Férias
As férias de verão haviam durado 1 mês e foram aproveitadas da melhor maneira possível. Na casa de praia dos pais de Marc os hóspedes encontraram conforto, entretenimento e uma bela vista para o mar. Os quartos eram numeroso, os cômodos eram enormes e, portanto, ofereciam bastante privacidade aos convidados.
Tentaram usar o mínimo de tecnologia possível e, por isso, encontraram diversão nos jogos de tabuleiro que Finn havia levado. Durante as partidas, Marc mostrou-se um jogador muito competitivo, enquanto Archie demorou a entender as regras e acabou desistindo no meio.
Conforme os dias iam passando, novos interesses e meios de entretenimento eram sugeridos. Leonard, o arquiteto do grupo, propôs que desenhassem casas e prédios em perspectiva, algo com o qual tinha bastante prática. Os papéis, lápis, canetas, borrachas e as réguas foram distribuídos pelo anfitrião, que sabia onde eles estavam. O asiático começou fazendo um desenho, sendo observado atentamente pelos outros. Quando terminou foi a vez do resto do grupo (Marc, Finn e Archie) tentar.
━É muito difícil. Desisto. -Marc comentou, após tentar traçar uma linha reta
━Você não tem paciência para as artes. -Leonard falou enquanto analisava, incrédulo, as linhas tortas que ele havia traçado com régua
Quem melhor desenhou foi Archie, que utilizou a régua com calma, movendo os dedos de maneira leve sob o papel enquanto pressionava e deslizava, delicadamente, o lápis na folha.
━Como é possível? -o asiático pegou a folha cheia de linhas tortas de Marc e comparou com a de Archie, cujo desenho estava perfeito e simétrico- Archie, as habilidades motoras do Marc são terríveis!
━Só no papel. -respondeu, em tom de piada, rindo com timidez
Finn ficou surpreso com aquela fala, mas acabou rindo junto com Leonard que, ao ver o desenho do namorado apenas meneou a cabeça, sinalizando que ele havia feito um bom trabalho. Marc arqueou as sobrancelhas e deu um sorrisinho de canto para o namorado.
Em seguida Finn resolveu fazer um jogo simples de cálculo. Cada pergunta consistia em uma operação matemática, das mais simples às mais complexas, e o objetivo era que os participantes respondessem corretamente, fazendo as cotas mentalmente, sem utilizar o papel. Todos sentaram-se no sofá, um ao lado do outro, menos Finn, que escreveu algumas operações em papéis pequenos, dobrou-os e colocou-os na mesa central; o loiro atuou como juiz, sorteando um cálculo para cada participante.
As primeiras rodadas foram fáceis, principalmente para Marc, que estava habituado a fazer cálculos complexos diariamente e gostava de matemática. Leonard acertou várias operações, mas não tinha tanta facilidade para fazer cálculos mentais, visto que sempre contava com a ajuda de calculadoras para seus projetos. Já Archie teve dificuldades com todos os desafios e, num ponto do jogo, parou de tentar responder, vendo o namorado acertar todas contas sem dificuldade e com um sorriso presunçoso no rosto.
━Não é justo você competir com a gente. -Archie resmungou
━Então só você e Leonard jogam. Vamos testar? -Marc perguntou com um sorriso, sabendo que Archie iria perder
Archie negou com a cabeça e continuou tentando, mas as operações eram muito difíceis. Quando começava a multiplicar dois números grandes Marc já tinha a resposta na ponta da língua. Ao fim da competição Archie abraçou os joelhos, triste por não saber fazer operações básicas de matemática.
Marc, ao vê-lo com aquela expressão para baixo, acariciou-lhe os cabelos com carinho. Passou os braços pelos ombros dele, beijou sua nuca e sussurrou:
━Posso dar aulas particulares, se quiser.
━Você não tem paciência. -murmurou
━Por que não fazemos o seguinte, Archie te ensina sobre as flores do jardim e você o ensina a fazer alguns exercícios matemáticos? -Finn sugeriu- Ou posso ajudá-lo. -completou
Não fazia o estilo de Marc querer aprender sobre plantas, mas ao ver a expressão alegre no rosto de Archie deu um suspiro, sentindo-se derrotado, e concordou. A outra opção, de Finn ajudá-lo, não lhe agradava, portanto nem a considerou.
Nos outros dias revezaram-se no jardim, afofando a terra, plantando mudas, tirando folhas mortas e regando flores. Marc colocou um boné para proteger-se do sol e Archie admirou-o regar um girassol com aquele seu típico ar misterioso. Marc abaixava-se ao seu lado quando lhe explicava sobre alguma parte da planta ou sobre a terra, adubo e fertilizantes. Vez ou outra ele comentava alguma coisa, intrigado, e resmungava coisas inteligíveis que faziam Archie rir. Gostou de vê-lo esforçando-se para aprender.
Na hora de ensinar o namorado a fazer cálculos a paciência de Marc foi testada por dois motivos; primeiro porque não conseguia passar muito tempo perto dele sem querer beijá-lo ou apertá-lo (especialmente quando ele mordia a ponta do lápis ou da caneta); segundo porque o que parecia óbvio em sua mente tinha que ser explicado de diferentes maneiras (e várias vezes) até que Archie entendesse. Mas quando ele finalmente compreendia uma equação sua expressão iluminava-se de uma maneira tão bonita que Marc ficava admirando cada movimento de sua face, de forma fixa e carinhosa.
Finn observou as "aulas" de longe e, tendo dado aulas particulares anos atrás, sabia que Marc estava fazendo um bom trabalho, apesar dos suspiros, resmungos e exclamações incrédulas que ouvia dele a cada resposta errada de Archie. Com paciência lhe mostrava onde havia errado, refazendo o cálculo devagar até que entendesse.
Passados alguns dias foi a vez de Archie sugerir que fizessem um bolo para comerem como chá da tarde. Todos foram para a cozinha grande e bem equipada, colocaram um avental branco e começaram a ajudar na preparação do bolo de chocolate. Archie surpreendeu com sua capacidade de liderar e delegar tarefas. Coube a Finn fazer a cobertura, a Leonard untar a fôrma e a Marc bater o bolo (o que não deixou-o muito feliz).
━Temos batedeira, Archie. -resmungou, movendo a colher em movimentos circulares e rápidos na massa marrom
━Também temos seus músculos. -piscou, apertando o braço direito dele
━Marc está sendo explorado num trabalho braçal extremamente desgastante. -Leonard comentou, seriamente, enquanto untava a fôrma redonda com farinha
━Não sente pena do seu namorado, Archie? -Finn indagou, rindo, enquanto mexia o leite condensado dentro da panela, no fogão elétrico
Archie teve que curvar-se, sem conseguir controlar as risadas, e terminou encostando o rosto nas costas de Marc, parando de rir gradualmente ao sentir seu perfume cítrico. Este, por sua vez, apenas deu um sorrisinho torto e perguntou:
━Acham que eu nunca cozinhei?
━A resposta para essa pergunta é tão óbvia que eu me recuso a respondê-la. -o asiático disse
Archie abraçou o namorado pela cintura e espiou, pela lateral, o trabalho que ele fazia, mexendo o bolo numa velocidade mais lenta.
