16 | inesperado
AVISO: CONTEÚDO SEXUAL
CANADÁ, 27 de setembro de 2015
Narrado por Harper
— Você realmente quer que eu te deixe na biblioteca? Está frio e chovendo, o clima está péssimo.
— Também não queria ter que ir, mas hoje é dia de tirar pó.
— Já disse que você não tem que fazer nada disso.
— Você fala muito.
Revirou os olhos e virou à direita, mudando o caminho que antes era a minha casa, para a biblioteca.
— Você vem me buscar?
— Venho. Só me liga antes.
— Então até mais tarde. — beijei a sua bochecha e sai do carro. Acenei para ela antes que o carro estivesse longe o suficiente para que eu não conseguisse ver nada detalhadamente.
Pisei em um poça de água por pura distração e meu tênis grudou de maneira desconfortável no meu pé. Abri a grande porta de madeira logo entrando na biblioteca e desfrutando da paz.
O mais legal de trabalhar aqui, é ter um tempo para mim. Para respirar, pensar, chorar, ou qualquer outro sentimento racional ou irracional.
Fui até o frigobar e peguei um suco, já que as minhas cervejas já tinham acabado. "Tenho que ir ao mercado", pensei.
Me sentei na cadeira giratória e fiquei ali até o suco acabar, tentando recapitular um pouco da minha vida e dos sentimentos a flor da pele.
Tirei meu tênis e minha meia, que estavam molhados, e joguei em qualquer lugar. Senti a paz e coloquei alguma música, que mesmo no aleatório, acabou sendo do Justin Bieber.
— Harper?
Levantei da cadeira ao ouvir a voz, que eu já conhecia. Me recompus antes de ir até a porta e encontrar Shawn, com um guarda-chuva na mão e uma sacola do supermercado mais próximo.
— Oi.
— Estava com medo de vir aqui e não te encontrar.
— Só não entendi como você sabe que eu trabalho aqui, mas tudo bem. — peguei o guarda chuva da sua mão e o deixei aberto para secar. — Pode entrar, não precisa ficar acanhado, estamos sozinhos.
— Tive que pegar dois ônibus para chegar até aqui.
— É dura a vida do pobre.
— Maggie que te trouxe?
— Sim, eu dormi na casa dela ontem. — puxei seu braço para que ele saísse da frente da porta e se sentisse mais confortável ali comigo. — O que tem nessa sacola?
— Eu quero te agradecer por sexta, foi muito legal da sua parte.
— Eu sou demais. — debochei e sentei em cima de uma mesa, enquanto ele sentou na cadeira.
— Comprei uma cerveja para você, eu não sei se você gosta, mas...
— Se é cerveja, eu gosto! — sorri puxando a sacola da sua mão e encarando o engradado de cerveja. Como já estavam geladas, abri uma. — Quer um suco? Deve ter alguma coisa aqui para beber sem ser alcoólico.
— Sim, por favor. — disse envergonhado e eu desci da mesa indo até a geladeira. Achei um suco de uva que era da Maggie, mas por sorte estava fechado, peguei uma Lay's e picles para comermos.
Sempre tenho comidas 0% saudáveis aqui, porque posso comer sem receber nenhuma crítica.
Sorri para ele e entreguei o suco na sua mão.
— E seu pai deixou numa boa?
— Ele saiu com a minha mãe. Eles foram no zoológico.
Segurei a minha língua para não responder "tóxico" e acabar ofendendo o pai dele, não que ele não mereça ofensas, mas é melhor evitar as desavenças.
— Então você aproveitou seu momento de liberdade para vir me ver? Me sinto lisonjeada.
Sorriu falso antes de pegar uma batata, enquanto eu estava colocando os picles em cima da minha.
— Você come salgadinho com picles?
— É uma delícia!
— No mínimo, nojento.
— Eu não te conheço o suficiente para saber de algum costume estranho seu, mas se eu soubesse, jogaria na sua cara agora.
— Eu não tenho nenhum costume estranho.
— Impossível. Você tem que gostar de alguma coisa nojenta, faz parte!
— "Alguma coisa nojenta", você já disse tudo.
