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07 | vigia

CANADÁ, 18 de setembro de 2015
Narrado por Harper

— Eu não acredito que a gente vai fazer isso.

— A gente? Não, você vai, eu vou resolver outras coisas.

— Tá fácil, você que inventa de ajudar o Senhor Perfeição e eu tenho que ajudar?

— Na verdade você que quis que eu desse uma de Madre Tereza de Calcutá.

— O que definitivamente não combina com você.

— Nada que o treino não leve a perfeição.

— E pelo visto eu vou ter que acompanhar a sua "ida a academia".

— Tão inteligente — dei um beijo na bochecha dela.

— Anos de convivência com você, eu diria.

— Eu vou te deixar espionando a casa dele.

— E se eu for presa por invasão de propriedade particular?

— Não vai ser.

— E como você tem tanta certeza?

— Levanta essa bunda gorda da cama que eu te explico no caminho — levantou da cama e pegou um moletom antes de sairmos do quarto.

— Deixa eu adivinhar, vamos ter que ir de ônibus?

— Que QI alto — caçoei.

— Como você tem certeza que a polícia não vai aparecer lá?

— Porque eu vou estar na delegacia.

— Fazendo?

— Vou conversar com o delegado, quem sabe se eu não denunciar o pai do Shawn eles não tomam alguma providência?

— O delegado te odeia — riu e deu sinal para o ônibus.

— Até eu me odeio as vezes.

— Você vai ter que pagar a minha — apontou para a catraca e eu revirei os olhos.

— Por que eu que pago se você é a amiga rica?

— Porque você que teve essa ideia de jericó — passamos pela catraca — Continua o "plano".

— Então enquanto eu converso com o delegado você espiona, vai que sei lá, o pai dele bate nele ou na mãe, se você ver algo anormal, não sei. Você vai saber, você tem que.

— Se eu for pega eu juro que te mato.

— Sem problemas.

[...]

— Até que andar de ônibus não é tão ruim.

— Você é tão mimadinha que as vezes eu me pergunto como eu te aguento.

— Reciprocidade é tudo nessa vida.

— Ele mora naquela casal azul — apontei para a casa que levava o número 2207 — O quintal não é fechado, só você entrar pelo outro lado.

— Isso é definitivamente invasão de propriedade.

— Pode até ser, mas não vai acontecer nada — comecei a desenrolar meu fone de ouvido.

— E quanto tempo eu vou ter que ficar aqui?

— Quando eu sair da delegacia passo aqui para te buscar.

— Ok.

— Quase esqueci, — me aproximei dela — quando eu contei para o seu pai sobre o nosso plano...

— Primeiro: seu plano. Segundo: quando você viu meu pai?

— Ué, eu fui na sua casa ontem depois do trabalho, mas você estava dormindo que nem uma defunta, dai eu fiquei conversado com ele.

— Nem me contou.

— Que diferença ia fazer?

— É só que você vê meu pai mais do que eu!

— Não é assim. Já te disse, bem mais fácil ser perfeito, simpático e presente com quem é de fora...

— Hm.

— Dai ele me deu isso — sorri empolgada e tirei os walkie-talkie da mala e entreguei um para ela.

— Que merda é essa?

— Walkie-talkie.

— An?

— É o pai, avô, sei lá o que do celular.

— Ah, mas pra que isso?

— Achei que seria mais interessante se usássemos isso.

— Parabéns, nota 0 — aplaudiu algumas vezes.

— Parabéns pela coragem porque noção não tem — fiz piada de mim mesma e rimos.

— Era do seu avô, dai ele deu pro seu pai, que usava com a sua mãe — vi seus olhos brilharem — e agora é nosso.

— Até que são interessantes — disse com uma cara de estranhamento.

— Funciona assim. — ensinei para ela — Até que combinou com você.

— O que você quer dizer? Que eu sou uma velha?

— Não, é só porque essa roupa ai é bem anos 90.

— Fazer o que se tá na moda...

— Divirta-se com a moda, então. Nós vemos depois — sai andando e mandei um beijo no ar para ela, que ainda cutucava o walkie-talkie.

[...]

— Você tem uma denúncia para fazer pro delegado? Logo você, Harper?

— É, Harold, sei que é o tipo de coisa que você nunca achou que veria, mas é verdade.

— Senta ali que já já ele te chama.

— Eu já conheço bem — brinquei e ele continuou teclando no celular.

— O delegado mandou te chamar — Harold disse e eu sorri, se esperar na delegacia para ser presa já é chato, imagine para fazer uma denuncia.

— Ora, ora, — o delegado sorriu de maneira nojenta para mim — a que devo a honra de uma visita sua, senhorita Oliver?

— O que acontece se eu denunciar uma pessoa por violência doméstica?

— Sarah te fez algo?

— Não. Não é com a minha família.

