Capítulo II
Assim que Marinette terminou de acertar alguns detalhes com o Sr. Fu, foi para o apartamento em que moraria a partir de agora. Chegando no local, subiu as escadas (que tinha muitos degraus por sinal), foi para o último andar, eufórica pegou as chaves e abriu a porta.
O lugar era lindo (para um apartamento quase de graça), é lógico que ela teria de comprar móveis e dar o seu toque pessoal, mas pelo menos sua amiga tinha lhe deixado um colchão e uma central “nossa... depois acho que vou ligar para agradecê-la” pensou. Ela riu ao perceber que aqueles dois itens seriam sua única casa, junto ao apartamento claro, mas seria somente seus….
A garota acomodou suas bagagens e foi em direção à varanda, abriu a porta de vidro se deparando com uma vista espetacular. Ela teve a sorte de pegar um apartamento que fosse de frente para a Torre Eiffel.
Depois de observar a vista por alguns minutos, correu para o banheiro e tomou um banho, vestiu sua calça jeans favorita, junto com o casaco e sua blusa branca, escovou os cabelos e fez o mesmo penteado que estava antes, maria chiquinhas. Mesmo que dissessem que era infantil, ela se sentia bem, adorava principalmente por que quando sua mãe ainda era viva, sempre dizia que a menina ficava cintilante quando as usava.
Pegou sua bolsa rosa, trancou tudo e saiu.
Precisava procurar uma boa faculdade (de preferência pública), e comprar alguns móveis com o resto do dinheiro. Pelo menos o básico. Já tinha algo em mente, ela pesquisou algumas faculdades de Paris antes de sair de casa... Françoise Dupont... Era uma das mais cobiçadas da França, e coincidentemente Marinette conhecia alguém de lá…. Alguém que teria autoridade o suficiente para colocá-la no lugar sem muitas restrições. E essa pessoa nada mais era do que o dono do local, o Sr. Damocles. Ela foi adotada pela sobrinha dele quando tinha 8 anos, mas foi devolvida um ano depois quando a mulher teve um filho. Marinette nunca levou para o lado pessoal, pelo menos tentava. Mas por mais que estivesse chateada, era impossível negar de durante esses 365 dias, Damocles foi um tio maravilhoso e atencioso, ela não o amava, mas tinha um carinho muito grande por ele, e sabia que o sentimento era recíproco.
Depois de pegar alguns ônibus, já estava em frente ao portão do lugar. Se apressou para resolver aquela situação, e depois de tudo selecionado saiu dali já indo em direção à uma loja de móveis.
Comprou todas as coisas que precisava, deixou seu endereço com o gerente a fim de que as entregas fossem feitas, e voltou para “casa”. A moça se assustou quando olhou para o céu e percebeu que estava escuro, ela tinha saído de casa 15:00, como era possível que fosse tão tarde assim?
Ignorou seus pensamentos ao chegar em frente a porta do apartamento, estava exausta. Abriu a porta e logo em seguida a trancou, jogou sua bolsa em qualquer canto e foi direto para o banheiro. Alguns minutos depois, se enrolou na toalha, penteou seus cabelos e os arrumou em um coque mal feito. A cidade estava calma, um silêncio confortável circulava pelo imóvel e a tranquilidade era quase palpável. Entretanto ela tinha acabado assim que a azulada escuta barulhos estranhos vindo do que era para ser a sala de estar.
Ela pega sua escova e destranca a porta em um som quase imperceptível. Anda pelo corredor devagar, forçou a vista para ver se conseguia enxergar algo, mas era inútil. Tomou coragem e posicionou seus dedos no interruptor do cômodo... A luz tomou conta do lugar.
Marinette: QUEM ESTÁ AI?!?
???: MAS O QU- Mari não dá tempo para o rapaz falar, começa a lhe bater com sua escova de ferro –Aiiiii! E-Ei?! PARA COM ISSO!
Marinette: SOCORROOOO! TEM UM TARADO NA MINHA CASAAAAAA!!! ALGUE – Antes que pudesse terminar a frase, sentiu-se sendo imprensada contra a parede e sua boca ser coberta por uma enorme mão.
Observou os olhos verdes se aproximarem cada vez mais e sentiu o hálito quente do garoto roçar em uma de suas orelhas. Olhava atentamente para aquele misterioso rapaz, que usava uma roupa colada bem chamativa e tinha espécies de orelhas de gatos na cabeça, que combinavam perfeitamente com a máscara preta e a cauda que parecia ser um cinto.
