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AVISO: GATILHO PARA AUTOMUTILAÇÃO E SUICÍDIO.
G A T I L H O: SUICÍDIO E AUTOMUTILAÇÃO.

CANADÁ, 26 de setembro de 2015
Narrado por Harper

— O quê? Um carro novo de novo!? — encarei Maggie que sorria para o seu carro novo. — Mas já é o segundo no ano!

— Eu sei, mas é que eu vi na internet o anúncio desse e achei melhor que o meu. E meu pai não titubeou para comprar.

— E eu aqui andando de ônibus. — ri e neguei com a cabeça.

— Lembra daquela viagem pra minha casa no lago?

— Tenho que trabalhar. — pisquei um olho para ela.

— Trabalhar? Na biblioteca do meu pai? Fala sério!

— E se alguém quiser pegar um livro pra ler? Eu preciso estar lá.

— Mas ninguém vai precisar, quase ninguém vai lá. É no meio do nada...

Revirei aos olhos pois sabia que Maggie não sabia ser contrariada, seu pai nunca disse "não" a ela. Então ela não sabe lidar bem com isso, além de ser uma ótima manipuladora.

— Se alguém aparecer lá, dona Maggie, você vai ter que trabalhar no meu lugar por uma semana.

— Tá trabalhado já. — ironizou e rodou a chave no dedo mais uma vez.

— Vamos logo! — disse encarnado o carro para que ela abrisse.

— Onde você passou a tarde ontem? — perguntou enquanto eu tentava descobrir onde ficava o rádio naquele painel.

— No inferno.

Me olhou e começou a rir, sabendo que eu não estava em casa, muito menos no inferno. E que essa era uma desculpa que eu dava quando não queria falar de algo, mas como sempre, acabaria contando pois ela será convincente e insistente até que eu ceda.

— Na casa do Shawn.

— Sabia! Apostei 50 dólares com a Jessie que você estaria lá.

— Minha vida virou motivo de aposta!? Que fim de poço.

— Eu queria apostar mais, mas a Sarah não curte muito essas coisas.

— Não estou surpresa. — sorri ao achar uma estação que tocasse Justin Bieber.

— E você foi na casa dele fazer...?

— A gente tirou A+ no trabalho de artes, então achei que devíamos comemorar. O menino quase não faz nada da vida.

— Quase acreditei nessa sua justificativa, mas eu tenho cérebro.

— Não é "a" justificava, mas é uma das.

— E a outra é que você está perdidamente apaixonada por ele.

— Choca 0 pessoas essa informação.

— Na verdade, choca todo mundo que te conhecer. Quem diria que você, gostaria do Senhor Perfeição!?

— Você que quis que eu desse uma de Madre Tereza de Calcutá.

— E deu certo!

— Ainda não. Ainda não fizemos a denúncia nem nada demais. Por enquanto só bisbilhotamos e bagunçamos a vida do menino.

— Não sei porque, mas algo que me diz que ele curte essa bagunça que a vida dele está virando. Eu bem vejo vocês conversando pelo corredor, depois ele se despede de você com um beijo no cabeça. Fofo.

— Sabia que até o professor de artes fez um comentário sobre a nossa amizade?

— Não sei porque você ainda fala com ele. Achei que fosse só sexo.

— E foi! Só que ele é meu professor e eu gosto da aula dele...

— E é por isso que você vive voltando pra cama dele!

— Não mais.

Me encarou com descrença e eu voltei a atenção ao carro, dessa vez abrindo o porta luvas e sentindo o cheiro de carro novo ainda mais forte.

— O pai dele não estava lá?

— Não, eu não teria coragem de ir lá com o pai dele lá.

— Medo por você ou por ele?

— Um pouco dos dois.

— Hm. — ficou quieta por alguns segundos. — Vocês transaram?

— Você tá maluca? — gargalhei. — Eu não ia transar com ele sendo que a mãe dele estava no andar de baixo.

— Perguntar não machuca.

— Mas a gente se beijou.

— Sério!? — sorriu e me encarou boba, como se tivesse ganho na loteria. Com aquele brilho no olhar de quem está feliz por você.

— Sério. Mas a Sarah me ligou e, bem, eu tive que voltar para casa.

