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Capítulo 24: I don't want to escape - Rafael

And I just can't bring myself away

(E eu apenas não consigo me afastar)

But I don't want to escape

(Mas eu não quero escapar)

I just can't stop

(Eu apenas não consigo parar)

I can feel her on my skin

(Eu consigo senti-la na minha pele)

I can taste her on my tongue

(Eu consigo sentir o gusto dela na minha língua)

She's the sweetest taste I've seen

(Ela é a coisa mais doce que eu já vi)

The more I get the more I want

(Quanto mais a tenho, mais a quero)

Closer – Ne-yo

— Rafael — a porta do meu quarto fez um boom contra a parede do meu quarto. Eduardo passou por ela, vermelho que nem o cabelo dele. Quem será que tinha o deixado com raiva? — Mamãe mandou eu te buscar para o jantar.

— Eu não vou jantar não, brother — eu respondi, tentando parecer simpático.

Ele me encarou com os olhos claros espremidos como se eu estivesse zoando com a cara dele. Pelo jeito, a resposta para a pergunta "quem será que tinha o deixado com raiva?" era eu.

— Eu fiz um esforço para que nossos pais te dessem um tempo, mas para ser honesto até eu tô preocupado contigo agora — ele disse, fechando a porta atrás de si.

— Eu estou bem. — Fiz um esforço para soar bem.

Mas eu não estava bem.

Na real, eu estava péssimo.

— Ahã — Eduardo caminhou pelo quarto, encarando minha bagunça. — Você não sai desse quarto há 24 horas, cara.

Não era verdade. Eu tinha saído do quarto várias vezes, mas todas tinham sido milimetricamente calculadas para que eu não encontrasse ninguém do lado de fora.

Eu não aguentaria. Ter que explicar. Saca?

— Se você não quiser que a mamãe entre nesse quarto e te puxe para fora pelas orelhas, acho melhor você ir jantar com a gente — Eduardo deu de ombros, apoiando-se no meu armário. — E ela já está muito chateada com "seu comportamento", então se eu fosse você eu saía por vontade própria.

Eu bufei, me sentindo encurralado. Não tinha muito escapatória. Em todos os cenários que meu irmão me oferecia, eu acabava sentado na mesa de jantar, tendo que sorrir e fingir que estava tudo bem por todo tempo que aquela tortura durasse.

— Dá tempo deu tomar banho? — eu disse, tentando protelar a situação e pensar em uma solução no meio tempo.

Desci da cama lentamente, procurando meus chinelos. Eu não fazia ideia de onde tinha colocado o par desde que havia voltado da situação-elevador. Com certeza estava embaixo da bagunça que eu vinha acumulando nas últimas horas.

E na vida. A quem estamos tentando enganar? Eu era bagunceiro pra cacete.

— Eu sei o que você está fazendo — Eduardo soltou uma risadinha. — Não vai colar. Cai fora desse quarto, ou eu vou te chutar para fora dele.

— Eu sou muito mais forte que você, seu frango — algo dentro de mim achou aquilo engraçado, mas não o suficiente para me fazer rir.

— Normalmente sim, mas nesse seu estado de estresse-pós-traumático, tenho minhas dúvidas — meu irmão riu de novo. — Quer testar?

Eu sacudi a cabeça, andando na direção da porta. Não estava mesmo com humor para um jogo de porrada com Eduardo, mesmo que eu nunca dissesse não. Especialmente quando ele me desafiava. Na real, eu não estava mesmo com humor para nada. Muito menos para um jantar em família.

Eduardo me seguiu e fechou a porta atrás de nós. No corredor, antes de chegarmos à sala de jantar, passou os braços por cima do meu ombro e deu um de seus tapinhas amistosos nas minhas costas.

— Vou te ajudar sempre que puder, brother — ele riu ao me chamar assim. — Hoje e sempre, falou?

Eu dei um sorriso fraco, esperando que ele soubesse que aquela era a maior expressão de gratidão que eu conseguia colocar para fora naquele momento. Ele assentiu e recolheu o braço. Nossa mãe nos avistou no segundo que pisamos na sala de jantar. Na verdade, me avistou. Eduardo não era o filho problemático – ele nunca era.