— Caso existam provas concretas eu prendo o ator dos atos, caso não eu precisarei intimar as vítimas para averiguar se a acusação é verdadeira.

— E o que seriam provas concretas?

— Algum machucado, um depoimento médico. Coisas assim...

— E se as vítimas tiverem as provas concretas mas não ratificarem a acusação?

— Uma denúncia sem validação da vítima é nula.

— Mas...

— Aqui não é série policial, você sabe muito bem disso. E eu também não sou Jesus para fazer milagres e querer pegar um caso que não tenha futuro.

— Eu sei, mas é que é com uma pessoa muito importante para mim.

— Quem é?

— A família Mendes.

— Impossível.

— Não é impossível! O pai bate na esposa e no filho.

— Eu posso até abrir uma investigação, mas eles iram saber que foi você que denunciou, e eu vou verificar com eles. Caso eles não confirmem, a denúncia não será investigada e você pode ser até denunciada por perjúrio.

— Perjúrio? — me levantei da cadeira — Como eu posso fazer para ajudar mas sem me prejudicar?

— Provas. Uma mensagem em forma de ameaça, um prontuário médico em que se fale sobre violência doméstica, o relato de um professor, amigo...

— Eu vou providenciar tudo. E ainda vou fazer vocês prendê-lo em flagrante.

— Quem diria que você entraria aqui para fazer uma denúncia e não pra ser pressa...

— As pessoas mudam. E eu quase não vejo mais carro da polícia na rua, talvez seja isso — pisquei um olho para ele.

— Ou seja amor, nunca te vi defendendo os pobres e oprimidos.

— Empatia — o corrigi e sai da sala.

Apenas empatia, repeti para mim mesmo durante o caminho até a casa de Shawn. Óbvio, empatia e um pouco de pressão da parte de Maggie, não mais que isso.

Até porque eu mal conheço o Shawn para não ser motivada pela empatia.

NARRADO POR MAGGIE

Assim que Harper foi embora, e eu tentei, em vão, utilizar aquela porcaria que ela e meu pai inventaram. Quando vi que aquilo era só uma perda de tempo decidi ir para o quintal de Shawn.

Observei a casa azul de trás, era tão linda. O sol batia bem para uma primavera e árvore, que eu não fazia ideia do que era, estava cheia de flores.

Ninguém nunca diria que essa família é desfuncional.

"Maggie, caralho"

Ouvi a voz de Harper, que foi quase irreconhecível por causa do zumbido que o aparelho pré-histórico faz.

"Oi. Que foi?"

"Acho que vai demorar aqui, tem umas duas pessoas na minha frente"

"Já to até vendo que vou ficar aqui fazendo nada por causa da Madre Tereza de Calcutá"

"Você que me fez assim"

"A gente não pode se falar por mensagem?"

"Eu pensei que você ia querer fazer isso, dai tirei seu celular da sua bolsa sem que você reparasse"

"Eu te odeio, já disse isso?"

"Eu também te amo"

"Eu não disse isso"

"Tem certeza?"

"Nós falamos depois, acho que alguém está chegando"

"Fica escondida pelo amor de Deus"

"Tá. Tá"

Guardei o walkie-talkie na minha mochila transparente e me escondi atrás da árvore.

Não conseguia ver nada dali, de onde Harper tirou a ideia de que isso daria certo? Só pode ter sido do cu, porque essa ideia é uma merda.

Bufei e encarei as grandes janelas da sala, nada.

Levantei meu rosto para encarar as do segundo andar, nada.

Será que se eu for embora ela fica muito brava? "Sim", meu subconsciente me respondeu.

"Eu também te odeio, subconsciente politicamente correto", respondi mentalmente.

— Lindemman? — uma voz grave me chamou a atenção e me fez ter vontade de fazer xixi.

— Mendes? O que você tá fazendo aqui? 

— Esse é o quintal da minha casa — falou gesticulando com as mãos.

— É, eu sei...

— Você sabe?

— É. A Harper me contou.

— A Harper te contou? Por?

— Nós somos melhores amigas, contamos até da nossa menstruação — notei que ficou constrangido e sorri de leve. Meu plano de evitar perguntas que eu não saberia responder tinha dado certo.

— Ah, hm, legal, eu acho... — gargalhei alto por causa da sua fala.

— Shawn, o Ben quer fazer xixi — um homem disse da porta dos fundos, e eu deduzi que fosse o pai dele.

— Eu vou levá-lo para passear.

— Acho bom porque o cachorro é seu. E se ele fizer xixi em casa teremos uma conversa bem séria.

Notei os ombros de Shawn se retraírem junto com sua estrutura facial.

— SHAWN! — o homem gritou — SERÁ QUE VOCÊ PODE VIR AQUI PEGAR A MERDA DO MEU CACHORRO?

— Estou indo, pai — piscou mais demoradamente que o habitual e respirou fundo, como quem pede paciência.