— Se eu soubesse que você estava lá eu tinha mentido. Mas eu realmente não fazia ideia de onde você estava, achei que tivesse saído com aquele hippie.

— Brandon, o nome dele é Brandon. E ele não faz o meu tipo, já te disse.

— Eu só queria saber qual o seu "tipo", porque você vai de Benjamim a Shawn Mendes tão rápido e fácil...

— O Shawn não faria o meu tipo se eu não gostasse dele.

— Você está apaixonada. E encrencada! — riu e começou a fazer cócegas em mim com a mão direita.

[...]

— Aqui, chá de pêssego pra você e de frutas vermelhas pra mim. — se sentou ao meu lado no banco que ficava na frente do lado.

— Obrigada. Colocou açúcar?

— Açúcar pra você, estévia pra mim. — piscou um olho.

Soltei a respiração que não sabia que estava prendendo, e levantei a cabeça para encarar o céu estrelado. Tomei um gole do chá, que como sempre, estava sem açúcar, mas decidi não reclamar.

Regularizei a minha respiração com um exercício que meu psicólogo havia me ensinado, e que costumava dar certo quando eu sentia que estava sendo tomada por sensações estranhas que eu prefiro fingir que nunca senti. Mesmo que eu já tenha sido morada para diversos sentimentos conflitantes.

Segurei a xícara com mais força, sentindo um frio na barriga. Lugares calmos sempre me fazem pensar na vida, e no porque eu fiz algumas coisas com a minha.

Encarei meu braço esquerdo, e diferentemente das outras vezes, em que a tatuagem disfarçava a minha cicatriz, dessa vez ela parecia ter vida própria e ser mais viva do que eu gostaria. Senti aquela sensação me invadir de novo, retrai meus pés na tentativa de expurgar qualquer dor e cicatriz do passado.

Mas elas já estavam aqui, comigo. Na minha alma.

Coloquei a xícara no chão para enxugar as lágrimas que desciam descontroladamente dos meus olhos castanhos. Acabei soltando um soluço, tímido, que rompeu a minha garganta contra a minha vontade, mas que tinha que ser liberado.

Senti as lágrimas quentes no meu joelho. Soltei um soluço mais alto quando senti a mão de Maggie nas minhas costas, tentando me dizer que "está tudo bem".

F L A S H B A C K
CANADÁ, 12 de dezembro de 2010

— Como se sente, Harper?

Ignorei a pergunta da enfermeira, por sentir um misto de vergonha e raiva por estar ali, com o antebraço esquerdo enfaixado.

— Você não precisa se sentir envergonhada. Todos temos nossos dias ruins.

— Eu tenho uma vida ruim.

Ela me encarou com aquele típico olhar de pena.

"Sou tão inútil que não consigo nem me matar."

Meu subconsciente se manifestou mais uma vez. E eu não pude deixar de concordar com ele.

— Seus sinais vitais estão normais. Agora só mais dois dias de internação e você já recebe alta. — sorriu tentando passar conforto, mas eu via em seus olhos pena e dó, os piores sentimentos que podem ser atribuídos a você. — O psiquiatra vem falar com você daqui a pouco.

— Eu não preciso de um psiquiatra! Eu não preciso de nada disso!

— Harper, você precisa se acalmar. — segurou a minha mão. — Tudo isso é só um momento ruim.

— Quantas vezes por dia você diz isso?

— Vou dizer quantas forem suficiente para que as pessoas acreditem.

— E como você pode ter tanta certeza?

— Eu tenho fé na vida, apenas isso.

— Que horas vem a comida? — desconversei daquele jogo emocional.

— Meio dia e meia. Qualquer coisa é só chamar, você sabe. — saiu da sala, me deixando ali, sozinha com os mesmos pensamentos destrutivos que me acolheram.

Encarei o relógio, ainda tinham 2 horas até o almoço. Sem nada para fazer nessas duas horas, exceto remoer tudo que aconteceu há dois dias, no meu aniversário.

Senti a cama balançar levemente acompanhado o ritmo dos meus pés.

Liguei a televisão do hospital no intuito de ocupar a mente, antes que ela me fizesse cometer outra atrocidade, que no hospital, seria inútil.

