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Capítulo 19 - Love Never Lasts (O amor nunca dura) - Rafael

Maybe I know, somewhere

(Talvez eu saiba em algum lugar)

Deep in my soul

(no profundo da minha alma)

That love never lasts

(que o amor nunca dura)

And we've got to find other ways

(e nós temos que encontrar outros meios)

To make it alone

(de seguir em frente sozinhos)

Or keep a straight face

(ou de fazer uma cara neutra)
And I've always lived like this

(e eu sempre vive dessa forma)

Keeping a comfortable, distance

(mantendo uma confortável distância)

And up until now

(e até agora)

I had sworn to myself that I'm contente

(eu tinha jurado para mim mesmo que estava satisfeito)

With loneliness

(com a solidão)

Because none of it was ever worth the risk, but

(porque nada disso nunca valeu o risco, mas)

You are the only exception

(Você é a única exceção)

The Only Exception - Paramore


Ela não disse nada de novo.

Era inquietante.

Dava vontade de chocalhá-la até ela falar alguma coisa. Qualquer coisa. Um berro estaria servindo. Mas ela não falou nada. Simplesmente se encolheu no canto do elevador e começou a chorar baixinho.

Eu queria me afastar, tamanha culpa, mas não me movi. Quer dizer, me movi só para sacudir aquele bendito papel. Não queria fazê-la chorar. De novo. Só queria conversar. Uma conversa honesta e justa. Algumas explicações... sei lá, nem sei o que eu queria. Quando ela começou a me questionar sobre as coisas comecei a ficar nervoso. Po, tipo, eu que comecei a conversa. Como é que posso dar para trás no meio?

Mas aí ela chorava e me destruía.

Eu não conseguia falar mais nada, com ela chorando daquela formna. Especialmente porque eu sabia que era verdade. O que eu tinha dito. Sobre ela. Ser gorda, quer dizer. Era uma mentira, mas era verdade que eu tinha dito. Eu tinha escondido a lembrança embaixo de uma pilha de outras coisas igualmente dolorosas, mas foi só ela disparar o gatilho que seu rosto magoado veio na minha mente.

E eu era uma pessoa péssima.

E ela não falava nada.

Nem mesmo respondia meu pedido de perdão.

Mas como culpá-la se eu passei anos sem dizer nada também?

Tudo bem que eu passei anos ocupado, soterrando todo tipo de lembrança sobre ela da melhor maneira que eu pude. Exatamente porque eu sabia – e como não saber? – que aquela história seria sempre um problema.

Não tinha começado errado e nem continuado errado, mas foi dando errado a partir do momento que meu pai disse que voltaríamos para o Brasil. O que era para ser um simples adeus foi virando uma bola de neve...

Bárbara fungou, como se acompanhasse meu raciocínio.

Uma bola de neve que continuava crescendo, porque eu continuava sem falar nada. Nada do que importava, pelo menos.

— Eu queria... — Bárbara começou e meu coração martelou no peito, dando sinais que meu cérebro não quis processar. — O que eu mais queria era que...

— Que...? — Incentivei. Não podíamos perder nenhuma tentativa de interação nas circunstancias atuais.

— Que você nunca tivesse reaparecido — Bárbara disse de uma vez só.

Meu coração silenciou, com suas batidas presas e perdidas. Que eu nunca tivesse reaparecido. Seria realmente mais fácil se ela nunca tivesse reaparecido, mas era isso que eu mais queria? Meu braço foi parando de balançar o papel aos poucos, sem que eu nem reparasse até ela agarrar meu pulso com seus dedos fininhos. Fininhos, mas perfeitamente capazes de fazer meu coração se desesperar novamente.

Estava uma merda essa situação. Descontrole não era minha praia. Minha praia era poder ficar na praia, para início de conversa. Dentro daquele elevador nós tínhamos uma prancha que a essa altura já estava totalmente seca e um punhado de areia do meu corpo. Também tínhamos a mulher mais bonita do universo, que colocaria qualquer sereia no bolso. Ou melhor, na bolsa Prada.

