Capítulo 9
'' Neste mundo, existem coisas que você só pode fazer sozinho e coisas que só pode fazer com outra pessoa. É importante combinar os dois na medida certa.''
- Haruki Murakami.
•────「Sexta- feira
23:00h」────•
Tinha acabado de sair da delegacia ao lado dos meus pais. As garotas apenas foram interrogadas por terem presenciado, mas nós garotos nos metemos na briga, nossos pais foram chamados para nos buscar segundo eles, causam tumulto na vizinhança.
Por sermos menores de idade apenas iremos pagar uma pequena multa, mas isso já fez o meu pai surtar o caminho todo e retirar a minha mesada.
É além do mais fiquei de castigo a semana toda, apenas é a da escola pra casa, nada de festas, mas tenho certeza que sexta-feira estarei novamente em uma.
Espero dessa vez conseguir ficar com a Eva, fomos interrompidos.
•────「Sábado
12:30h」────•
Acordei com o meu celular tocando, me assustei no retrovisor ao ver o nome da ''Eva'' e uma foto nossa, nem me lembrava quando coloquei ela na nossa ligação.
Eva estava toda sorridente e eu mostrando a língua, por trás daquela foto tinha tanta história que até aqueceu o meu coraçãozinho.
Era uma festa nas férias do colégio ao ar livre, mesmo com o frio, todos estavam bastante animados, não fiquei com ela, mas ficamos num canto bebendo e rindo juntos. Aquele dia foi tão épico, que tive que registar, então pedi uma foto com ela.
Dei um meio sorriso, mas depois parei de pensar nisso, atendi a sua ligação.
'' — Como você está? — Eva perguntou no outro lado da linha.
— Estou bem — respondi.
— Falaram no grupo do colégio que os pais de vocês tiveram que ir buscá-los — falou.
— Foi sim — concordei.
— Deu muito ruim, né? — perguntou.
— É sim, o que mais preocupa é o William, mas sei que no final vai dar tudo certo — respondi.
— Verdade, agora tenho que ir Chris, nos vemos no colégio, ver se não some muito ok? — falou.
— Tá bom, até beijos — me despedi. ''
Me levantei, tomei um banho demorado e fui comer algo leve. Planejava ficar o dia todo na piscina, fazia tempo que não relaxava em casa, sem estar numa festa lotada.
•────「Quinta - feira
11:40h」────•
Eu e o William, estávamos saindo do laboratório de química, tínhamos uma prova e tínhamos que apresentar certos experimentos.
Nós os Penetradores resolvemos combinar as roupas, a calça de cada um tinha o nome do outro escrito em branco de forma diagonal e era vermelha.
Ao sair ao lado dela pela porta, vejo a Noora parada ao lado da porta.
Achei estranho o fato do William ter ignorado ela, mas aí ela pegou no seu braço o puxando pra mais perto.
Ele sorriu para ela, ambos iam entrar da sala, não era hora de conversarem, ainda tínhamos que ir resolver umas coisas.
— William, precisamos ir — falei, sendo ignorado completamente — William! — o chamei —Temos que ir buscar o ônibus em 30 minutos — o lembrei.
Ele nada disse, apenas se trancou na sala com a Noora, resolvi ir sozinho mesmo, pelo jeito ambos iriam demorar.
•────「Sexta - feira
16:45h」────•
Nesses últimos dias eu e a Eva, temos servido de ponte entre William e a Noora, fazendo de tudo pra tentar fazê-los se reconciliar.
William estava decidido a ir morar em Londres com o seu pai, depois de tanto rolo que o irmão dele causou com a sua namorada.
Eu não o julgo, se fosse comigo, tentaria fugir de tudo e me afastar. Dar pra ver nos olhos de ambos o quanto se amam.
Ele me pediu carona, então pediu autorização para os meus pais e fui lhe ajudar. No caminho ele pediu pra passar na casa da Noora, colocou as condenadas no meu GPS.
Ele mandou uma mensagem para ela avisando que estava perto de sua casa e não tinha muito tempo.
Estacionei num local um pouco longe da casa dela, William ficou com a porta aberta, enquanto seu olhar se direcionava pra mim.
— Espere apenas alguns minutos — pediu — Pelo menos tenho que me despedir dela — explicou.
— Tem certeza que vai embora mesmo? — perguntei.
— Não vamos tocar nesse assunto novamente — falou irritado.
Ela ao vê-lo, caminhou diretamente perto dele.
— Não estava brincando quando disse que não tinha muito tempo — Noora falou, chamando a atenção dele.
Ele segura com as pontas do dedo na porta, e olha pra ela.
— O avião sai às 6 — William falou friamente, batendo a porta do carro.
Ambos ficaram de frente um para o outro, resolvi ficar ali vendo o que iria acontecer.
Ele não conseguia olhar diretamente pra ela, tentava ser o mais frio possível, mas com ele não conseguia e nunca vi o meu amigo dessa maneira.
— Quer conversar? — William perguntou.
Ela ficou um pouco em silêncio, deixando os seus cabelos voarem com o ritmo do vento.
— Por que tem que ir para Londres? — perguntou.
Ele hesitava em responder, porque não olhava diretamente nos olhos dela.
— Porque quero — respondeu curto e grosso.
Ela ainda tentava recuperar da frieza dele.
— Por quanto tempo? — perguntou.
— Acho que para o resto da vida — respondeu sem hesitar.
— Acabou? — perguntou.
— Sim — respondeu.
— Assim do nada? — insistiu — Você... Você está apaixonado por mim — falou firme — Porque está sendo tão frio? — perguntou magoada.
— Não estou apaixonado por você — mentiu — Estou sendo frio porque sou assim — justificou.
— Sempre me perguntei poque você é tão esperto — revelou — Só pra defender um idiota — falou irritada.
— Você diz a si mesmo que é assim? — a questionou, abaixando a cabeça e levantando.
— É porque sua mãe é uma vadia? — perguntou ajeitando os seus cabelos — Por causa da sua infância trágica? É o que dia a si mesmo? Que sente tanta pena de si quer não pode culpar seu próprio comportamento? — o questionou, ele apenas ficou em silêncio desviando o olhar — Então não pode se culpar — pediu — As pessoas passam por coisas horríveis todos os dias, e ainda assim conseguem ser gentis com os outros — falou, ele se segurava pra não chorar — Ser um babaca não, é algo que você nasce sendo, é algo que se torna, é uma escolha, também é uma escolha deixar o Nico destruir tudo entre nós — falou tentando abrir os olhos dele.
William não conseguia encarar a loira, ele desviava o olhar a todo custo.
— Qual é o seu plano? Ir para Londres sendo um babaca, porque seu irmão foi cruel? Porque uma garota mentiu para você? Nunca mais vai deixar alguém entrar na sua vida, porque pode magoar? — o questionou.
Ele ainda continuava da mesma maneira, sem olhar pra ela, ela se aproximou dele.
— Acredite... você não quer isso — falou tentando olhar nos olhos dele — É muito solitário — finalizou.
Ela se aproximou dele mexendo nos cabelos dele.
— Eu te amo — falou o abraçando — E você me ama — confirmou — Temos que ficar juntos — insistiu — Diga que temos que ficar juntos — mandou.
— Preciso ir — falou se separando do abraço dela.
Se afastou dela entrando no carro.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro