Capítulo 14
Quando Athena entrou na biblioteca, inalou o cheiro de prateleiras lotadas de páginas amareladas como se fosse oxigênio. Ela olhou em volta e sentiu conforto natural no ambiente caloroso. A biblioteca tinha bastante luz natural adentrando pelas longas vidraças, plantas em vasos suspensos, pintando o creme das paredes com seu verde, e poltronas e mesas de estudo individuais distribuídas entre os dois andares de conhecimento físico e digital.
– É fantástico... – Athena murmurou sozinha.
Todo seu corpo partiu desenfreado pelos corredores. Não havia muita poeira conforme ela passou os dedos pelas prateleiras repletas de obras tanto conhecidas quanto desconhecidas, a visão percorrendo cada título e anotando mentalmente as próximas leituras.
– Eu sabia que você ia gostar – falou uma voz.
A garota se virou e encontrou Ash vestida para o trabalho, com o terninho cinza bem ajustado ao longo do corpo e a postura mais corporativa que conseguia articular. As duas se cumprimentaram com um abraço e foram até a poltrona mais próxima, mas o campo de visão da mais nova não tornou a sair das estantes.
– Como eu não sabia desse lugar? – Athena perguntou.
– Porque você não se interessou em procurar qualquer coisa legal em Lumina Valley – Ash respondeu o óbvio. – Vai lá, pode explorar.
Athena levantou rindo e foi ao corredor mais próximo.
Aquela biblioteca não era como nenhuma outra que ela conhecia, contando que tinha visitado muitas com a família. Ela parecia representar o exterior de Lumina Valley em suas cores e ambientação. As paredes, a iluminação, os títulos bem ordenados nas prateleiras, todas as variadas plantas e cores nas paredes mais interiores; a ambientação, em geral, era diferente de todas as bibliotecas que ela tinha visitado. Era praticamente como se a cidade tivesse se inspirado naquele design ou vice-versa.
Athena passou os dedos pelos livros enquanto Ash falou pelo outro lado do corredor:
– Uma vez você me perguntou por que eu me mudei para cá – ela disse.
– Essa biblioteca é um motivo muito bom para se mudar...
– Eu vi essa pequena cidade no mapa e pensei que faria bem mudar de ar. Pensei que eu poderia trazer você também, que talvez você pudesse gostar de Lumina Valley tanto quanto eu gosto.
As palavras de Ash refletiram em Athena. A imagem da garota passeando no corredor era a de uma criança distraída olhando para o vasto horizonte.
– Gosto daqui – ela respondeu. – Não é tão ruim agora que eu conheço um pouco mais da cidade.
No silêncio da biblioteca, Ash ficou tão surpresa que começou a rir.
– O que foi? – Athena questionou.
Ash secou uma lágrima no canto dos olhos.
– Não é nada. Eu só fico feliz que você esteja gostando da cidade.
Athena abriu um sorriso fraco. Mesmo seu orgulho não conseguia esconder o quanto a cidade estava começando a afetar seu bom humor. Lumina Valley era sossegada e tranquila e uma verdadeira caixa de surpresas, bem como seus moradores.
– Soube que Abraham está aqui.
– Não quero falar sobre o meu avô.
– Tá bom, não tá mais aqui quem nem falou nada... – Ash deu de ombros.
– Todo esse tempo, desde o funeral, ele poderia ter aparecido. – Athena percebeu que estava ela mesma falando do avô, e como já tinha começado, não conseguia mais parar. – Ele nem sequer apareceu para se despedir da própria filha no funeral! O que ele está fazendo aqui, agora, de repente, se fazendo de bonzinho? Por que ele veio para Lumina Valley?