E, olha que ironia, era mais fácil eu realmente convencer as sereias de ficarem comigo do que a única garota do elevador. A única garota que eu queria ficar junto. A única exceção que me faria abrir mão de tanta coisa... Tanta coisa.

Mas estava tudo errado.

— Desculpe, Bárbara — eu disse, encarando seus dedos no meu pulso.

Ela me encarou, com os olhos cheios d'água e o rosto molhado. Sua expressão era tão sofrida que atuava com pequenas facas afiadas no meu peito. Que caralho, tudo errado.

Eu, provavelmente, o mais errado de todos.

— Desculpas não resolvem todo mal que você me fez, Rafael — ela encolheu os ombros, soltando meu pulso.

— Eu sei — eu disse. Contive minha vontade de dizer que ela também tinha sua parcela de culpa no cartório para a situação que vivíamos. — Mas pode ser um começo.

— Eu não quero começar nada de novo com você — ela retrucou, magoada.

Não era uma merda? Porque na minha concepção era.

Eu sentia que minha cabeça estava a ponto de explodir. Talvez não houvesse espaço naquele elevador para tanta tensão. Parecia que as paredes estavam cada vez mais próximas, nos apertando no meio daquele turbilhão de sentimentos. Ou, pelo menos, era assim que eu me sentia.

— Eu só queria me desculpar — eu tentei de novo. — Como eu disse, não queria te magoar com nada do que eu disse...

— Cala a boca, Rafael — Bárbara virou o rosto para longe de novo, como se ouvir novamente essa frase fosse demais para aguentar.

— Eu só queria...

— Que eu nunca tivesse reaparecido? — ela perguntou, dando uma risada abafada.

Eu não ri.

Não era engraçado. Como eu disse, era uma completa merda.

Não tinha começado errado, mas estava errado a partir do momento que meu eu do passado pensou, pelo menos por um só segundo, que aquele tipo de sentimento que eu sentia pela Bárbara podia durar.

Por que é que eu a deixei derrubar barreiras? Ela foi tão sorrateira que eu nem percebi quando ela entrou. Só me dei conta da situação quando ela estava sentada na rocha mais bonita no meio do oceano do meu coração. Olha que merda!

Mas o problema não era esse.

Ah, não.

Se eu tivesse tido esse lapso de consciência, mas recobrado o juízo quando tive que a deixar para trás, tudo bem. Mas não. Não.

Ela ainda era a rainha da maldita rocha.

— Não — eu respondi, com o coração tão acelerado que eu pensei que seria eu que precisaria que ela abanasse o papel para mim. — Na verdade, Bárbara, o que eu mais queria era que você nunca tivesse sumido.

7 anos antes – Mês de Julho - Monterey, Califórnia

Era o dia que eu ia embora e eu estava parado na porta dela.

Dava vontade de rir de mim mesmo, de tão ridícula que era a situação.

Eu estava simplesmente parado lá, correndo o risco de algum vizinho me ver e chamar a polícia porque um garoto esquisito estava parado na porta dos Adler há, pelo menos, quarenta minutos.

A casa estava silenciosa e sem nenhuma movimentação aparente.

Também tinha sempre a chance do sr. Adler abrir a janela e dar de cara comigo, com cara de psicopata. Eu não tinha certeza se essa era minha cara naquele momento, mas eu não tinha dormido na noite anterior e já tinha derramado umas lágrimas pelo caminho então a chance de uma cara de psicopata era alta.

Mas ninguém apareceu. Ou abriu a janela. Ou tossiu. Nada. Nenhum indicativo que tinha alguém em casa, para início de conversa.

O que significava que eu estava parado na frente da casa por 40 minutos sem nenhuma chance de, de fato, ter minha missão concretizada.

Não que eu soubesse, realmente, qual era meu objetivo ali.

É só que eu precisava vê-la.

Sabe?