━Tem que ser mais rápido, Marc. -orientou
Marc suspirou e parou de mover a colher, entregando-a para Archie e mudando de lugar com ele, colocando-a na sua frente. O garoto ficou vermelho ao achar que ele havia ficado irritado, mas em seguida recebeu um beijo na nuca e ouviu a voz rouca dele em sua orelha:
━Você sabe fazer melhor. Não quero estragar o bolo.
━Que preguiçoso, dando todo o trabalho pro Archie. -Finn comentou e desligou o fogão ao ver a cobertura engrossar na panela, no ponto certo
Marc beijou os cabelos negros de Archie, inspirando profundamente o odor de morangos do shampoo, e cobriu as mãos dele com a sua, ajudando-o a mover rapidamente a colher.
━Que cena ridícula. -Leonard revirou os olhos, rindo- Ele não precisa da sua ajuda para fazer isso. É só um pretexto pra vocês transarem na cozinha, não é?! -provocou, num tom zombeteiro
━Leonard! -Archie e Finn disseram seu nome ao mesmo tempo.
Marc olhou de maneira amedrontadora para o asiático e perguntou:
━Por que não espera o bolo ficar pronto no seu quarto?
━Gostou da ideia, não é? Agora vocês terão a cozinha toda! -mostrou-lhe a língua e pegou a mão de Finn- Vamos, Finn. Se eles vão transar a gente também vai.
━Leonard, por favor... -murmurou, sem graça, com o rosto todo vermelho, enquanto era arrastado até o andar superior da casa
O tempo de cozimento do bolo foi o suficiente para Marc fazer Archie estremecer em cima do balcão da cozinha. Beijou-o por todo o corpo, apertou-o em lugares estratégicos, abraçou-o com força por trás, obrigando-o a colocar ambas mãos para nas costas, e sussurrou obscenidades em seu ouvido enquanto tocava-o intimamente. Fez Archie chegar ao clímax rapidamente, entretido com as reações de dor e prazer no rosto delicado ao sentir suas mãos apertando-o, dando tapas fracos e beliscando-o nos quadris. Ele quis lhe fazer gozar, de maneira trêmula e mal conseguindo ficar em pé direito, mas segurou seu queixo e beijou-o rapidamente.
━Mais tarde. -no mesmo momento o forno apitou, avisando que o bolo havia terminado de assar
Alguns dias antes de Julian e Ada chegarem, Marc fez uma experiência simples que sempre fazia nas festas, para os amigos verem. Os amigos que não eram engenheiros químicos achavam incrível, mas os que eram reviravam os olhos de tédio.
Estavam todos sentados na mesa da sala de refeições; na sua frente havia uma taça de vinho e uma jarra vazias, um potinho pequeno com tampa azul, uma caixa de suco de maçã fechada e uma vasilha com alguns pedaços de gelo seco.
━Eu estou com medo do que você vai fazer. -Leonard murmurou, girando o potinho nos dedos com curiosidade
━É uma mágica para fazer você desaparecer. -Marc falou secamente
━Marc, não seja grosso. -Archie falou, inclinando-se na mesa e apoiando-se ali com os cotovelos, ansioso- O que vamos fazer?
━Uma bebida esfumaçante.
━Sério? Que nem aquelas dos filmes, daqueles bares chiques? -o asiático arqueou as sobrancelhas com empolgação
━Só com esses ingredientes? -Finn perguntou, cético
━Sim.
Marc abriu a caixa de suco e derramou todo o líquido na jarra vazia. Quando terminou, pegou o potinho com a tampa azul das mãos agitadas de Leonard.
━Agora vou colocar o corante azul. -despejou 5 gotas no líquido e parou, encarando os rostos intrigados e ansiosos dos três a sua volta- E o gelo seco.
Pegou cinco pedras de gelo e despejou no líquido. A reação de Archie foi de surpresa, depois de incredulidade e, por fim, riu, maravilhado com a fumaça que saía da jarra e fazia o líquido borbulhar. O asiático colocou o rosto próximo do recipiente de vidro, incrédulo com o efeito, e Finn aproximou-se. Os três encararam o líquido com uma expressão maravilhada.
━O gelo seco passa do estado sólido para o estado de vapor e, em contato com a água esse processo fica bem mais acelerado. -Marc explicou
Serviu, por fim, um pouco do líquido na taça e deu para Archie, que ficou olhando dentro do copo, com curiosidade, a fumaça subir e mover-se para fora do vidro.
━Você tem que mostrar mais experiências para a gente, Marc! -Archie disse e bebeu o suco, surpreso ao constatar que o gosto continuava igual ao da maçã
━Eu quero provar! -Leonard foi rapidamente até a cozinha e voltou com duas taças. Marc serviu o suco esfumaçante e azul em ambas.
━Não engula o gelo seco, ou você vai morrer. -Marc ameaçou Leonard de maneira exagerada, visto que ele se comportava como uma criança
As tardes passaram de maneira tranquila na praia. Era difícil para Leonard ajustar-se ao humor indiferente de Marc, porque ele ficava quieto a maior parte do tempo e raramente conversava. Já Finn conseguia puxar assuntos amenos com ele, visto que era mais introvertido e, naquele aspecto, mais parecido com o anfitrião. Archie estava acostumado com o comportamento do namorado, e suas energias se complementavam, pois o garoto não era nem muito agitado e nem muito quieto, mas um equilíbrio entre ambos.
Alguns dias construíam castelos de areia sob a supervisão de Leonard, que julgava suas construções de forma rigorosa e em outros dias faziam competição para saber quem montava o buquê de flores mais bonito (Marc sempre perdia, pois pegava as flores mais feias).
Quando Ada e Julian chegaram fizeram uma fogueira, em volta da qual comeram marshmallow e tomaram chocolate quente. Depois disso, os dias transcorreram de maneira rápida e agitada.
_____
Era estranho ter a casa cheia de gente, já que estavam acostumados com a companhia um do outro. Quando estavam sozinhos, Archie costumava deitar no sofá, colocar os pés no colo de Marc e ler alguma revista ou livro. Marc, enquanto isso, assistia algum filme ou jogava algo no aparelho de videogame, parando apenas para massagear os pés do namorado ou beijá-lo na boca. Às vezes, quando ele caía no sono, tirava algumas fotos, rindo enquanto o fazia.
Enquanto Marc jogava algum jogo de tiro ou futebol, Archie caminhava pela casa, alongava-se, tomava um suco ou comia algum doce e observava o namorado. Naquele momento, com os amigos ali, passavam pouco tempo juntos, apenas os dois.
Certo dia Ada, Julian, Leonard e Finn decidiram dirigir até o centro, que ficava a uma distância razoável da praia, para conhecer o lugar e fazer compras. Marc e Archie já conheciam o local, por isso, ficaram em casa.
Naquela tarde em que os amigos haviam saído para passear e fazer compras, Archie teve uma ideia para matarem o tempo e se divertirem.
━Marc, podemos jogar um jogo? -perguntou, olhando-o do outro lado da sala
Ele lhe olhou, intrigado e com as sobrancelhas franzidas, mas logo largou o joystick no sofá e desligou a TV. Seu olhar era tão curioso e, ao mesmo tempo, malicioso, que Archie organizou o que precisava falar mentalmente, antes de fazê-lo.
━Que tipo de jogo, Archie? -o modo insinuante como ele disse seu nome lhe fez estremecer
Marc vestia apenas uma calça jeans azul escura e Archie adivinhou que ele estava sem cueca por baixo.
