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Twenty Five

-Um dos membros fundadores da Toman, o capitão da primeira divisão, Keisuke Baji, diz que quer abandonar a Toman e se unir a Valhalla. - Hanma gritou para que todos fossem capazes de escutar.

-Um dos medalhões da Toman na Valhalla?- um cara perguntou.

-Isso não é furada?

-Não, isso é algo enorme!

-Concordo!- Hanma disse. -Este é um assunto muito sério.

Eu não conseguia parar de chorar. De raiva, de medo e de dor. Porque Chifuyu estava apagado no chão, porque Keisuke era um merda e meu irmão um arrombado. Eu nunca deveria ter voltado, nunca.

-Alistar o Baji será de grande ajuda para esmagar a Toman!- Hanma gritou. -Mas tem um problema restante! Ele pode ser um dos espiões da Toman. Então pedi para Kazutora preparar uma testemunha para nós. Agora peço para que a testemunha se aproxime. Takemichi Hanagaki.

-S-sim. - Takemichi disse, meio em choque.

Chifuyu estava respirando com muita dificuldade. Eu precisava tirar ele logo dali. Rasguei um pedaço da minha camiseta, usando para limpar o sangue do rosto dele; tinha muito, muito sangue. Eu estava entrando em pânico.

-Na reunião da Toman, o que o Baji disse em frente a todos?- Hanma perguntou.

-"Eu vou para Valhalla. A Toman é minha inimiga". Foi o que ele disse. - Takemichi falou.

-O que acha, Kazutora?- Hanma perguntou.

-O teste de fé e a convocação da testemunha, não acha que é o suficiente?- Kazutora falou. -Ele seria útil lutando por outras gangues. E ele sabe o que aconteceu na Toman enquanto eu estava no reformatório. Mesmo que o Baji seja um espião o que, olhando bem para cara de cú da minha irmã, duvido que seja, ainda vale a pena deixar ele entrar. Certo, Baji?

Keisuke e Kazutora se encararam. Eu queria morrer.

-Nós esmagaremos a Toman. - Kazutora disse. -E então... Mataremos o Mikey.

Eu nem mesmo percebi em que momento me levantei do chão e avancei contra Kazutora. Apenas percebi quando minha mão já estava contra o rosto dele, afundando na bochecha de Kazutora. Ele virou lentamente na minha direção quando abaixei o punho e cuspiu sangue no chão.

-Quer morrer, sua vadia?- um garoto cuspiu, vindo até mim. Kazutora segurou o punho erguido do garoto.

-Toque na minha irmã e quem morre é você. - ele disse com um sorriso. O garoto, sabiamente, se afastou. -Que rude da sua parte me bater, Keke. Eu nem estava falando com você.

Ele deu um passo na minha direção e eu me afastei bruscamente, caindo no chão. Meu coração estava batendo na garganta. Kazutora abriu a boca para falar algo, mas Keisuke o cortou.

-Eu o ajudarei com isso, Kazutora.- ele falou, se curvando. Senti meus olhos se encherem de lágrimas de raiva. Como ele podia? Como podia fazer isso?

-Certo. - Hanma disse. -Deste dia em diante, Keisuke Baji faz parte da Valhalla!

Todos começaram a gritar e eu voltei para onde Chifuyu estava, o levantando do chão. Era agora ou nunca. Com dificuldade, passei o braço dele ao redor do meu ombro e o ergui, segurando a cintura dele. O bom é que Chifuyu não era tão pesado e eu definitivamente não era fraca. Se eu tivesse que correr, seria um problema, mas eu o tiraria dali e seria agora.

-Takemichi!- eu chiei e ele me olhou. -Vamos embora, cacete. - mas o idiota se virou para Keisuke.

-Espere um pouco! - ele gritou. -Baji, você é um dos membros fundadores da Toman. Não pode nos trair desse jeito!

-Só por eu ser um membro fundador não posso trai-los? Que piada. - Keisuke disse. E indicou Kazutora. -Ele também é um membro fundador.

-M-mas... E a Akemi?- Takemichi murmurou. Keisuke se virou, o olhar encontrando o meu. Ele sorriu com maldade e senti como se tivessem dando uma facada no meu peito.

-Eu realmente não me importo. Ela é só uma garota. E, com todo o respeito a sua irmã, Kazutora, mas ela não vale a pena o meu tempo.- ele disse. Engoli a vontade de chorar e olhei com ódio para ele.

-E você é apenas a cadela do Kazutora. Então vai fundo e entre nas merdas dele. Mal posso esperar para ver os dois serem presos juntinhos, que lindo! - eu cuspi, apertando Chifuyu para que ele não caísse. Keisuke me olhou com irritação.

Ele olhou para Takemichi. E começou aquela maldita história. A história da morte de Shinichiro. Eu ainda lembrava daquela noite como se tivesse sido ontem.

Do como estava andando com Mikey quando vimos a polícia na porta da loja do irmão dele.

Do como me desesperei quando vi Keisuke e Kazutora sendo levados pela polícia.

Do como caí de joelhos e chorei quando descobri o que tinha acontecido.

Do como bati em Keisuke quando ele veio falar comigo. Do como disse que nunca mais queria vê-lo.

Do como fui embora e deixei Kazutora para trás. E mandei que ele parasse de me mandar cartas. E me ligar. Porque eu não queria saber dele, não conseguia falar com ele.

E do como tudo aquilo ainda doía. Porque quando tentei arrumar as coisas entre Kazutora e eu, era tarde demais. Meu irmão já tinha se tornado isso que era agora. E a culpa era minha.

Eu aproveitei a distração de todos para arrastar Chifuyu para fora dali, as lágrimas descendo pela minha bochecha, meu coração disparado no peito.

-Akemi?- Chifuyu murmurou e eu soltei um soluço.

-Graças a Deus.- eu disse. -Chifuyu, vou te levar para o hospital.

-Não.- ele gemeu. -Lá não. Nem pra minha casa.

-Chifuyu, pelo amor de Deus!

-Por favor.- ele murmurou antes de apagar de novo.

Eu chorei de novo. E então, parei. Respirei fundo. Porque eu não podia desabar naquele momento.

Eu era a terceira no comando da Toman. E eu daria um jeito naquilo. Primeiro, cuidaria de Chifuyu. E depois... Depois, eu acabaria com todos que ficassem na porra do meu caminho. A começar por três pessoas.

Hanma.

Kazutora.

E Keisuke.

Sequei o rosto com força, mandando a dor embora. E deixando apenas uma coisa para me apegar: a raiva.

Data: 11/08/21

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