Capítulo VII
Fu observou a cena atentamente, não estava acreditando no que acabara de acontecer, a poucos segundos atrás ele via dois brutamontes avançando para cima de uma garota pequena e frágil. Agora ele encontrava os homens caídos no chão de forma dolorosa de se ver, a menina sorria sadicamente enquanto encarava os outros dois. Foi tão rápido que pensou que seus olhos velhos o estavam pregando uma peça. A azulada tinha arremessado - os com uma facilidade assustadora.
Marinette: Não se preocupe Sr. Fu, vou cuidar dos outros rapidamente para que possamos terminar nossa conversa. - disse sem encarar o senhor que estava pasmo com toda a situação.
???: Ora sua, não vamos pegar leve como esses idiotas! - Disse uma figura masculina que se aproximava cada vez mais de Mari.
Marinette: Assim que eu gosto, me divirtam um pouco. Seus amigos foram tão chatos de brincar... - A azulada parecia totalmente diferente, não tinha mais aquele aspecto doce e gentil, agora ela estava assustadora e sarcástica, algo que surpreendeu Fu totalmente.
Mari estava acostumada com aqueles tipos de pessoas, afinal ela já tinha passado por todos os tipos de casas, inclusive de pedófilos e bêbados estupradores. Era óbvio que a menor precisava aprender o quanto antes a se defender, e o que a incentivou de vez foi quando um de seus pais adotivos tentara abusar dela. Não entendia qual o problema daquele orfanato para deixa-la em mãos tão irresponsáveis e psicopatas.
Então se lembrou de algo que sua mãe lhe disse uma vez: "O Dinheiro é algo tão sujo, mas também tão poderoso que é capaz de comprar até a alma humana".
Se irritou mais por ter relembrado algo que não gostaria....
Os homens se aproximavam rapidamente. Ela chegou a rir daquela situação, eles eram patéticos se achavam que conseguiriam a deter. Se abaixou e passou uma rasteira em um dos brutamontes, levantou-se com rapidez e deu uma cotovelada na cara do outro. Antes que o homem que estava no chão se recuperasse, ela se antecipou, deu um forte golpe em seu pescoço, o que o fez apagar. Olhou para o outro mortalmente, ele segurava o nariz que sangrava apavorado, correu para acordar um de seus companheiros que estavam jogados no chão. Assim que o fez pegou o parceiro que a azulada tinha apagado totalmente e saiu porta a fora.
???: Você cometeu um grande erro Fu, acha que Hawk Morth desistirá facilmente? Agora ele mandará pessoas mais qualificadas para lidar com você e essa sua.... Monstruosidade - Diz apontando para Marinette, que em resposta sorri sadicamente.
Marinette: Pois diga a ele que estarei esperando ansiosamente... - Os quatro a olham com nojo e logo em seguida saem apressadamente entrando em um grande carro preto.
Ela suspirou aliviada e sentou em uma cadeira pesadamente, fazia tempo que não praticava e parecia estar bastante enferrujada. Parou e refletiu, eles disseram algo sobre.... Hawk Morth?
Fu: Bridgette.... Como você.... - Ela o olha e percebe que o pobre senhor está perplexo.
Marinette: Ah, aquilo? Desculpe não colocar isso no currículo - Disse logo exibindo um de seus sorrisos gentis e brincalhões, o que faz Fu se recompor - Aprendi algumas ates marciais, cheguei a participar de alguns campeonatos quando mais nova, mas nada que eu precisasse ter lhe dito, pelo menos era o que eu pensava... Parece que a partir de agora além de ser uma garçonete serei uma segurança não é? - Ela ri enquanto o velho senta-se próximo a menina.
Marinette: Então Sr. Fu, poderia me explicar por que aqueles caras estavam querendo o "assustar"? E o que Hawk Morth tem haver com tudo isso? - Ele não tinha mais escolha a não ser contar a azulada, afinal ela já tinha feito o bastante para merecer saber do segredo obscuro de Paris.
Por um segundo uma brilhante porém arriscada ideia passou pela sua cabeça.
Chat Noir era um ótimo espião, mas sabia que ele não estava dando conta de tudo sozinho, precisava de um parceiro, ou melhor, uma parceira... E Fu tinha acabado de encontrar a pessoa certa para ocupar esse cargo.
Fu: Pois em minha jovem, vou lhe contar algo que você deve levar para se túmulo, caso o contrário causará o fim de sua vida. - Mari engoliu seco, era uma informação tão sigilosa assim? Seria certo ela se meter em algo tão perigoso?