━Quero que você faça o que eu pedir. -disse de maneira firme, odiando a expressão debochada que o namorado fez ao olhá-lo
━E o que vai me dar em troca? -colocou as mãos atrás da cabeça e abriu as pernas, sorrindo de maneira enigmática
Um arrepio passou por todo o corpo do garoto e pensou por alguns instantes antes de perguntar, com o rosto vermelho:
━O que quer em troca?
Marc deu uma risadinha e levantou-se. O coração de Archie disparou ao vê-lo aproximar-se com aquele sorriso torto no rosto e olhou para o chão, quase desistindo de sugerir qualquer coisa. Manteve-se firme enquanto esperava por uma resposta. Não desistiria antes de tentar, mesmo que fosse tentador ceder aos caprichos e ordens de Marc.
━Nós nunca transamos na frente de um espelho, não é? -perguntou, fazendo Archie suspirar, com uma careta
━Não temos um espelho grande o bastante.
━Vou comprá-lo. -Marc decidiu, chegando tão perto a ponto de quase tocá-lo
━Marc, de onde você tira essas suas fantasias? -Archie cruzou os braços, surpreso com a imaginação fértil dele
━Eu passo muito tempo pensando em maneiras novas de fazer você sofrer, implorar. Engasgar...-sussurrou a última palavra, puxando-o pela cintura
Archie concentrou-se, tentando ignorar o jeito como ele fazia seu corpo reagir. Se não tivesse autocontrole já estaria fazendo o que Marc queria, pois sua imponência intimidava qualquer um. Mas precisava tentar controlá-lo. Ajeitou os óculos em cima do nariz e empurrou-o lentamente, ficando a um braço de distância dele. Olhou-o com seriedade, sentindo as bochechas quentes.
━Se conseguir me obedecer...
━Vai fazer o que eu quiser na frente do espelho? -arqueou as sobrancelhas
━Sim. -concordou, com um pouco de receio. O que ele lhe pediria para fazer? Não sabia, mas estava curioso.
━Certo. Tentarei não tornar as coisas tão difíceis para você. -abaixou o braço que os separava e Marc segurou-o pela nuca, delicadamente, com ambas as mãos
━Se não conseguir se controlar não farei nada que pedir. Esqueça o espelho. -Archie falou de forma decidida
Marc suspirou e revirou os olhos, descendo as mãos para a cintura dele, puxando-o para perto de si.
━Como vai funcionar seu joguinho?
━É simples. Não pode me tocar e não pode falar sem que eu diga que pode.
━Fácil.
Archie arqueou as sobrancelhas, sabendo que não tornaria as coisas tão fáceis para ele. Empurrou-o para sentar-se na poltrona da sala e sorriu.
━Então começamos.
_____
Já estavam há mais de meia hora naquilo. Archie estava pensando no que mais poderia fazer, em maneiras de controlá-lo. Marc era difícil e teimoso, não cederia tão facilmente, mas se não o fizesse iria perder o jogo.
Ele estava de frente para a janela, pensativo, olhando-se no reflexo. Seu quadril possuía marcas de dedos roxas e vermelhas. Antigas e recentes. O toque dele em sua pele era como uma assinatura que gostava de admirar no reflexo da janela e, no fundo, gostava quando os outros encaravam aqueles hematomas. Suas expressões surpresas lhe divertiam ao mesmo tempo em que lhe faziam corar de timidez.
Na parte de trás da coxa direita havia uma cicatriz fina e comprida, causada por um chicote de couro. Quando tocou-a, sentindo uma pequena protuberância na pele, uma faixa mais clara e sutil; sorriu, sabendo que ele estava observando cada movimento seu.
Os olhos escuros impiedosos analisavam cada respiração que emitia. A boca, curvada numa expressão reprovadora, abriu-se para xingá-lo, mas fechou-se com resignação.
Vê-lo se tocar era uma experiência torturante, mas havia consentido em jogar aquele jogo. Só olhar. Observá-lo e grunhir de raiva, ranger os dentes com irritação, enquanto apertava as mãos na calça jeans, desejando tê-lo sob seu controle, subjugado, o mais rápido possível.
Mal podia esperar para fazê-lo gritar e implorar. Em sua mente as imagens que criava eram torturantes demais para permanecerem apenas como fantasias. Se o pegasse, se perdesse aquele jogo, o faria pagar por aquela angústia.
Sua respiração estava tão pesada que misturava-se ao som das ondas do mar lá fora.
Vez ou outra Archie inclinava-se pela janela, vestindo um shorts largo e indecente, de um tecido maleável, provocando-o, sabendo que não havia ninguém para espiá-los.
E o sorrisinho tímido bastava para fazer Marc querer xingá-lo com palavras obscenas, tão baixas que só de imaginar proferi-las um arrepio excitante esquentou seu corpo.
Archie aproximou-se com as sobrancelhas arqueadas. O corpo esguio estava em sua frente, emanando ondas de calor que faziam Marc suar.
O garoto inclinou-se, levantou seu queixo com delicadeza e audácia e, finalmente, encarou o olhar selvagem e raivoso que emanava lascívia, um desejo tão intenso que quase cedeu e pediu para ser dominado ali mesmo. Mas era um jogo de controle, e Archie queria aprender a controlar aquele tipo de situação.
━Como quer me marcar? -perguntou, olhando-o de cima com timidez e divertimento
Marc semicerrou os olhos e não respondeu.
━Pode responder.
Aquilo era difícil. Ele sabia que estava buscando uma brecha para puni-lo, para fazê-lo perder.
Por isso, continuou em silêncio.
O olhar viajou pelos shorts dele, de modo vidrado, e parou na barriga nua, agora com músculos mais sutis. Ponderou no que precisava fazer para prendê-lo e, quando Archie ia abrir a boca para falar algo, Marc riu alto, fazendo-o sobressaltar-se. Foi o momento do qual precisava.
Estava possesso. Iria marcá-lo e fazê-lo gritar até o amanhecer. O puniria até que implorasse para parar.
Por isso, puxou-o pelo pescoço para baixo, de supetão, levantando-se e empurrando a cabeça dele para a poltrona. Continuou rindo baixinho, de forma maliciosa, enquanto o segurava no lugar pela nuca.
━Vou deixar uma marca para cada malcriação.
Archie arregalou os olhos, em choque com a força e a rapidez de Marc. Tentou soltar-se, mas recebeu um beliscão tão forte nas coxas que contorceu-se e os olhos encheram-se d'água.
━Marc. -choramingou- Não é justo.
Estava chateado por nunca conseguir controlá-lo. Marc recusava-se sequer a tentar, sempre conseguindo alguma brecha para dominá-lo, rindo das suas tentativas inúteis de inverter os papéis.
Mesmo assim o corpo reagiu instantaneamente àquela agressividade. O ar-condicionado já não era o suficiente para amenizar o calor que sentia.
Marc estava tão irritado e tão excitado que Archie desistiu do jogo.
Olhou para trás e encontrou o par de olhos que lhe encaravam como uma presa.
Iria deixá-lo ganhar, dessa vez, mas não sem fazê-lo lhe xingar.
━Gosto mais das cicatrizes.
Passou a mão pela cicatriz, na parte de trás da coxa, dando um sorrisinho provocante.
Marc não tinha autocontrole quando o assunto era sexo. Ele era extremamente visual e verbal, por isso era fácil fazê-lo perder aquele tipo de jogo. Mesmo que quisesse ganhar e testar suas habilidades ao dar ordens, estava gostando de ter perdido.