"Deixei o chuveiro ligado para não chamar atenção de Chantel. Visualizei a minha imagem refletida no espelho do banheiro, que parecia se distorcer conforme eu analisava meu nariz torto e desproporcional ao resto do rosto.

Olhei para baixo, vendo a minha barriga lisa e com o umbigo saltado. Me apoiei na pia para não ver o rosto que me me envergonhava, os olhos de vidro que não tinham pureza e a alma que já estava petrificada.

Senti as lágrimas, mas já estava tão acostumada com o seu deslizar quente e úmido sobre o meu rosto que isso não me incomodou. Não me atrevi a enxuga-las, talvez eu realmente deva viver a vida que vivo.

Sozinha. Procurando um lar. Uma busca infinita para o que foi me tirado.

Abri a gaveta do armário, achando uma tesoura embaixo das minhas roupas. A encarei, tentando criar coragem ou para racionalizar algo contra o que estava prestes a fazer, mas só consegui pensar coisas que fortalecessem a minha certeza.

Me sentei no chão, sentindo todo o meu corpo se arrepiar devido a troca de calor. Abri a tesoura, e a encostei no começo do meu pulso esquerdo. Fechei meus olhos quando forcei a tesoura contra a minha pele, já sentindo o ardor do corte, forcei mais para que ficasse mais fundo e passei a tesoura pelo meu antebraço.

Solucei quando reabri meus olhos, e a vida ainda continuava a mesma, sem amor. Sem nada.

Vi o sangue sair de dentro de mim, me dando um pouco de pavor, então apenas encarei meu outro braço, que exibia pequenas cicatrizes. Abri e fechei meus olhos freneticamente, até que a minha visão embaçou.

Era o fim."

Me sentei na cama para tentar não pensar mais no assunto, e na bronca que escutaria de Chantel. Teria que limpar muitos banheiros para me desculpar, e inventar uma boa justificava para o assistente social que já havia vindo no hospital, mas por sorte eu estava desacordada.

Encarei o quadro que exibia meus sinais vitais desinteressada neles e em estar ali. Não sabia o que era pior, passar dois dias internada, ou imaginar a minha volta ao orfanato, com todos aqueles olhares de piedade e gozação misturados.

Levantei as sobrancelhas quando ouvi a voz de Chantel, cogitei a hipótese de fingir o sono, mas nunca fui boa em fingir.

— Como se sente?

— Todo mundo vai me perguntar isso agora?

— Sim. Talvez nos devêssemos ter perguntado isso antes.

— Eu fiz o que pude sozinha. Eu tentei!

— Está tudo bem, Harper. Eu não estou aqui para falar sobre o que aconteceu.

— Então...?

— Duas mulheres querem te visitar.

— Uma vai me encarar com dó e a outra com pena, passo. Inclusive, não consigo pensar em quem seriam essas duas mulheres.

— Jessie e Sarah, esse é o nome delas. Elas são duas mães em potencial.

— Você me disse isso a vida inteira. E ninguém nunca voltou para me ver.

— Agora é diferente.

— Realmente, não me adotaram quando eu era uma criança mas vão me adotar agora com 14 anos. Faz tanto sentido.

— Eu não ligo para o que pensa. Elas virão de qualquer jeito. Você já me rendeu problemas o suficiente.

— Agora sim, a Chantel que conheço! Não precisava ter me poupado da sua maldade, eu já estou acostumada.

— Quis entrar no seu jogo de boa garota machucada.

Duas não podem jogar esse jogo.

— Eu espero me livrar logo do seu pião. Elas vem hoje as quinze e trinta, esteja de banho tomado e cabelo preso.

— Eu aprendi a me cuidar sozinha.

— Nós vemos depois.

Saiu do quarto me deixando ali sozinha com os meus pensamentos de ódio a sua pessoa. Fiz tudo o que era necessário para parecer um pouco mais "adotável" para minhas mães sem potencial para isso.

Encarei o relógio mais uma vez entre as inumeráveis, graças ao meu nervosismo. Cutuquei a borda da minha unha quando a porta abriu, senti aquele misto de sentimentos.

Vergonha. Amor. Desamparo.

— Oi. — disse para as duas, que usavam roupas da mesma cor.

— Oi, Harper. Eu sou a Jessie e essa é a minha esposa, Sarah.