Fu: Querida, todos pensam que Paris é uma cidade pacífica e tranquila, porém isso não passa de uma simples capa... Há alguns anos eu trabalhava em um projeto extraordinário junto com meus colegas - Mari viu uma sombra de tristeza surgir no rosto dele, e assim como ela apareceu, sumiu rapidamente - Era algo para ajudar a manter a cidade mais segura e próspera, isso a pedido do prefeito.... Nem ele sabia o que estávamos fazendo, era segredo até que estivéssemos confiantes de que a tecnologia não seria usada para outros fins - A azulada estava muito confusa, como toda aquela história tinha conexão com Hawk Morth? - Entretanto, percebemos tarde demais que um de nossos colaboradores estava com tais intenções, ele conseguiu roubar alguns dos equipamentos e fugiu sem deixar rastros, até hoje não sei a identidade dele, mas quando descobrir... - Ele respirou fundo e se recompôs - Não esperávamos que ele viesse atrás dos outros, mas ele veio...
Marinette: Espere, do que exatamente ele veio? De máquinas ou algo do tipo? - Fu se levantou, e foi em direção a cozinha, minutos depois ele voltou com uma caixa de madeira que possuía desenhos chineses, apertou alguns botões e a abriu.
Mari chegou um pouco mais perto para observar melhor, dentro dela tinham vários compartimentos que guardavam acessórios, como pulseiras, broches de cabelos, cordões, e outros. Todavia, o que mais lhe chamou atenção foram o par de brincos que se encontravam no meio da caixa, eram vermelhos e tinham bolinhas pretas, lembravam uma joaninha.
Fu: Ah, belos olhos minha jovem. Esses são os brincos de Ladybug.
Marinete: Lady o que?
Fu: Junto com o anel de Chat Noir, eles formam o par de miraculous mais poderosos que já criei.
Marinette: Calma ai, você disse Chat Noir?!? - Ela levantou espantada.
Fu: Já ouviu esse nome em algum lugar minha querida? - Ela pensou bem, contaria mesmo a Fu que um certo gato malicioso a visitava quase todas as noites?
Marinette: B-Bem, é que meus pais sabe... E-Eles me deram um ursinho de pelúcia com esse nome... - Fu estava intrigado, as pessoas que deram nome aos miraculous eram seus companheiros de China. Se eles nunca foram revelados ao público ou a mídia, então como os pais da menina sabiam desse nome? Devia ser uma mera coincidência.
Fu: Continuando meu bem, os miraculous são uma tecnologia avançada. Através desses acessórios o usuário ganha algumas habilidades raras além de um traje único.... Primeiramente foi feito para a força militar do país usufruir, mas com o tempo percebemos que poucos se adaptavam as condições rigorosas dos trajes, e decidimos que nós mesmos escolheríamos os portadores de tal responsabilidade.
Marinette: E como os colaboradores reagiram?
Fu: Não ficaram nada satisfeitos, é logico! Eles queriam possuir o equipamento, mas não entendiam que isso poderia causar sérios problemas a seu físico.... Alguns até... - Um silêncio perturbador percorreu o local.
Marinette: Até o que? - Disse a garota temendo pela resposta.
Fu: Perderam suas vidas, emouqueceram, ou entratam em coma... Tentaram de rodas as maneiras usar a tecnologia, mas falharam, e houveram consequências.... Decidimos que não usaríamos mais os miraculous, e que esconderíamos sua existência dos cidadãos de Paris. Tudo estava saindo de acordo com o planejado, eu e meus companheiros sairíamos do país a fim de mantes esse segredo em segurança... - Marinette começou a seguir um raciocínio assustador. E se por acaso seus pais estivessem associados aquilo de alguma forma?
Seria por isso que decidiram de repente viajar? Será que Hawk Morth quem mandou os matar?!?
Fu: Bridgette, você está bem? - Ela piscou e colocou a mão no rosto, esfregou os olhos e sorriu falsamente.
Marinette: Sim, desculpe. Pode continuar.
Fu: Certo.... Alguns dias antes de nossa viagem, surgiu uma reportagem no noticiário local da cidade, dizendo que mais de 10 pessoas tinham sido assassinadas no mesmo dia e hora.... E que todas tinham marcas no pescoço, borboletas negras... - Ele viu o rosto da menina ficar sem cor - Encontraram algo no chão em que as vítimas se encontravam, estava escrito com sangue.... Hawk Morth....
Fu: Ele.... Era o colaborador.... O único que conseguiu se adequar para ser um portador.... O único que não conseguimos impedir de roubar os miraculous...
Marinette: Hawk Morth... - Marinette repetia como se fosse o nome de um demônio.