Resmungou com o aperto na nuca, que era empurrada em direção ao sofá com força.
Ouviu o som do zíper se abrindo e parou de emitir qualquer som. As batidas do coração, aceleradas e ansiosas, faziam pressão em seus ouvidos. A própria ereção esticava o shorts pequeno que vestia, roçando no tecido fino e pingando de excitação.
Os dedos nada sutis do outro puxaram o tecido para o lado, expondo-o por inteiro.
━Seu shorts é indecente. -murmurou entredentes, puxando o tecido com raiva
━Marc, não rasgue!
Foi inútil pedir e sentiu o tecido escorregar por suas coxas, rasgado em algumas partes.
A boca dele estava em sua pele no momento seguinte, beijando sua coluna enquanto as unhas arranhavam a pele das nádegas e das coxas. Archie estremeceu ao sentí-lo esfregar o membro em sua entrada.
A risada baixa, colada em suas costas, lhe fez ficar de pernas bambas.
Arregalou os olhos ao ter o rosto puxado para trás com agressividade. O aperto dele passou da sua nuca para suas bochechas, como uma garra, apertando-as com uma risada baixa e cruel.
━Sabe que eu não consigo me controlar, não quando você fica por aí me mostrando a sua bunda. -deu-lhe um tapa no traseiro
━Você perdeu. -falou com dificuldade, provocando-o
Marc fechou os olhos e soltou-o, controlando-se para não machucá-lo, mesmo que sua vontade fosse de puni-lo por lhe provocar.
Deu-lhe mais um tapa na bunda e a pele, agora vermelha, formigou com seu toque nada gentil. Por isso, continuou batendo, fixando o olhar nas reações do corpo dele.
O segundo tapa fez Archie estremecer.
O terceiro fez seus gemidos falharem.
O quarto tirou lágrimas dos seus olhos.
A medida que ia lhe batendo o peso da mão ia aumentando.
No quinto gritou tão alto que quase implorou para ele parar.
━Tenho que deixar uma cicatriz aqui. -torceu a pele das coxas dele com tanta força que Archie gritou e contorceu-se
Marc mordeu os lábios, maravilhado com aquelas reações.
As nádegas estavam vermelhas e possuíam a marca de sua mão.
Ele estava com as pernas abertas, os joelhos no chão, afastados. Não conseguia olhá-lo tão intimamente sem tocá-lo. Inseriu um dedo em seu interior, fazendo-o recuar instintivamente e gemer de dor.
━Pare de se mexer. -ordenou, com as sobrancelhas franzidas
Ao vê-lo desobedecer, inclinando-se para frente e fechando as pernas, deu-lhe outro tapa que o fez tremer e dar gemido mudo.
━Não feche as pernas.
Archie separou os joelhos no chão com lentidão, secando as lágrimas e o suor que tomavam conta de seu rosto. Olhou para trás com uma expressão contorcida de dor.
Quando os olhos escuros lhe encararam, hipnoticamente, Marc deu um sorrisinho arrogante que foi o suficiente para fazê-lo gemer e morder os lábios. Outro dedo foi inserido em seu interior e Archie gritou.
━Marc, por favor... -pediu, enterrando o rosto na poltrona
Inclinou o quadril para trás, querendo que ele lhe penetrasse logo.
━Se quer meu pau precisa pedir direito.
Marc admirou o trabalho que havia feito, mordendo os lábios ao sentí-lo apertando seus dedos, o interior quente e úmido pulsando. Estava louco para enterrar-se em seu corpo, rápido e de uma vez só, mas queria torturá-lo antes.
━Por favor, coloca dentro. -pediu baixinho com sofreguidão
Ao encarar o rosto de Archie, viu os olhos verdes lhe observando de soslaio, ansiosos, os cabelos negros colados na testa, os óculos embaçados...Era como gostava de vê-lo, com expressão contorcida de dor e desejo.
Tirou os dedos de seu interior lentamente, mordendo os lábios ao sentí-lo lhe expulsar dali. Puxou a mão direita de Archie para onde seus dedos estavam.
━Mostra como você se vira sem mim.
Archie enterrou o rosto na poltrona e resmungou baixinho, em seguida levou um tapa tão forte que grunhiu alto.
Recusou-se a fazer o que foi ordenado e, por isso, outro tapa atingiu sua pele já vermelha, fazendo-a arder e formigar.
Apertou as mãos na poltrona com irritação e tentou controlar a respiração.
━Não gosta de se tocar para mim? -Marc sussurrou a pergunta- É vergonhoso demais, usar seus dedos aqui? -deu-lhe um tapinha que deixou-o trêmulo- Eu acho que você gosta muito de apanhar.
Inclinou-se e mordeu-lhe na nádega direita, fechando os olhos com prazer ao ouvi-lo gritar.
Archie olhou para trás com irritação, mordendo os lábios com raiva, deixando Marc surpreso com sua expressão retorcida e ao ver seus olhos verdes brilhando com raiva. Entretanto o que lhe fez ficar mais estarrecido foi ouvi-lo pedir, com o rosto vermelho e suado e vergonha estampada no olhar:
━Coloca seu pau dentro de mim.
Marc piscou, atônito, processando aquela frase. Alguns segundos depois, após admirar aquela expressão zangada, franziu o cenho com raiva por ele não ter lhe respondido.
Analisaram-se com uma ira visível emanando de seus semblantes, o que tornou o clima mais excitante para ambos.
Marc não deixaria ele lhe desrespeitar daquela forma. Torceu os braços de Archie para trás com fúria e praticamente montou nele, inclinando-se para frente e encostando seu peito no dele, deixando a boca próxima do seu ouvido.
━Eu vou te foder tão fundo que você não vai sentar direito amanhã.
Archie fechou os olhos e escondeu um sorriso e um gemido no tecido abaixo. Os joelhos doeram por estarem no chão duro e reto e as costas também reclamaram por estar inclinando o quadril para cima, como Marc gostava, mas ignorou a dor, concentrando-se no que viria a seguir.
Não teve muito tempo para raciocinar, pois o outro lhe penetrou numa estocada só e, tão profundamente, como prometera, que Archie arregalou os olhos e gemeu de maneira abafada. O único lubrificante era a saliva de Marc, que usou-a para passar no próprio membro antes de colocá-lo em seu interior.
A posição que estavam, com Marc praticamente montado em suas costas, segurando suas mãos e usando seu corpo da maneira que queria, de maneira violenta e agressiva, fazia arrepios elétricos de prazer por todo seu corpo.
Sentiu uma mordida no ombro e gemeu longamente, com o cenho franzido, tentando acostumar-se com o volume dentro de si. Quando ele moveu-se, saindo e entrando em seu corpo com rapidez, ofegou baixinho, tentando ritmar a respiração com os movimentos que sacudiam seu corpo.
O pênis de Archie resvalava contra a poltrona, sendo pressionado ali, e estava mais próximo do clímax a cada estocada
Outro tapa no traseiro lhe obrigou a morder o tecido onde estava com o rosto deitado, grunhindo com a dor que estremeceu seu corpo.
Marc fechou os olhos com força, tentando segurar o orgasmo, e puxou Archie pelos cabelos, obrigando-o a olhá-lo, soltando seus braços. O rosto dele estava molhado e retorcido.
