
As fotos foram passadas rapidamente uma por uma: dos amigos, de London e Athena conversando no jardim nevado, da paisagem vista do alto da Marshall & Fashion, de Eleanor admirando o pôr do sol. E elas continuaram passando, e Casey continuou fazendo perguntas para Bella, que não sabia o que dizer.
E então uma foto passou, fazendo Casey enfim compreender. Era ela mesma, sorrindo de lábios fechados para seu próprio reflexo no espelho. A mulher se lembrava de desaprovar a própria figura, e lembrava da filha mais nova aparecer para confortá-la e dizer que gostava do modo como a aparência da mãe era única. Porém, com toda certeza, Casey não se lembrava de Bella com uma câmera apontada em sua direção, capturando aquele momento privado.
– Isabella... – ela murmurou. – O que é isso?
– Me desculpe, mãe. Eu não sabia que eles fariam isso.
A próxima foto era de Anthony, sorrindo em uma reunião com os colegas de trabalho. Casey lembrou de alguns dias antes daquela viagem de negócios. Eles tinham tido uma briga, mas Anthony estava sorrindo na foto, como às vezes fazia mais quando estava longe dela.
Ela virou-se para Bella, que a olhava de volta, implorando por perdão.
– É assim que você nos vê? – perguntou. – É dessa forma...
Bella hesitou, mas assentiu. Precisava tirar as palavras do peito.
– Vocês dois não estão bem, mãe.
Eleanor se aproximou.
– Nós conseguimos ouvir vocês. Mesmo que vocês pensem que não estamos ouvindo ou tentem esconder, nós ouvimos.
Casey mirou Anthony. Os dois tinham tido aquela mesma conversa várias vezes, mas como poderiam se separar, se tinham filhas? Como poderiam admitir que estavam quebrados, se eram a família perfeita?
– Não somos perfeitos, os Marshall – Bella admitiu.
Casey olhou para o marido, uma pergunta silenciosa pairando no ar. Anthony deu de ombros. Ela assentiu. E estava decidido. De repente, não havia nada os segurando juntos.
Anthony se aproximou de Bella e apontou com a cabeça para as fotografias.
– É isso o que você gosta de fazer, minha filha?
Ela assentiu.
– É muito bonito – Casey admitiu.
Bella não conseguiu acreditar no que estava acontecendo. Os Marshall estavam enfim se abrindo. A família de vidro estava mostrando suas cicatrizes. Ela se perguntou como tudo chegou naquele ponto, onde atuar passou a ser um modo de viver, onde era tão fácil encontrar desculpas que tinha se tornado difícil ser verdadeiros um com o outro.
– Isabella – Casey declarou –, vou demitir a nossa fotógrafa. Mesmo depois de tudo que eu te fiz, será que você ainda gostaria de me dar outra chance?
Bella assentiu, feliz que ainda poderia passar algum tempo com a mãe na empresa. Ela mirou o grupo atrás do balcão e murmurou um agradecimento.
○–○
A última parada da noite de London Gray foi na velha casa alugada de Dahlia, que não deveria ter a luz da sala acesa como estava. Ele tocou a campainha e a irmã saiu, tornando seu rosto assustado com a presença dele em sua porta.
– Deve estar se perguntando o que estou fazendo aqui – ele murmurou. – Eu preciso te fazer a mesma pergunta.
– Do que você está falando? – ela perguntou, mantendo a postura.
– Por que não me disse que ainda estava na cidade?
– O meu voo foi cancelado. Não achei que fosse necessário.
Ela sempre cobria seus segredos com respostas rápidas.
– Dahlia – London implorou –, chega de mentiras. Eu sei que você estava falando com a Fallon sobre o projeto.
A expressão de Dahlia mudou completamente. Ela fechou o rosto e cruzou os braços, e a voz saiu cambaleante ao falar:
– Como você...? Athena te contou? Eu avisei para ela não envolvê-lo em nada disso... Ela prometeu que você não se envolveria!
London lembrou da amiga tentar desviar do assunto quando ele sugeriu que voltassem a investigar por conta própria.
– Então foi isso o que aconteceu... – ele murmurou.
– Eu avisei para não se meter, Lonnie! Eu te disse, mais de uma vez, que era perigoso! – Dahlia falou. – Por favor, entra.
London balançou a cabeça.
– Você não tem ideia de quanto isso é perigoso – a irmã continuou.
– Pelo contrário, Dahlia – ele falou. – Eu sei exatamente o quanto o Projeto Fallon é perigoso. Eu mesmo procurei por respostas quando a Fallon negou a minha ajuda ou que eu me envolvesse.
– Não se envolva mais com Athena – ela implorou.