– Eu não sei, Athena. Sinceramente, não sei o que faz alguém deixar a própria família para trás. – A voz de Ash era uma história profunda. – Abraham perdeu tempo estando longe dos seus pais, e, consequentemente, de você. Ele perdeu a alegria de te ver crescer saudável, de ver você trocando os números dos sapatos... Ele perdeu a chance de te ver amadurecendo, caindo de bicicleta e voltando a pedalar sozinha, de ver você fazendo amigos e perdendo-os como efeito do tempo. Abraham esteve longe demais para ver você se tornando esta mulher corajosa e inteligente que é hoje. – Ela suspirou alto. – Abraham estava longe demais para ser um suporte para as tristezas e alegrias, as suas e as dos seus pais.
Athena estava quase chorando enquanto ouvia tudo. Ela percebeu, o coração apertado, que o conceito de família não se encaixava em seus laços de sangue. Se família era quem se dispunha a cuidar e compartilhar, entender e presenciar, então Abraham Fallon nunca tinha se encaixado na definição; era justamente o contrário. Quem sempre esteve por perto, cuidando de Athena, compartilhando suas noites, entendendo suas tristezas e alegrias, presenciando seu crescimento, ocupando o papel de família mesmo sem laços de sangue, essa pessoa era Ash.
E Athena se deu conta do quão burra era por não perceber. Ashlynn Johnson nunca tinha sido sua melhor amiga. Sempre foi sua família.
– Ash...
Ela deu a volta pela estante e se esticou para abraçar a irmã. Ash a apertou forte contra si, deu alguns tapinhas nas costas dela e passou o dedão debaixo dos olhos para evitar que as lágrimas de Athena desabassem.
– Não me faça chorar. Você não vai gostar do que vou falar agora.
Athena tropeçou em uma risada, pensando em como era estranho como Ash conseguia ser séria mesmo depois de um discurso emotivo.
– Eu falei tudo isso sobre Abraham não estar presente, mas... Ele está aqui agora.
Fácil assim, Athena recuou, estranhando o rumo da conversa. Lembrou que era assim com Ash, sempre tinha alguma intenção diferente sobrando.
– Você sabe que meus pais nunca foram presentes, Athena – continuou Ash. – Mais do que tudo, eu gostaria que eles estivessem comigo. Gostaria que alguém me visse, alguém que fosse minha família. Ele é sua família.
– Não. Você é a minha família. É a única que esteve comigo desde sempre.
– Família é quem está presente. Abraham está na cidade por sua causa. Ele veio para-
Athena levantou a sobrancelha, percebendo o deslize na fala dela.
– Como você sabe disso?
Ashlynn ficou em silêncio.
– Você falou com ele? – Athena sacudiu a cabeça. – É claro que foi você. De que outra forma ele saberia onde eu moro?
– Athena, qual é...
– Ele não é parte da minha família, Ash. Minha família morreu em Manhattan
– Mas ele-
– Eu não quero saber, entendeu? – Athena não conseguia mais segurar o choro naquele momento, mas as lágrimas não eram mais alegres como seriam se tivessem caído antes. – Não quero que tente me fazer mudar de ideia sobre ele.
– Você não pode nem tentar falar com ele? Nem por mim?
– Não posso. Nem mesmo por você, Ash. – Athena balançou a cabeça com força. – Eu não entendo o que você quer que eu faça. Você insiste em me dizer para esquecer, para deixar de lado, mas me empurra direto para o passado.
A bibliotecária silenciou o ar mais uma vez. As vozes diminuíram apenas o suficiente para discutirem em sussurros.
– Desde quando você foi assim, Ash? Parece que você tem essa vida toda escondida de mim, e eu não entendo o motivo.
– Do que você está falando? Que vida é essa que eu estou escondendo?
– Por que você veio para Lumina Valley?
Ash não aguentava mais bater na mesma tecla com Athena, e a garota também não era mais capaz de aguentar as meias verdades da amiga.
– Eu te falei que queria mudar de ar, Athena. Aquela vida, a cidade em geral estava me sufocando.
– Eu não entendo. Pensei que amasse a minha família, que adorava passar tempo com a gente. A minha mãe acolheu você e ofereceu um trabalho... Esse tempo todo, nós estávamos te fazendo sentir mal?