━Dói? -passou as unhas em suas coxas de maneira sugestiva, sem tirar os olhos de seu rosto
Archie assentiu, de olhos fechados e gemeu alto quando sentiu-o ir fundo em seu corpo, afundando-se com tanta pressão, tocando-lhe em um ponto específico, que arregalou os olhos. Uma onda de espasmos tomou conta de si, a barriga contraiu-se e acabou liberando seu prazer no chão do sala, gemendo e arfando baixinho.
A risadinha de Marc lhe deixou arrepiado e os dedos dele fecharam-se em seu pescoço, apertando-o de leve.
━Parece que seu corpo foi feito para isso. Para eu te foder assim.
Quando Archie mordeu os lábios, relaxando com a onda de prazer que ainda lhe dominava, Marc deu uma estocada funda em seu corpo e liberou-se em seu interior, rangendo os dentes e grunhindo ao morder sua nuca com força, num grito rouco abafado.
Quando saiu de dentro dele, sentou-se no chão, tonto e ofegante. Archie escorregou da poltrona, sentando-se na sua frente e tentou controlar sua respiração. Encararam-se diretamente, ambos ofegantes e tontos.
Marc deu um sorrisinho, respirando pesadamente e apontou para o chão.
━Acho melhor você limpar isso antes que eles chegam.
━Temos que tomar um banho. -Archie falou com dificuldade
━Você precisa limpar o chão, Archie. De preferência de quatro.
O garoto revirou os olhos, pegou a almofada da poltrona e jogou no rosto do namorado.
Quando os amigos chegaram, uma hora depois, encontraram o casal dormindo na sala. Tentando não acordá-los, foram para a cozinha, mas, no caminho, viram uma peça de roupa no chão, perto da poltrona. Quando Julian pegou a roupa, fez uma careta e, ao constatar que estava rasgada, jogou-a longe, com o cenho retorcido, fazendo todos correrem para a cozinha numa crise de riso. Decidiram fingir que não haviam encontrado nada, mas, sempre que se olhavam começavam a rir, deixando Marc desconfiado e Archie constrangido.
_____
Os dias passaram daquela maneira, com risadas, carinhos e conversas. Archie quis aprender a surfar e Julian, feliz por ser útil e ajudar, prontamente atendeu aos pedidos do namorado do amigo.
━Primeiro precisamos treinar na areia. -Julian colocou ambas pranchas no chão, uma ao lado da outra
━Você passou protetor, Archie? -Marc perguntou
━Sim.
━Se você quiser posso passar nas suas costas. -Julian comentou, rindo e encarando Marc
━Pode ensiná-lo a surfar sem flertar com ele? Caso contrário terei que bater em você. -ameaçou, num tom baixo, com um olhar intenso que fez Julian revirar os olhos
━Vamos lá, Archie, ignore o babaca do seu namorado.
Marc os observou sentado em uma cadeira de praia, atento a todos movimentos de Julian.
━Assim? -Archie apoiou as mãos na prancha, abaixado; fingiu empurrá-la para baixo e pulou rapidamente em cima dela
Julian bateu palmas e incentivou-o a repetir a manobra. Após várias repetições do movimento por parte do garoto.
━Muito bem! Está pronto para tentar na água?
━Sim! -Archie sorriu largamente, levantou-se e começou a tirar a camisa, assim como Julian também o fez, deixando a mostra seu físico definido e bronzeado
Marc respirou fundo, tentando não parecer extremamente possessivo e ciumento, mas, ao ver a expressão surpresa de Julian ao olhar o corpo de Archie, quase levantou-se da cadeira e foi até ele. Percebeu, segundos depois, que aquela reação era por causa das marcas e hematomas no quadril do namorado, para os quais Julian olhava, e ficou um pouco mais aliviado.
━Eu nem vou perguntar. -Julian murmurou, encarando Marc com as sobrancelhas arqueadas
━Desculpe -Archie falou, sem graça
━Archie, não se desculpe, Julian é um idiota. -Marc disse, irritado
━Vamos entrar no mar, Archie.
Conforme caminhava e afastava-se de Marc, Julian continuou um pouco chocado e, vez ou outra olhava, com curiosidade, para as marcas na pele de Archie. Cada um com seus fetiches, pensou, ao dar os primeiros passos para dentro do mar, que estava quente.
━Agora vou te ensinar a subir na prancha. -falou enquanto caminhavam, lado a lado, mais para dentro daquela imensidão azul- Treinamos na areia, mas aqui é diferente. Você tem que empurrar a prancha para baixo e impulsionar seu corpo para cima, para pular nela. Como fizemos na areia.
Quando a água estava tocando em sua cintura, Archie tentou fazer o mesmo movimento que havia feito na areia, sem sucesso. Desequilibrou-se, caiu de lado e molhou todo o corpo. Julian ajudou-o a levantar-se, puxando-o pelo braço devagar, com cuidado para não apertá-lo demais ou machucá-lo.
━Não se preocupe, você vai cair muitas vezes ainda. -comentou
Passaram alguns minutos repetindo a manobra, até Archie conseguir realizá-la algumas vezes. Julian era paciente, por isso não importou-se com o desequilíbrio do outro e ajudou-o diversas vezes a ficar em pé. Sentia, de longe, o olhar atento de Marc, quase lhe fuzilando.
Ajudou Archie a equilibrar-se em cima da prancha e estendeu os braços para segurá-lo caso caísse, o que não foi necessário, pois ele conseguiu ficar parado, em pé, no meio da prancha. A felicidade do garoto não durou muito tempo, porque logo uma onda mais forte veio, empurrando-o para cair na água.
━Você está bem? -Julian indagou, ajudado-o novamente
━Sim.
Archie passou os dedos pelo rosto, tirando o excesso de água, arrumou os cabelos para trás e sorriu. Sem os óculos sua visão ficava muito desfocada, mas, como Julian estava próximo, não teve dificuldades de enxergá-lo. Pensou no quão mais prático seria se usasse lentes de contato e decidiu que as compraria e tentaria usá-las.
━Se voltarmos para a areia seu namorado vai bater em mim. Aposto que ele está esperando com um taco de beisebol. -falou, de costas para a casa
Archie espiou por cima do ombro de Julian e viu Marc em pé, mais perto do mar, de braços cruzados e com uma expressão fechada no rosto.
━Ele só é ciumento.
━Ciumento, possessivo, agressivo e paranoico. Não sei como você consegue aturá-lo. Nem a Natalie conseguiu. -ia continuar falando, mas mencionar a ex-namorada de Marc havia sido uma péssima ideia, pensou, ao ver a expressão curiosa de Archie
━Nem ela? O que quis dizer? -Julia coçou a nuca com nervosismo
━É que eles eram muito parecidos e viviam brigando. Eles namoraram antes de eu os conhecer e, pelo que ela me disse, Marc era bastante controlador, assim como ela também era. Mas vocês dois são muito diferentes, talvez por isso se deem tão bem.
Olharam para Marc, ao longe, e ele acenou, como se perguntasse porque estavam parados conversando.
━Como era o namoro deles? -Archie perguntou, encarando as ondas que batiam em sua barriga
Era algo que sempre quisera saber, mas tinha medo de perguntar. Natalie e Marc haviam namorado por 1 mês, logo após o término do ensino médio, e depois haviam se reencontrado na faculdade, no mesmo curso. Archie perguntava-se sobre os motivos do término, lembrando-se que ela havia dito que teve de terminar com ele por causa de seus gostos estranhos.
