XXVI
SEGUNDA OPÇÃO
hoje eu leio
tudo que escrevi sobre ele e quase rio
não em menosprezo a dor e ao amor
que um dia já senti
mas porque hoje eu percebo
que nem se eu quisesse
teria estômago pra falar daquele menino
nem entre mel e girassóis e canções
ou guitarras e acordes e violões
não teria ânimo
pra fazer meus dedos terem que dançar no teclado
uma música que não querem mais entoar
meu mantra mudou, ele agora é outro
não é mais agonia de o querer
agora as notas que eu toco no teclado das palavras dizem
a euforia em me ter
e esse mantra, eu sei que não preciso sentir
vergonha em repetir
porque não importa quantas vezes seja dita
uma verdade continua a ser verdade
então o que eu fazia comigo quando meu mantra era outro?
repetia o que sentia
saudades dele, vontade em tê-lo
mas essa é uma afirmação que não necessariamente
tem que continuar a fazer parte da gente
nós temos a escolha de dizer não
à auto-defraudação
fazer do nosso mundo
mais que mundo de ilusão
tentar redescobrir na gente
algo que venha acabar com nosso eu carente
de amores passados
e ao invés de tudo isso
ir à procura de um novo amor
que tem tantas vantagens que soa como paraíso
pra se ter ele não precisa sair de casa
nem sair de si mesmo
e nem abrir mão
do próprio coração
esse amor é um amor do qual não se enjoa
não importa quantas vezes se olhe no espelho, a gente
pode até ter algumas brigas ao longo do caminho, ser negligente
mas não dá, não mesmo
pra sair de si mesmo
esse é o bom do amor próprio:
sempre tem volta
sempre há
uma segunda opção.
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