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Clementine

A neve caía sem pressa, tecendo um cobertor no jardim e pintando as árvores da coloração branca. A casa cheirava a canela e gergelim dos biscoitos que sairiam do forno em alguns minutos, a lenha estralava na lareira e a decoração iluminava cada canto do lar que eles haviam construído juntos. Lewis e Mathilde moldaram cada cômodo do sobrado em Londres com amor e entusiasmo.

Se conheceram por acaso, e se apaixonaram tão facilmente que o dia que disseram sim no altar, não houve nenhuma surpresa. E agora estavam prestes a dar seu próximo passo, talvez o mais emocionante da vida de um casal.

— Você tem certeza que sabe o que está fazendo ai, amor? — o piloto questionou vendo a loira encarar os biscoitos. Estavam queimando, era óbvio, a atriz não era exatamente a melhor cozinheira, mas insistiu em fazê-los para a véspera de Natal.

— Claro que sim.— respondeu disfarçando suas desconfianças.— É... para diminuir o fogo é como mesmo?

O britânico lufou pelo nariz deixando escapar uma de suas melhores risadas, se aproximou e tocou a base da coluna de Mathilde, que ali mesmo se rendeu a seu marido.

— Tudo bem, eu não sei o que estou fazendo.— admitiu emburrada, tentou cruzar os braços mas fora impedida pela enorme barriga de nove meses de gravidez. Nunca pensou que seria uma mãe, ainda mais tão nova, mas o amava tanto, tanto que o amor já não cabia somente em si. Teriam que dividir de alguma forma, e assim decidiram ter seu primeiro filho, fruto puro de todo o sentimento que tinham um pelo outro.

— Eu sei.— sussurrou e a loira girou em seus tornozelos para encará-lo, as duas joias brilhantes que chamava de olhos o fitando com uma invejável atenção e zelo.— Podemos preparar aqueles de caixinha.— ofereceu acariciando seu rosto inchado pela gravidez.

— Não Lewis, eu preciso aprender, todas as mães fazem biscoitos pros filhos ou algo assim.— insistiu se voltando ao fogão. Hamilton bufou, sua teimosia não era seu melhor charme. Mas era mais uma das partes que ele amava, amaria todas, as ruins e as boas, afinal eram o que formavam a mulher maravilhosa que tinha escolhido para ter ao seu lado. E a queria ali para sempre.

— Você não precisa fazer porque todo mundo faz.— afirmou, mas foi ignorado.— Vamos, meus pais devem chegar a qualquer momento...

Mathilde tremulou os dedos pelo inox do forno, suspirando forte. Amava o natal, mas não amava as lembranças assombradas que a traziam.

— Seus pais vem?— questionou.

— Sim, por que?

— Você não disse nada.— retrucou irritadiça.

— Não achei que precisava dizer, é natal.

A atriz resmungou algo para si, Lewis não ouvira, mas pela tensão de seu corpo, não era nada bom.

— Bem, nem todos pensam assim obviamente.— atravessou a cozinha e passou a cortar pimentões, a faca fazendo um barulho irritante na tábua de madeira pela força que ela utilizava nos movimentos.

Lewis alisou seu próprio rosto, as vezes Mathilde podia ser impossível. Ficaram frente a frente, a ilha de granito caramelo era a única coisa que os separava. O hexacampeão largou os braços sobre a pedra gelada, e nem o suéter com papais noeis- idêntico ao de sua esposa- impediram o frio de entrar.

— Não vamos começar isso agora, né? Amor, quase não nos vemos esse ano, esse é nosso feriado favorito. E eu sei que é difícil pra você mas...

Mathilde cerrou um pimentão com um só corte, tão forte que arranhou a tábua. O piloto a encarou atordoado. Era um ano difícil, mais do que o convencional, com a grande pandemia que assolou o mundo ficaram mais tempo separados do que juntos. Eram incontáveis noites dormindo sozinha naquela cama gelada, atravessando os desafios da gravidez por muitas vezes sozinha. E mesmo com todos os esforços de Lewis para acompanhá-la, mesmo que de longe, mesmo que por uma tela pequena de celular, não era a mesma coisa.

O celular não substituiria o calor que emanava do piloto, as carícias na madrugada, os pequenos beijos que ele costumava colocar com tanta delicadeza em sua testa. E com tanta saudade e aborrecimento, as pequenas coisas viravam as piores discussões.

— Não, você não sabe. Seus pais estão vindo, os meus não querem saber de mim, então não fale que você sabe o quanto é difícil.— explodiu aborrecida, odiava as falsas equivalências que Lewis fazia. Ele não entendia, e tudo bem, ela também não entendia uma porção de coisas que ele tinha passado.

