AQUELE QUE NÃO DEVE SER NOMEADO

eu ainda tenho um pouco de vergonha de dizer o teu nome quando estou sozinha pensando em ti. mesmo depois de meses tu continuas a ser o dito cujo, aquele que não deve ser nomeado. ainda bem que não tu não leste harry potter porque acho que se sentiria ofendido de ser como um voldemort na minha vida. mas no fim das contas, pra que servem os nomes? são nada mais que uma ferramenta humana usada para nos referirmos uns aos outros. mas mesmo quando o sol se põe e tu fazes companhia ao poeta dentro de mim ao escorrer por entre os meus dedos em forma de palavras, eu ainda não sei dizer o teu nome em voz alta. tu tens um primeiro e um segundo, todo mundo lhe chama pelo segundo, então eu meio que decidi te chamar pelo primeiro. quem sabe assim teu nome soa menos como voldemort a mim, e mais como tom hiddle. pena que tu não entenderias a referência se se desse ao trabalho de me ler neste instante. mas eu meio que gosto de guardar tudo isso para mim, por enquanto, mesmo, então qual é o problema, certo? eu apenas sigo diminuindo o que sinto por ti ao constatar que a essa altura não importa se eu consigo ou não falar de ti para os outros, mas pelo menos consigo fazer isso ao papel... só que ainda morro de vontade de mirar minhas pupilas nas tuas e ter a ousadia de pronunciar o nome daquele que a minha alma decidiu que não deveria ser nomeado. ainda terei a cara de pau de lhe sussurrar e lhe chamar por entre as palavras em voz alta, longe do silêncio da noite, garoto.