Ash mudou a forma de falar. Athena estava se sentindo péssima com tudo, e isso era o que a mulher menos queria, ainda mais quando tinha muito pelo que agradecer aos Fallon.
– Eu agradeço por tudo que a sua família fez por mim, sabe disso – disse. – É só que eu não podia depender dos seus pais para o resto da vida, Athena, e a minha decisão de mudar de cidade não teve nada a ver com a sua família. Eu sempre amei todos vocês e isso será um fato para sempre. Mas eu precisava seguir em frente, entende? Precisava disso.
Embora o coração doesse, Athena compreendia muito superficialmente os sentimentos de Ashlynn. Entretanto, a garota não podia deixar de sentir que a resposta estava incompleta.
– Mas você adorava trabalhar no museu, adorava a sua vida em Nova York... Por que mudar de repente?
Ashlynn baixou a cabeça. Não era nem um pouco fácil convencer a adolescente.
– Manhattan já não era mais a minha casa há algum tempo – foi a resposta oferecida. – Eu estava buscando alguns imóveis mais longe de Manhattan, e então uma oportunidade caiu na minha frente. Eu recebi uma proposta para trabalhar na empresa de Seamus Gray, onde era ao mesmo tempo longe e perto o bastante de Nova York, e o que mais eu poderia ter feito, se não aceitar? Além disso, ele ofereceu um bom salário e me deu um prazo para terminar toda a mudança de cidade. Eu poderia fazer quantas viagens fossem necessárias de volta para Nova York, para visitar você, então eu aceitei.
– Então foi por causa de dinheiro? – Athena balançou a cabeça. – Eu não acredito nem por um segundo nisso. Quando os meus pais me contaram que você estava prestes a se mudar, eu nunca teria imaginado as razões. Não achei que houvesse um motivo, e tudo que você está usando como justificativa me faz questioná-la ainda mais.
– Eu sinto muito por não poder explicar mais.
Athena assentiu. Alguma coisa havia se quebrado entre as duas, um elo há muito feito, uma conexão que havia se partido no momento em que o velho carro de Ash partiu com todas as malas de Manhattan.
– Você costumava me contar tudo – disse Athena.
Ela estava frente a frente com Ashlynn, ambas magoadas, porém não o suficiente para dar a história como encerrada. Ainda existiam muitas pontas soltas naquela relação.
– Pensei que eu e meus pais fossemos o suficiente para fazê-la ficar em Nova York, e ainda assim, você estava o tempo todo criando vínculos em Lumina Valley. Desde que você avisou que mudaria de endereço, não me deu explicações. Quando me trouxe para cá, não me deu explicações. Você mudou de cidade, de emprego, encontrou novos amigos e deixou a sua família para trás...
– Athena – disse Ash –, eu não me mudei para ficar afastada de você ou dos seus pais. Eu adorava o meu trabalho e também adorava vocês, Fallon, mas tinha que seguir em frente em algum momento. Seus pais foram um lar estável para mim por muito tempo. Mas eu tinha recebido uma oferta boa de verdade para trabalhar aqui e aceitei. Eu sinto muito se não te dei explicações, se deixei você de lado em Nova York. Nunca foi a minha intenção e eu sei muito bem que você sabe disso, ainda que faça essa silhueta de ignorância. Sabe que eu me importo com você, eu sei que sabe. Você é, sempre foi, Athena, a minha família.
Athena suspirou fundo.
– Era só ter explicado isso.
Ash gargalhou, aliviada. Não importava o quanto as coisas desandassem entre as duas quando um novo desentendimento surgia, era fácil resolver suas diferenças.
– A culpa é minha por ter deixado essa Enola Holmes loira sem respostas.
Athena puxou Ash para um abraço e a mulher abraçou a garota de volta, apertado para não deixar o conforto escapar.
– Tenho que voltar – disse ela. O alívio do esclarecimento encheu seu peito de alegria. – Sabe, Athena, deveríamos conversar assim mais vezes.