— Rafael! — ela gritou, largando a panela de arroz em cima da mesa. — O que faz você pensar que pode se comportar dessa maneira, você ainda mora embaixo do meu teto e...

Mãe... — Eduardo chamou, ao meu lado. — Sobre o que conversamos?

Minha mãe olhou para ele, franzindo o nariz e a testa. Era visível que ainda estava com raiva, mesmo quando ela suavizou o rosto e voltou a me encarar. Eu a assistir engolir em seco, antes de falar:

— Ficamos muito felizes de ter sua companhia hoje, filho — sorriu. E, mesmo com toda raiva, parecia um sorriso de verdade. — Obrigada.

Eu assenti, em silêncio. Andei o mais rápido que pude até a mesa, sentando na ponta mais distante possível do meu pai. Nós vivíamos trocando farpas e se havia um dia que eu estava totalmente sem disposição para ouvi-lo dizer qualquer coisa que fosse era hoje.

Para meu contentamento, ele não disse nada.

O jantar começou promissor. Eduardo falava a maior parte do tempo, falando sobre as matérias que pretendia pegar no próximo período da faculdade e sobre como estava o estágio que fazia em um hospital público da cidade. Meu pai parecia genuinamente interessado no que o caçula dizia, mas minha mãe constantemente lançava olhares atravessados na minha direção – provavelmente para garantir que eu continuava sentado ali.

Eu continuava. Tentando comer o estrogonofe da forma mais rápida que eu pudesse. Mas estava quente, dificultando minha tarefa. Para completar, estava um calor horrível naquela noite e o ventilador no teto da sala não estava dando vazão. Nunca dava, no verão daquela cidade infernal. Cada garfada me deixava mais distante daquela conversa que mal ouvia e mais perto do meu quarto, onde podia ser antissocial em paz.

— O que você acha sobre o assunto, Rafael? — minha mãe perguntou, destruindo meus sonhos de voltar para cama.

Eu olhei para ela, sem saber o que responder. Qual era o assunto? Se eu fizesse um comentário geral sobre medicina, será que colava? Eu não saberia fazer nem um comentário geral. Não sabia nada de medicina.

— Eu já conversei sobre isso com ele — Eduardo cortou a situação, me olhando como quem diz entra nessa. — Rafael acha que eu deveria dar uma chance para cardiologia.

Eu sacudi a cabeça para concordar, mas na verdade eu não estava entendendo nada. Eduardo queria ser cardiologista? Eu passei a vida inteira ouvindo que ele queria ser psiquiatra. Porém, não era o momento para questionar qualquer coisa. Era o momento para continuar enfiando garfadas na minha boca como se não houvesse amanhã.

— Sério? — minha mãe perguntou, me encarando com interesse. Aquele jantar era um completo caos. Sair do quarto tinha sido uma péssima ideia. — Por que, Rafael?

Mãe — Eduardo chamou a atenção dela novamente, mas não adiantava.

— Eu prefiro discutir isso outro dia, se possível — eu tentei fugir de novo. — Mas tenho certeza que Eduardo será muito bem-sucedido em qualquer área da medicina que ele escolher.

— Assim eu vou ter pelo menos um filho bem-sucedido — a voz do meu pai silenciou toda mesa.

Eu larguei o talher no prato, dando um sorriso consternado. Arrastei minha cadeira no chão fazendo o maior barulho possível, porque eu sabia que ele odiava. Bati as mãos contra a mesa quando me levantei, ainda sorrindo sarcasticamente.

— Rafael! — Minha mãe tentou brigar.

— Obrigado pelo jantar incrível, mas infelizmente terei que me retirar — eu disse, sem que nada daquilo fosse verdade. — Perdi o apetite.

— Rafael! — Minha mãe ainda tentou. — Você está bem, meu filho?

Eu passei pela porta da sala de jantar, sem falar nada, direto para o corredor. De lá, ouvi a voz cansada de Eduardo responder por mim:

— Não, mãe. Ele não está. Eu pedi para vocês pegarem leve.

Depois, o barulho alto da cadeira se arrastando no chão e os passos firmes dele, seguindo meu caminho para o corredor.