— A questão é que é nojento para o outro, não para você. A Jessie, por exemplo, adora comida mexicana.
— Isso não é um costume estranho! — riu.
— Mas eu não gosto, então para mim é nojento.
— Eu gosto de comer bolacha com iogurte.
— Tipo... Mergulhando? Que nem com leite?
— Sim!
— Que nojo! Eu tenho trauma de leite e iogurte.
— Por causa do orfanato?
— Sim! Eles não trocam de cardápio nunca, é sempre a mesma coisa, todo café da manhã.
— E por que vocês não conversavam com a responsável?
— A Chantel nunca ia se importar de verdade com a gente, até porque a maioria das crianças acabavam sendo adotadas. Eu era a mais velha, as outras crianças tinham no máximo 10 anos.
— Devia ser solitário...
— É como uma cadeia, você tem que matar o tempo para ele não te matar. E pensar demais sempre é um inimigo.
— Por que você foi parar em um orfanato? Seus pais morreram...?
— Eu não tive, e nem sei quem eram meus pais. Eu fui achada com uma cafetina com 2 anos, e acabaram me levando para um orfanato. Na época eu era desnutrida e com atraso no desenvolvimento por falta de estímulo, e só consegui ficar saudavel com 5 anos, mais ou menos. E eu fui ficando, ninguém quer uma criança com mais de 2 anos...
Ele não disse nada, apenas sorriu tentando me passar conforto e colocou sua mão sobre a minha. Sorri de volta, sem sentir o peso que aquele assunto costuma trazer, obrigada psicólogo!
Ficamos em silêncio e e só sentia sua mão sobre a minha, o que me fazia suar.
— Por que você não foi no zoológico com seus pais?
— Meu pai quer se desculpar com a minha mãe, então...
— Se as minhas mães fossem no zoológico e não me chamassem, eu faria um show.
— Você realmente tem cara de quem da show.
— Obrigada pelo elogio. — ironizei. Decidi abrir mais uma cerveja por causa do momento de constrangimento, não estávamos acostumados a ficar tanto tempo juntos. Mas tudo na vida é questão de costume.
— Você gostou da cerveja?
— Cavalo dado não se olha os dentes. — pisquei um olho. — Mas agora falando sério, curti. Nunca tinha provado dessa marca, você deve ter gasto uma nota.
— Quis agradar.
— E agradou, muito. Cerveja é uma das minhas coisas favoritas na vida, só faltou um sorvete de chocolate e pizza com muito barbecue.
— Só de imaginar essa mistura me deu nojo...
— A cerveja gourmetiza e deixa os sabores mais excêntricos.
— E a pizza com barbecue?
— Deixa o pepperoni mais ardido e calórico. O casal perfeição.
— Da próxima vez eu trago a pizza, mas sem o barbecue. É muito nojento...
— Contanto que você volte...
Sorriu e eu o beijei, já cansada de esperar pra sentir os sentimentos que me fizeram dormir sorrindo. Meu coração insistiu em errar algumas batidas, me fazendo viver aquele momento como se fosse o primeiro da minha vida.
Dessa vez sua mão segurava na minha cintura com mais força. Sentei em seu colo para que a posição não ficasse tão estranha. Meu coração palpitava, e o ambiente pareceu encolher conforme o calor aumentou.
Segurei na sua nuca com mais força, tornando o beijo mais agressivo. Minha cintura se movia sobre o seu colo, e apesar de eu não ter certeza se ele não queria isso, ele não se atrevia a dizer o contrário.
Parei o beijo para tirar sua blusa, e vi sua feição de desejo. Sorri para ele que retribuiu, me dando certeza que ele queria isso.
— Vem, vamos para o sofá. — sugeri e apontei para o sofá caramelo. Não queria que a primeira vez dele fosse em uma cadeira.
Segurei na sua mão o conduzindo até o sofá. Puxei ele por cima de mim e voltamos a nos beijar. Apertei seu pau de leve por cima da sua calça jeans e ele soltou um gemido baixo entre o beijo.
Ao mesmo tempo em que eu me sentia mais excitada, também me sentia mais segura do que sinto por ele, uma vez que eu sentia minha barriga congelando e depois ganhando vida própria.