Ela pegou a bolsa e segurou o olhar azul da garota de olhos marejados uma última vez antes de deixar a meia verdade no ar e a biblioteca para trás. Em seu âmago, sabia que Athena entenderia mais do que a mentira que havia oferecido, mas não podia, de jeito nenhum, deixar que a verdade escapasse, não importava o quanto o rosto curioso da garota implorasse.
Mas Athena tinha acreditado nas respostas oferecidas por Ash, portanto, por hora, tudo estava bem. Não haveria perigo na forma de proteção oferecida pela verdade oculta.
Ashlynn Johnson não reparou nas bordas arredondadas da marca infinita se formando na palma de suas mãos quando encontrou o sol da tarde, já longe da biblioteca. Ela confundiu a queimação com a dor em seu peito que se alastrava pelo corpo inteiro, imaginando que era a punição por mentir mais uma vez para a garota que tinha acabado de chamar de família.
O feixe de luz amarelo estava mais uma vez brilhando no céu, mas daquela vez, Azura e Escarlate estavam preparados para não levar bronca. De suas casas, eles começaram a andar em pleno ar, confiando nos orbes para fazer o restante. As solas azul e vermelha da bota dos uniformes pisaram nas superfícies das mesmas cores que eram criadas a cada passo, e quando pegaram o jeito, correram em direção ao chamado.
Perto do feixe, os heróis se encontraram.
– Ei, azul! – Escarlate apontou para baixo.
Eles eram capazes de ver toda a cidade abaixo de seus pés, e era, sem a menor dúvida, uma visão privilegiada.
– Já viu alguma coisa parecida com isso, vermelho? – Azura gritou de volta.
Quando os caminhos se alinharam, os passos aceleraram com a liberdade do momento.
Mais uma vez, a noite era o melhor horário de encontro em Lumina Valley.
As luzes mais brilhantes apareciam à noite.
À noite, um encontro de cores acontecia.
Uma garota de olhos azuis se descobria uma heroína em ascensão.
Um garoto de olhos castanhos esperava por aquele momento durante todo o dia.
London carregava uma sombra com ele durante o dia, mas à noite, a sombra também desaparecia na escuridão. Ao invés disso, era uma luz vermelha, brilhante e destemida.
Os dois correram para o mesmo local da primeira visita da Instrutora, o parque onde o primeiro construto de Esmeralda apareceu para aterrorizar a cidade, e ela estava esperando. O feixe foi desligado assim que os mascarados aterrissaram com força na terra.
– Eu analisei as últimas batalhas de vocês – a mulher de amarelo falou.
– Deixa eu adivinhar – Escarlate ironizou –, erramos em mais alguma coisa?
A Instrutora cruzou os braços. O rosto todo estava contorcido para brigar com ele, mas o fato era que a resposta era oposta às suas expectativas iniciais.
– Não. Na verdade, vocês estão se saindo muito bem.
Escarlate se aproximou de Azura e sussurrou em seu ouvido:
– Deve estar doendo falar isso.
– Ela deve estar se retorcendo por dentro – a mascarada azul concordou.
A Instrutora pigarreou, chamando atenção dos heróis. O encontro deles não tinha sido por acaso, nem para que brincassem com a atitude dela; havia algo que eles ainda não sabiam.
– Parece que eu preciso compartilhar uma informação. Como eu expliquei antes, vocês e seus orbes compartilham energia entre si. Há um equilíbrio definido pela energia de ambos. – Ela imitou uma balança equilibrada com as mãos. – Assim, supondo, quando vocês usam seus poderes, os orbes perdem um pouco de energia.
A Instrutora deixou uma das mãos cair, imitando um leve desequilíbrio na balança.
– E daí? – Escarlate disse. – Você explicou isso da última vez.