???: Princesa, poderia não fazer muito barulho? Gosto desse lugar justamente por ser silencioso – falou com uma voz rouca o que a deixou levemente corada, só acordou para a realidade quando sentiu um dos joelhos do garoto ficar no meio de suas pernas.
Ela morde a mão do loiro o fazendo grunhir de dor instantaneamente destampando sua boca.
Marinette: Será que dá pra me explicar o porquê de você invadir minha casa? - O gatuno se surpreendeu com a atitude feroz da moça, ele raramente era enfrentado e isso o deixou ainda mais atiçado – Dá pra me responder ou tá difícil?
Chat Noir: Você tirou as palavras da minha boca princesa, posso saber o porquê de você estar na minha aconchegante caixinha?
Marinette: Sua o quê? Olha se você sair agora eu não chamo a polícia, então por favor sai – ela sente uma mão tampando sua boca de novo.
Chat Noir: Calma gatinha, não precisa ser arisca. Escuta, esse lugar é meu docinho, não sei o que pensa que está fazendo aqui mas como prova – ele aponta para o quarto (que ela considerava a poucos minutos dela) - Tem uma central e um colchão naquele quarto, e eles são meus – Chat observa a menina contorcer o rosto em uma careta, que ele achou extremamente fofa, e depois tirou a mão da boca dela devagar.
Marinette: Acha que eu tenho cara de palhaça? Quem deixou aquelas coisas ali foram a minha amiga, que aliás me vendeu esse apartamento. – Logo o gatinho tirou a cara de deboche e ficou pensativo por alguns minutos.
A única pessoa que sabia que ele “morava” lá era.... Alya.... “Maldita, desgraçada, filha da...”. Ele respirou fundo e não percebeu que a azulada o observava por algum tempo.
Chat Noir: Se não acredita em mim, por que não liga para sua amiga para confirmar? – Ele a olha intensamente, absorvendo cada traço de seu rosto. Se prendeu principalmente em seus olhos que possuíam lindas orbes azuis... Ah, como gostaria se afogar naquele mar tão... tão... brilhante...
Marinette: Será que poderia parar de me encarar e me soltar? – O garoto desperta do transe, Mari já estava impaciente! Quem esse cara pensa que é para invadir sua casa e a comer com os olhos?! Ela estava louca para enforcá-lo e arrancar aqueles lindos olhos verdes e.... Espere, LINDOS OLHOS VERDES?!
Chat Noir: E se eu não quiser? – Diz ele com aquela maldita voz rouca – Me dê um motivo para te largar, princesa? – O Loiro passa a mão por trás da cintura dela aproximando mais seus corpos. Chat não sabia o que estava fazendo, claro que quando usava aquela roupa se sentia mais malicioso e agia de maneira impulsiva, mas aquilo? Já estava fora do seu controle....
Marinette: Tenho dois para você – Mari agradeceu por não ter gaguejado, seu coração estava acelerado e suas pernas tremiam, como um desconhecido poderia ter tanta influência sobre seu corpo? – Um, se não me soltar não vou poder ligar para minha amiga e vou gritar igual a uma louca por socorro, acredite, dessa vez os vizinhos irão ouvir... – Ele afrouxa um pouco o aperto mas ainda continua a uma distância desconfortável para a garota.
Chat Noir: E o segundo? – Ela deixa escapar um sorriso sádico, o que faz o loiro se arrepia dos pés à cabeça (de um jeito bom).
Marinette: Dois, se você não me soltar em 3 segundos, vou arrancar todos os seus membros, inclusive esse seu amiguinho aí embaixo que parece estar empolgado – Ele ficou sem palavras, não parou de rir, lógico que depois de soltá-la. Se espantou, como uma garota consegue ser tão interessante? – Bom, bom. Agora se me dá licença vou ligar para alguém.
Chat Noir: Não quer colocar uma roupa primeiro docinho? Não que eu não esteja gostando da visão que estou tendo mas... – Ele observa a garota passar de branca para rosa e de rosa para vermelha. Ela mantinha uma expressão que variava entre raiva e vergonha, procurava alguma coisa pelo chão e assim que encontrou jogou uma bolsa, bem pesada por sinal, em cima do loiro. Ele ri e a observa correr e desaparecer no escuro.