Corri para meu quarto e fechei a porta antes que ele me alcançasse. Não era culpa dele. Inclusive, ele já tinha feito muito mais do que eu merecia. Eu só não queria que ele me enxergasse mais desse jeito. Quanto tempo será que demorava para estresse-pós-traumático passar?

Ou melhor, para estresse-pós-Bárbara?

Monterey – Mês de Novembro – 2008

Bárbara abriu a porta usando um vestido que não condizia com o frio que fazia lá fora. Eu estava encapotado até a cabeça e mesmo assim batendo queixo. Ela riu, me puxando para dentro.

— Pelo jeito esse carioca nunca vai se acostumar com esse frio californiano, hein — ela disse, me ajudando a tirar o cachecol.

— Não dá — eu dei de ombros, puxando meu casaco por eles. — Duvido que você se acostumasse ao verão carioca também.

— Quem sabe um dia você não me leva lá para eu ver? — ela sorriu.

— Quando você quiser — eu sorri de volta.

Ou eu tentei sorrir. Com sorte a interação pareceu normal para Bárbara, mas a verdade é que eu estava tremendo por dentro. Sua casa, como eu já bem sabia, era intimidante e, por mais que eu já conhecesse seus pais, o jantar-oficial-de-apresentação-como-namorado para qual eu tinha ido ainda era algo que me deixava completamente inseguro.

Já era difícil me convencer que ela podia gostar de mim. Imagine seus pais. Seus pais. Tão bem sucedidos, ricos e com roupas sempre alinhadas. Eu nunca estaria naquele nível. Dava nervoso estar naquela casa. Sentia-me andando em uma loja de utensílios caros, daquele tipo que você sabe que se quebrar vai ter que passar o resto da vida trabalhando de graça na loja para poder pagar.

Exceto que, no caso da casa de Bárbara, não havia nada que eu pudesse fazer para pagar.

Ela pegou meu braço, ainda dando um sorriso, sem a menor noção de como aquela situação me deixava surtado. Caminhamos da porta da casa até a sala de jantar e, apesar de poucos, aqueles passos foram muito longos. Passei a maior parte do tempo tentando respirar e responder suas perguntas ou comentários sem transparecer meu pânico.

— Rafael, querido! — a mãe dela nos recebeu na porta da sala de estar.

Ela também tinha um sorriso no rosto, mas não tão genuíno quanto o da filha. Eu a observei enquanto ela descia os olhos de uma forma que deve ter pensado que era discreta pela minha roupa. O sorriso tinha enfraquecido um pouco quando voltou a me encarar, mesmo que eu estivesse usando meu sapato social desconfortável.

— Obrigado por me receber, senhora Adler — eu tentei sorrir de volta, educadamente.

A mãe de Bárbara não fazia oposições de ser chamada de senhora Adler. Se qualquer pessoa minimamente conhecida tentasse chamar minha mãe de senhora Steffens, acho que ela seria capaz de dar uma gargalhada. Era sempre na base do primeiro nome com ela. Mas com a senhora Adler não.

— É sempre um prazer — a mãe de Bárbara respondeu, arqueando as sobrancelhas finas.

Ela gesticulou para que eu e Bárbara continuássemos a caminhada até a mesa de jantar. Seu pai já estava sentado na cabeceira, com as mãos cruzadas sobre a mesa e um sorriso julgador no rosto. Pelo menos eu senti como se fosse um sorriso julgador, mas poderia ser só meu próprio julgamento.

— Papai, você se lembra do Rafael... — Bárbara sorriu para o pai.

— Boa noite, senhor Adler — eu cumprimentei, levantando a mão que não estava presa ao braço de Bárbara.

Ele balançou a cabeça, mas não abriu a boca. Eu tentei ficar tranquilo, mas é claro que os pequenos Rafaeis estavam em pânico dentro de mim. Eu puxei a cadeira para Bárbara, mantendo um sorriso no rosto que eu já estava com medo de parecer digno de um psicopata.

— Obrigada — minha namorada sorriu, sentando-se.

Toda vez que ela sorria, eu achava que valia a pena.

Talvez, se me concentrasse só naquele sorriso, seria capaz de passar por aquela noite.