– Pois bem. Quando não estão mais conectados com os orbes, essa energia deveria se recarregar através de uma outra fonte, uma que somente eu consigo acessar e que, portanto, os limita a recarregar a energia dos orbes que possuem com a energia que provém de seu próprio corpo, fechando a conexão que compartilham com seus orbes. A fonte que eu consigo acessar é chamada de Infinito.
– O Infinito?
– Sim.
A mascarada de amarelo esticou ambas as mãos na direção dos heróis. Alguns poucos segundos depois, dois círculos começaram a se formar devagar na superfície do uniforme, em cada uma das mãos, até se encontrarem no meio. Era o Infinito em sua forma mais visível.
– Uau! – exclamou Escarlate. – Isso não dói?
Ele fez menção de esticar o dedo curioso para tocar na marca formada, e recebeu um cutucão de Azura para que recuasse.
A mulher recolheu as mãos.
– Todos os orbes estão conectados ao Infinito, que, acredito, seja de onde vieram. – Ela explicou. – Sou a Guardiã do Infinito, por isso posso sentir quando algo está acontecendo com um orbe, e tive uma sensação estranha ontem, depois da batalha.
Os mascarados podiam sentir algo estranho no ar. Era quase palpável que algo estava acontecendo debaixo dos panos.
– Estranha como? – perguntou Azura.
– Os orbes não são tão poderosos como vocês imaginam não sem um portador capaz de usá-lo adequadamente. A armadilha dessa relação é a energia que compartilham. Pensem que, por exemplo, o orbe e seu portador estão ambos sem energia, mas o portador tenta usá-lo de qualquer forma. O que acontece?
– O portador não consegue usar o orbe.
– Exatamente. Com ambos fracos, é mais possível a ideia de que seu orbe seja ferido.
Os heróis se entreolharam e então viraram para a Instrutora.
– Mas por que você está nos falando isso agora?
– Porque acredito que nosso inimigo esteja fazendo mau uso dessa informação. Eu não quero estar certa, mas não costumo cometer erros. Acho que o orbe de Esmeralda está partido.
Os três engoliram em seco.
– O que isso quer dizer? – perguntou Escarlate.
A expressão que a Instrutora tomou foi de medo. Ela retomou a balança metafórica nas mãos, já sem a marca, e então abaixou as duas.
– Quer dizer que não é nada bom. Os construtos de Esmeralda não parecem estar com sinais de defeito, por isso imagino que a partição do orbe aconteceu recentemente. Agora mais do que nunca, preciso investigar quem está por trás da máscara de Esmeralda. Se esse cenário continuar... – Ela não terminou a frase. – É por isso que vocês dois não vão mais se encontrar comigo.
– O quê?! – os dois ressoaram.
– Não finjam surpresa. Nunca foi meu plano participar da luta com vocês dois, heróis. Portanto, até que derrotem Esmeralda, essa será a última vez que nos encontramos.
Ela não mostrou nenhuma reação de que sentiria falta dos heróis; não era de seu feitio por trás de uma máscara, e recuou quando as sirenes da brigada policial começaram a soar ao longe.
– Boa sorte, heróis – disse.
A Instrutora saiu de cena como da primeira vez: rápida, silenciosa e impactante.
– Que déjà vu sinistro – comentou Escarlate.
– O que você acha que ela quis insinuar com aquilo? – Azura perguntou, referindo-se à queda da balança.
– Nada de bom. – Ele notou a expressão preocupada dela e fez um sinal positivo com o dedo. – Não se preocupe, nós vamos cuidar de Esmeralda enquanto isso.
A mascarada azul assentiu. Como a Instrutora tinha mencionado, não era seu dever se preocupar com nada além de derrotar os construtos. O que quer que o resto significasse, tanto ela quanto Escarlate precisavam confiar que a mulher cuidaria de tudo.
– Está pronto, vermelho? – incitou Azura.
O herói não precisava respondê-la, a expressão dizia tudo.
Escarlate esticou a mão, e Azura não hesitou antes de agarrá-la e liderar o caminho.
(REVISADO: 3144 PALAVRAS)
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