— Amor....

— Não vem com "Amor", você sabe que está errado.— continuo seu trabalho, agora picotando um tomate.— Merda!— choramingou e Hamilton contornou a ilha em passos largos que marcavam o assoalho.

— O que? O que foi? É o bebê?— se desespera a acudindo, que apenas geme de dor.

— Não, não, estou bem.— o afasta com um dos braços e com dificuldade chega até o sofá da sala, espalhando seu corpo pela superfície macia.— Viu? Tudo bem.

O britânico, claro, não se convence. Ajoelha em sua frente, a testa da loira acumula um suor frio que molha os pequenos fios dourados. Está além de inchada, vermelha e com a testa enrugada. E mesmo assim a julga a mulher mais linda que já vira, a maior conquista de sua vida multipremiada.

— Sinto muito por não ter te avisado.— sussurra com ternura enquanto acaricia suas bochechas macias, a atriz franze ainda mais a testa.— E por ter dito aquilo.— completa rindo.

— Tudo bem, eu te desculpo.— responde no mesmo tom, já nem se lembra porque estava brava desde que ele sorriu a ela. Lamentava tanto sua falta, que quando o tinha ali não se deixava tomar por orgulho, parecia tão irrelevante perto do que sentia por ele.

Se permitem ficar ali naquele momento por mais alguns segundos, presos no olhar caloroso um do outro. Ouvindo apenas os estralos da lareira.

— Vem, precisamos terminar o jantar.— afirma oferecendo a mão a atriz, que a agarra prontamente, mas algo da errado e ela gruni novamente e abandona o corpo no sofá.— O que aconteceu?

— Não posso ir.— afirma com um sorriso amarelo.

— Por que não? Vamos amor eu prometo que te faço uma massagem no pé.— insiste sorrindo tranquilo.

Mathilde gruni novamente.

— Porquê minha bolsa acabou de romper Lewis, esse bebê tá querendo nascer.— conta tentando se manter calma, ao contrário de seu marido que agora hiperventila.

— Ok ok calma, calma. Vamos pro hospital, ou chamar uma ambulância? Meu deus Mathilde!— atropela as palavras, esquece completamente da roupa natalina brega que está vestindo e veste seus tênis.

— Eu estou calma, você que não.— brinca, mas logo grita de dor com mais uma contração.— Vamos de carro, tá tudo bem as contrações não estão tão perto uma da outra, apesar de doer como o inferno.

Hamilton atravessa a sala tremendo, em busca de suas chaves. Lembra de passar no quarto do casal onde a bolsa de maternidade os esperava, o nascimento estava previsto para três dias após a noite de natal, mas pelos gritos de sua mulher o bebê obviamente não estava afim de esperá-los.
Quando finalmente chegou a sala vestiu um de seus casacos na atriz que ria como louca de seu desespero, apoiou seu corpo contra o dele e foram em passos lentos até a porta.

— O que?— Mathilde questiona quando vê que Lewis não consegue abrir a enorme porta de madeira carvalho. Ele volta o olhar a ela, desesperado.

— Não! Não, não, não.

— Isso são muitos nãos, Lew o que tá acontecendo?— questiona novamente, mas não tem resposta.

O piloto afaga seu nariz brevemente, tentando sorrir de forma calma, e caminha até a janela. Quando percebe a nevasca forte do lado de fora, formando montes de neve, inclusive em frente a sua porta, e mesmo que conseguisse tirá-los dali as estradas estariam impossíveis de dirigir com segurança. Leva as mãos as seus cabelos trançados, se existe algum momento para pânico na vida, era esse.

— Ok, amor ouve com atenção, mas por favor não se desespera, promete?— pede segurando seus pulsos.

— Ok prometo.— responde aflita.

— A neve está pior que antes, cercou a casa e a gente não consegue sair...— conta e recebe um grito de mais uma contração como resposta. Ele mesmo gostaria de gritar assim agora. Tudo que poderia dar errado está dando, não é exatamente o que se deseja no dia que seu primogênito chegará ao mundo.

— Lewis Hamilton como assim? Como eu vou ter esse bebê? — se exalta percebendo a dor cada vez mais constante.

— Aqui.— responde baixinho torcendo para que ela não escutasse.

— Isso não ta acontecendo.— choraminga segurando a própria barriga.— Ok ok, vamos ligar para aquela mulher, qual o nome dela? Você lembra? Sabe aquela que alguém falou pra gente...

