Thirty Five
Já tinha se passado uns dias desde que a Toman venceu Valhalla. E eu finalmente tinha sido liberada do Hospital. Não podia dizer que estava cem porcento, até porque acho que vai demorar um pouco para isso, mas estava melhor.
Estava tudo se encaixando, na medida do possível, eu acho. Tivemos uma reunião onde Valhalla entrou oficialmente para Toman. O que não vou dizer que me deixou feliz, porque eu achava aquilo um lixo. Mas também entendia. Kisaki era inteligente e manipulador, e se quisesse entender e vencer ele... Bem, não tinha outra opção, nesse caso.
Keisuke e eu saímos oficialmente da Toman por tempo indeterminado. Não foi fácil tomar essa decisão, mas foi a melhor que eu podia tomar no momento. Eu tive vontade de chorar quando todos os membros se curvaram para mim e me agradeceram. Aquelas pessoas eram minha família e deixar a Toman era como tirar um pedaço de mim. Mas se eu queria me curar de tudo o que tinha acontecido, de todas as feridas que tinham ficado em mim, bem, eu teria que fazer isso longe da Toman. E aquilo não era um adeus, pelo menos, não um definitivo.
Eu sempre seria a Terceira Comandante da Gangue Tokyo Manji. E ninguém podia tirar isso de mim e muito menos ocupar meu lugar.
Sei que foi difícil para Keisuke deixar a Toman também. Ainda mais depois de tudo. Foi ele que criou a Toman, afinal. E ele deu toda sua alma por nós, pela Toman, esse tempo todo. Então eu sabia que aquela escolha dele não tinha sido fácil. Mas também tinha sido inteiramente dele. Quando algo deixa de te fazer bem e começa a te arrastar para um buraco, você sabe que é o momento de parar. E acho que eu quase morrer e ele quase morrer foi o que levou nós dois a darmos um tempo da gangue. Cacete, éramos adolescentes. Por pelo menos algum tempo, eu queria ser uma adolescente normal.
Foi difícil partir e as vezes eu ainda me pegava pensando se tinha tomado a decisão correta. No fundo da minha alma, eu sabia que tinha. Tinha sido melhor assim, de qualquer forma.
E agora era o momento de dizer adeus. A Takemichi Hanagaki, que estava andando de bicicleta comigo. Bem, eu estava na parte de trás enquanto ele nos levava pelas ruas da cidade. Nós ficamos em um longo silêncio por um tempo, mas não é como se precisássemos dizer algo. Tínhamos um segredo que nos conectava, afinal. Apenas um olhar bastava.
-Então você vai voltar para o futuro, né?- eu perguntei quando paramos e nos sentamos em um banco. Balancei minhas pernas e Takemichi olhou para o céu azul.
-É. Acho que já é hora, né?- ele falou com um sorriso para mim. Eu dei risada.
-A gente conseguiu. Você conseguiu, Takemichi. Salvou minha vida, a do meu namorado e a do meu irmão. - eu disse, mas ele balançou a cabeça.
-Eu não fiz nada, quem salvou todos foi você. - ele disse. Deu uma risada fraca.
-Eu fiz o que precisava ser feito, mas o trabalho mais difícil quem fez foi você. De encaixar as peças. De me falar o que precisava ser feito. Obrigada. De verdade. - eu falei colocando a mão no peito. -Não só pela minha vida que eu sou grata a você, mas pela das duas pessoas mais importantes na minha vida que estão salvas graças a você.
-Não foi nada, Akemi. Sério. Eu fiz isso porque...
-Porque você é uma boa pessoa. Protege seus amigos, né?- eu falei sorrindo e ele assentiu, meio sem graça. Eu dei risada. -Eu também protejo os meus. Eu daria minha vida por todos eles. Pelo meu irmão, por Keisuke e por Chifuyu. Por Draken e Mikey. Pelo Mitsuya e o Pah. Pela Emma. Pela Hina.- eu disse e ele me olhou. Sorri. -Por você também, Takemitchy.
Ele estava chorando agora. Ai droga, como ele era sentimental! Tudo bem, talvez eu estivesse chorando um pouco também.
-Obrigada, Takemichi. Por cuidar dos meus amigos e da Toman quando eu não podia. - eu disse colocando a mão no ombro dele. -Você pode ir agora. Eu vou fazer meu melhor para tentar acabar com os planos do Kisaki. Vou fazer meu melhor para Mikey não cair na escuridão.
-Eu sei, Akemi. Você é incrível. - ele disse e eu ri.
-Eu não sou. Na verdade, o viajante do tempo aqui é você!- eu disse batendo meu ombro no dele. -Te vejo em doze anos, babaca.
-Te vejo daqui a pouco.
Takemichi me deu um abraço forte e se despediu de mim. Achei que seria mais fácil ver ele partir, afinal, não é como se Takemichi Hanagaki fosse sumir e só aparecer em doze anos. Mas aquele Takemichi eu só veria daqui muitos, muitos anos. Era tão, tão bizarro!
Mas eu estava feliz. Meu coração estava aliviado. Tudo tinha dado certo no final. E todos nós estavamos vivos e bem e Kisaki não tinha conseguido o que queria! Eu estava em paz. E estava viva.
Meu final não era de conto de fadas: perfeito, onde todos ficam juntos e bem e tudo é as mil maravilhas. Na verdade, tinha muita dor e mágoa no processo. Mas, ainda assim, estava feliz. Eu tinha as pessoas que amava comigo, e não precisaria, nunca mais, deixa-las. E eu não as perderia também.
E eu não podia desejar um final melhor do que aquele. E, mesmo que eu não soubesse o que aconteceria amanhã, não importava.
Porque tudo sempre ficava bem no final, né? E isso era o que realmente inportava.
Fim
Calmo calmo que é o fim só da primeira parte, tem mais coisinhas para rolar rsrs
~Ana
Data: 12/08/21
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