Shawn saiu da minha frente e seu pai me encarou com  um sorriso malicioso e doentio. Travei.

— Quem é essa? — saiu do quintal e foi caminhando até mim. Xinguei Harper, mentalmente, de todos os palavrões que conheço.

— Pai, essa é a minha colega, Maggie. Maggie, esse é meu pai, Manuel.

— Prazer — sorri e ele esticou a mão para mim. Apertei torcendo para que aqueles minutos passassem mais rápidos.

— Eu vou pegar o Ben lá dentro, vem comigo Maggie — puxou meu antebraço com força.

— O que você estava fazendo na minha casa? — Shawn perguntou novamente enquanto passeávamos com  seu cachorro, um pastor alemão.

— É culpa da Harper.

— O que a Harper tem a ver com isso? Ela nem está aqui.

— Ela está na delegacia — tentei deixá-lo sem palavras novamente, o que falhou.

— Por?

— Você sabe como ela é, vive se metendo em encrenca. Ela me ligou, porque não queria que suas mães ficassem sabendo, e eu peguei um ônibus para ir até lá, mas acho que desci no ponto errado. Eu estava procurando alguém para pedir informação, por isso estava no seu quintal.

— Ela é ré primária?

— An?

— Eu te deixo na delegacia, tem um ônibus que passa aqui perto que deixa a gente lá.

— Obrigada! — sorri e ele retribuiu.

Com essa ação o meu subconsciente insistia em dizer que ele estava interessado em mim, mas meu lado racional ignorava esse pensando porque eu conhecia Harper o suficiente para saber que ela já estava nutrindo algo pelo Senhor Perfeição.

— Não sabia que tinha um cachorro...

— Nós não sabemos quase nada sobre o outro.

— É...

— Por exemplo, eu não sabia que você era uma apaixonada pelos anos... 80? — apontou para o walkie-talkie na minha mochila.

— Coisas da Harper.

— Sua roupa parece bem anos 90.

— Todo mundo está querendo me dizer que eu pareço uma velha?

— Longe de mim.

O cachorro se entreteve em cheirar um poste eu olhei para frente avistando Harper, ela caminhava com sua típica cara de brava enquanto ouvia algo com seus fones de ouvido.

Aposto que é Justin Bieber. Apesar da cara de brava Harper é tão sensível quanto eu, talvez até mais.

Quando ela me viu sorriu e saiu correndo na minha direção. Sorri pelo lado empolgado e carinhoso que só eu e a sua família conhecemos, essa garota vale ouro.

Well, let me tell you a story About a girl and a boy — cantou o começo de "Fall", alto e desafinado o suficiente para me fazer gargalhar.

He fell in love with his best friend When she's around, he feels nothing but joy — cantamos juntas e empolgadas. Nenhuma pessoa resiste a Justin Bieber.

But she was already broken — Shawn cantarolou baixo, e Harper tirou os fones de ouvido encarando suas costas.

— Harper? — se virou na nossa direção de maneira brusca por causa do cachorro, ele é muito magro pra conduzir um cachorro desse porte — Oi.

— Shawn... — minha amiga fechou a cara, mas depois abriu um sorriso tão grande que quase bati nela. Não era para ela se apaixonar tão rápido, ele nem é tão apaixonante assim.

— Você já foi solta? Que rápido! — a encarei com os olhos arregalados e ela tentou decifrar o que quis dizer, mas como sempre, em vão.

— A polícia já não é a mesma de anos atrás...

— Você tinha sido presa por...?

— Eu não fui presa. Eu tive uma desavença com Harold e para variar ele quis me levar para a delegacia.

— Você e ele dariam uma ótima história de amor — ri mas me segurei quando ela fez uma cara feia.

— Sabe o que daria uma ótima história de amor? Bolo de chocolate das minhas mães. Topa?

— Apesar de eu estar acima do peso, nunca diria não ao bolo da Jessie.

— Acredita que ela ainda tá brava comigo por causa da detenção e do meu encontro noturno?

— Isso é a cara dela — rimos.

— Shawn, você quer vir com a gente?

— Eu adoraria, mas não quero problemas com o meu pai. De qualquer maneira, muito j por me chamar!

— Então até segunda, Shawn!

— Tchauzinho! — acenei para ele e saímos andando abraçadas daquele bairro.

A atualização tarde mas não falha.

E o capítulo ficou bem mais legal do que eu imaginava! Sabe quando o texto se escreve e não você? Foi bem assim!

Obrigada a quem ainda está aqui, amo vocês!!!!

obs: caso eu demore a publicar é porque estou escrevendo outro livro: tenho outras fanfics com o shawn, outros livros e milhões de rascunhos!

e se vocês gostarem de verdade do livro e estejam com saudades da atualização, sintam-se livres para me cobrar! mandem mensagem ou postem no mural; óbvio que com educação!! :)

amo ocês !!!

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