VI
DECRETO
não sei mais te olhar sem perder o ar e querido, essa crise não é só por querer você. é por saber que mesmo que a gente ainda converse eu nunca mais vou ter o prazer de te encarar face a face. e eu cansei de ficar aqui parada vendo meu coração esquecer de bater dentro do peito toda vez que chega mensagem nova. fico pensando se seria melhor cortar de vez os laços, mas eu amarrei meu coração ao teu e o pobre coitado não quer soltar, não quer de jeito nenhum. ele ama sentir as reações químicas que você ainda desperta em mim mesmo de tão longe, ele quer conversar contigo até tarde sobre as séries que você já viu e eu nem mesmo bisbilhotei, ele quer mais um áudio seu contendo nada mais que a sua risada, porque você sente que precisa ser verdadeiro enquanto fala comigo. amor, você parte cada vez mais meu coração quando inventa de tirar foto segurando o violão, quando pede pra sua mãe mirar a câmera em ti pra que eu possa te rever da cintura pra cima e perceber que você pegou sol. você pegou sol, se tornou sol e também cortou o cabelo. vou admitir que preferia quando ele estava mais longo e os fios se ondulavam nas pontas, mas o cabelo nem você nunca tiveram a oportunidade de serem meus, mesmo. então vá, menino. vá embora da minha vida de vez, quem sabe assim eu me cure de ti. mas a quem eu estou tentando enganar? pois então vá e leve contigo suas canções, seus áudios mais sinceros, sua voz aveludada e seu estúpido violão e corte novo de cabelo. vá e leve tudo com você, mas não se esqueça de me levar também, porque por mais que eu negue tanto, no fim de tudo, eu ainda quero vislumbrar um universo onde a gente foi “a gente”.
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