– Eu não vou mais te escutar, Dahlia. – Ele deu um passo para trás, se preparando para deixar a propriedade. – Ela foi a única que foi verdadeira comigo... até agora. E, ainda assim, mesmo depois de descobrir que ela mentiu sobre o que sabia do Projeto Fallon, mesmo depois de descobrir que ela estava pegando as informações que tinha com você, mesmo assim... eu não consigo encontrar qualquer motivo para acabar com a nossa amizade. Só o que eu consigo ver são os motivos para brigar com você.
Ele encarou os olhos castanhos de Dahlia e, pela primeira vez, não gostou de que eram semelhantes aos seus.
– Qual foi o motivo de tudo, Dahlia? Do que adiantou toda essa solidão?
Dahlia se aproximou, irritada.
– A razão pela qual eu não podia te ver todos os dias, Lonnie, mesmo querendo vir? O motivo de eu estar fugindo todos esses anos, nunca parando em um só lugar? O assassino me mataria na primeira oportunidade. E não só a mim... Eu não podia ficar. Não podia deixar que chegasse até você!
– Mas você ainda está na cidade – London falou.
– Estou tentando pegar as evidências de volta!
London não aguentava mais escutar as respostas da irmã. Só o que ouvia eram mais e mais desculpas para ter ficado longe.
– O Projeto Fallon acabou, Dahlia!
London não conseguia entender o motivo da irmã mais velha se colocar em perigo, ou a razão de brincar com a vida apenas para conseguir as evidências de um projeto acabado.
– O fato de esses heróis estarem vivos, usando esses orbes como se fossem brinquedo, significa que o projeto ainda não terminou – foi a resposta de Dahlia.
London balançou a cabeça.
– Por que você não pode deixar quieto, como o meu pai?
– Seamus queria apagar tudo, Lonnie! Ele não se importava nem um pouco se eram papéis ou pessoas. Tudo o queria era se ver livre do projeto que tinha custado a ele milhares de dólares. Eu quero mostrar ao mundo a verdadeira face do Projeto Fallon!
– Você deveria ter me contado sobre tudo – disse. – Eu entendo que é você pense que é a sua responsabilidade como irmã me proteger, mas... Eu estou envolvido agora, porque você me manteve fora da luz, porque guardou segredos de mim. Durante todo esse tempo, eu estive sozinho. E você esteve sozinha também, tentando me proteger, e isso só acabou me afastando.
Dahlia balançou a cabeça.
– Seamus é decepcionante – disse.
– O quê?
– Ele deveria te proteger. Deveria te manter afastado de tudo isso. Eu esperava muito mais esforço da parte dele.
– Não estamos falando sobre ele.
– Mas deveríamos.
London não conseguia acreditar que a irmã estava tentando desviar o assunto principal da conversa. Entretanto, ela estava certa. Eles precisavam conversar e ele tinha muito a falar.
– Vocês dois me mantiveram no escuro – falou. – Fui eu quem me meti no Projeto, eu quem fui atrás do passado, não ele, e com certeza, não você. O meu pai fez um ótimo trabalho quanto a minha proteção. Ele não é tão ruim quanto você diz, Dahlia.
– Sério, Lonnie? Ele não é ruim para você, não é um péssimo pai? – Ela se aproximou, irritada. – Porque eu me lembro de como ele trabalhava como um pai normal, um que anseia voltar para casa e passar um tempo com a família, ao invés de se esconder, noite após noite, na Companhia. Lembro de quando ele ainda fazia questão de aparecer no aniversário do filho. – Dahlia não parou de falar mesmo quando o rosto do irmão ganhou novos tons de decepção. – E agora, Lonnie? Como está sendo com o seu pai? Ele é a mesma pessoa de antes? Ele está na sua vida tanto quanto antes?
London fez questão de mirar os olhos da irmã, tão parecidos com os seus, enquanto as palavras subiram do coração em forma de sons. Ele não queria admitir que o discurso dela não era parecido somente com Seamus. Outra pessoa se encaixava na descrição das "mudanças", e nenhuma delas era boa para ele.
– Eu acho que o meu pai não é tão diferente de você, Dahlia – London falou.
Ele deixou a irmã absorver o impacto de sua voz, mas ela não falou nada.
E só quando ele recuou mais alguns passos que ela chamou seu nome mais uma vez.
– Lonnie, espera!
Ainda havia esperança no modo como ele se virou uma última vez.
– Você foi descoberto? – ela perguntou. – Cobriu seus rastros? Falou com mais alguém sobre isso?
Uma parte de London quebrou com as súplicas insuficientes da irmã.
– Essa... não era a resposta que eu precisava – ele assegurou. – Cuide-se, Dahlia.
E foi embora.
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REVISADO (3239 PALAVRAS)
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