— Então, Rafael — o pai dela finalmente disse algo. — Vamos falar sobre algo importante...

talvez.

Engoli em seco, correndo para me sentar ao lado de Bárbara antes que minhas pernas dessem algum sinal de fraquejo na frente do meu sogro em potencial.

O que ele poderia perguntar? A ponto de ser assim tão importante? Quais são meus planos para faculdade? Se eu sou republicano ou democrata? Quais são minhas intenções com sua filha? Eu não sabia responder nenhuma delas. Quer dizer, eu amava Bárbara. Será que isso contaria como resposta?

— Sim, senhor — eu respondi, me segurando para não balançar as pernas de tanta ansiedade.

— Qual é seu time? — senhor Adler disse.

Eu tive vontade de rir, mas provavelmente soltei uma rajada de ar, tamanho alívio. Flamengo! Será que ele conhecia o Flamengo?

— Pa-ai — Bárbara reclamou. — Essa é a sua pergunta importante?

— Filha — senhor Adler olhou para ela, com um pequeno sorriso no canto da boca. — Dá para saber muito sobre o caráter de um homem pelo time de basquete que ele torce.

Basquete?

Tudo bem que o Flamengo também tinha um time de basquete, mas era tão pequeno que dificilmente poderia ser chamado, realmente, de time. Tinha potencial, é claro, mas provavelmente senhor Adler não aceitaria aquilo como resposta.

— No Brasil eles não têm a tradição do basquete como nós, pai — Bárbara intercedeu por mim. — O esporte popular é o futebol.

— Nesse caso, espero que você torça pelos Lakers — senhor Adler deu de ombros, encerrando a discussão.

— Sim, senhor — eu assenti.

— Chega de conversas enfadonhas — a mãe de Bárbara apareceu, seguida por algumas pessoas usando avental. — Prontos para o jantar?

— Siiim — Bárbara bateu palmas, achando graça.

Não foi tão ruim quanto eu pensava. Na verdade, o jantar foi até minimamente agradável. Quando eu conseguia me esquecer de toda a tensão que envolvia estar numa casa de gente rica, com empregados servindo a mesa e com a necessidade de causar uma boa impressão, eu até conseguia aproveitar e rir ocasionalmente.

Mas não vou negar que fiquei muito aliviado quando eu e Bárbara entramos no carro do pai dela e ele dirigiu até a minha casa. Era um sonho que eu pudesse voltar para um lugar onde me sentia confortável. Quando o carro encostou-se à porta da minha casa, quase saí e beijei o chão. Ao invés disso, dei um novo sorriso, agradeci ao senhor Adler pela recepção e desejei sucesso aos Lakers. Ele deu um sorriso amistoso e disse que eu era sempre bem-vindo.

— Já volto, pai — Bárbara disse, abrindo a porta do carro para sair.

— Tchau, senhor Adler — eu repeti, abrindo a porta de trás e saindo também.

Ela andou comigo até a porta de casa, subindo os degraus como uma delicadeza típica. Parecia que ela sempre andava flutuando pelos lugares. Talvez a única coisa que a prendesse no chão fossem mesmo seus saltos altos. Quando chegamos à porta mesmo da minha casa e eu rodei a chave no dedo, ela sorriu. Eu sorri também. Não dava para não sorrir quando ela sorria.

— Obrigada por ter ido hoje — ela disse, mordendo o lábio. — Fiquei realmente muito feliz.

Uma simples frase e pronto.

Eu faria tudo de novo. Enfrentaria quantos jantares fossem. Conheceria todos os parentes. Qualquer coisa que a deixasse realmente muito feliz.

Porque tê-la como namorada era justamente o que me deixava realmente muito feliz.

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Olá.

Sei que estou devendo, sei que estou atrasada, mas espero que vocês saibam que eu estou sempre tentando.

Obrigada pelas 70 mil leituras!! Vou providenciar um bolo em homenagiiiiii. Sou uma autora bem mais feliz quando lembro que tenho vocês na minha vida.

Prometo tentar compensar o atraso. Alguém consegue adivinhar o tema do próximo flashback? Dica: é uma primeira vez... 

Beijos e até!

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