Uma última vez.

Mas o que dizer?

O que dizer?

A verdade não era uma opção.

Mas tinha tido aquilo tudo que havia acontecido no spring break. E a forma como ela tinha ido embora correndo. Como se aquilo tudo estivesse errado.

E estava errado.

Tão errado quanto eu estar parado na frente da casa dela sem ter a menor ideia do que dizer se eu, realmente, a encontrasse. Mas eu não conseguia arredar o pé. Formulava possibilidades na minha cabeça. Todas começavam com "oi, Bárbara" e começavam comigo correndo para longe, exatamente como se aquilo tudo estivesse errado.

Como é que eu tinha me metido nesse olho do furacão?

Era para eu estar com raiva dela. Olha a quantidade de bosta que ela tinha espalhado sobre mim por toda escola. E eu estava com um pouco de raiva, mas...

Passei a noite toda em claro pensando se eu tinha jogado tudo pela janela. Talvez ter mentido sobre nosso término tivesse sido uma coisa idiota e a melhor escolha tivesse ser dito a verdade. Mas eu não queria fazê-la sofrer com a separação. Não dava para bancar um namoro à distância tão a distância assim. Meus colegas do Brasil que voltaram namorando da Disney nunca conseguiram sustentar o namoro nem de Estados diferentes, como é que nós dois seriamos capazes de sustentar em países diferentes, com fusos diferentes? Era tudo uma bosta mesmo.

Não sei quanto tempo passou quando eu ouvi um carro virando na rua.

A rua da Bárbara era realmente no meio do nada e ninguém entrava naquela rua, a não ser moradores. Ou era o carro da polícia, porque realmente alguém tinha chamado a polícia ou era um outro morador que com certeza chamaria a polícia.

Então, eu fiz a única coisa que podia fazer naquelas circunstâncias: corri e me escondi atrás do arbusto do vizinho.

Se eu tinha alguma dúvida de que estava levantando suspeitas antes, agora é que a situação tinha realmente saído de controle.

O carro foi perdendo a velocidade à medida que chegava perto da casa dela e eu também fui ficando sem capacidade pulmonar. Que cacete, aquele não era o carro dos pais dela e nem o recém-presenteado carro cor-de-rosa dela.

Era um carro sedan, comprido e imponente.

Ele parou na frente da casa dela e eu tive que me segurar na planta, tamanho ódio. Mas eu não tinha motivos para ter ódio, eu nem sabia se ela estava no carro...

Seu sapato cor-de-rosa foi a primeira coisa que eu vi escondido lá atrás do arbusto. Um salto bateu na calçada fazendo um alto toc, seguido pelo outro pé. Sua cabeça loira apareceu por cima da porta e ela sorriu para alguém.

Mordi a mão para não dar um urro de raiva.

Eu ouvi o barulho do alarme do carro e depois os passos do motorista, lentos e ritmados, totalmente diferente do meu coração descompassado e acelerado. Seus mocassins passaram na minha frente e Bárbara enrolou os braços em seu pescoço quando ele se aproximou. Eu contive um engasgo, tossindo o mais baixo que pude. Era a porra do garoto com sobrenome espanhol, que fazia aula de matemática com a gente.

Quando eles se beijaram, eu achei que não aguentaria encarar. Mas não consegui desviar os olhos, mesmo quando eles ficaram cheios d'água. Que merda. Era mesmo uma merda gigantesca. Eu não podia ficar com raiva. Eu estava beijando Nadja pelo colégio todo desde que a gente tinha terminado. Bárbara estava solteira. Ela podia beijar quem ela bem entendesse.

Mas isso não significava que a sensação não era como se alguém estivesse arrancando meu coração para fora. Como se eu tivesse acabado de levar um caldo e estivesse lutando para respirar, em um mar revolto. Se aquela era a sensação que eu tinha causado nela ao beijar Nadja, eu tinha feito mesmo tudo errado.