— Chantel me contou sobre vocês.

A loira, Sarah, se sentou na cadeira que tinha ali, mas Jessie se sentou na cama comigo.

— Espero que você não se incomode.

— As enfermeiras te matariam se visse você na cama comigo.

— Esse pode ser o nosso segredo, o que acha?

— Não curto muito conversar com as enfermeiras, mesmo. Ainda mais com aqueles olhar de compaixão misturado com pena.

Ficamos em silêncio, eu já era uma "adulta" então as entrevistas eram feitas sem a Chantel. Não que eu tenha feito alguma nos últimos 10 anos.

— A Chantel nós contou um pouco sobre você, mas acho que seria legal se você falasse sobre si.

— É a minha primeira "entrevista" para adoção.

— Primeira? A Chantel disse que você já tinha participado de várias.

— A Chantel mente. — disse sem tabus, porque não tinha fé que seria adotada. — E eu acho que seria pior se tivesse participado de várias.

— Tão perto e tão longe. — Sarah disse baixo, apertando sua bolsa com força. Ela estava nervosa.

— Era assim que eu me sentia na faculdade, quando eu conhecia a Sarah. Eu me apaixonei por ela de primeira, mas ela ainda gostava de homens, mas cá estamos. Para a surpresa de alguns.

— Vocês estudavam o que?

— Eu fiz ciências contábeis, e a Jessie fez administração. Na verdade, ela praticamente só foi em festas e todo tipo de festas.

— Estudar nunca foi meu forte! Mas eu me formei, com dois anos de atraso, mas formei.

Ri sem perceber porque, por um momento, eu me senti acolhida e até participando de um momento em família.

Ficamos a tarde inteira conversando. Sarah demorou a tomar partido na conversa, mas era tão engraçada quanto Jessie e ainda tinha um tom de voz que passava carinho. Jessie era extrovertida e me interrompia a cada duas palavras para falar algo que ela havia vivido ou fazer alguma piada, o que me fez rir tanto que saiu um pouco de xixi.

ALGUMAS SEMANAS DEPOIS

— Ainda não caiu a ficha. — disse enquanto guardava os enfeites de natal. — Eu nunca achei que viveria essa momento.

— O que não é planejado é mais gostoso. — Jessie disse e Sarah negou com a cabeça.

— Eu não sei como, mas você e a Jessie são tão parecidas.

— É tudo uma conspiração internacional contra você.

— Não tenho dúvidas, eu até teria medo. Mas sei que vocês são preguiçosas demais para armar um plano.

Sorri antes de sair da sala levando uma caixa para o sótão. A casa ainda estava se modelando a nossa família que ainda está se ajustando.

Subi a escada e encarei a porta do meu quarto antes de puxar a escada do sótão. Abri um sorriso involuntário, por estar em um lugar que eu nunca imaginei nem estar.

Quando eu sonhava com uma família, nunca imaginei ter duas mães. Eu imaginava aquela família de comercial, em que tudo é perfeito e sorrisos brancos esboçam qualquer refeição. Mas a vida me surpreendeu milagrosamente.

As noites são mais quentes. As refeições são mais saborosas e as risadas compartilhadas sempre me fazem derrubar lágrimas e deixar o xixi escapar.

F I M D O F L A S H B A C K

— Se sente melhor?

— Sim. Muito. Acho que o paz daqui me trouxe memórias e sentimentos conflitantes.

— Quer ficar sozinha um pouco?

— Enquanto você escolhe o filme de terror.

Ela sorriu antes de sair do meu lado e eu voltei a atenção as estrelas que pareciam conversar comigo.

"Deu tudo certo! Você conseguiu"

Elas me disseram e eu sorri, sabendo que eu tinha direito a viver, ser feliz.

Oi, galerinha!

Espero que gostem, dessa vez não demorou e nem vai demorar, estou gostando muito do rumo que a história está levando.

Amo vocês! Saibam que o próximo capítulo tem surpresa e das boas = )

obs: escrevi ouvindo essa música, então se quiserem reler ao som dela. acho legal, principalmente o flashback. porque é algo que também se relaciona com a nossa Harper

obs2: votinhos e comentários me estimulam muito, ou seja, os façam porque eu amo! : )

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