━Não quero ser grosso, Archie, mas acho melhor você perguntar pro Marc. -Julian coçou a cabeça, de maneira desconfortável, pegou a prancha e disse: Vamos voltar?
O garoto assentiu, intrigado com a resposta. Já havia perguntado sobre Natalie para Marc, mas ele havia sido vago.
A relação dos dois havia durado 1 mês, o que parecia pouco, mas Archie sabia que 30 dias era uma quantidade grande de tempo, sem contar a fase anterior ao namoro, da paquera. Perguntou-se se Marc havia ficado com alguém depois de Natalie, antes de encontrarem-se no bar onde trabalhava, e bastou olhar para o namorado, ao longe, para saber que sim. Ele era bonito demais para ficar sozinho, com certeza alguns ficantes haviam existido. Balançou a cabeça, sem querer pensar mais naquilo e, quando aproximou-se de Marc, este lhe surpreendeu com um abraço apertado que escondeu todo seu corpo nos ombros largos.
Por cima do ombro de Archie, Marc apertou os olhos para Julian, que fez uma careta.
━Relaxa, estávamos conversando sobre você. -piscou ao dizer aquilo- Archie já sabe ficar parado em cima da prancha. A próxima etapa é pegar umas ondinhas maiores.
━Julian é muito paciente, Marc.
━Bom saber. -resmungou
No mesmo dia, quando o sol estava indo embora timidamente, Ada resolveu fazer uma sessão de fotos e Leonard, encantado com a menina, prontamente ofereceu-se para ser seu fotógrafo. Tiraram fotos na areia, dentro do mar, na varanda e dentro de casa. Enquanto estavam ao longe, Ada vestindo um biquini verde e Leonard um calção rosa e branco, Julian e Marc estavam sentados na areia, olhando para a dupla.
━Esse Leonard gostou muito da Ada. -Julian resmungou, inclinando-se para trás com as mãos na areia
━Ele não gosta mulheres. -Marc murmurou
━Se você não me dissesse eu jamais saberia. -zombou Julian, arrependendo-se ao ver o olhar duro de Marc
━Lembra como você ficou chocado ao me ver beijando um cara em uma festa? -indagou e tomou um gole do suco que segurava
━É diferente. Quer dizer, eu fiquei confuso, ok? -o amigo atrapalhou-se- Foi um choque porque você e a Natalie eram ex-namorados e ela vivia insistindo para vocês voltarem a namorar. Então te vi beijando um cara e pensei que você fosse gay e por isso não queria mais ficar com ela. Porque, convenhamos, ela é a mulher mais gostosa que eu já conheci.
Marc revirou os olhos com aquele comentário e acrescentou:
━Espero que você não fale desse jeito na frente da Ada. Suas chances cairiam para zero. -falou, de um jeito mal-humorado
━Então quer dizer que eu tenho chances?
━Se manter sua boca fechada, sim.
Julian suspirou e olhou para a amiga ao longe, admirando-a fazer poses e sorrir para a câmera do celular. Ela era muito fotogênica, mas o que mais lhe atraía nela era seu jeito leve e tranquilo, de quem estava sempre alegre e sorrindo. Além disso, Ada era linda e lhe atraía de um jeito novo, principalmente porque ela era diferente das outras mulheres com quem ficava. Seus cabelos loiros eram curtos e repicados, o corpo dela era magro e cheio de curvas, o rosto delicado e angelical... Não percebeu que estava olhando-a, boquiaberto, até Marc estalar os dedos em sua frente.
━Só falta babar.
━Você está há tanto tempo transando com homem que nem sabe mais admirar uma mulher? Seu chato. -Marc ignorou o comentário e continuou tomando seu suco- Hoje Archie me perguntou sobre seu relacionamento com Natalie.
━Perguntou o quê? -arqueou as sobrancelhas
━Sobre como era o relacionamento de vocês...
━Ele sabe como era.
━Bom, ele parece estar curioso para saber detalhes. E, falando em detalhes, já viu a cintura do seu namorado? -perguntou baixinho e Marc riu
━Cuide da sua vida. -sorriu largamente ao pensar no corpo de Archie- Gosto de marcá-lo e ele gosta de ser marcado.
━Seu animal.
Com um sorrisinho, Marc terminou o suco, respirou fundo e fechou os olhos ao sentir a brisa do mar batendo em seu rosto. Ouviu passos leves aproximando-se e, ao olhar para cima, encontrou Archie. Tocou a panturrilha dele e o puxou para sentar-se em seu colo, colocando-o sentado de lado entre suas pernas.
O garoto vestia um suéter rosa bebê que Marc havia lhe dado, com um calção cinza, e as cores combinavam perfeitamente com o clima mais ameno e com a personalidade gentil dele.
━Leonard fez uma amiga. Parece que te deixará em paz por uns dias. -Marc comentou e beijou-o na nuca. Foi observado pelo olhar curioso de Julian, para quem era novidade ver o amigo ser tão carinhoso.
━Marc, Leonard é muito legal, você que é mal-humorado. Ele me deu a cafeteria de presente, seja mais agradecido. -Archie resmungou, tentando afastar-se dos toques nada sutis dele, que colocava os dedos em sua cintura por baixo do suéter- Aliás, achei um pacote em uma calça sua, que você deixou no cesto de roupas, mas não abri. O que tem dentro?
Foi impossível para Julian controlar a risada.
━Ele não te contou, Archie? -perguntou, tentando segurar o riso, sabendo que o pacote era seu
━Contou o quê? -franziu o cenho, confuso
━Seu namorado usa drogas ilícitas.
Archie olhou feio para Marc, mas suavizou a expressão, rindo em seguida, sabendo que Julian estava brincando.
━Archie sabe que eu não sou burro, Julian. Quando queimar todos seus neurônios talvez você pare de fumar essas porcarias.
━Ele esqueceu que também já usou drogas ilícitas, Archie. E cigarros não são nada saudáveis também, seu hipócrita. -Julian falou, com o cenho franzido- Vou dar um mergulho, porque seu namorado está muito chato hoje. Não posso fumar e não posso nem achar uma mulher bonita mais.
━Vai logo. -Marc fez um gesto para o mar, apressando-o. Julian levantou-se, bateu a areia da bermuda e correu até onde Ada e Leonard estavam. Eles deram-lhe espaço para passar, assustados ao vê-lo correndo em direção ao mar e, quando entrou na água, jogou alguns respingos na amiga, fazendo-a rir.
━Ele está apaixonado por ela, não é? -Archie perguntou baixinho, ajeitando-se no colo do namorado e entrelaçando as mãos na nuca dele
━Não tenho certeza. Julian gosta de fazer joguinhos.
Marc passou as mãos pelas coxas de Archie, em movimentos repetitivos que imitavam uma massagem. Apertou o interior das pernas dele, tocando os músculos com força e riu com malícia ao vê-lo gemer e morder os lábios.
━Dói? -perguntou, movendo os dedos pela região, subindo-os para o meio das pernas
━Um pouco. Meus músculos estão contraídos. -interrompeu o caminho da mão de Marc e puxou-a para beijá-la com carinho. Em seguida descansou a cabeça no ombro de Marc.
━Preciso te fazer relaxar então. -comentou
━Agora não... Vamos ficar olhando o mar.
━Certo. Onde está o Finn? -perguntou com curiosidade
━Acho que ele está dormindo. Leonard disse que ultimamente ele tem dormido demais.