— Você quer entrar? — eu ouvi sua voz dizer e a intensidade das minhas lágrimas presas no canto dos meus olhos aumentou.

Ele nem respondeu. Só sacudiu a cabeleira preta e comprida como se essa fosse a única resposta possível. Que caralho, essa era a única resposta possível. Mas isso não significava que eu não queria jogar meu chinelo na cabeça dele.

Ela andou na frente, puxando-o pela mão. Eu ouvi as chaves e o click da porta. Não tinha ninguém em casa. Eu sabia. Eu tinha ficado uma hora na frente da casa, feito um completo stalker maluco. Eles estavam sozinhos em casa. Eu ouvi os passos do garoto, entrando na casa. E os dela, seguindo-o com seus saltos.

Eu caí sentado no chão do vizinho, soltando um palavrão. Puta que pariu, estava tudo perdido mesmo.

O barulho do salto parou, mas eu não ouvi o click da porta se fechando.

— Só um segundo — eu a ouvi dizer.

Eu devia ter entendido, mas não entendi. Continuei sentado no chão do vizinho, amargurando toda derrota que era saber que Bárbara estava prestes a dividir toda sua vida com outro cara. Bárbara. A pessoa que eu achei que eu realmente ia passar toda minha vida.

O barulho dos saltos voltou e eles voltaram a aparecer no meio raio de visão. Ela encarou a direção do meu arbusto e eu gelei. Observei quando ela abaixou seu torço, torcendo-se em uma posição estranha. Merda.

— Rafael?

Então, eu fiz a única coisa que podia fazer naquelas circunstâncias: corri.

Um completo perdedor. Eu nem sequer a merecia. Ela provavelmente estaria melhor com o menino espanhol, tenho certeza que ele lutaria por ela, se precisasse.

Mas como lutar por algo que eu desisti? A culpa era minha.

Isso não serviu de consolo na longa corrida para casa. E nem no avião, para o Brasil. E nem em todos os anos que sucederam esse fato.

Era tudo uma merda.

Mas era verdade mesmo: o amor nunca durava.

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UM CAPÍTULO NA TERÇA-FEIRA???????? Louvemos ao senhor!!!!!

Oi, gente! Tudo bem com vocês? Eu estou um pouco melhor! Muito obrigada por todas as mensagens e pelo apoio! Vocês são um amor enorme e meu combustível para continuar me movimentando!

Acho que eu estou conseguindo organizar um pouquinho melhor e espero que Março seja um mês maravilhoso, porque até agora só tô vivendo um 2016s mesmo.

Ouçam (ou, no caso, leiam): fiz um levantamento aqui dos acontecimentos que faltam mostrar pra vocês nos flashbacks e do andamento que desejo para o livro e cheguei a conclusão que ele provavelmente vai terminar em Maio. E que eu provavelmente vou tirá-los do elevador antes do final. Reflitam sobre o assunto :)

Ansiosa para saber o que vocês acharam desse capítulo! Quem leu Mocassins e All Stars provavelmente vai catar umas referências! Falando nisso, estou pensando em fazer um sorteio de Mocassins e All Stars entre os leitores daqui! O que vocês acham? Topam? Se sim, gritem aqui nos comentários que semana que vem eu apareço com um formulário para vocês preencherem! :DDDD

RUMO AOS 50K!!!! Compartilhem com os migos para que tenhamos bolo no meu instagram (claraguta). GENTE, queria agradecer MUITO! Toda vez que eu começo um livro novo fico morrendo de medo da recepção, mas estou MUITO FELIZ com nossos números, com nossas estrelinhas e com nossos berros. Só não estou mais feliz porque não estou conseguindo responder todos os comentário, mas tô me esforçando.

Então, obrigada <3. Realmente. Vocês não sabem o bem que fazem para mim! Espero que minhas histórias também façam bem para vocês!

Beijos enormes e até breve!

Clara

Quase esqueço! Clipe da música do capítulo:

https://youtu.be/-J7J_IWUhls

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