Ah, como se arrependeu amargamente de tê-la lembrado que estava sem roupas. Se ele não tivesse aberto a boca, ainda estaria admirando aquele corpo delicado, pequeno e curvilíneo.
Marinette entrou no quarto, fechou a porta e foi direto para o canto onde estavam suas malas. Vestiu a primeira roupa que achou, depois pegou o celular e discou o número da amiga.
???: Alô?
Marinette: ALYA! Quero te perguntar uma coisa...
Alya: Isso são horas mana?! São 22:00!!
Marinette: Me poupe! Sei que você fica acordada até 3:00, se não mais!
Alya: Ok, me pegou. Então qual o problema?
Marinette: Bom, você deixou um colchão e um ar condicionado aqui no AP?
Alya: Quê? Não, por que a pergunta?
Alya: Mari?
Marinette: Hum? Ah sim, era só isso mesmo, tchau!
Ela desligou o celular e mil pensamentos surgiram na sua cabeça. Todavia eles foram interrompidos por um certo alguém que lhe agarrou por trás.
Chat Noir: Por que me deixou sozinho? – Um arrepios percorreu todo o corpo da mesma que permaneceu parada – Você tem um cheiro tão bom – Diz o rapaz cheirando seu pescoço – É tão doce que dá vontade de morder – Ele sente a garota nervosa, o que o deixa satisfeito.
Marinette: S-S-Será q-que dá p-pra se afastar? Gosto de espaço pessoal... – Ele, por incrível que pareça, obedeceu.
Chat Noir: E então? Falou com Alya? – Ela rapidamente deixa sua vergonha de lado e o olha surpresa.
Marinette: Como sabe o nome dela?
Chat Noir: Bem, digamos que eu a conheça de outros lugares... Que por acaso não lhe dizem respeito – Ele percebe que a azulada ficou um pouco perturbada com seu comentário – Desculpe princesa, não quis lhe magoar.
Marinette: Acha que vou me abalar com algo que sai da sua boca? Haja paciência, e outra pare de me chamar de princesa!
Chat Noir: Ai, essa doeu princesa! – ela o olha raivosamente – Se não quer que eu a chame assim, pode me dizer seu nome? – Mari fica pensativa por alguns minutos, ela não falaria seu nome verdadeiro lógico! Quem diria o nome para um estranho?!
Marinette: Pode me chamar de Bridgette, e você?
Chat Noir: Eu o quê?
Marinette: Quer que eu o chame de tarado ou psicopata que invade casas de mulheres durante a noite? – Ela sorri sarcasticamente e cruza os braços.
Chat Noir: Humm, desculpe mas nenhum desses nomes me agrada não sei por que? – Ele ri e puxa uma das mão da garota pousando um beijo na mesma. Fica satisfeito ao perceber que ela ficou sem reação – Pode me chamar de Chat Noir... – Ele fica confuso ao perceber a expressão assustada da garota. Será que ela sabe quem ele é? Um ladrão nacionalmente procurado? Não é possível, ou é?
Marinette: Seu nome... – Ele engole a seco – Ele... Parece com o do meu gato de pelúcia – A garota o encara curiosamente ao notar que o gatinho não parava de rir, não sabia ao certo se era de nervosismo ou alívio, mas ele ria como uma criança – D-Disse algo engraçado?
Chat Noir: Você realmente sabe como divertir alguém - diz o garoto ofegante – Bom senhorita Bridgette, não quero lhe incomodar, e para provar que sou um bom rapaz, vou deixa-la em paz – Ele a observa respirar aliviada.
Sinceramente não queria ir embora, entretanto estava sentindo que já estava no seu limite. Se ficasse mais tempo ao lado daquela boneca de porcelana, iria fazer travessuras das quais o levariam a loucura.
Chat Noir: Por enquanto...- Ela levanta o olhar espantada, porém só consegue ver a silhueta do garoto pulando a janela. Ela ficou curiosa, quis olhar e checar se ele tinha morrido ou se estava bem, mas se impediu de fazer isso. Afinal, só estaria demonstrando que se importava com ele, e o que não era verdade nem um pouco. Pelo menos ela esperava...
Ligou a central, se jogou no colchão e tentou ao máximo dormir, sem pensar no loiro dono dos olhos esmeraldas que tanto a encantaram.
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Caso haja a presença de erros ortográficos por favor me avisem!
Gente esse capítulo ficou um pouquinho grande, mas eu não podia deixar o nosso gatinho sem dar as caras de maneira bem detalhada não é? 😋😁
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