O piloto busca em sua memória, mas são informações demais. Um filme dos últimos meses passa em sua cabeça, o dia que descobriram que teriam um filho, os primeiros ultrassons, as lágrimas ao descobrir que teriam uma menina, as lágrimas por não estar com ela como queria.

Era demais, não poderia acontecer assim.

— Não, qual mulher? Desculpa amor eu quero ajudar mas estou fora do meu campo aqui...

— Lewis! A mulher que ajuda as mulheres a terem filhos ou algo assim.— afirma antes de bramir com outra onda de dor.

— Claro a parteira! Vou ligar pra ela.— diz antes de acompanhá-la até o sofá. Uma das vizinhas quando descobriu sobre o casal recomendara que tivessem o filho em casa, Mathilde enterrara a possibilidade quase imediatamente, mas agora...agora não tinham escolha.

Ligou as exatas sete para nove da noite de natal, a ligação fora atendida depois de dois toques, explicou toda a situação com os gritos de sua mulher ao fundo.

— Só isso? Umas toalhas e só? Eu quero uma epidural!— choramingou, enquanto o inglês seguia as intrusões, tão agitado quanto ela.

— Desculpa meu amor, não temos isso no kit de primeiros socorros.— afirmou beijando sua testa molhada e subindo seu vestido que saiu do meio de suas coxas para seu peito.— Ok eu consigo ver alguma coisa aqui, MEU DEUS isso é a cabeça?

— LEWIS!— berra assustada.

— Oh céus, desculpa você está perfeita, continue respirando ok? Ela mandou se concentrar na respiração e só empurre quando eu disser.— tentou tranquiliza-lá, o que imaginou não ser nada fácil já que ela mandaria sua filha para fora de seu corpo em qualquer minuto.

— Eu estou com medo, muito medo.— admitiu se contorcendo com as costas apoiadas no sofá.

— Eu sei Math, eu sei, mas nos conseguimos fazer isso ok? A gente consegue, eu te amo tanto.— agarra as mãos macias de sua mulher, a norte americana a apertava com força.— Ok eu preciso que você seja forte, você é a mulher mais incrível que eu conheci você consegue!— incentivava de acordo com as instruções da parteira, e não era nenhuma mentira, se alguém conseguiria fazer algo assim, era Mathilde.

Quando chegou o momento certo, Lewis sussurrou que era a hora de empurrar. Os gritos quase desesperados de sua mulher, e seu evidente sofrimento, o assustaram até certo ponto, mas não demorou até que o sofrimento se mesclasse com um choro alto e inocente.

Clementine Turner Hamilton chegou ao mundo em uma noite de natal, no tapete da sala do casal e embalada por um dos cobertores dados por sua avó paterna, e com direito a visita de Roscoe que observava a cena do canto da sala. Assim que cortou o cordão umbilical e entregou a filha nos braços de Mathilde, soube que nunca mais sairia dali tão maravilhado como agora. Com a emoção escorrendo pelos olhos, depositou um beijo na testa de Mathilde e de sua filha, se perguntando como poderia ser tão sortudo?

Essa era, de longe, a maior conquista de sua trajetória.Sua família com ela.

— Eu te amo.— sussurrou contra a testa molhada de sua esposa.

— Eu te amo.— respondeu enquanto se deleitava com a recém-nascida que mexia com preguiça as pequenas mãos cor de rosa.

E ganharam assim o melhor presente de natal que poderiam pedir, colocaram um pedaço de seu amor no mundo.

•••


Para minha amiga secreta;
Yass minha caçulinha espero que tenha passado um por cento do que você pediu, eu amei escrever com o Lewis foi bem diferente para mim, e com certeza a parte difícil foi a música em coreano ( 😭) mas obrigada pelo plot lindo. Queria deixar escrito aqui o quanto eu te admiro e gosto de você, obrigada por me dar oportunidade de estar aqui hoje fazendo parte dessa família que é o mundinho, e feliz natal ❤️❤️

Para minhas leitoras;

Obrigada por todo o apoio de sempre, vocês são maravilhosas e sem vocês não seríamos nada. Espero que estejam aproveitando essa maratona de contos!! Boas festas 🥰

Para minhas mundinetes;
Suas feias, eu não sei sei dizer o quanto amo estar com vocês (mesmo que eu suma as vezes não é de propósito 😭😭) vocês todas são tão especiais e talentosas e eu admiro cada uma, obrigada por me ensinarem tanto, por serem companheiras e por cada risadinha conquistada nesse pouco tempo juntas, que se estendam por muito mais! Amo vocês ❤️

Wattpad: dybaladeiro
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