Tirei minha camiseta dos sete anões e fiquei feliz por não estar usando sutiã, ele não combinaria nada com a minha calcinha verde limão. Shawn me encarou um tanto quanto perdido e eu coloquei sua mão no meu peito, indicando o que ele devia fazer.
Fechei os olhos e gemi alto quando ele apertou um seio com mais força do que antes. Quando abri meus olhos novamente vi seu cabelo e senti beijos carinhosos sendo deixados pelo meu pescoço, me fazendo segurar uma risada de desespero e o sentimento de aflição que fazia meus pelos arrepiarem e minha coluna envergar.
Senti suas mãos leves e perdidas pela minha cintura, mas foi mais prazeroso do que das outras vezes. Soava como algo certo.
Quando sua boca encostou no meu mamilo soltei um grito, porque os meus olhos fechados me deixavam mais a sua mercê e mais sensível.
Abri os olhos quando percebi que ele havia recuado, me encarando com uma cara de "Está tudo bem?", eu apenas concordei com a cabeça o incentivando a continuar o que não deveria ter parado.
Desfrutei da sua língua circulando a minha aréola do meu peito. Me sentia cada vez molhada e o calor do jeans roçando com o meu corpo conforme eu me contorcia embaixo do corpo dele só me fazia ter vontade de acelerar mais as coisas.
Empurrei de leve o seu corpo, e fui logo para a sua calça. Abri o zíper e a puxei para baixo o máximo que consegui enquanto Shawn terminou de tirá-la, junto com seu sapato e meia.
— Você tem camisinha?
— Eu sempre tenho. — pisquei um olho para ele e sai do sofá indo atrás de algum pacote de camisinha.
— Nossa, desculpa aí.
— Não é que eu transe sempre, mas eu não gosto de deixar uma oportunidade passar.
Sorri e sentei ao seu lado de novo, acabando com a distância que existia entre nossas bocas. Conforme o beijo foi se tornando cada vez mais rápido, segurei seu pau e passei a masturba-lo devagar, só para me sentir no controle.
Subi em cima dele o fazendo deitar, coloquei a camisinha nele e subi em cima dele sentindo todo seu comprimento dentro de mim, mordi meu lábio para não soltar outro gemido tão alto quanto um grito e condiciona-lo a pensar que todas as mulheres gemem como se o mundo fosse acabar.
Rebolei devagar, porque estava muito sensível para movimento bruscos. Seus olhos estavam fechados e eu encarava o hematoma no seu pescoço para evitar pensamentos alheios naquele momento que me fizessem brochar.
Aumentei meus movimentos quando percebi que queria mais daquilo, senti o suor começar a escorrer nas minhas costas, tornando o momento mais comum, apesar de especial pra nós dois.
Sai de cima dele, o chamando para ficar por cima pois já estava muito cansada. E então desfrutei ainda mais do seu comprimento, dessa vez já não segurava meus gemidos, assim como ele que gemia baixo tornando o momento ainda mais excitante.
Peguei sua mão direita e coloquei seu polegar em meus clitóris, porque só com a estimulação simultânea conseguiria chegar ao ápice. Seu dedo esfregava o meu clitóris devagar, me fazendo xingá-lo mentalmente. Mas depois de algum tempo ele começou a mover seu dedo para cima e para baixo numa velocidade mais rápido, fazendo eu me contorcer e ficar cada vez mais ofegante e suada.
Gemi baixo quando soube que tinha chego ao meu clímax, mas ele continuou os movimentos fazendo com que eu contraísse meus pés pela sensibilidade. Mas isso não durou muito, pouco depois ele gozou e saiu de dentro de mim.
Fechei meus olhos, sentindo o calor nas minhas bochechas diminuir. O encarei rapidamente, e ele estava de olhos fechados, mas diferentemente de mim, deveria estar pensando no que havia acabado de fazer.
— Tem um lixo atrás do balcão. — apontei e ele me encarou com a sobrancelha franzida, desci meu olhar para o seu pau rapidamente.
— Ah, é... — disse um tanto envergonhado e saiu em direção ao balcão, encarei suas costas e sua bunda. E dei aquele sorriso bobo e malicioso ao mesmo tempo.