Fu: Mudamos um pouco os planos, sabíamos do que ele estava atrás, e precisávamos o deter.... Meus companheiros pediram para sair do país mais cedo do que o planejado, pois se preocupavam com a segurança dos filhos, compreendi perfeitamente a situação e aceitei combinando que os encontraria na fronteira em algumas horas. Naquele dia... eu não tinha conseguido um táxi, então fui até o centro da cidade disfarçado para tentar pegar um.... Foi aí que aconteceu... O noticiário novamente.... - A azulada se encontrava tremendo ansiando pelo que viria depois.
Fu: Naquela sexta, a repórter falava com todas as letras, que eles haviam sofrido um acidente.... E que o único sobrevivente fora uma criança de 5 anos.... - Ela estava cada vez mais ansiosa, se parecia tanto... Seus pais haviam saído na sexta também, ela tinha 5 anos...
Marinette: O-O senhor lembra, lem-lembra do dia do acidente?
Fu: 20 de dezembro - O velhinho ficou sem reação ao ver a garota desabar.
Marinette: Q-Qual o nome deles, d-dos seus amigos...
Fu: Sabine e Tom, por que a pergunta.... Bridgette? - Ela estava chorando, silenciosamente. Lágrimas escorriam pelo seu rosto de uma maneira agoniante. Ela levou as mãos até a boca, parecia que acabara de acordar de um pesadelo.
Marinette: Sr. Fu.... Eles, seus amigos - dizia com a respiração descontrolada e com a voz falhando - Eles eram... Meus pais... - Agora foi a vez de Fu perder a cor em seu rosto.
Fu: O que? Espere, o que está dizendo querida...?
Marinette: Eu sou... A criança sobrevivente.... - Observava a garota pasmo. Seria possível que o destino estava mandando um sinal, de que dessa vez ele conseguiria acabar com a tirania do monstro que assombrava seus sonhos?
Fu: Querida? - Disse tocando o ombro da menor.
Marinette: Não foi um acidente.... Eu sabia...
Fu: Bridgette... - Ela riu amargamente.
Marinette: Foi culpa dele.... Me culpei por anos por ser a única sobrevivente....
Fu: Bridgette! - Disse a balançando levemente.
Marinette: Desculpe, perdi a compostura. - Disse enxugando o rosto brutamente, se levantou retirando a mão de Fu de seu ombro, olhou para o velho a sua frente determinada. Seus olhos expressavam ódio e uma sede por vingança - Então, precisa de uma nova espiã? Ou melhor, de alguém para mata-lo? - Sorriu friamente.
Fu: Eu a convidaria, mas meu bem... Você parece um pouco conturbada, não acha melhor...
Marinette: Não se preocupe Sr. Fu, não vou me tornar um monstro como ele... Só quero o prazer de mata-lo, lógico que no meio disso tudo eu recuperarei os miraculous que ele roubou. Assim que tudo terminar devolverei todos ao senhor, inclusive o que eu usar.
Fu: Querida - ele suspirou - Vou escolher confiar em você... - Ela voltou a sorrir gentilmente para o velho.
Marinette: Não vai se arrepender.
Fu: Antes de tudo, vou lhe dar algumas informações sobre o lugar em que vai se infiltrar e com quem irá trabalhar.
Marinette: Deixe eu adivinhar, Chat Noir? - Jogou um olhar sádico para o senhor que se espantou com o entusiasmo da menor.
Fu: Sim, também teremos de escolher seu miraculous.... Quer correr esse risco? Sabe que se não for adequada, pode sofrer graves danos físicos.
Marinette: Estou disposta a correr o risco! - Diz a azulada determinada.
Horas depois, Marinette se encontrava indo para a universidade, com alguns minutos de atraso é claro. Estava usando um belo par de brincos que lembravam uma joaninha e um sorriso sombrio no rosto. Mesmo estando empolgada para estraçalhar o canalha que matou sua família ela precisava se controlar, não queria que seus amigos se preocupassem com ela. Respirou fundo dentro do táxi e encostou a cabeça na janela.
Conversou bastante com Fu sobre seus pais, descobriu várias aventuras e coisas divertidas sobre eles que desconhecia. Percebeu que o homem de meia idade que a acompanhava queria a consolar de alguma forma e achou nobre de sua parte, mesmo que tivesse decidido que não se apegaria muito a uma figura familiar, o enxergava como se fosse seu avô, ou algo parecido.
Chegando na faculdade respirou fundo a fim de se recompor. A aula passou bem rápido, e não teve muitos problemas com seu atraso. Chegou em seu condomínio pensando que teria de ter uma longa conversa com seu gato travesso.... Espere... SEU?!?!
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Oie povo! Bom, sei que nesse capítulo quase não tivemos a presença adorável de nosso Adrien e do maravilhosa Cat Noir, mas não se preocupem, no próximo ele vai dar as caras... E muito...
Obrigado por chegarem até aqui e espero que estejam gostando!
Um beijo pra quem quiser! 😙
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