Marc arqueou as sobrancelhas, mas não pensou muito no assunto. Toda vez que via o loiro pela casa ele estava entretido fazendo contas, olhando para o mar, tomando café ou lendo o jornal.
O vento estava bagunçando os cabelos de Archie e embrenhou os dedos em alguns fios, tentando arrumá-los, puxando-os para trás com lentidão. Desceu os dedos pelo pescoço, que estava sem nenhuma marca, passou-os pela barriga magra, por dentro do suéter, tocou alguns músculos que já podiam ser sentidos (após tantas caminhadas intensas) e repousou a mão nas coxas dele.
Archie sorria enquanto olhava para o mar, observando Julian abraçar Ada e jogar água na garota. Leonard tirava fotos, sorridente, com as pernas sujas de areia até o joelho.
Os óculos estavam lhe machucando o nariz, portanto resolveu tirá-los e deixá-los na cadeira ao lado. Quando olhou para Marc, ciente de sua presença e do seu perfume característico, sorriu e beijou-o nos lábios.
━Estou pensando em usar lentes de contato- comentou
━Achei que você gostasse dos seus óculos.
━Eu gosto, mas me atrapalham algumas vezes. E estão machucando meu nariz. Lentes parecem ser mais práticas.. -apontou para a região vermelha no rosto e Marc observou-a de perto
━Verdade. Vou comprá-las para você quando chegarmos na cidade.
-beijou-o na ponta do nariz
Abraçou-o e massageou seus bíceps lentamente, ouvindo-o dar gemidos baixos de relaxamento. A pele de Marc estava mais morena por conta da exposição ao sol, mas ainda conseguia ver as pintinhas que espalhavam-se por toda a pele. Beijou uma trilha delas no pescoço dele, subindo pela mandíbula até a bochecha. O cheiro de protetor solar, de areia e do perfume dele criavam uma mistura gostosa.
━Archie, tem algo para me perguntar? -Marc indagou sem encará-lo
━Como assim? -fez uma expressão confusa, mas em seguida arqueou as sobrancelhas e seguiu o olhar do outro. Viu Julian ao longe ensinando Ada a nadar.- Não é importante. Julian deve ter te dito. -suspirou- Às vezes tenho curiosidade sobre seus relacionamentos anteriores e não sei se quero saber dos detalhes. Mas ao mesmo tempo fico curioso. -respondeu timidamente
━Sobre o que, exatamente, você quer saber? -apertou os olhos
━Se você amava as pessoas com quem teve relacionamentos. Mas não s...
━Não. -Marc interrompeu, respondendo com impaciência- Archie, a única pessoa que eu amo é você. -desviou o olhar para o horizonte- Nunca amei ninguém além de você. -confessou, sem encará-lo- O outro relacionamento que eu tive foi com Natalie, e durou um mês.
━Você só namorou com ela além de mim? -Archie perguntou, ceticamente
━Sim! -respondeu, incrédulo- Eu não gostava de namorar, eu ficava com muitas pessoas.
Archie revirou os olhos, com ciúmes, e Marc riu, segurando o rosto dele com ambas as mãos e encostando a testa dele na sua.
━Por que quer saber disso?
━Como você a tratava, quando namoravam?
Foi como se um buraco tivesse sido aberto em seu peito, um buraco que estava cicatrizando, mas que, quando cutucado, doía. O que estava implícito naquela pergunta era o "você a tratava como me tratou no início do nosso relacionamento?" Aquilo doeu em Marc, por isso desviou o olhar, sendo incapaz de encará-lo. Engoliu em seco. Não sabia como responder.
━Archie, ela era insuportável, você a conheceu. -murmurou
━Mas você não era legal também. -Archie sussurrou
━Por que está me dizendo essas coisas? -perguntou, num tom chateado e irritadiço
━Desculpe. -Archie abraçou-o pelo pescoço- Você disse para eu perguntar.
━Eu não era o melhor namorado do mundo, você sabe bem. -disse secamente- Mas com ela eu era mais novo e mais idiota. Não ligava muito para nada, e odiava aquelas obrigações do relacionamento. De sair, dar presentes... -suspirou, lembrando-se das discussões que havia tido com ela por causa de saídas esquecidas- Nosso namoro foi muito mais físico do que emocional, ao menos da minha parte. Nós dois ligávamos muito para aparências. E ambos éramos controladores. Além disso ela não estava disposta a experimentar... Certas coisas. -apertou-o na coxa fracamente
━Acho que não quero saber mais. -Archie murmurou, pois só de pensar em Marc com Natalie seu estômago revirava de nervosismo
━Tudo bem.
━Mas estou curioso... -Marc riu daquela indecisão e beijou-o na bochecha
━O que eu tenho com você eu jamais tive com mais ninguém.
Os olhos escuros intensos e leais encararam os verdes, surpresos, transmitindo tamanha paixão que precisaram concretizá-la num beijo lento e repleto de amor. Marc colocou-o com as pernas lado a lado das suas e abraçou-o pela cintura enquanto explorava sua boca com os lábios e língua, em movimentos lentos, sutis e provocantes. A curiosidade de Archie foi esquecida em segundos e, a partir dali, só conseguia pensar em ir para o quarto com Marc; e assim o fizeram, sumindo para os convidados da casa por algumas horas.
Alguns dias saíam para almoçar fora, ou fazer um lanche, mas tinham que dirigir muito até achar algum estabelecimento bom. Por isso Finn havia aprimorado suas habilidades culinárias, visto que havia cozinhado na maior parte das vezes. Assistiram filmes, leram livros, mergulharam e, enquanto o grupo formava uma amizade bonita, um romance ia se desenrolando sob o olhar atento de todos. Ada e Julian eram vistos de mãos dadas na praia, todos os dias, caminhando lado a lado e conversando baixinho.
━Eles são tão bonitos juntos... -Finn murmurou, olhando-os pela janela, iluminados pela luz fraca do sol, que escondia-se no horizonte
Marc, que estava sentado no sofá, ao lado da janela, lendo uma revista, olhou para fora e suspirou.
━Não acha que eles combinam? -o loiro perguntou, curioso com a reação do anfitrião
━Sim, mas não vai dar em nada.
━Como você sabe?
━Ada nunca namorou ninguém. E Julian só gosta de ficar.
Finn olhou para a garota, agora surpreso. Ela era muito bonita e atraía os olhares de todos por onde passava, além de ter um carisma enorme. Já Julian era uma incógnita, mas tinha o estereótipo de pegador que Marc havia insinuado.
━Espero que eles namorem. -Finn murmurou
Marc olhou, intrigado, para o loiro e reparou nas olheiras e em sua expressão cansada. Perguntou-se se havia algo acontecendo entre ele e o asiático. Poderia ter algo a ver com suas vidas sexuais?
━Você anda dormindo bastante. -Marc falou baixinho, abaixando a revista para o colo
Finn, surpreso por Marc lhe dar abertura para um diálogo, deu um sorrisinho fraco, sem saber como responder.
━Essa é a hora em que você comenta algo sobre seu sono. Não sei continuar conversas. -Marc falou, impacientemente, fazendo o loiro rir
━Estou dormindo tarde, só isso.
━Você namora um cara que se comporta como uma criança de dez anos que acabou de comer um quilo de açúcar. Eu também estaria sem dormir.
━Marc, por que acha que insultar meu namorado vai me agradar?
━Estou insultando-o porque quero, não para te agradar.
Finn arqueou as sobrancelhas, surpreso com aquelas palavras. Em seguida, ainda chocado, cruzou os braços e respirou profundamente. Como Marc podia ser tão grosso e namorar Archie era algo que nunca entenderia.
━Deveriam conversar. -Marc levantou-se do sofá, espreguiçou-se e aproximou-se de Finn- Eu também costumava dormir muito quando as coisas estavam uma merda. Ajuda a aliviar a dor. -murmurou, fazendo Finn arregalar os olhos
Quis perguntar mais sobre o assunto, mas o anfitrião subiu as escadas rapidamente, bocejando e com as mãos no bolso. A expressão de indiferença, que irritava a todos que conviviam com Marc, permaneceu em seu rosto até sumir ao fim do corredor.
Finn, intrigado, agora tinha certeza de que algo havia acontecido com Marc. Sentiu-se um pouquinho feliz por ele ter lhe dito aquilo, quase como numa confissão, mostrando-lhe que não era tão desprovido de sentimentos assim. Ao olhar para Ada e Julian, agora abraçados, suspirou com tristeza.
_____
Após 1 mês de férias, o dia de ir embora havia chegado. A caminhonete vermelha de Julian estava pronta para a estrada, com as duas pranchas que havia trazido. Ada iria voltar com o amigo e parecia bastante contente ao lado dele, de braços dados.
━Muito obrigada pelo convite, gente. -ela falou, abraçando Finn e, em sequência, Leonard
━Valeu, Marc. -Julian apertou a mão do amigo e puxou-o para um abraço
━Não seja um imbecil. -o anfitrião murmurou baixinho na orelha do amigo, referindo-se à Ada
━Archie, você está pronto para pegar ondas agora. -Julian abraçou o garoto, que retribuiu
━Obrigado, pelas aulas e pela paciência, Julian.
━Archiezinho! -Ada beijou-o na bochecha e abraçou-o com carinho- Vou visitar sua cafeteria assim que ela ficar pronta. Quero sair com você mais vezes.
━Assim que as obras terminarem eu te aviso. Podemos sair para comprar roupas, o que acha? -Archie murmurou, sorrindo e Ada bateu palmas
━Adorei a ideia! Vou te mostrar as lojas mais descoladas da cidade. Nada dessas boutiques exclusivas e cheias de frescura que o Marc frequenta. -arqueou as sobrancelhas loiras para o amigo e abraçou-o em seguida
Ada fez planos com Leonard, continuou conversando com Archie e, depois de todos terem se despedido, Julian entrou no carro com a amiga, acenou com a mão e dirigiu até a estrada devagar. Ada colocou o rosto na janela, os cabelos loiros balançaram com o vento, e gritou um tchau a plenos pulmões, fazendo todos rirem.
Leonard massageou os ombros de Finn, sentindo-o tenso, e beijou-o nas costas com carinho.
━Está na hora de irmos. -o asiático murmurou, olhando para a casa enorme
A tranquilidade da praia faria falta em suas vidas. Já sentia saudades da brisa fresca, do barulho do mar e do calor, mesmo que ele queimasse sua pele. Finn também parecia pensativo e observou-o por alguns minutos, percebendo uma pequena ponta de tristeza em sua expressão.
━Finn, você está bem?
Algumas noites atrás ele havia proposto que tentassem transar de maneira mais intensa, mas Leonard havia recusado com delicadeza, dizendo-lhe que não queria machucá-lo e que gostava da dinâmica do relacionamento como estava. Finn havia ficado chateado, mas conseguira fingir bem.
O que Leonard não sabia era que Finn sentia-se extremamente incapaz. Ao mesmo tempo queria sentir-se bem consigo mesmo e agradar o asiático. Sentia que o relacionamento estava estranho, talvez morno, e perguntava-se incessantemente se a culpa não era sua.
━Estou bem. Vamos nos despedir?
Marc deu uma última olhada para a casa onde havia passado momentos tão lindos, tanto na infância como na fase adulta, agora, e suspirou com pesar. Deixar aquele lugar era sempre doloroso, era como dar adeus à memórias e sentimentos importantes. A casa sempre lhe faria lembrar do avô e da irmã e, por um breve momento, pode vê-los acenando, dando-lhe um "até breve" com um sorriso no rosto. Perguntou-se se eles estariam felizes pelo homem que era, mas não soube responder, ou preferiu não fazê-lo.
Leonard e Finn se despediram com abraços e agradecimentos. Quando o loiro veio despedir-se, Marc deu-lhe um tapinha no ombro e apertou a mão dele. Olharam-se diretamente e Finn lembrou-se do diálogo rápido que haviam tido ao olhar Ada e Julian através da janela. Talvez fossem mais parecidos do que imaginava, pensou.
O asiático abraçou Marc com uma intensidade desnecessária e acenou ao entrar no carro.
━Quando chegarmos eu aviso. -gritou- E a cafeteria está quase pronta, Archie, falei com a empresa ontem.
Em minutos o carro já estava longe da estrada, levantando uma poeira fina de areia por onde as rodas passavam.
Archie entrelaçou os braços na cintura de Marc e enterrou o rosto em sua camiseta de algodão. Ele continuava bonito, mesmo sem as jaquetas e os jeans pretos. Os cabelos foram beijados e, em segundos estava na ponta dos pés, tendo a boca tomada pelos lábios desejosos do namorado.
━Pronto para voltar à rotina?
Mesmo que ainda estivessem se adaptando à rotina doméstica, a dinâmica seria diferente dali para frente, com a cafeteria.
━Sim. Com você. -entrelaçou os dedos nos dele e abriu um sorriso largo
O sol sumiu, lentamente, no horizonte, despedindo-se do dia e do casal que o admirava. A brisa fresca balançou seus cabelos e, com uma última olhada para a casa onde havia sido tão feliz, Marc deu um sorriso sincero. Desejava voltar logo e agradeceu ao avô e à irmã, mentalmente, por terem tornado aquela praia o seu lugar favorito no mundo. As risadas e conversas, cenas de quando era criança, iam sumindo aos poucos em sua mente conforme acelerava o carro pela estrada deserta. Ao seu lado, Archie tocou sua coxa com carinho e, em seus olhos verdes cheios de paixão, viu a compreensão de quem entendia sua introspecção.
_____ NOTAS DA AUTORA _____
OI, meus amores ♥
Muito obrigada por terem lido! Esse cap. foi meio filler e eu tenho ciência disso, mas quis dar um fechamento mais legal pro cap. "Anúncio" que postei em Hematomas. Achei que podia aproveitar mais a casa de praia, o verão... Enfim, espero que tenham gostado!
E o smut do capítulo? Me digam se foi bom! Marc estava SURTADO, né?
Nessa segunda temporada teremos mais do Marc surtado.
PRÓXIMO CAP: volta à rotina, à cidade...
Comentem e votem, se puderem, eu amo ler o feedback de vocês ♥
• E não esqueçam: quer pedir alguma cena, algum diálogo? Gostaria de ver um personagem fazendo algo específico, ou saber como ele/ela reagiria a algo? Tem o google form da história!
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Se gostou do capítulo, deixe uma estrelinha, por favor ★
Como incentivar um escritor? Deixando comentários e/ou votando nos capítulos ♥
OBRIGADA POR LEREM MINHA HISTÓRIA!
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