Ele se sentou de novo ao meu lado e eu encostei meu corpo no dele, apoiando a minha cabeça no seu braço.
— Pra uma primeira vez você mandou muito bem.
— Como você sabia que era a minha primeira vez?
— Eu não sabia, mas você acabou de confirmar. — pisquei um olho. Me levantei do sofá indo atrás da minha camiseta, porque meu cérebro já estava começando a achar diversos defeitos no meu corpo exposto.
— Não achei que você tivesse vergonha de ficar pelada.
— Como você soube?
— Dois podem jogar esse jogo. — piscou um olho para mim, com uma certa dificuldade me fazendo rir.
— Quer uma cerveja? — ofereci e recebi uma negativa de cabeça.
— Que horas são?
— Cinco e cinco, tem alguém pensando em mim!
— Hora de tomar água. — me corrigiu e eu revirei os olhos, acho que a única coisa que eu não gostava do professor de educação física era essa frase. Horas iguais quer dizer que alguém está pensando em você, não que você tem que beber água. Sonhar que aquela pessoa te deseja, apesar de bem fictício, as vezes é legal.
Se levantou e começou a se vestir, enquanto eu já estava abrindo a quarta e última cerveja, na sequência, com meu antebraço.
— Você já vai?
— O zoológico fechou tem 5 minutos, o que quer dizer que eu tenho que chegar em casa antes do meu pai.
— Por favor, eu ainda quero desfrutar do seu corpo mais vezes!
— Então sugiro que você comece a se arrumar também.
Virei o resto da cerveja e vesti o resto da minha roupa rapidamente, prendi meu cabelo em um coque alto e bem preso, para que não parecesse que tinha acabado de transar. Não que isso seja um problema, inclusive, está longe de ser um.
— Quer que eu peça para a Maggie vir nós buscar?
— Melhor não. Vamos de ônibus.
— Tarde demais, porque ela já saiu de casa.
— Eu tenho certeza que ela me odeia.
— Faz parte, não dá pra ser queridinho por todos.
[...]
— Obrigada por ter me trazido, Maggie. Não precisava.
— Eu só trouxe porque a Harper pediu. — disse enquanto se encarava pelo espelho do quebra sol.
— Tchau, Harper. — se esticou e me deu um beijo na bochecha.
— Você acabou de transar com ela e está com vergonha de dar um beijo nela!? Pelo amor de Deus! Beija logo. — ela empurrou a cabeça dele me fazendo rir.
Senti seus lábios nos meus pela última vez no dia, em um beijo rápido.
— Tchau, Maggie. Muito obrigada.
— Não foi nada, Senhor Perfeição. — acenou de leve para ele, que saiu do carro. — Agora que ele saiu você pode contar tudo! — disse quase gritando e rindo. — Inclusive se o pau dele é grande ou pequeno.
Gargalhei sabendo que teria que contar sobre a minha tarde com ele, ao menos umas três vezes. Porque Jessie e Sarah também iam querer saber, e Jessie ia me interromper varias vezes até a história acabar. Enquanto Sarah ia querer saber se "Foi bom?".
Oi, galerê!
Não tem muito tempo que atualizei, então não vou colocar aquelas frases e desculpinhas do porque demorei.
Esse capítulo foi um tanto quanto um desafio para mim. Tem uns 2 anos que eu não escrevo hot, e apesar de já ter tido uma fanfic de nudes (que foi excluída pelo aplicativo), quando ela foi excluída, acabei deixando isso para lá.
Mas esse capítulo já estava no roteiro e eu sabia que seria importante para a trajetória, então decidi me desafiar a escrever e, honestamente, eu amei o resultado!
Foi um desafio que me surpreendeu! E eu amei o resultado.
Outra coisa que eu queria falar, referências. É! Ao longo desse e de vários capítulos eu acabei fazendo referências a referências da fanfic da queentybitch
E, sério, gente, leiam "How you get the girl" porque é perfeita!¡!¡ E a escritora também (te amo, Jaque).
De qualquer maneira, amo vocês! Espero que tenham gostado.
obs: votem e comentem! eu amo 🥺
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